quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (65)
O EMPOBRECIMENTO DOS QUADROS TÉCNICOS DO GOVERNO Muito se diz em Bauru sobre as dificuldades na aprovação de projetos junto aos governos estadual e federal. Guardião, o super-herói de Bauru foi dar uma espiada no que está ocorrendo nas hostes da Prefeitura Municipal e encontrou um quadro desolador, mesas vazias e a efervescência em baixa nos setores que mais poderiam produzi-los. “O problema não é só local, mas a nível nacional. Falo sobre os daqui, porque quero vê-los resolvidos. Projetos ruins, falta de informações básicas, dados incompletos, entre outros entraves, têm não só paralisado inúmeras obras, gerado pedidos de extensão de prazos, de aditamento de preços e no caso dos projetos, por não existir quem os faça adequadamente, perde-se a oportunidade de buscar os recursos. E daí os recursos não chegam e na comparação com outras cidades, percebe-se algum entrave”, começa seu desabafo Guardião.
“Tudo isso são as consequências do empobrecimento dos quadros técnicos do governo. Muita gente que sabia muito em alguns setores chaves, das duas uma, ou se aposentaram ou pediram afastamento e foram trabalhar na iniciativa privada. Dessa forma, ocorreu um enorme enfraquecimento da máquina pública. Isso vale para estados, município e União, mas no caso de Bauru, além de ser como um nervo mais do que exposto, a solução prevista pela Prefeitura esbarra na aprovação da Câmara de Vereadores”, continua Guardião. Essa solução, proposta do prefeito Rodrigo Agostinho é a criação do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento, subordinado a ele, ou seja, ao seu Gabinete e com a criação de doze novos cargos de confiança. Os vereadores alegam que, dessa forma, o Instituto não terá autonomia e servirá para inchar o quadro de comissionados. “Acima dessa discussão está a necessidade de algo ser feito e já para resgatar as perdas dos técnicos. A cidade está acéfala, sem rumo na propositura de projetos. Falta gente especializada, a necessidade portanto é imediata. O que não pode é se aprovado, tudo ser preenchido por apadrinhados sem qualificação. A capacidade de planejamento dos município atrofiou-se. É sabido que entre 30% e 40% dos projetos apresentados hoje por prefeituras aos ministérios são rejeitados por falta de qualidade técnica. Algo precisa ser feito e muito bem acompanhado por todos nós, para não ser transformado em um cabide de gente encostada e sem serventia”, continua explanando o atento super-herói.
“É muito difícil elaborar projetos em condições de aprovação pelo governo federal, e sem eles não há dinheiro. Tudo é muito técnico hoje em dia. Será muito difícil elaborar esses projetos tento gente despreparada para essa finalidade e se isso ocorrer, além do dinheiro continuar não vindo, um inchaço bestial de gente sem nenhum serventia. Vamos cobrar uma solução imediata para o problema e denunciar toda e qualquer contratação sem a qualificação necessária. Os quadros do funcionalismo precisam também ser recompostos e o quadro de funcionários especializados reestruturados, qualificando melhor os que permanecem na ativa”, conclui Guardião. E enquanto a Câmara de Vereadores entra em recesso exatamente hoje, infelizmente, a questão deverá voltar a ser analisada somente no próximo ano e até tudo ser votado e definido, uma quantidade de projetos continuarão não sendo nem feitos. E sem eles, uma cidade um tanto estagnada.
OBS.: Guardião é criação do desenhista Leandro Gonçalez (www.desenhogoncalez.blogspot.com), com pitacos desse HPA nos textos e nesse escrito sob inspiração da matéria “A hora de pagar os pecados”, Carta Capital, edição 778, 11/12/2013.
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3 comentários:
Muito bom artigo. Muitos comissionados. Falta capacidade técnica, qualificação, muita confusão, algumas leis municipais necessitam de alteração, conselhos inoperantes, a maioria da população se omite. Desculpem, fiquei fora muito tempo.....algumas questões saltam aos olhos. Ficam os privilégios, utilização da máquina administrativa para interesses particulares e políticos ...
Maria Cristina Zanin Sant'Anna
Henrique
Hoje saiu isso no JC: http://www.jcnet.com.br/Politica/2013/12/instituto-nasce-com-12-comissionados.html
Seu texto do Guardião vai além disso, pois demonstra que a cidade perde pela falta de técnicos e expõe como sairam e a importância do tal Instituto ou algo parecido. O fato é que algo precisa ser feito e vigiado pelo povo. A cidade perde verbas por não ter gente que faça projetos decentes. Isso é inadmissível numa cidade com 400 mil habitantes.
Vamos vigiar juntos e botar esse Guardião para janbrar os sacanas.
Alvarenga
Fico triste de saber que algo do tipo acontece em Bauru. Infelizmente é o que se observa na esfera federal há mais de uma década, vide agências (des) reguladoras e no estado há mais de duas. Enquanto pensarmos a máquina pública a serviço de governos, partidos e projetos de tomada e manutenção de poder esse quadro lamentável de ineficiência se perpetuará. Ou se pensa num projeto de Estado, voltado para a sociedade ou estamos fadados à prosseguir com o processo de falência dos serviços públicos em marcha.
Cezar Grandini - São Paulo capital
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