sábado, 11 de maio de 2013

ALGO DA INTERNET (72)

SÁBADO TEM: EU NA AZ, JORNALISMO EM EXTINÇÃO NA PIAUÍ E EU NA TV COM

Hoje é sábado, me deixem escrever um pouco de mim. Não se chateiem. Só hoje, de duas formas, amanhã mudo de assunto. No meio disso tudo, resenho um texto lido ainda ontem numa revista mensal. 
ESSE HPA NA REVISTA AZ, EDIÇÃO MAIO, NAS BANCAS: Eu sou assim mesmo, um dia critico e no seguinte rasgo desvairados elogios (não para tudo e todos, viu!). Dias atrás postei aqui algo para minha amiga Cristina Camargo, logo após ela ter emplacado texto seu na revista Carta Capital, onde entendi que havia suavizado (o pegar leve) num perfil escrito sobre a atuação do deputado estadual Pedro Tobias, bauruense por adoção e tucano por aptidão. É que vejo nele a perfeição da utilização da frase, “lobo em pele de carneiro”. Isso já passou, hoje é outro dia e a Cristina continua escrevendo (e muito). Ontem ao passar cedo na banca da Hilda, lá no Aeroporto, compro a Piauí nº 80 – maio 2013 e a bauruense AZ, edição nº 15, maio de 2013, com a capa “CALA-TE?”, foto do ex-padre Beto sem camisa e dentro um perfil dele. Merecida capa, pois é o must do momento. Ainda na revista algo sobre esse HPA, na matéria “AS PALAVRAS SÃO SEDUTORAS”, subtítulo “Escrever estimula o raciocínio, a criatividade e gera encantamento para alguns. A necessidade de colocar as ideias no papel é até física”. O texto é da Cristina e, confesso, está um primor, não por mim, mas pela abordagem em si. De minha parte, fui um dos retratados e embaixo da minha foto, sentado numa cadeira de descanso aqui no interior do mafuá, lá está: “Blogueiro, articulista de meios de comunicação e ativista político, HPA tem ânsia de escrever”. Virei ativista político, mas precisando mesmo é me ativar pessoalmente, interiormente. Eu, o professor Roberto Magalhães, o jornalista Márcio ABC e a poetisa mariliense Melissa Ribeiro fomos os retratados. Meio que constrangido peço a todos que deem uma espiada (mais que isso, uma boa lida) na revista, pois vale muito a pena. Sei que a edição desperta todas as curiosidades desse mundo, pelo fato do Beto estar na capa, mas os textos da Cristina (dois na revista) valem a pena. Fica a dica e se puderem expiem esse mafuento e suas ideias. Críticas também são sempre bem vindas. Depois me digam o que acharam disso tudo. Tá bom assim?

UM ÓTIMO TEXTO NA PIAUÍ – Cito a Piauí de maio e lá o texto da jornalista argentina Graciela Mochkofsky, o “Jornalismo em Extinção” (http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-80/anais-do-jornalismo/ilusoes-perdidas), onde faz um sincero relato da agonia dos grandes jornais argentinos e americanos (e por que não brasileiros e mundiais?). No subtítulo lá está: “Uma repórter narra a sua trajetória, da glória à agonia dos grandes jornais, e vê sua espécie ameaçada de extinção com a asfixia da imprensa crítica e independente”. Vendo que ela começou no jornalismo no Página 12 (para mim um dos melhores jornais do continente), o qual debandou após quase um década por lá, esperava um pau doído no jornal, ainda mais vindo de onde vem, a Piauí, que tenta se fazer de mocinho, mas é sabido ser um portal com uma carinha bonitinha do neoliberalismo (lobo na pele de cordeiro). Na legenda da foto: “Todos distorcem, omitem ou exageram os fatos para mostrar que o governo é um demônio ou um Deus. Na mídia argentina, a versão do país resvala no absurdo; ninguém teme cair no ridículo”. Nada diferente do que ocorre por aqui e também acolá. Em plena sexta, mesa atulhada de coisas a fazer, confesso não ter resistido, parei tudo e enquanto não li não sosseguei. Oito páginas, todas grifadas por mim. Junto algumas coisinhas: “Não há profissão mais fascinante que a de jornalista, e não há personagens mais românticos que os jornalistas. O jornalista é boêmio, fumante, notívago, talvez alcoólatra, leitor e escritor, um talento aventureiro, engajado, disposto a arriscar a própria vida, cético, cínico, imensamente idealista”, “O que a história de fato mostra é como é possível manipular os rumos da Justiça com o respaldo da classe política... e da mídia. (...) Muitos veículos e jornalistas dão a sociedade o que ela quer. (...) Descubro que, quando a verdade não é o que o público espera, quando ela é inconveniente, também os jornais não tem interesse em dizer a verdade. Essa também é uma verdade inconveniente”, “Nos momentos de lucides, vejo meu erro: o que eu penso que é, ou devia ser o jornalismo, não condiz com a realidade de todos os dias. (...) Entendo que meu trabalho consiste numa dupla batalha: com as fontes, para conseguir a informação mais verdadeira possível, e com os editores, para conseguir que seja publicada sem distorções”, “Na crise os donos dos meios de comunicação entram em pânico. Recorrem ao governo, aos bancos, a outros empresários, fazem negociações para ‘salvar’ suas empresas. Naturalmente, não se deve incomodar aqueles a quem se pede ajuda. Nas redações, cancela-se toda investigação, toda crítica, exceto contra quem não tem poder algum”, “...diagnóstico: a gratuidade, a velocidade, a infinita possibilidade de reprodução e distribuição e o acesso maciço à internet destruíram o monopólio dos meios de comunicação, por isso, seu ‘modelo de negócios’ acabou, e não há substituto”, “Um número cada vez maior de jornalistas talentosos está largando a profissão para abraçar oportunidades mais estimulantes e bem remuneradas. (...) São os ecos de um estouro de uma manada – o estouro final, cego, desesperado de uma espécie em risco de extinção. (...) Os barões do velho modelo vão tombando fragorosamente; Rupert Murdoch é o que faz mais barulho ao cair. (...) Os grandes jornais não mais voltarão a ver aquela quantidade inusitada de zeros em suas planilhas de lucros”, “No fundo, os políticos fazem o que sempre fizeram: tentam domesticar a mídia. Antes isso era feito nos bastidores; agora, com a desvalorização do nosso papel histórico, ousam fazer tudo abertamente”, “...e todos cumprem a sua tarefa. Distorcem os fatos, forçam as manchetes ou exageram para mostrar que um governo é um demônio ou um deus, que a Argentina é o inferno ou o paraíso, que vivemos em situação de emergência ou na maior prosperidade. (...) Muitos jornalistas se alinham à empresa em que trabalham como se ela representasse uma causa sagrada” e “Por algum motivo, algo de novo começa a surgir em toda parte com revistas virtuais.(...) São jornalistas que viveram todas as crises e ainda querem algo, ainda esperam conseguir algo que não se conseguiu.(...) Espaços em que se pratica o melhor jornalismo, sem deformações; nos quais as melhores aspirações da profissão estão intactas”. A Piauí se superou. O texto é ótimo e gostei além da conta. Bela reflexão, servindo para todos que ainda ousam tentar escrever livremente. Onde? Quando? Como? Por que?

POR FIM, EU NO PROGRAMA DO BONGIOVANI – O radialista e jornalista Jorge Bongiovani, do Programa Sinal Aberto, da TV COM BAURU, canal 13 NET queria me entrevistar. Pediu para escolher o local, pois retrata personagens da vida cotidiana em seu programa. Disse a ele: “Venha aqui e conheça a bagunça do meu mafuá”. Ele veio com a esposa e um cinegrafista. Trouxe algo pré-elaborado (como todos devem fazer), mas fugimos muito do script. Navegamos por aqui e ali e acredito que o resultado final acabou ficando bom. Em pouco mais de meia hora, fali de tudo, de mim, do blog, de como ganho a vida, o que penso, como é minha ação diária, com quem estou e até para onde pretendo ir. O resultado foi mostrado a exaustão para a cidade pelas repetidas vezes em que foi mostrado na TV e agora está disponível no site da emissora. Querendo saber um bocadinho desse estranho personagem bauruense, cliquem no site deles (www.tvcombauru.com.br ), depois no link Programação e lá no último deles, o SINAL ABERTO, ali procurem com a flechinha embaixo os últimos programas e achando um com a minha carinha, é esse. Sintam ali o bafio da fera.

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Sem querer polemizar, te escrevo por aqui e não pelo facebook, sobre algo sobre o padre Beto.

Tenho acompanhado um pouco do que ele faz e produz, vendo na maioria de suas atitudes algo onde faz tudo para aparecer. Posso estar enganado e se estiver, quero ser convencido do contrário, mas o Beto é uma pessoa com um ego pessoal muito exacerbado, pois em tudo quanto é lugar que vai tem que ser só ele aparecendo. Repare se estou errado, mas gosta de um holofote como poucos.

Esse ego fora do comum o prejudica, pois quer aparecer além da conta, só ele, tudo para ele.

Não me eleve a mal, mas escrevo exatamente tentando que isso chegue até ele. Talvez ele esteja mesmo precisando ler algo assim, para cair a ficha e ver onde tem errado.

Não lia a revista, mas lerei e se puder volto a escrever depois da leitura.

Antonio M. Lori

Mafuá do HPA disse...

Lori

Pouco sei de padre beto, pouco ouvi seu programa, nunca fui a uma missa ministrada por ele, nunca sente i em bancos escolares com ele (mesmo ambos tendo cursado História na USC), nunca bati papo com ele...

O li em alguns momentos, textos, livros, só isso. Nada além disso.

Talvez tenha razão, talvez não. Veremos até pelos próximos passos. Ele agora vai tornar-se uma figura mais pública do que foi até então. Observemos o lado para que penderá a balança.

Ego, holofote, luzes, ribalta... Sem entrar em piegas discussão, observemos. Ele agora é figura nacional, seus passos estão sendo mais observados e será fácil perceber isso, ver se foi exagero seu ou se tens razão.

Henrique - direto do mafuá