segunda-feira, 14 de junho de 2021

ALFINETADA (204)


NOTÍCIAIS RUINS
1.) FAMÍLIA
Ligo para um muito próximo - muito próximo mesmo -, para felicitar pelo seu aniversário e dele ouço quando lhe pergunto se já tomou vacina.

- Henrique, eu não tomo a vacina, eu peguei a coisa lá atrás e me curei pelos medicamentos que vocês dizem não prestar. Não vou tomar vacina nenhuma. Já estou perto da idade de tomar, mas não vou tomar, nem eu, nem os os daqui de casa.
- Mas por que?, pergunto eu.
- Se você não sabe, só para ter uma ideia, se colocar uma moeda no lugar onde foi aplicada a vacina ela não cai, fica grudada na pele e se colocar em alguém que não tomou ela cai.
- E daí, o que isso tem a ver com eficiência e validade da vacina? - pergunto eu.
- Antes ela não ficava fixa na pele, hoje fica. Se tem alguma coisa a ver, deve ter, pois fazem experiências com a gente - me diz.
- Meu caro, que história é essa de antes não caia. Nunca tive isso em todas as vacinas que tomei na vida, nunca tive isso de colocar moeda no braço. Que maluquice é essa?
- Maluquice é você que pensa. Eu só estou te prevenindo. Tome cuidado. O grande mal está cercando a gente.
- Ah, tá bom, feliz aniversário e tchau. Tenho mais o que fazer.

Desliguei e ao repassar isso aqui como algo possível, o que acreditava não ser, vejo que a maluquice está mais do que enfronhada na mente de milhares. Ele, pessoa com nível universitário, religiosa demais da conta, bolsonarista até o último fio do cabelo, está nessa e como ele caiu, só de ler algo parecido, sei que outros podem aderir. Não vi mais possibilidade de dialogar com alguém nessas condições. Desliguei e vejo que parte do Brasil está irremediavelmente num processo sem volta, desmemoriados e agindo contra a Ciência. Gostaria muito de continuar tentando em todo tipo de possibilidade de conversa pela aí, mas tem alguns que já não permitem nem mais isso. Onde vai parar isso tudo?

2.) FIM DE FEIRA
Escrevinhei muito por aqui sobre a desilusão com as promessas da SMC - Secretaria Municipal de Cultura deste desGoverno da novíssima (sic) e imPerfeita (sic) Suéllen Rosim no comando do manche, onde a Cultura estaria no fundo do poço. Alguns ainda acreditaram - não sei se ainda acreditam -, pediam mais tempo e por fim, a secretária Tatiana Sá veio a público e disse que até o final do semestre, faltando agora somente 16 dias, teria início alguns editais, vários ao mesmo tempo. Eu já sabia, não precisando ser nenhum bidu, que nada ocorreria, mas nada como esperar para se certificar do engodo em curso.

Pois bem, o Dia D está chegando e das notícias circulando lá pelo local onde a secretária trabalha, algo me é dito:
- Henrique, ela jogou a toalha. Não vai ter mais editais. Tudo foi cancelado, pelo que entendi tem coisa do Jurídico novamente, essa a desculpa, eles botando areia e ela indo na onda.
- Mas vai ficar feio, hem! Ela prometeu em público, deu manchete no jornal - lhe questiono.
- Por aqui na Cultura o que dizem é que, ela já andou dizendo por aí que nada aconteceu por desinteresse da classe artística. Esses, pelo que ela diz, não demonstraram apoio e daí ela desistiu.
- Nossa - lhe respondo. Não acredito vai ter coragem para sustentar algo assim?
- Terá coragem sim, pois está lá para isso, repassar o que lhe é imposto. A Cultura sobreviverá nesse mandato pagando os salários dos funcionários e olha lá, nada mais. Não existirá repasse nenhum para nenhuma atividade, por menor que seja e os eventos agendados anuais, esses que procurem patrocinadores externos, pois desse mato aqui não sairá coelho nenhum. Feio mesmo é a cara que a secretária terá que ter daqui por diante, diante de promessa não cumprida.
- Eu ando com o recorte do Jornal da Cidade na pasta, pronto para esfregar na cara de quem ainda acredita em algo. Também pudera, né meu! Imagina um edital de projeto R$ 15 mil no final, para ser dividido entre tantos, dando algo em torno de R$ 200 reais para cada um. Não tem como algum artista se empolgar com algo assim. A credibilidade foi agora pra estaca zero.

Encerramos a conversa e hoje volto a passar na frente da SMC, só para espiar se as portas ainda se encontram abertas e logo mais à noite, para me certificar se não se esqueceram de apagar as luzes. Morreram e não sabem. Alguns servidores resistem, outros já desistiram. Quatro anos de marasmo total.

3.) REZANDO
"O que tem de ser, tem muita força! O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem do SENHOR. Provérbios‬ ‭16:1‬ ‭- Que Deus guie os nossos passos em mais uma semana!!! #DeuséBom", post de hoje da novíssima (sic) e também muito imPerfeita (sic) Suéllen Rosim. Saio para pagar contas e espiar a cidade pela janela, encontrando com dileto amigo, este trabalhando no covil da fera, Palácio das Cerejeiras e este me antecipa:

- Henrique, isso que você comenta do post é fichinha. O terceiro andar do prédio da Prefeitura tem um lugar especialmente reservado para o aparato de apresentação dela em público. Espécie de salão particular, com produtos variados, todos para que quando vista, encante e deslumbre os incautos.
- Tudo bem, isso por si só é uma aberração, mas pelo que sei a coisa vai além disso, com uma sala especialmente alterada só para recepcionar sua dileta mãe e também consultora. Mãe consultora é uma beleza, mas sendo ela prefeita e com a mãe vindo há pouco de outra cidade, pouco conhecendo da realidade daqui, deve ser um descalabro ter que atender os clamares vindos dela - questiono.
- Ela é uma simpatia, Henrique, confesso, mas ela e a prefeita rezam com muita assiduidade. Diante de qualquer problema estão a orar e assim não só reservadamente, mas fazendo questão de tudo ser devidamente registrado e divulgado. O problema surge e elas orando, assim crendo tudo será devidamente resolvido - me diz.
- Se oração por si só resolvesse seria tudo uma maravilha, né, mas sem a ação concreta, nada feito. Sabe dos resultados da ida dela até Brasília? - pergunto.
- Ela voltou com bastante fotos nos gabinetes, inclusive com um ao lado do ministro da Saúde, mas de grana pro município nada de concreto. Não conte pra ninguém, mas ela enrola a cidade, vai empurrando tudo com a barriga e crendo que, com o presidente se fortalecendo, algo de bom irá sobrar pra Bauru e, principalmente, pra ela.
- Ah, entendi tudo! - disse a ele antes dele se despedir.

Orar, dizem ser bom. Mas uma administração ser tocada na base da oração e da fé, sem ação concreta e substanciosa do outro lado, acho não só temerário, como prenúncio de que a equipe não estar dando conta do riscado. Daí, diante disso, só mesmo os céus para resolver a questão.

4.) COMO FOI POSSÍVEL
"Colunista Ricardo Kertzman votou no presidente, mas não pensa em repetir a dose.

No jornal “Estado de Minas” de hoje ele enumera os motivos: “Como pode ser possível apoiar alguém que:
- Golpeia a democracia todos os dias;
- Investe na cisão da sociedade;
- Negou a gravidade da pandemia;
- Subestimou o número de mortos;
- Anunciou o fim do vírus;
- Promoveu e incentivou aglomerações;
- Demonizou o uso de máscaras;
- Fez propaganda de tratamento falso;
- Debochou dos mortos e dos enlutados;
- Fez piada com gente sufocando;
- Mentiu sobre as vacinas e as boicotou?”...", postado aqui no facebook pelo João Pedro Feza e gileteado por mim.

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