Obs.: Charge que aqui ilustra as duas citações, inspirada em Picasso, é do Aroeira.
O QUE FOI O 15 X 1
Muito se fala dessa expressiva votação ocorrida ontem na Câmara Municipal de Bauru, quando na maior movimentação do dia, união nada insólita e já esperada, foi barrada a Moção de Repúdio à iniciativa do Projeto de Lei nº 504/2020, aqui já explicada ontem em outra publicação. A vereadora Estela Almagro PT queria deixar expresso que, Bauru e sua classe política rejeitava algo criminalizando toda e qualquer pessoa ligada ao movimento LGBT, quando suas imagens forem veiculadas em propagandas. No projeto, inicialmente tentando vincular a propaganda infantil, mas na verdade, generalizando para tudo o mais, ou seja, só a menção de pertencer ao mundo LGBT um perigo, com punições mais que exageradas, diria mesmo, discriminatórias e bem ao estilo genocida.
Dizem que o pau quebrou nos bastidores, mas pouco sei disso. O que sei é que, outro vereador, o Meira, pede a palavra e sugere que Marcos Souza, vereador ligado ao movimento LGBT, diga o que acha do projeto. Só daí Marcos Fala, mas não o faz incisivo. Foi como se quisesse se desculpar e assim, deu mais gás para o massacre a seguir. Muitos outros ironizaram a iniciativa, como Chiara Ranieri. Deprimente, pois ocorreu ali algo constrangedor para os tais ditames democráticos. Deu para perceber que, se Estela, totalmente sozinha na Câmara, diante de tanto negacionismo ladeando-a, se não pensar melhor nas suas ações, perderá todas, pois assim eles já decidiram, isolar e estraçalhar.
DOS INESPERADOS REENCONTROS
Após o término do 46º Lado B - A Importância dos Desimportantes, meu bate papo semanal com personagens destas plagas, todos com boas histórias e relatos de vida pra contar, desta feita com um amigo conhecido pelas ruas e embates bauruenses, Montinegro Monti, violeiro e inquieto social, como também me entendo. Ao final da conversa, ele me envia outra mensagem e nela quase caio das pernas. Num áudio reproduz um recado que sua mãe, dona EMILIANA me envia. Primeiro ele me comunica, que sua mãe ao me ver na transmissão, diz que me conhece e conta de onde. Ela, creio que quando tinha lá pelos meus doze a quinze anos, mais ou menos, trabalhou em casa. A residência dos Perazzi de Aquino era onde é hoje o Mafuá, lugar onde cresci e vivi boa parte de minha vida, bem ao lado do rio Bauru.
Pois bem, dona Emiliana ia semanalmente em casa, residência de seis pessoas, pai ferroviário e professor, mãe professora, ambos num corre danado para criar os quatro filhos. Ela, dona Eni fazia muito, mas não dava conta de tudo e daí, algumas vezes vinham lhe ajudar nos afazeres domésticos. Uma dessas era dona Emiliana, de muita boa recordação, quando se deslocava lá da Santa Luzia - o mesmo lugar onde mora até hoje - e vinha em casa passar roupa. Quando via foto me passada pelo Montinegro, o sorriso de sua mãe me voltou à mente assim num estalo e com ele inevitáveis lembranças.
O QUE FOI O 15 X 1
Muito se fala dessa expressiva votação ocorrida ontem na Câmara Municipal de Bauru, quando na maior movimentação do dia, união nada insólita e já esperada, foi barrada a Moção de Repúdio à iniciativa do Projeto de Lei nº 504/2020, aqui já explicada ontem em outra publicação. A vereadora Estela Almagro PT queria deixar expresso que, Bauru e sua classe política rejeitava algo criminalizando toda e qualquer pessoa ligada ao movimento LGBT, quando suas imagens forem veiculadas em propagandas. No projeto, inicialmente tentando vincular a propaganda infantil, mas na verdade, generalizando para tudo o mais, ou seja, só a menção de pertencer ao mundo LGBT um perigo, com punições mais que exageradas, diria mesmo, discriminatórias e bem ao estilo genocida.
A Alesp, adiou a votação, pois o projeto é escabroso e se aprovado, algo atentatório à liberdade num todo. Quer dizer, nem lá na origem do negócio, deve acontecer a votação favorável, mas aqui em Bauru, hoje reconhecido reduto fundamentalista, se deu um 15 x 1. Estela foi inocente, pois deu corda pra os boçais pegarem pesado, não só contra o projeto, desvirtuado nas falas do vereador Eduardo Borgo, como usar a tribuna para falar mal do PT, de Lula, do STF e tudo o mais. Ela falou por pouco mais de oito minutos e ficou reservado, um minuto e pouco para, se necessário, falar depois. Borgo veio e bagunçou o coreto, trocou as bolas e ao falar de crianças, enfatizou nisso e mesmo ciente do projeto ter outra conotação, engambelou a todos. Também falou por oito minutos e quando Estela voltou ao microfone, tinha pouco tempo e ainda, ao final teve que ouvir Borgo desfiar rosário de bestialidades sem poder reagir ao vivo.
Dizem que o pau quebrou nos bastidores, mas pouco sei disso. O que sei é que, outro vereador, o Meira, pede a palavra e sugere que Marcos Souza, vereador ligado ao movimento LGBT, diga o que acha do projeto. Só daí Marcos Fala, mas não o faz incisivo. Foi como se quisesse se desculpar e assim, deu mais gás para o massacre a seguir. Muitos outros ironizaram a iniciativa, como Chiara Ranieri. Deprimente, pois ocorreu ali algo constrangedor para os tais ditames democráticos. Deu para perceber que, se Estela, totalmente sozinha na Câmara, diante de tanto negacionismo ladeando-a, se não pensar melhor nas suas ações, perderá todas, pois assim eles já decidiram, isolar e estraçalhar.
Foi uma vergonha, bem com a cara do Brasil dos tempos atuais. Bauru tende a envergonhar cada vez mais as pessoas sensatas, decentes e entendendo de fato o que se passa. A maioria da Câmara hoje vai além do conservadorismo e diante deste 15 x 1 (o presidente, justamente Marcos Souza só votaria em caso de empate), algo mais do que evidente: Bauru retrocedeu muito, existem os conservadores, a direita e os ultradireitistas, todos unidos em prol de algo em comum. Muito tato para ir tratando de temas em prol da defesa de minorias, movimentos sociais, trabalhadores e batendo de frente com os interesses dos poderosos de plantão. Nesses cinco meses de Suéllen e dessa nova composição na vereança, creio que, com somente uma pessoa lá dentro propondo algo diferente, a estratégia daqui por diante terá que ser muito bem pensada, pois já se sabe, impossível ganhar algo, mas que ao menos fique demonstrado em cada nova sessão o quanto são ridículos, desprezíveis e pérfidos. Que ao menos se consiga, por quem se encontra isolada, ir mostrando a verdadeira face destes perfilados quinze vereadores a cada utilização da tribuna, pois do contrário, estará totalmente aniquilada. Sabe o "tudo dominado"? Pois é, plena vigência. Todos contra um e um contra todos.
Após o término do 46º Lado B - A Importância dos Desimportantes, meu bate papo semanal com personagens destas plagas, todos com boas histórias e relatos de vida pra contar, desta feita com um amigo conhecido pelas ruas e embates bauruenses, Montinegro Monti, violeiro e inquieto social, como também me entendo. Ao final da conversa, ele me envia outra mensagem e nela quase caio das pernas. Num áudio reproduz um recado que sua mãe, dona EMILIANA me envia. Primeiro ele me comunica, que sua mãe ao me ver na transmissão, diz que me conhece e conta de onde. Ela, creio que quando tinha lá pelos meus doze a quinze anos, mais ou menos, trabalhou em casa. A residência dos Perazzi de Aquino era onde é hoje o Mafuá, lugar onde cresci e vivi boa parte de minha vida, bem ao lado do rio Bauru.
Pois bem, dona Emiliana ia semanalmente em casa, residência de seis pessoas, pai ferroviário e professor, mãe professora, ambos num corre danado para criar os quatro filhos. Ela, dona Eni fazia muito, mas não dava conta de tudo e daí, algumas vezes vinham lhe ajudar nos afazeres domésticos. Uma dessas era dona Emiliana, de muita boa recordação, quando se deslocava lá da Santa Luzia - o mesmo lugar onde mora até hoje - e vinha em casa passar roupa. Quando via foto me passada pelo Montinegro, o sorriso de sua mãe me voltou à mente assim num estalo e com ele inevitáveis lembranças.
Reviver o passado desta forma e jeito é algo com pitada de inebriante prazer e contentamento. A cabeça de qualquer ser pensante pulsa delirantemente diante de lembranças dos seus tempos de antanho, ainda mais quando essas são mais do que agradáveis. Creio, que certa feita, não me lembro porque, fui conhecer a casa de dona Emiliana e a memória, mesmo cheia de falhas, guarda algo daquele dia. Não se a fomos levar depois de um dia com algum percalço, talvez chuva forte, mas o fato é que desde que seu filho me passou as fotos, aquele sorriso não me sai da memória. Com ele fui dormir ontem e com ele acordo hoje.
Ontem minha irmã me dizia não saber como se deu o fim das idas de dona Emiliana lá em casa. Eu muito menos me lembro. Seria muito para cabeça tão fervilhante e em polvorosa diante de tanta coisa a revolver lembranças, turbilhão de acontecimentos, mas sempre existe um lugar reservado para histórias como essas. Foi divinal ouvir da própria voz dela, no áudio a mim enviado, do quanto queria bem minha mãe, ou seja, tinham um relacionamento que ia pra além do serviço prestado. Não consigo me lembrar se ela algum dia levou algum dos filhos - sete ao todo - lá em casa durante seu horário de trabalho. Será que já tive contato com o Montinegro antes e não sabia? Talvez ela elucide isso quando por lá aportar, pois fui convidado, para junto dos irmãos ir lá na Santa Luzia. Iremos, mas não já, ainda não é o momento. Por enquanto, conversas pelo telefone e a voz a trazer lembranças mais que boas. Hoje paro tudo e batuco essas poucas linhas, pois precisava colocar pra fora algo do maravilhamento de certos reencontros, dessas possibilidades que a vida nos proporciona e só para demonstrar o quanto tem de bela.
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