PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (58)
A VIRADA JÁ FOI MELHOR, PODE DEGRINGOLAR E ATÉ VINGAR. DEPENDE...
Vai começar nesse próximo final de semana mais uma edição da VIRADA CULTURAL em Bauru e em outras cidades do interior paulista. Emoções novas a cada ano, pois ela parece estar sempre embutida com muitas polêmicas. É de arrepiar os cabelos os seus bastidores, sempre emocionantes. Tivemos até um ano em que, mesmo tendo aqui na Cultura Municipal personagens com ligação umbilical com o Governo Estadual (organizador do evento), ela quase deixa de acontecer. Hoje os tempos são outros (ufa!). Elson Reis, o atual secretário Municipal de Cultura vai atrás e mesmo contrariando uma norma pré-estabelecida pelo tucanato, a de que o evento só deva ocorrer nas cidades onde eles são governo, com muito empenho revertemos isso, mas sempre existe uma velada forma de retaliação. E ela não deixa de existir.
Bater de frente com governos tucanos é ir percebendo a retaliação logo ali no ato seguinte. É a prática deles, sem tirar nem por. Veja isso. Faça uma comparação da programação da Virada aqui de Bauru com a de qualquer outra cidade onde eles são governo. Bauru pode ser considerada terra de adversários políticos e assim sendo, nada de privilégios e benesses. A vergonha institucionalizada. O caso de Bauru é explícito. Durante todo o processo de acerto da programação não houve nenhuma possibilidade dos dirigentes bauruenses indicarem um nome sequer dos artistas que vem de fora. Só um local, esse sim, indicado por Bauru, nada mais. Tudo o mais decidido de cima para baixo. É assim ou a cidade aceita ou aceita. Não existe diálogo possível com as esferas superiores da Virada, todas também com rédea curta quanto a esse tipo de imposição vinda dos altos escalões. Notei quando da divulgação da programação aqui de Bauru certo mal estar, por um simples motivo, ela foi divulgada para eles no mesmo tempo que para a imprensa. Nem tomaram conhecimento de forma antecipada e alguns órgãos da imprensa souberam até antes. Que nome se pode dar a isso?
Dito isso, algo mais. Hoje no JC, numa matéria de capa do Caderno Cultura, o coordenador da Virada, indicado pelo Governo do Estado, Giuliano Laurenza, declara algo na matéria “Virada Alternativa”, soando algo um tanto ridículo: “Uma das propostas da Virada é levar ao público linguagens diferenciadas, até porque essa é uma forma das pessoas conhecerem e terem acesso. (...) Acho que está acontecendo uma mudança de comportamento – as pessoas aceitam mais coisas por causa da revolução digital. Antes, existia uma indústria que era obrigada a vender dez produtos, somente. Tínhamos acesso a essas coisas apenas. E agora, com a internet temos a oportunidade de gostar de mais coisas. Assim, o público se descobre como não sendo de massa”. Ele tenta explicar o inexplicável, mas não consegue. Tudo é derrubado quando comparado com o que cito lá no começo do texto. Esse discurso é o de quem precisa defender o que aí está e para isso usa o que de melhor tem dentro de si. Simples demais conseguir desarmá-lo, pois lhe faltam argumentos convincentes diante da realidade dos fatos. Novidades do mercado cultural são sempre bem vindas (o SESC faz isso tão bem por aqui), mas engolir o que nos está sendo oferecido e ainda a seco é fazer com que nada disso tenha digestão prazerosa.
O fato é que o método da escolha é cheio de critérios, bem explicitados aqui. Tapar o sol com a peneira não cola. Bauru conseguiu fazer vingar a Virada e terá que engolir a prepotência dos que detém o poder da caneta. Esperanças existem e reservo as melhores delas para a REVIRADA CULTURAL, essa algo local, com recursos e toda programação sendo montada aqui. Quero poder comparar as programações. Giuliano poderia muito bem passar sem essa, mas sua fala faz parte de sua função, aliás, remunerado para tanto. E nem por isso deixo de comparecer à Virada, pois garimpo lugares para fazer o que mais gosto, botar o bloco na rua.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
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12 comentários:
Henrique
Não existe como discordar do que escreveu. Isso já foi sentido ano passado e retraso, nesse mais acentuado. Corajoso, pois todos se calam.
Valéria
Mafua domingo no Sesc a Dupla DuoFel se apresentará as 16 horas.
Vá meu amigo e verá o que é tocar um instrumental classe A.
Eles gravaram uma musiquinha chamada "bebe" se a encontrar em algum disco em que eles estiverem vendendo feche os olhos e compre pois é demaisssssssssssssssss.
Isso o que de melhor a Virada tem esse ano.
Aldo Wellicham
só acredito na virada de mesa
lázaro carneiro
HENRIQUE
ESPERE UM PAU PURO E SENTIDO.
MAS OBSERVE E MUITO OS QUE PERMANECEM CALADOS, ESSES TALVEZ NÃO POSSAM SE MANIFESTAR. ISSO REPRESENTA UM APOIO DE FORMA VELADA, CONFIRMANDO O QUE DISSE.
O MAIS SÉRIO DE TUDO É QUE ESSE PESSOAL DIVULGA QUE TUDO É FEITO DE FORMA COMPARTILHADA COM AS CIDADES, MAS É BALELA, POIS TUDO VEM PRONTO, DE CIMA PARA BAIXO, ESTILO DELES.
FOI NA VÉIA, OU MELHOR, NA VEIA.
DANIEL
Sr. Henrique
A matéria que cita do Jc é essa:
http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/05/virada-alternativa.html
Concordo com alguns pontos do seu texto, como o fato de nenhuma das atrações terem sido discutidas com Bauru. Tudo veio pronto e acabado. Sua crítica vale porque isso não ocorreu em todos os lugares. Levando em consideração o que é declarado por dirigentes de outras cidades, algumas delas, poucas, por sinal, tiveram a possibilidade de sugerir atrações. A Bauru nem isso foi permitido. Só a cantora da cidade, atração local.
Já na programação, mesmo levando em conta que muita coisa é totalmente desconhecida e outras de gosto duvidoso, acredito que o saldo ainda seja positivo. Aproveite e desfrute dessa parcela boa dentro da programação.
José Carlos, Pipa
Henrique
Martinho da Vila tem um samba que diz assim: "E pra completar falta só mesmo é votar pra presidente".
Nós já votamos pra presidente e faz tempo. E como sempre falta alguma coisa, pelo visto teremos nesse final de semana frio e chuva, tudo isso para que eles usem como desculpa para justificar o baixo público nos eventos sem grande atrativos.
E viva o tucanato. Sempre aprontando das suas.
André Ramos
amigos novos e antigos:
Márcio ABC publicou isso hoje no facebook na mesma linha do que havia escrito:
Virada pra que lado?
Acho que ninguém discute que Bauru teve uma das piores programações da virada cultural, mas não precisavam exagerar! Neste domingo à noite, no Vitória Régia, uma garota acho que búlgara (que, confesso, nem sei o nome e que apresentou um show de gosto duvidoso) subiu ao palco às 19h16 e saiu às 19h44. Ou seja, o show durou 28 minutos !!! Não acho que ela deva ser culpada por algo, mas quem a contratou deve prestar contas, sim. Qual foi o critério utilizado para trazer uma "atração internacional" que aparentemente não tem o que cantar? Houve algum lobby? Algum empresário interessado em faturar meteu o show goela abaixo dos responsáveis pela programação cultural? O que aconteceu, afinal? Se ninguém quer saber, eu quero. Meu nome é Márcio Antonio Blanco Cava, sou cidadão brasileiro, pago meus impostos em dia (e não são poucos nem baratos), luto pra caramba para sobreviver e quero saber como gastam o meu dinheiro. Quero sim!
Márcio ABC
Henrique - diretop do mafuá
VOU REPRODUZIR OS COMENTÁRIOS FEITOS NO POST DO MÁRCIO ABECÊ:
João Pedro Feza http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/05/virada-cultural-critica-desculpe-dena-mas.html
Virada Cultural /Crítica: desculpe Dena, mas...
www.jcnet.com.br
Vamos ser claros: Bauru merece mais.
Domingo às 23:54 · Curtir · 6
Silvio Selva até por trabalhar na área de produção cultural, digo numa boa e com conhecimento de causa 90 por cento das atrações da Virada são por lobby e ela é bulgara sim, é a Dena e segundo alguns, é atração da nova geração do rap europeu, algo semelhante a dizer que tal cantor é a nova sensação do samba tailandês....
Domingo às 23:55 · Curtir
Gustavo Araujo Longo Perfeito Márcio Abecê, perfeito João Pedro Feza
Domingo às 23:58 · Curtir · 1
Frederico Tebar Isso mesmo!
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Bruno Mestrinelli Perfeito Márcio Abecê e João Feza
Ontem às 00:05 via celular · Curtir
Gilson Dias Concordo caro amigo Márcio Abecê, falou tudo e mais um pouco! Concordo com o Silvio Selva com quem tive o privilégio de trabalhar e ajudar a implantar as duas primeiras viradas em Bauru. Nesse periodo eu não só retruquei a agenda que queriam enviar para cá como consegui trazer para shows excelentes. Infelizmente é isso, é lobby e como disse meu amigo Henrique Perazzi de Aquino, temos que nos sujeitar as restalhações politicas, lamentavel.
Ontem às 00:06 · Curtir · 1
Patrícia Maglio Marcio, acredite, em Campinas teve Trio Los Angeles.
Ontem às 00:09 · Curtir
Patrícia Maglio Pior que aqui, duvido.
Ontem às 00:09 · Curtir
Gilson Dias Concordo também com a materia do Jornal da Cidade realizada pelo amigo João Pedro Feza que fala com exatidão, porque além de bom gosto musical, conhece a história da musica brasileira.
CONTINUA...
continuação...
Will Poliveri Oi, Márcio! Não quis dizer que entendo da área, apenas quis dar um segundo ponto de vista. Concordo que faltou um segundo nome forte escalado para hoje que pudesse lotar o Vitória Régia e que entregar o fechamento do evento a uma artista que não possui sequer um CD lançado era arriscado e se mostrou um tiro no pé (pensando no objetivo do evento de reunir pessoas e não musicalmente, pois acho a Dena um aposta interessante). Um show de meia hora é mesmo curto demais, mas no conjunto tivemos um bom mosaico musical nos dois dias, com variações de maturidade artística. No final, não adianta: é uma avaliação que sempre vai ser mediada pelo nossos gostos e identificações pessoais. Abraço!
Ontem às 00:56 via celular · Curtir
João Pedro Feza Ninguém está defendendo ter só artistas conhecidos. Até porque ser conhecido não é garantia de qualidade. Da mesma forma, ter nomes do cenário alternativo não significa que vai valer a pena. O Sesc já abre semanalmente espaço, sim, para bons nomes que buscam seu espaço. A Virada, "em praça pública", precisa misturar melhor isso. Dessa vez, o eclético virou "mais do mesmo" - o mesmo "indie", alternativo, resultando em estranheza nem sempre criativa.
Ontem às 00:57 · Curtir · 3
Gilson Dias Todos que se apresentaram tem o seu valor, eu não discuto a qualidade artistica. Um ponto interessante do questionamento de Márcio Abecê, alem de mensurar a agenda e mais peso artistico, é tambem a questão gastos. Nesse projeto o estado banca o cahe dos musicos e transporte SP- Bauru-SP, inclu-se ai pessoal de produção e pessoal de apoio tecnico. A cidade sede dos shows banca toda a estrutura como hotel, palco, som, luz, pessoal de apoio via secretaria de cultura, alimentação todos, ou seja, para os artistas, produção e tecnicos, funcionarios da secretaria, transporte local, cahe de artistas locais, segurança, e por ventura mais algum item ou outro que esqueci de mencionar. Custa e custa muito caro! Quem paga? Claro que somos nós, então deputado Pedro Tobias, não retalhe a região que lhe garante na camara a tres mandatos. Temos sim o direito de uma agenda mais robusta. Trabalhei na produção das duas primeiras viradas, portanto ajudei a implata-las e sei o que estou falando, poderia falar mais, mas seria chamado de chato e antipatico. Fora o deputado tem o dedinho de uma pessoa maldosa nessa historia toda. Fecho aqui dizendo, "eles se acham", mas se acham com o dim dim do contribuinte. Lembrem-se o povo não paga "ingresso" mas paga toda a conta e fica muuuuiitooo mais cara que o "ingresso", muuuiitooo mais.
Ontem às 02:40 · Curtir
Ernesto Rodrigues Caro e Grde amigo .... Nem vou tentar falar algo mais, vc disse tudo ..........so lamento e Concordo contigo Grde abras.
Ontem às 05:37 via celular · Curtir · 1
Cristina Lima Martins Azzopardi Samba tailandês... kkkkkkk! Adorei essa!
Ontem às 06:01 via celular · Curtir
continua...
continuação...
Schubert José L R Uma programação 1/2 boca é isso aí...
Ontem às 06:53 · Curtir
Nádia Barnes Lembro do primeiro ano que fui ao show da Rita Ribeiro.. aquele foi o melhor (ou o único) decente!
Ontem às 08:55 · Curtir
Camila Turtelli Independentemente de qualquer coisa, acho que a Kelli Franco contraiu uma dívida
Ontem às 12:27 via celular · Curtir
Izabel Louzada Pobre, uma porcaria.
Ontem às 12:41 · Curtir
Ayrton Rodrigues Programação feita pelo Pessoal da Cultura de São Paulo, aqueles que fumam cigarro de EUCALIPTO COLOMBIANO..... Virada cultural aqui no interior sem moda de viola......??? até que um MPB dos anos 80 ou 90 até que VIRAVA mais, gente que canta musica de outros Países na nossa região.... CULTURAL DE ONDE? EU TAMBÉM NÃO ESTOU NO CLIMA.......
Ontem às 12:50 · Curtir · 1
Ayrton Rodrigues Virada Cultural em Marília, também não agradou,e tinha uma representante da Sec.de SP, que ficava interferindo no trabalho dos profissionais que queriam divulgar em TV a Cabo o show.... NATHALIA, POR FAVOR .. NÃO VOLTE EM MARILIA OK, SE FOR PRA ATRAPALHAR ,NÃO VENHA MAIS AQUI....
Ontem às 12:52 · Curtir · 1
FIM até 28.05.2013
Esse texto do Feza saiu hoje no Opinião do JC e expressa o espírito do que tratei dias antes dele.
Henrique - direto do mafuá
28/05/13 01:30 - Opinião1
Vira refletir
João Pedro Feza
Após mais uma Virada Cultural, o que se descortina são críticas e elogios. Na velocidade do show de encerramento, da cantora búlgara Dena (cerca de 30 minutos de apresentação), pude postar logo na sequência, no site do JC, uma consideração a respeito das atrações musicais do evento. Recebi reações de apoio e de discordância. Acima de tudo, vale incentivar a reflexão crítica para que novas viradas virem cada vez melhor. Não creio que deve ser centro de análise qualquer menção à extinção da boa iniciativa, como alguns chegaram a defender no Facebook. Calma lá.
Também é preciso ressaltar que o objeto de análise em questão foi a oferta de atrações musicais muito pouco conhecidas do público – ao contrário do que ocorreu em outras localidades. A Virada teve outras formas de arte – e isso precisa ser mantido. Vale lembrar que algumas casas de shows têm aperfeiçoado enquetes com seus frequentadores sobre que shows musicais gostariam de ver. Talvez a organização central da própria Virada também possa avançar em consultas desse tipo – já feitas, mas sempre há margens para melhorar.
E antes que você, prezado leitor, vire a página, tomo a liberdade de compartilhar abaixo a íntegra de minha crítica veiculada na Internet logo após o fim da Virada na cidade. Vamos ser claros: Bauru merece mais. Não é de hoje que a Virada Cultural desperta desconfianças. A edição de 2013 foi emblemática nesse sentido: deixou a desejar ao tímido público receptivo.
A última atração do domingo, cantora búlgara Dena, fez o que sabe em cerca de 30 minutos. Trinta? Foi isso mesmo? Ok, vamos à noite fria de sábado. A banda Tokyo Savanna foi um dos destaques barulhentos antes da mediana Pitty. Em Santos, neste mesmo domingo, Gilberto Gil e Jair Rodrigues. Ok. Em Botucatu, sábado: Almir Sater. Ok. Não sei onde, Otto... Não sei onde, o cantor da banda da Amy... Ok. Franca: Titãs. Em Bauru, Metá Metá (?) no domingo à tarde. Que foi legal, mas...
Os desconhecidos artistas da Virada 2013 em Bauru têm seu valor, só que a organização (digo, o governo estadual) precisa levar em conta outros tipos de apelos, interesses e pulsações. É bom conhecer o diferente - e também é bom ter acesso gratuito ao que é esperançosamente previsível, como um Lobão e uma Gal Costa - atrações de Jundiaí, cidade do porte de Bauru. A Virada em Bauru precisa mesclar, ser mais sortida - cadê o samba? Cadê o regional? Cadê o rock nacional setentista? Oitentista? Cadê a MPB? Abaixo, resumo da programação que rolou na Virada em Bauru. Obrigado, mas... Sábado: DJ Ricardo Venturini; Tokio Savannah; Bluebel & Black Tie; Pitty & Agridoce; Domingo: Lirinha, Metá Metá e Dena.
O autor, João Pedro Feza, é editor executivo do JC. E-mail: joaopedro@jcnet.com.br
Alexandra é minha amiga e sua carta, publicada hoje na Tribuna do leitor do JC expressa também o tema do meu escrito e merece ser juntada aos autos.
Henrique - direto do mafuá
28/05/13 01:30 - Tribuna do Leitor
Virada fraca
Achei tão fraca a seleção da Virada que não me dei ao trabalho de sair de casa. O descaso com Bauru continua. Acredito que os responsáveis desconheçam o valor e qualidade dos bauruenses e nos tomem por caipiras desinformados, que se contentam com migalhas. Desculpem os artistas que aqui estiveram, porém, ninguém está na mídia ou é uma estrela atemporal, como a Gal. Tenho a impressão que os organizadores enviam os artistas por ordem de importância para outras cidades (desconheço o motivo), e os que restam vem pra Bauru, já que aqui o vento espalha e a cidade recolhe.
Alexandra Ruiz Ayello
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