segunda-feira, 31 de maio de 2021

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (144)


MISTURA DESAGRADÁVEL: PODER PÚBLICO E PODER IGREJEIRO
Aqui em Bauru, desde a eleição no último pleito da novíssima imperfeita (sic) Suéllen Rosim como alcaide municipal, as coisas andam bem turvas e confusas. Guardião, o super-herói bauruense, sempre atento nas transformações ocorridas nas hostes intestinas desta cidade, até para não confundir ainda mais as mentes dos bauruenses, cita somente um recente exemplo de como tudo anda no desvario, diria mesmo, desvios inenarráveis e fora da legalidade.

"Desde que assumiu o desGoverno municipal, Suéllen tem nos proporcionado fortes emoções, pois além de fugir da real administração da cidade, passa boa parte do dia tuitando pelas redes sociais, toda maquiada e fugindo dos reais problemas de qualquer administração. Vive no mundo da lua e neste momento, meio da tarde de segunda, prefere gravar um áudio na inauguração de lanchonete franquia do Burguer King's do que, se mostrar presente sobre a falta de leitos hospitalares para os coronados. Enquanto Ribeirão Preto fecha tudo e por lá, cidade tão neoliberal como aqui, a decisão foi por trancar tudo, mas aqui é como se nada estivesse acontecendo, perdição total e descalabro administrativo de grande monta".

Guardião faz essa pequena introdução para adentrar o tema que hoje o traz aqui para junto de seus admiradores: "Algo mais do que estranho ocorre em Bauru e mais do que perigoso. O anúncio pelas redes sociais de uma igreja neopentecostal da cidade, a Rasgando os Céus, diz que está em plena campanha arrecadatória para reformar a UPA - Unidade de Pronto Atendimento do jardim Ipiranga, informa desde o PIX e conta corrente para fiéis e populares fazerem contribuições, que segundo o anúncio seriam todas revertidas para a reforma. E daí, sentei, pesquisei, fui olhar a legislação existente e pergunto: Mas isso tudo não é obrigação do poder público, no caso a Prefeitura Municipal?".

O incauto, gaiato e bem intencionado cidadão poderia perguntar assim como quem não quer nada: "Mas isso não é bom? A iniciativa privada ajudar o poder público?". Guardião responde: "Em primeiro lugar não se trata de poder público e sim de poder religioso, algo pelo que se vê, totalmente sem controle e fiscalização, ou seja, tudo feito pelos administradores da igreja, que receberiam as importâncias e contrataria ou repassaria valor para empresa ou Prefeitura. Ou seja, algo de muito estranho e totalmente fora dos parâmetros legais ainda vigentes. A gente sabe que, bolsonarista e fundamentalista gosta de inovar, sair pela tangente e agir ao seu modo e jeito, mas precisam entender que no país existem leis e elas devem ser seguidas. Uma igreja arrecadar, usar o nome do poder público para tanto e depois, repassar valor ou mesmo dizer que conseguiu pouco e daí, desiste no meio da obra, deixando a batata quente pra Prefeitura. E quem vai controlar o que entrou de grana na conta deles? E eles poderia utilizar para outra finalidade? Pelo sim, pelo não, creio que estão tratando as contas públicas como algo onde podem fazer o que quiserem e se nada for feito, muito mais virá pela frente". Segundo Guardião, esses todos devem mil explicações para Bauru, que não pode aceitar tudo como algo vindo dos céus...

NA PRIMEIRA PÁGINA DOS DOIS JORNALÕES BRASILEIROS, EDIÇÃO DOMINICAL, NADA SOBRE O POVO NAS RUAS PELO "FORA BOLSONARO", ASSIM COMO NO JORNAL DA CIDADE, AQUI DE BAURU
Para estes, ou não existe isso de povo nas ruas lutando para sacar do poder os malversadores, ou eles estão do lado do opressor e com essas capas não conseguem esconder onde se encontram. Ou seja, não dá para contar com a mídia hegemônica/massiva, pois sempre jogaram contra os interesses populares. Seja aqui em Bauru, em SP, RJ ou qualquer outra capital, não fosse os meios alternativos, a informação estaria truncada e nos sendo passada da forma como eles querem. A verdade dos fatos só sai publicada pelos nossos meios e a divulgada pelos deles é sempre contra o povo e seus interesses.
HPA - Bauru SP, começando a segunda indignado, 31 de maio de 2021.

Um comentário:

Anônimo disse...

Henrique, a meu ver isso é mais um episódio da guerra cultural promovida pela blogueira Suh Tube. Ela utiliza os mesmos métodos da comunicação bolsonarista. Essa campanha, ainda que bem-intencionada fosse, é ilegal. A prefeita, que também é dona da igreja, deveria saber disso, na medida em que conta com assessores que entendem da legislação e de orçamento público. Por que, então, insistem em levar a iniciativa adiante e ainda levam esse debate para as redes e a Câmara Municipal? Eu penso que eles fazem isso porque sabem que a iniciativa vai fracassar, pois algum opositor acabará denunciando à Justiça, que será obrigada a melar a pataquada toda. Nisso, porém, Suh Tube e sua turma poderão dizer que estão sendo perseguidos por questões religiosas, impedidos de trabalhar, etc. Vão também atacar a burocracia estatal, que é vista pelo cidadão comum como algo que atrapalha a vida das pessoas e um empecilho ao bom funcionamento da sociedade. Com isto, ela ganha argumentos para sua cruzada privatista. Então, a campanha da igreja diz respeito a uma UPA, mas pode ser também acerca de Emdurb, DAE e outros órgãos públicos. Será preciso ter muita inteligência para lidar com essa situação. O sujeito que está doente não quer saber de onde vem o dinheiro da reforma. Ele quer uma UPA reformada, mesmo que seja com dinheiro de igreja. Ora, se a igreja quer arrecadar dinheiro para reformar um órgão público, por que não deixam, mas criam um sistema para auditar cada real que é depositado nessa conta, incluindo a origem e o uso? A reforma de uma UPA não é coisa barata, que se faz com R$ 30 mil. É coisa de meio milhão para cima. Eu estou chutando por baixo. É evidente que se ficar apenas nas doações pequenas de fiéis, não vão atingir o objetivo. Sabem que não vão atingir, mas estão esperando algum adversário melar, para posarem de vítimas.
jornalista Rodrigo Ferrari