sexta-feira, 31 de maio de 2013

INTERVENÇÃO DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (55)

COMO GUARDIÃO ENCARA A SITUAÇÃO DOS MENDIGOS, DROGADOS E MORADORES DE RUA
Olhar para o lado social desse mundo com os olhos de quem quer ver aquilo tudo resolvido e solucionado e não ir empurrando tudo com a barriga ou simplesmente, numa atitude mais cômoda, varrer tudo para ali adiante, saindo do seu campo de visão e dessa forma fazer como o avestruz, que com a cabeça enfiada no buraco foge do problema, essa uma boa forma de discutir esse tema. Guardião, o super-herói de Bauru encara mais esse problema crônico vivenciado pelas ruas bauruenses, a dos mendigos, craqueiros, drogados, desvairados, abilolados, refugados e os que desistiram de tudo e vivem a perambular pelo mundo, de uma forma bem clara. “Trombamos com eles a todo instante, invisíveis para muitos, um baita de um problema para outros, um empecilho para o progresso segundo outros e assim por diante. O fato é que algo necessita ser feito e muito além do que já vem sendo feito, pois é impossível ser feliz convivendo com isso ao nosso lado”, diz Guardião.

Pegando um caso das ruas, a de ANDREZA OLIVEIRA CAETANO, vivendo nas ruas, dizendo ter 35 anos e três filhos. Conta uma história confusa, embaralha fatos. É uma das denominadas como “nóia”, fruto da entrada de cabeça no mundo do crack, essa perversa e cruel droga. Seu raio de ação são os trilhos na região central da cidade, moça bonita, andando na maioria das vezes sozinha e quando sem o efeito das drogas, palatável, pede comida e roupas. Quando sob o efeito e diante de recusas, atira pedras nas pessoas e residências. “Vê-la nas ruas, coisa de um ano e pouco atrás ainda bela, cabelos pintados de loiro e hoje, deteriorada e suja é ir acompanhando a cada instante as possibilidades da verdadeira degradação humana. Sua mente está confusa, fala sozinha, inspira medo em muitos, rejeição na maioria. Segue sem rumo, dorme por aí e muitas vezes nas calçada defronte residências. É uma das tantas invisíveis dessa cidade, uma que a maioria só bota os olhos quando aprontam alguma, do contrário segue sua sina de destruição, cada dia com aspecto piorado. Vamos pensar juntos sobre essa questão”, continua na sua explanação.

Esse texto foi escrito após um internauta, José Luiz Schubert postar em sua página um desabafo sobre a situação. Aqui um resumo do que escreveu: “Às 13 horas de ontem já tinha gente no "HOTEL", e muitos foram chegando, a noite mais de 20 já estavam deitados aí na garagem (INVADIDA, claro!!!) dessa clínica psiquiátrica localizada na Rua Padre João esquina com a Rua 13 de maio, menos de 100 metros da Prefeitura, quase ao lado da SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, em frente o muro lateral do ERNESTO MONTE... Acho que vai ser fácil acharem o lugar, a SEBES sabe onde é, eles levam comida e cobertas pro pessoal dormir na RUA... Estão despejando indigentes aqui na cidade por ser polo regional. (...) É verdade e contra os fatos concretos não existem argumentos, está aumentando o numero de pessoas perambulando pelas ruas da cidade pedindo uma ajuda, uma moeda, batendo nas casas, tocando as campainhas, nos semáforos, por todo canto tem pedintes... Onde estão as autoridades municipais que parece fingirem desconhecer esse problema que está aumentando a cada novo dia?(...) Todos eles portam uma coberta vermelha. Quem lhes deu a coberta? Tem que existir uma solução para isso. O nosso Albergue Noturno já não comporta mais pessoas. Não adianta dar um cobertor e um lanche e achar que o problema está resolvido”.

O texto pode ter, em alguns pontos, questionamentos de busca de uma solução, em outros algo resvalando no preconceito, mas no geral é bom para que se proceda a busca por soluções. Meses atrás a SEBES – Secretaria do Bem Estar Social, a responsável por essa questão na cidade, abrigava famílias no mesmo estado num hotel abandonado no cruzamento da Monsenhor Claro x Rodrigues Alves. E daí? Isso denota que a solução ainda não existe na cidade. Guardião dá o tom final do que acha disso tudo: “Não devemos ser contra o alimentos e cobertas serem dados. Tudo pode ser paliativo, ameniza, mas não resolve. Não existe em Bauru um centro de ressocialização para essas pessoas. Existe o Albergue, entidade privada e mais o que? Existe o que a SEBES faz, pouca coisa além disso além disso? Igrejas, entidades e ONGs distribuem alimentos nos pontos de maior concentração. Mas para onde poderiam ser levados? Como o problema é tratado na esfera estadual e federal? Existe um consenso sobre o assunto, um modelo a ser seguido? Não existe no país todo, ou melhor no sistema capitalista num todo. O ser humano sendo um mero número, um coeficiente e não sendo levado em consideração desemboca nisso. Quando é exposto o outdoor cubano na saída do aeroporto de Havana com os dizeres ‘A cada ano, 80 mil crianças morrem vitimas de doenças evitáveis. Nenhuma delas e cubana’, ironizam e chacoteiam a pequena ilha, mas lá, assim como não existem crianças nas ruas, muito menos mendigos e viciados largados ao deus dará. E por que, já se perguntaram isso? ”, afirma. E conclui: "O problema é o regime, sendo o nosso excludente e privilegiando uns poucos. Enquanto não mudar isso, essa situação nunca terá solução". E deixa uma proposta: "Não existe como discutir uma solução dissociada com a mudança de um regime que inviabiliza a solução". E aí?

Obs final: Hoje, 31/05, na capa do caderno Cultura do JC, uma matéria com o desenhista Gonçález (meu parceiro nessa empreitada blogueira), sobre o lançamento do nº 2 do gibi/HQ com as aventuyras do intrépido Guardião, dessa feita envolvidos com as erosões na cidade. Na banca do seu Orlando, ali na 1º de Agosto tem gibi para vender a módicos preços. A matéria, o “Guardião está de volta”, foi escrita por Mariana Cerigatto, com fotos do Éder Azevedo (uma reproduzida aqui). Leia clicando a seguir a matéria: http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/05/o-guardiao-esta-de-volta.html

7 comentários:

Anônimo disse...

Henrique, vamos distribuir sopa hoje as 20 horas voce pode ajudar???
Inês Faneco

Mafuá do HPA disse...

Queria muito poder ir, mas hoje fico com meu pai doentinho, não posso sair de casa. Mas me convide das outras vezes que topo na hora.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Amigos a entrega da sopa foi um sucesso , Fizemos a pça Machado de Melo , a pça Rui Barbosa , e finalizamos em frente ao albergue noturno que já tinha distribuído sua parte e tinha algumas pessoas lá, que comeram e ficaram felizes ...foi uma noite de solidariedade e amor ...
INÊS FANECO

Anônimo disse...

Geralmente os moradores tem uma atitude sim!! Ligar para o SAMU para ir buscar o bêbado que está dormindo na sua calçada!! Ou liga na PM que aciona o SAMU para isso.
E o pior para que haja a remoção a pessoas mentem dizendo que "há uma pessoa caída, desmaiada na rua" se o SAMU não for aí é omissão, né?? Ninguém quer um morador de rua na sua rua....morar na rua não é doença Pronto Socorro é para quem está doente, grave, não para bêbados e mendigos!!!
Cássia Rocha

Anônimo disse...

HENRIQUE

Estava lendo exatamente algo sobre isso essa semana e te passo para colocar na mesa de discussão.

"Vários estudos estabelecem uma relação do grau de desigualdade econômica como condicionante direta da saúde mental de seus cidadãos. Por outro lado,é determinante para o acesso à cidadania. Ser pobre em uma sociedade rica pode ser ainda mais danoso à saúde do quer o ser em uma área de extrema miséria.As doenças mentais são uma construção social. A desigualdade torna as sociedades mais classistas, o que implica transmissão intergeracional da pobreza".

Não tem tudo a ver?

Paulo Lima

Anônimo disse...

http://www.jcdigital.com.br/flip/Edicoes/15752%3D31-05-2013/008.PDF
Roque Ferreira

Anônimo disse...

quero ajudar a distribui sopa.
Roberto Antonielli

robertoantonielli@hotmail.com