segunda-feira, 21 de junho de 2021

COMENTÁRIO QUALQUER (215)


MIL MORTES
A imPerfeita (sic) exerce o cargo do alto, olhando a cidade sob outros olhares, o de quem vê, enxerga, mas faz questão de passar para os habitantes da cidade onde foi eleita, algo surreal, a de quem adoraria ter uma cidade com sem problemas, pois assim a administraria sem percalços, mas como vivenciamos um caos instalado, por inúmeros motivos, ela não tendo aptidão nenhuma para o exercício do cargo, finge que governa e faz o que sabe, joga pra galera. Triste ver sua mensagem sorridente na manhã de hoje, quando a cidade está alcançando a quantidade redonda de mil mortes. Suéllen Rosim não toca no assunto em suas postagens e o faz como se não existisse, pois se tocar e ter que fazer alguma coisa, não vai saber e daí sua máscara cairá. Assim ela tenta flanar, se fingir de morta e tocar o barco adiante, como se vivesse no País da Maravilhas, inaugurando mercados e lanchonetes, cantando na sua igreja e deixando a cidade ao deus dará, sob a batuta dos servidores que sabem o que fazer e continuam fazendo. Ah, não fosse estes, os que arregaçam as mangas e continuam na lida, luta e sendo, fazendo e acontecendo, o que seria desta terra varonil? Mil mortes e a novíssima (sic) louca para deputar e deixar logo de prefeitar. Só mesmo os muito bobocas pra dar aval pra continuidade deste projeto. Suéllen é uma vergonha para todos nós!

HERRAR É UMANO
Quando me perguntam se domino perfeitamente o português, minha resposta é direta e reta:
 

"Claro que não, pois este nosso idioma é como um potro selvagem, indomável e para muitos, dentre os quais me incluo, indecifrável". 

Sou constantemente inquerido dos meus erros nos contínuos textos e minha resposta é também sempre a mesma: 

"Prefiro continuar errando na escrita, mas acertando na pauta e se foi entendido, missão cumprida, passei algo adiante". 

Lembrei-me disso tudo ao passar pela rua Batista de Carvalho, entre a rua Araújo Leite e Antonio Alves, bem defronte onde um dia foi a Ferpel e lá num muro algo reverberando o que faço e desse jeito de escrevinhar também assimilado por mim.

GOSTOSO DEMAIS SER RECONHECIDO NAS RUAS - JACI, 18 ANOS DE ECONOMIA INFORMAL
Estaciono o carro ali na Treze de Maio, quase esquina com a Primeiro de Agosto, bem em frente a Banca do Aldilson, pronto para ir comprar um medicamento na Droga Raia, quando alguém me chama:

- Ei, você não é o irmão do arquiteto?

- Sim, sou o irmão do arquiteto.

Quem me aborda é o comandante de uma barraca ali junto da banca do Adilson, o JOACI FÉLIX. Confesso que não me lembrava dele, mas ele se lembrava de mim. Joaci é filho do seu João Félix, petista de longa data, arretado nordestino, destes que não nunca vai perder o sotaque. Quando me diz quem é, proseamos um pouco, ali na calçada diante de seu pequeno negócio, relembramos histórias e ele das vividas quando atuava com construção e trabalhou com meu irmão, ele e seu outro irmão, Joãozinho Félix, todos petistas.

- Então, parou com construção? E como vai aqui na economia informal?

- Parar eu não parei, quem parou foram as obras pelas quais éramos chamados. Tive que me virar e há 18 anos tenho essa banca, eu nessa quadra e minha esposa e filha outra na da frente. Nos revezamos e todo nosso sustento sai daqui, suor da calçada. Somos do Jardim Prudência, chegamos cedo, estaciono a perua aqui, sempre com Zona Azul garantida pelo Adilson e só saio daqui no final do dia, faça chuva ou sol.

- E como vai neste período, meu caro?

- Já esteve pior, agora está recuperando, mas tudo aos poucos. Fazendo o que faço eu não tenho como parar, pois não tenho outra forma de renda. Mesmo quando tudo estava parado, eu tentava algo, pois o mínimo que entrasse, era para mim e os meus mais do que necessário. Meu comércio de cintas, bonés, alguns eletrônicos de pequeno porte e até máscaras. Tem de tudo um pouco aqui nesse pequeno espaço. Eu te vejo sempre aí na banca do meu amigo Adilson, achei mesmo que não tinha me reconhecido.

- E não tinha mesmo, enfim, conheço bem seu pai e seu irmão, que militam no PT, mas você vejo pouco.

- Sim, eu tenho pouco tempo para fazer o que eles fazem. Meu negócio é aqui. Enfim, entra ano, sai ano e continuo com meu lugar, conhecido por todos. Aqui na região ninguém me conhece pelo meu nome, mas se disser BANCA DO ET, não tem quem não conheça. Sou testemunha viva de tudo o que acontece aqui nas ruas. A gente vê tudo, mas não conta tudo o que vê, enfim, trabalhar na rua tem seu lado bom e outro ruim, mas como não tem jeito, não se tem hoje outra coisa para fazer, é aqui que estou. Avise seu irmão que pintando obras, ele pode me procurar que, ainda sei fazer aquilo do mesmo jeito.

Eu adoro quando trombo com gente me propiciando contar algo mais, uma história de luta, como a do Joaci e presencio histórias inconclusas. Na farmácia acabei passando menos de cinco minutos, mas com ele ali na beira da calçada, creio ouvi pouco, pois podia contar muito mais, dizer aqui de suas aventuras no local, agruras e alegrias, mas não pude ficar mais. A pandemia nos assola, mas agora já sei mais um lugar onde poderei voltar em breve para dar continuidade na conversa hoje iniciada. Os trabalhadores de rua, ligados à economia informal são a verdadeira “força viva” desta cidade.

BODÃO SE FOI E O VAZIO NO PEITO SE AMPLIA
Ivan Alves Aparecido se foi ontem à tarde, pelo que sei, uma convulsão irreversível e apagou. Esse cara era um batalhador como poucos. Dos meus tempos de USC, hoje Unisagrado, ele tinha um trailler modesto num terreno baldio bem defronte a universidade e creio eu, tudo começou por aí, ele já bodando. Seu lugar onde mais frequentei foi no Redentor, cem metros da casa do amigo Sivaldo Camargo. Ia lá, pelo amigo morando ali perto, mas sempre aportávamos no Bodão e lá, o chamego com que nos recebia, cativante e envolvente me fez muitas vezes atravessar a cidade e deixar de comer um lanche aqui perto de casa, para rodar muitos quilômetros e aportar lá no Redentor, numa esquina que fervilhava a noite toda, pedidos pra cidade inteira. O Bodão colocava amor no que fazia e cresceu, bateu asas e se foi do Redentor, quando abriu uma casa mais luxuosa no Jd Aeroporto, lugar nobre. Venceu ali também, abriu restaurante em Pederneiras e agora, com o advento pandemia, ele ousava novamente e estava com lugar recém aberto, do outro lado da Nações, bem em frente ao Confiança Nações. Não deu tempo dele vicejar muito por ali e se foi ontem assim num plutf, com o vento, sem sofrimento. Inenarráveis histórias dele e de seu jeito bem peculiar de tocar seu negócio e a clientela. Bodão nunca deixou de suar muito a camisa e neste momento, quando ampliava ainda mais seus lanches pela cidade, se vai. Muito novo.

Muita dor para os amigos que dele gostam. O lanche é o de menos, quando o mais importante era ter aquele bruta cara ao nosso lado. Desses vazios que não conseguimos preencher mais na vida.

FORA BOLSUELLEN
Ainda do salutar e necessário ato manifestação de ontem em Bauru, além do grito pelo "Fora Bolsonaro", um algo a mais, quando começa uma evidente conscientização também pelo "Fora Suéllen Rosim", expressado em muitos cartazes como este, nas mãos e nos gritos. A foto eu não consegui identificar a autoria, mas da grita contra a imPerfeita (sic), algo ressonando pela cidade, já com grande repercussão, enfim motivos não faltam para a pegação de pé.

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