Mafuá do HPA

CENA BAURUENSE (80)

VIÁFORA NO SESC, ENTRE VARIADOS ENCONTROS E REENCONTROS
Sexta à noite, 29/04, o show de Celso Viáfora no SESC (gratuito como quase todos por lá) foi mesmo uma grande surpresa para todos que lá estiveram. Um “Voz e Violão”, recheado de histórias, ou seja, ele encantou a todos quando antes de cada música, fez questão de um pequeno e elucidativo histórico. Suas letras tinham muito a dizer a todos os presentes, que deliciram-se do início ao fim. Escolhi uma para mostrar um bocadinho do contentamento geral, uma que falava de uma pessoa com insônia, duas e quinze da manhã, num hotel de uma cidade diferente da sua e sem nada para fazer a não ser esperar o dia chegar. Numa frase lembro-me de minha companheira, que em certos momentos usa da mesma olhando para essa Bauru tão diferente de tudo o que já viu na vida: “O que que eu tô fazendo aqui?”. E mais, uma identificação sobre “pescarias”, algo que muitos de minha convivência adoram, mas é algo que nunca me encantou. Adorei tudo e todos os que estiveram comigo, idem.

Escrevo desses, os que estiveram comigo. Eu, Ana Bia, mana Helena, Ademir Elias, Márcia Unimed e Fátima. Levamos para conhecer a noite bauruense uma pessoa recém chegada na cidade, Raquel Lira, uma pernambucana de altíssimo astral e uma das proprietárias da mais nova livraria da cidade, a Nobel. Nos divertimos a cântaros. Numa outra mesa, num outro canto, revejo uma turma ligada a Secretaria de Cultura de Bauru, como Ildebrando, Jair, Zilda, Jaqueline, Gorete, Ariane e Lurdinha, todos fazendo um misâncene com um ex-funcionário público, desses inesquecíveis, que há décadas foi embora de Bauru, onde advoga até hoje, o Almir Basílio. Ali mesmo reencontramos outro, advogado como ele, Arthur Monteiro e a festança com os altos papos de tempos vividos foi algo bonito de ser presenciado. Quando lembro a eles do Bar do Epa, Arthur foi preciso: “Não sei te precisar hoje, passado tanto tempo, se nos divertíamos mais no Epa ou na Secelt. Tempos bons”. Aquilo foi uma escola para muita gente. Conto para Almir algo que Arthur já sabia, um processinho que angariei no lombo e dessa vez é ele quem relembra algo: “Quando vocês tiveram aquele imbróglio por aqui com o Pedroso, foi divertido, eu lá em São Paulo no meu escritório, toca o telefone é o Zé Vinagre dizendo que precisava de um advogado e nem bem esse desliga, liga o Pedroso dizendo a mesma coisa. Amigo de ambos, declinei da causa”.

Tínhamos muito mais para confabular, mas após pegar uma dedicatória nos CDs comprados do Viáfora (R$ 15 cada), os funcionários do SESC evacuam o local com uma rapidez de espantar e quando nos damos conta já estávamos todos na rua. Fomos comer algo e beber a última juntos da Ângela Cardoso e do Zé Vinagre no Bar Amadeus, até suceder o mesmo, ou seja, avisarem a todos que o bar estava fechando e que teríamos que procurar outro lugar para continuar extravasando nossa incontida alegria. Mas aí já era tarde e fomos mesmo é dormir. Seguimos nossos caminhos escutando Viáfora e constatando que dá para ser feliz com muito pouco e ao lado de gente que pensa a vida de uma forma bem parecida. Domingo, ou seja, hoje, 01/05, tem AFRO REGGAE e o CIDADE NEGRA, com o retorno de Toni Garrido na Festa de Primeiro de Maio, lá no Vitória Régia. Se a chuva deixar, lá estaremos (percebam, adoro escrever no plural).