terça-feira, 1 de junho de 2021

BAURU POR AÍ (191)


A PREFEITURA ESTÁ NA LONA, MAS NÃO ASSUME ISSO – NOSSAS DÍVIDAS
Abro o único jornal impresso destas plagas, o Jornal da Cidade, edição de hoje e na coluna Entrelinhas, o vereador coroné Meira é citado: “O coronel Meira (PSL) foi incisivo ao afirmar que o município não tem dinheiro para as reformas, então apoia a iniciativa da entidade religiosa”. Ele versava sobre uma igreja em campanha arrecadatória para reforma de uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento, assunto já abordado aqui. O que quero discorrer é sobre a constatação do vereador sobre a situação financeira dos cofres municipais diante de tudo o que temos pela frente, desde pagamento de contas, salários e compromissos futuros, os tais inadiáveis e já acordados com a Justiça, ou seja, terão que ser pagos doa a quem doer.

O coroné sabe muito bem, estamos devendo até as calças e sem dinheiro nem para uma mera repaginada numa UPA. Seria situação para já nos entendermos como no fundo do poço? Preocupado em responder a contento essa instigante pergunta fui verificar a quantas anda nossa executada dívida com a COHAB. Dei uma olhada, agora, no processo: 0012357-66.2018.8.26.0071 contra a COHAB Bauru na 6º Vara Cível. Quais são os três andamentos mais recentes? 25 de maio, terça-feira passada: pedido de penhora - Banco Cidade - valor: R$ 93.824.676,18 - (atualizado até janeiro de 2021); 25 de maio, terça-feira passada: pedido de penhora - Anderson Clai da Silva Camargo e Outro - valor: R$ 1.052.772,08 - (atualizado até 28/02/2021); 25 de maio, terça-feira passada: pedido de bloqueio - CEF - valor: R$ 41 milhões - Petição EM CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. No site da prefeitura, (Bauru, um tempo novo, Bauru, sem limites), podemos ler, em 17 de janeiro de 2021:

"A prefeita Suéllen Rosim desejou sucesso ao novo presidente, e agradeceu ao antecessor, Arildo Lima Jr., que ficou por pouco mais de um ano no cargo. “Fiz a indicação do Coronel Canova pensando no melhor para a Cohab e para Bauru, procurando dar continuidade às negociações da companhia e sempre com transparência". Ou seja: nhenhenhém de quem não tem o que dizer... Coronel Alexandre Canova, o administrador do maior pepino bauruense, sentado em cima da maior dívida a atormentar a vida financeira e também lorotista juramentado: “O nosso primeiro objetivo é resgatar a credibilidade da Cohab, que foi perdida ao longo do tempo. Vamos promover alguns ajustes, para reduzir as dívidas e o montante devedor, que é elevado. Temos que fazer o melhor para Cohab e para Bauru, sempre”. O danado só não fez nada, como está caladinho da silva neste insólito momento. Só Jesus na causa... Ou, não?

Sabe você quanto é 1% - UM POR CENTO - para alguma proposta ao Juiz André Luís, da Sexta Vara, de algum necessário e imediato início de amortização daquela DÍVIDA? Tchan-tchan-tchan:13 milhões e seiscentos mil reais!!! Na operação João de Barro, que aplaudimos e defendemos, consta dos autos que o levantamento do Gaeco consignou os saques do Gasparini Júnior, durante 12 anos, na Cohab-Bauru, em R$ 55 milhões. Na ponta do lápis, essa assombrosa cifra não passa de infames 4,1% dessa nova/velha dívida que Gasparini Júnior et caterva impuseram ao pobre povo bauruense! Pois então, amado leitor, me diga, aqui, agora: Como é que os bauruenses estão conseguindo, ainda, dormir à noite? Pelo observado pela fala do Meira, não temos mais grana nem para o trivial do dia a dia, daí, insolvência à vista. Eu que devo migalhas espalhadas pelos quatro cantos da cidade, devo ter a mesma reação da Prefeitura e começar a propor que a iniciativa privada lance campanha para saldar minhas pendências? Por falar nisso meu PIX é esse aqui divulgado a seguir, pois como a Prefeitura, só assim honrarei as contas todas...

JOÃO NA PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL E POLIVALENTE NO QUESITO SUAR A CAMISA
Ao pegar o Jornal da Cidade, edição de hoje aqui no portão de casa, eis um baita amigo em foto ali estampada na primeira página. JOÃO SIDNEY FELIPE, 67 anos está ilustrando a matéria “Prefeitura realiza teste em feirantes e rurais” e na foto, o braço do amigo está sendo perfurado pela agulha com as gotinhas salvadoras. Ufa! Estranhamento por estar tomando a dose só neste momento, pois pela idade auferida, já deveria ter feito e com as duas doses. Sendo só teste, ele ileso, vida que segue. Olho para a foto e imagino todo o entorno e como deve estar a vida do valente João, feirante de longa data. Quero escrever umas linhas deste cidadão, hoje para mim, uma importante personalidade destas plagas. Ele já viveu de tudo na vida e hoje, cuidando da mãe, com os pés e mãos rachadas, sempre mexendo com terra e suas implicações. O conheço de longa data e quando o conheci, décadas atrás ele vendia roupas finas numa dessas lojas da Batista de Carvalho, Wilson Roupas, sempre com roupas impecáveis, vinco e dobras na estica. Não sei como se deu o desenlace com este lado de sua vida, mas logo a seguir já estava com banca na feira.

Tinha arrendando umas terras e ali suava literalmente a camisa, calças e cueca. Trabalhou pra dedeu, sempre o fez. Plantava e vendia nas feiras, sendo a principal a da Gustavo, dominical, numa banca que mantém até hoje, pra quem desce, lado esquerdo, pouco acima da esquina com a Ezequiel. Já vendeu de tudo, desde verdura, frutas e tudo o mais. Tentou de tudo. Ele namorou e casou com a irmã de minha primeira esposa e nas conversas que travávamos, peguei gosto pela sua simplicidade, honestidade e a não importância com linguajar e trajes. Do jeito que saia da roça adentrava a casa da sogra. Ela permitia, pois ele trazia junto sempre uma cesta com variedades. Não era dado as conversinhas e rodinhas. Tinha um propósito e dele não se afastava. Logo a seguir ele, da época em que tinha uma Brasília amarela, fez um ponto famoso para vender furtas e legumes, ali na rua Antônio Alves, defronte do Empório Barres, do outro lado da rua. Ficou famoso vendendo flores e mudas. Certa feita, por pouco não o inscrevi no quadro “Lata Velha”, naquele programa do Luciana Huck da TV Globo, pois o seu brotava plantas nas terras no interior do veículo.

João casou, descasou e hoje a dedicação de sua vida é para as plantas. Virou uma espécie de consultor para assuntos verdes lá do Ceasa Bauru, desde quando um amigo, este comerciante, o convidou para cuidar de seu box e daí pra frente é uma espécie de Embaixador do lugar, pois entende de tudo. Quantas vezes surge alguma dúvida sobre alguma planta, tempo certo para aguar, colher, plantar e quando algum vendedor por lá se vê em saia justa, sai com essa: “Melhor perguntar pro João”. O danado é referência, entendido mor em plantas variadas e múltiplas, portanto, pessoa de múltiplos saberes e utilidades. Atualmente fica lá pelo Ceasa todos os dias da semana e também aos sábados, pelo menos na parte da manhã e no domingo, para não perder o ponto, o vínculo e deixar de rever os amigos e seus clientes está na feira dominical. João não deve ter mais nenhum roupa dos seus tempos de calças de vinco, pois hoje, por onde ande, em suas vestes vestígios de terra. Esse o seu mundo, é nele que gravita e é soberano.

Ao olhar para a foto hoje estampada em destaque no único jornal impresso desta cidade, bela foto por sinal, autoria da Thayna Polin, assessoria da Prefeitura Municipal, essas histórias todas me voltam à mente e não me contenho. Sento e batuco algumas lembranças. O tempo voa, ele certa feita quis tentar sair desse negócio e tentar a vida em algo mais calmo. Foi quando prestou um concurso público, nem me lembro se para alguma coisa na Prefeitura ou cargo no serviço público estadual. Pediu apostilas e livros, mas sei que mesmo empenhado, a coisa não deu certo, não frutificou, não vicejou, pois mesmo que quisesse, seu negócio era outro. Ele é catedrático em questões de terras e plantas, conhecimento adquirido não por livros e compêndios, mas pela sapiência dos anos de labuta, vivência. Tempos atrás ele morava ali perto da Flor do Amor, no jardim São Geraldo, casa dos pais. Quando seu pai se foi, juntou a mãe, vendeu tudo e se bandeou para algum lugar rural, onde mora e planta. O hoje vacinado João tem história por essas plagas. Meu chapa. Escrevo dele infinitas histórias de cabeça, de memória e em todas, nenhum o desmereço, o desqualifico, pois ele é um grande sujeito, simples demais da conta. Seu olhar vislumbrado ali na foto do jornal me fará escapulir aqui de casa ir vê-lo na feira no próximo domingo e se não puder, baixo lá no Ceasa sem avisar e marcar hora. Saudade a gente só resolve assim, olhando o outro frente a frente, olhos nos olhos. Saudade de ouvir a voz do João.
Obs.: Clique no link a seguir e leia tudo o que já escrevi deste João no blog Mafuá do HPA: https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=Jo%C3%A3o+feirante


RELACIONAMENTO EXTRAPROFISSIONAL NA COHAB BAURU
Quanto mais a gente repassa, atentamente, a leitura das 545 páginas que o GAECO-Bauru e o juiz Fábio Bonini, da 4ª Vara Criminal de Bauru tornaram públicas, mais espanto, mais ira ...

Como está claramente enunciado no item XII, à página nº 543 - DO DESFECHO - foram indiciados como incursos em inúmeros crimes: Edison Bastos Gasparini Júnior, ex-presidente da COHAB de Bauru por 14 anos, além de sua equipe, Paulo Sérgio Gobbi, Mirian Renata de Castro Navarro, Marcelo Nascimento Alba e Thayná Maximiano Salcedo,

Como foram apreendidos todos os documentos profissionais e pessoais desse pessoal e quebrados os seus sigilos bancários, telefônicos e telemáticos, revelações terrivelmente espantosas remansam nas páginas do longo inquérito.

Um exemplo.

Constam, a partir da página nº 495, os detalhes de um RELACIONAMENTO EXTRAPROFISSIONAL.

Juntando habilidosamente pedras de um quebra-cabeça, os três promotores conseguiram provar que o presidente da empresa manteve longuíssimo "caso" com sua principal servidora na equipe.

No dilatado período de convivência profissional de ambos, quando o superintendente a promove ao cargo-chave para o exercício criminoso de ataque aos cofres da companhia, ou seja, a Chefia de Divisão DAF/FCVS/CPD, a denúncia apurou que entre 2015 e 2019 o casal viajou 27 vezes para Brasília-DF, viagens "todas custeadas em espécie e a título particular pelo então presidente Gasparini".

Para o Rio de Janeiro no mesmo período, entre 2015 e 2019, foram 29 viagens, "algumas com duração superior a 3 dias".

Está lá, na página nº 501:
"Além das mensagens e contatos acima demonstrados, o estreito relacionamento entre EDISON GASPARINI e MIRIAM RENATA chegou ao ponto de também dar ensejo a viagens internacionais conjuntas".

Para Frankfurt, Alemanha, entre 6 de maio de 2812 e 12 de maio de 2012 e para Nova Iorque, USA, entre 23 de março de 2013 a 27 de março de 2013, com todas as despesas tendo sido pagas por Gasparini, em dinheiro vivo.

Sobre essa presunção da acusação de que deve ter havido cohabitação entre o presidente a diretora, a veemência está na página nº 496:

"Primeiramente, conforme conteúdo extraído do aparelho celular de EDISON GASPARINI, que foi objeto de apreensão e análise 454, verifica-se que no dia 17/12/2019, às 01h09min19s, a denunciada MIRIAM RENATA envia uma mensagem bem carinhosa a GASPARINI, através do aplicativo WhatsApp, dizendo “Saudade pra sempre”.

Foi na madrugada que antecedeu a manhã em que a polícia entra na casa dele e faz aquela inacreditável devassa ...

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