domingo, 29 de maio de 2011

FRASES DE UM LIVRO LIDO (49)

A MÃE DOENTE E O PAI REDESCOBRINDO UM LIVRO ESQUECIDO NA ESTANTE
Essa semana está sendo um tanto difícil para todos aqui de minha casa. Minha mãe, 74 anos, com todos seus problemas acumulados de saúde está diante de um novo e inesperado, a paralisação de seus rins e a ampliação do seu padecer. Internada desde segunda, uma nova realidade, com hemodiálise como rotina, algo invasivo e causando apreensão em todos. Quem mais sofre e o mais calado com tudo isso é meu pai, 83 anos e agora, praticamente sozinho em casa a ruminar isso tudo num local esvaziado e silencioso. Ir acompanhando seu jeitão de entendimento disso tudo é mais do que um aprendizado para mim, que estou ao seu lado no dia-a-dia.

Entre as idas e vindas ao hospital, numa das noites o encontro na sala com um velho livro entre as mãos. Um de capa dura, desses a permanecerem 30 a 40 anos esquecido sem nenhuma consulta. Trata-se do “Novo Tratado Médico da Família”, com o subtítulo “Conselhos práticos para sãos e enfermos”. Não achei o ano da publicação, mas deve ter quase a minha idade. Fui lhe perguntar o que estava fazendo. “Estou procurando algo sobre os rins, quero encontrar um bom medicamento para o problema da Eni. Se eles estão com dificuldade para localizar, quero ajudar”, me disse.

E lá ficou a pesquisar. Na manhã seguinte estava com um papel nas mãos e umas anotações. Queria entregar para as médicas o que havia localizado. Lá estava escrito: “Novobiocina – atua bem nas infecções do aparelho urinário”. Sem saber o que fazer, acabei por dizer que entregaria eu mesmo o papel. E não o fiz, não por desprezar o zelo dele, mas por essa infinidade de coisas que nos fazem agir assim e guardo ele junto de minha carteira. E não é que o livrão, o catatau medicinal, esquecido lá na estante da sala deles hoje quase me fez chorar. Esses pequenos, singelos e significativos detalhes, que a vida nos reserva e comprova a existência de um carinho e amor a passar por cima de tanta coisa.

Hoje, domingo, a mãe talvez volte para casa e iniciemos algo novo por aqui, tendo que submetê-la a três hemodiálises (ou diálises, sei lá) por semana. Uma reunião entre parentes próximos, uma agenda de permanência ao seu lado e um livro, antes esquecido e que certamente, em todas as limpezas futuras, não o descartarei com a facilidade que teria, se estivesse com a incumbência de promover arrumações na sala da casa deles. Cá estou nessa manhã dominical folheando-o ávido por descobertas e auxílio, assim como meu pai.

OBS.: Ando com a sensibilidade extremada por esses dias e abdiquei de muita coisa que fazia, talvez mais ácido e com menos paciência. Não é para menos. Aproveito para além de dedicar esse texto para meus pais, fazê-lo a outra pessoa querida, convalecendo também no leito de um hospital, ela de problemas pós-operatórios, a amigona do peito, Tatiana Calmon, esposa do Roque Ferreira. Força para todos nós.

12 comentários:

Anônimo disse...

Força henrique. sua mãe ainda vai lhe dar muitos tapas na bunda.Estamos firmes, e com pensamentos positivos.

Roque

Anônimo disse...

Prezado Amigo e Irmão HP.

V é um camarada de força, sempre perseverante e otimista em tudo que faz.

Sou solidário a v em mais esse momento difícil de sua vida.

Sua dedicação a seus país demonstra o seu caráter e sua beleza interior, lutando sempre em busca do melhor para o bem comum.

Conte comigo irmão, conte também com as minhas orações nesse momento especialmente difícil para v e seus pais.

Que Deus de abençoe e te luz para superar mais esse momento difícil.

Tudo se resolverá.

V não está sozinho,

[]s

Ricardo Bagnato

Anônimo disse...

Digo ao cunhado que a segunda edição é de 1966, salvo engano a primeira é de 1964. O autor é o Dr. Marcelo A. Hammerling, um espanhol, publicado em SP pela Casa Publicadora Brasileira, trad. Raphael de Azambuja Butler, cujo curioso sub título é Conselhos Práticos para Sãos e Enfermos.
Ana Letícia Pereira de Andrade

Anônimo disse...

OI

É bonito ver que ainda há lugar para amor no mundo. Aviva as esperanças...

Não se deve descartar a intuição, também. Acho que Henrique devia procurar algém para averiguar sobre essa medicação...às vezes velhos remédios ainda funcionam...não sei se é esse o caso...Fale com aquela sua prima nefrologista.

Mas, o valor dessa tentativa de ajudar não pode ser minimizado - talvez nem tanto o terapêutico, mas muito mais pelo lado humano: solidariedade ! Amor! Aprendamos!

Bjo,

Ana Maria Rebello
(21) 8223-2334
anarebel@hotmail.com

Anônimo disse...

Bia e Henrique,
Essa é uma bela história.
Desejo melhoras a D. Eni.
Beijo, Regina Matta

Rey disse...

Henrique, Fique tranquilo..Estamos todos na torcida pela melhora da saude da sua mae.Abracos ao amigo.

Anônimo disse...

henrique meu amor

estamos juntos nesta.

beijos da ana bia

Anônimo disse...

prezado colega henrique aquino fiquei muito triste emicionado e comovido com a historia que voce menciono.

E transmita a sua mãe e a seu pai todos os meus pensamentps positivos em torno da melhora de sua mãe.

O ato de singelo amor de seu pai é muito comovente. Faz qualquer pessoa pensar em quão frágil é a vida e quão de surpresa a vida pode nos deixar sozinhos.

É compreensívbel o ato de seu pai, que tem em sua querida Eni a companheira de toda uma vida.

Espero que sua mãe possa ter uma pronta melhora, rodeada de tanto amor e carinho.

Abraços

Jair Alves Barbosa e família.

Anônimo disse...

CARO AMIGO HENRIQUE: SEI O QUE É ISTO E TENTO APROVEITAR A APRENDIZAGEM.AFLITA POR VC, PELOS SEUS, PELA TATI QUE AMO TANTO, PELOS MEUS...SEI QUE É POR ELES QUE SOMOS O QUE SOMOS...FORÇA AÍ. SEI LÁ O QUE FAZER, MAS SE PRECISAR, ESTOU AQUI.SUA SEMPRE AMIGA ROSE (ROSANGELA BARRENHA)

Anônimo disse...

Prezado amigo Henrique,
Primeiramente, quero me juntar a essa corrente de pessoas que torcem pelo restabelecimento de sua mãe. Escrevo também para te confortar e par dizer que, muito embora tenha passado por esse problema com meu amigo e sogro, a experiência adquirida nessas ida e vindas das sessões e eram tres por semana, terças, quintas e sábados, pelo período de 4 horas, eram momentos dos quais nos deixam impotentes, por ver nossos entes queridos presos a uma máquina. O que nos confortava era a FÉ que sempre tivemos em Deus, que estava sendo feito o melhor para preservação da vida dele. Mas o tratamento é muito dolorido, especialmente par nós que cuidamos, por não poder nada fazer que amenize àquele sofrimento físico.
De uma coisa tenha certeza, não deixe de lutar e acreditar em Deus e pedirr a ele que lhe mostre como fazer para aliviar a dor desse tratamento, que é por demais dolorido e penoso.
Aceite o nosso abraço de conforto e saiba que daqui estamos orando pelo restabelecimento dela.
Um abraço fraternal dos amigos sinceros
Paulo e Roseli

Anônimo disse...

Henrique amigo e amiga helena, ambos quase parentes:

Dizem que somos meio bruxinhas, me arrepia, mas penso que é verdade...pensei em ligar para minha AMIGA ENI hoje pela manhã, fiquei receosa e acabei por não fazer o que mandava meu coração.

Ao ver seu texto fico numa tristeza enorme pela notícia, pois sabe do apreço que tenho por todos os seus.

Fica aqui minha disponibilidade em ajudar no que puder, por favor conte comigo.

Na minha fé, rogo a DEUS que a proteja e amenize seu sofrimento, pois é um problema muito sério e que atinge a todos na família.

Um abraco e fique firme meus queridos, nessa hora vocês serão primordiais ao pai e mãe.

Anônimo disse...

Henrique,tem uma frase que diz:
"Amigos (as)são como estrelas...Você nem sempre as vê,mas sabe que sempre estão lá"(e pode contar).
Assim quero expressar meu carinho nesse momento difícil que está passando,mais convicto ,que sua mãe vai sair dessa com certeza,ela é forte.Prepare-se que muitas broncas ainda levará da Dona Eni.
Sei do grande amor que tem por esses dois.Muita calma,paciência,tolerância,controle a acidez...tudo passa.

Beijo desse seu eterno e sincero amigo

José