FALECEU UM HISTORIADOR DA MAIOR RESPONSA DESTA ALDEIA BAURUENSE, JOÃO FRANCISCO TIDEI DE LIMAEscrevi pouco dele, também pouca convivência, mas o li muito, pois seus livros são elucidativos para contar algo a mais das entranhas desta terra pouco varonil. Boníssimas lembranças de alguém que empreendeu a boa luta, travou capítulos efervescentes desta infindável batalha pela informação correta e uma História (com H maiúsculo) contada pela versão dos derrotados, ou seja, nós todos os na luta e lida. Algo onde o cito em alguns escritos pelo blog do Mafuá e uma foto tirada dele no Encontro Ferroviário, dentro da Estação da NOB, outubro de 2009: https://mafuadohpa.blogspot.com/search.... Enfim, a semana já começa com uma baita pedra pelo caminho. JOÃO FRANCISCO foi valoroso.
Três depoimentos sobre o historiador João Francisco:
- "Triste perda! Fizemos com ele talvez a sua ultima entrevista no Baurueiros. Sobre sua produção, revelações importantes sobre Waldemar de Brito e Treinamentos do Pelé, sobre a segregação social em nossas cidades... etc. Documento histórico. Grande colega professor. Deus dê sua paz à família e amigos", José Xaides.
- "Na única vez que conversei com ele, tive a oportunidade de dizer o quanto sua dissertação de mestrado direcionou minhas pesquisas. Trabalho de fôlego sobre a destruição das comunidades indígenas na virada do século XIX para o XX. Grande perda!", Edson Fernandes.
- "Meu amigo querido , historiador pioneiro da história de Bauru e parceiro de muitas lutas pela documentação da ferrovia ! Estou profundamente triste . Meus sentimentos à família", Lídia Possas.
“Amanda é uma eterna menina sem nenhuma condição. Agora mesmo, como pode – e consegue – lançar um livro diante de tudo o que estamos vivendo? Ela mal sobrevive. Aliás, como a maioria e quando o consegue, faz aos trancos e barrancos. O que a conduz, espécie de bateria para continuar vivendo é o ato de escrevinhar. Pelo visto o faz sem tréguas. Tira leite de pedra. A danada escreve, solta literalmente o verbo, conseguindo botar pra fora e em qualquer papel que encontra pela frente, tudo o que vai pela sua cabeça. Tanto faz ser de pão, cadernos velhos ou mesmo já dentro da modernidade, nos arquivos secretos de seu celular. O papel, dizem, aceita tudo. No caso dela, aceita mesmo e aqui nessa amalucada junção – ou tentativa de -, uma amostra da inquietude de pessoa ousada por inteiro. Ousada porque, quando tudo conspira contra, ela sempre encontra alguma saída. Para tudo consegue ir se safando, remando, galgando novos degraus, um por um, mas subindo sempre. Não era para ela estar escrevendo. Quem foi que a autorizou? Os tempos a exigem resignada, calada, contrita e quebrando a cuca para continuar sobrevivendo. Ralando e sobrevivendo. Sim, ela faz isso tudo e muito mais. Porém, não se entrega. Verga mas não quebra. Ao não se entregar ela sempre acabando fazendo “merda”. Ela escreve, escreve, escreve e assim mesmo, mesmo sem querer, dá um belo de um tapa de luva de pelica na cara de quem deveria fazer a mesma coisa e não consegue. A maioria se mantém aquietada, mas Amanda não. Como consegue? Esse livro é a melhor resposta de que tudo é mesmo mais do que possível. Ela quis, cavou tudo ao seu modo e jeito e o danado foi parido. A fórceps, mas foi. Ela é, dessas que, deixaria até de se alimentar para vê-lo publicado. E o que dizer dessa junção a endoidecer gente sã? Amanda me pergunta se gostei de algo, para apontar os erros e acertos. Não consigo, pois gostei de tudo. Ainda mais sabendo das condições de como tudo foi gerado, nos intervalos dos trampos, no meio da insone madrugada. Eu gostei de tudo, pois fui simplesmente socado, sem dó e piedade. Fui a nocaute, bombardeado por tão flamejante escrita, muito abaixo da linha da cintura. Ela escreve para isso mesmo, para causar, pois só assim é compreendida. Eu gosto, aprecio, me lambuzo todo. E mais, recomendo. Façam como fiz, estou até agora em estado de êxtase ou naquele momento quando o gozo está prestes a jorrar. Essa mulher é phoda!”.
A repercussão:
- "Lembrando que o cara é bolsonarista...", Arthur Monteiro Junior.
- "Conheço seu Orlando há mais de 30 anos. Desde o princípio gostei muito de sua banca. Já escrevi muito dele em registros no meu blog, o Mafuá do HPA. Vale muito pela resistência de mais de 40 anos no mesmo lugar e exclusivamente vendendo jornais e revistas. Foi até o fim assim, com pouquíssimas exceções. De seu pensamento político, a decepção começou quando do final do governo Lula e depois com Dilma, quando fui me afastando gradativamente e hoje, vez ou outra, passo lá mais para constatar de sua resistência. Já presenciei falas dele em defesa de Bolsonaro e contra o PT de arrasar quarteirão. Ele, assim mesmo já me confidenciou algo salutar, que mesmo com toda rejeição do PT, votou nas duas últimas eleições em Roque Ferreira. Roque passava lá frequentemente e conversavam. Orlando era um senhor de direita, muito influenciado pela mídia massiva e tudo o que fez com a cabeça do brasileiro. Pegou ódio da esquerda, mas não de Roque, a quem admirava. Isso me faz refletir sobre, mesmo dentre aqueles que abominam a esquerda, em alguns casos existe o reconhecimento, pois estes conseguiram ultrapassar a bolha. Já não conseguia nos últimos tempos travar nenhuma conversação política com ele, preferindo nem tocar no assunto. Hoje, quando vejo consumado o fechamento de sua banca, penso em outra, talvez a única que manterá sua banca para revenda exclusiva de jornais e revistas, a da Ilda, no Aeroclube. Nenhuma outra. Achei que devia escrever esse texto após a publicação, pelo simples motivo dele ter, mesmo odiando a esquerda, votar em alguém da esquerda e talvez, tantos outros como ele não sejam assim tão irrecuperáveis como pensamos. O trabalho de recuperação será árduo, mas creio, possível, HPA
- "Caro Henrique, seu texto é bem honesto e ilustrativo. Não sabia desta faceta da pessoa citada, afinal somente o conhecia porque, eventualmente, ia até a banca dele olhar as novidades, na busca de algo interessante. De fato, o que vc. escreve dá margem a muitas reflexões. A primeira, que o dono da banca, apesar da sua simpatia às ideias bolsonaristas ainda era capaz de reflexões importantes, a ponto de votar no Roque; segundo, a confirmação da importância política e social do Roque, inclusive para além da esquerda, por ser um militante que embora para muitos radical, cultivava a dignidade, a coerência e o respeito e, terceiro, muito do que vemos hoje de rejeição à esquerda em geral e adesão ao bolsonarismo é culpa da própria esquerda e, em particular, com todo o respeito, ao PT, que não soube cortar na carne os equívocos e desmandos, que são impossíveis de negar, jogando na lata do lixo toda uma história construída às duras penas. De qualquer forma, muito interessante o que vc. escreve, a demonstrar que ainda podemos resgatar velhas e atuais bandeiras e construir de verdade uma nova sociedade, se tivermos a humildade de reconhecer e corrigir erros, bem como separar o joio do trigo, resgatando a coerência e a melhor prática política", Athur Monteiro Filho.
- "Orlando foi meu fornecedor de hqs, jornais e revistas durante pelo menos 30 anos. A visita dominical era obrigatória e, não raro, uma corridinha durante o intervalo das aulas no Liceu nos 10 anos que lecionei nesta escola. Anotava minha compra num pedaço de papel com o nome "Prof. Almir' e eu acertava mensalmente. Ele nunca soube meu endereço ou telefone. Além de banca, também era um banco emergencial: às vezes falta um troco rápido para o ônibus ou um comprinha qualquer e ele fazia o 'empréstimo'. Me afastei há 2 anos, pela falta de interesse no que é publicado e pela diminuição da renda. No último domingo passei por lá para a despedida", Almir Ribeiro.
Na informação que repassou ao ar, todos estavam ali pois tiveram a informação de que, o referido posto estaria realizando testes de Covid. Na troca de informações, passam para o ouvinte algo dos mais perigosos numa situação como a atual, quando o munícipe está em busca de um atendimento dos mais insipientes, praticamente como se estivesse perdido no meio de um tiroteio. Sem consultar ninguém do Posto repassam no ar a informação de que, ali estaria ocorrendo a testagem de pacientes sem a necessidade de agendamento prévio ou senhas.
Dito isso no ar, foi o que bastou para em questão de poucos minutos surgirem mais e mais pessoas brotando assim do nada e a partir de então, a fila ganha proporções estarrecedoras. Não ouvi mais a rádio, mas vejo na sequência áudio de amigos e fotos do local, todos descrevendo o aumento gradativo de pessoas por lá. Um deles, cita algo muito além da fila inicial, enfim, "a rádio disse que aqui estariam fazendo teste sem necessidade de senhas". Simples constatação de como uma informação mal ajambrada, passada de forma irregular, quando não se mede as consequências, se já estava ruim, tudo pode piorar. São as tais responsabilidades de quem faz uso do microfone. Pelo que se vê, pelas ondas do rádio, algo pode ser tranquilizador, como também pode ser alarmante, dependendo muito de como a mensagem é passada aos ouvintes. Por fim, logo a seguir, Pittolli entrevista ao vivo o vice-prefeito e também Secretário de Saúde e este desdiz de que algo possa estar ocorrendo sem senhas e agendamento. Daí, a conclusão é que...
Nenhum comentário:
Postar um comentário