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OBS.: O Santos ganhou o jogo por 2 x 0, escapou da degola, o São Bento caiu...
ATÉ NO FUTEBOL, OU MELHOR, INCLUSIVE NO FUTEBOLOutro dia estava assistindo um jogo justamente do Santos, estava numa melhor fase da de hoje, quando quase foi para a segundona do Paulista. Falávamos da jovem revelação, um menino de 16 anos, fazendo gols maravilhosos e foi quando surgiu na conversa o que se passa nos vestiários antes e depois do jogo. "Tá ficando tudo dominado, é oração pra tudo quanto é lado, meninos mal começando e já dominados e um clima pesado para os que não professam nenhuma religião, ou seja, os religiosos pressionam e deixam apartados os que não estão na mesma deles", me disse o amigo. "Preste atenção nesse garoto aí mesmo, os sinais que ele faz e as falas depois dos jogos, nas entrevistas, aquela ladainha de doer os ouvidos", concluiu.
Fui conferir e constatei que o domínio hoje é esse mesmo. Outro dia num jogo do Palmeiras fiquei prestando a atenção no goleiro deles e antes e depois do jogo, não é só os gestos que a gente estava acostumado a ver antes. Existe um exagero hoje, algo perigoso. Fui ouvir sua fala pra uma TV e quase cai de quatro, o cara usou a maior parte do tempo para louvar, louvar e louvar. Não é pra menos que, num jogo de Copa do mundo, um técnico de um país europeu disse que o jogador brasileiro está perdendo espaço no mundo, não por suas qualidades, mas pelo excesso de religiosidade, que os tornam desligados de certas atividades e só pensando naquilo, "muito bitolados", foi o que disse.
Eu tenho a mais absoluta certeza de que tudo o que é feito em excesso é mais do que ruim e, infelizmente, hoje mais do que perceptível, infelizmente o fanatismo está se dissimulando de forma a ocupar muito espaço. Sei isso não ocorrer somente no futebol. Semana passada na Câmara de Vereadores de Bauru, quando deram a palavra para um vereador pastor começar sua fala de dez minutos, ele pelo menos fez uso de uns três minutos para louvar, agradecer, enaltecer, propagar e só depois usou seu tempo para dizer de fato do motivo de fazer uso da tribuna. Quando meu amigo me disse do que acontece nos vestiários, penso na reunião antes e depois dos jogos, algo como se ali fosse um templo e não local para a prática do esporte. Na TV, quando das entrevistas de muitos atletas, percebo jornalistas tentando não dar atenção, mas antes mesmo deles começarem a falar, a ladainha é sempre a mesma. Acredito que um mundo dominado por isso, tudo nos costados da religião, gente mais do que dominada por isso, todos perdemos coletivamente. Enfim, fanatismo é uma nhaca e este país, quer queiram ou não, está no fundo do poço já muito por causa dessa desmedida veneração.
A MODERNA ESCRAVIDÃO HUMANAEu ando estudando com mais afinco e dedicação o que se passa em algumas cidades pequenas no entorno de Bauru e numa delas, uma relação empregatícia explícita de “nova escravidão”. De nova não tem nada, o que ocorre hoje é bem simples, com Bolsonaro as relações trabalhistas se deterioraram e o empregador virou um rei, o dono do pedaço, manda prender e soltar. Sendo o único que dá emprego, coitado dos empregados, pois sem fiscalização, o patrão faz o que quer e como a maioria destes só pensa em acumular, se enriquecer mais e mais, pagam o que querem, como querem e até mesmo quando querem. Tem algo velado de perversidade, pura malvadeza, verniz de algo legal, dentro da lei, porém sem que nada ocorra a quem a pratique. Punição zero.
Eu não quero citar o nome da cidade onde ando fazendo a maioria de minhas observações e estudos, até para não prejudicar ainda mais o pobre do trabalhador, pois um dos patrões já declarou em alto e bom som que “se for inquerido, cobrado e me colocarem na Justiça, paro tudo e vou fazer outra coisa, deixando todos vocês sem emprego e sem quem arrume algum lugar para trabalhar”. A perversidade chega neste nível. O que eu vejo pelas pequenas cidades e mesmo na nossa são trabalhadores ludibriados por contratos de boca, pois o registro tornou-se algo facultativo. Faz quem quer e como a maioria quer lucrar mais, o pobre hoje já ganhando bem menos do que o mínimo, nunca irá se aposentar.
O que vejo sendo revelado diante dos meus olhos é a complexidade da escravidão moderna. A própria empregada doméstica, que antes conseguiu o direito de ser registrada, hoje já não mais. Virou diarista, com valor cada vez menor, pois com a demanda cada vez maior, o que antes era garantia, hoje virou pesadelo. Tem muitas trabalhando por comida, se oferecendo por migalhas e para não passar fome. A condição humana está a cada dia se deteriorando mais e mais no Brasil. Eu vou juntando as muitas histórias em cadernos, algo para arrepiar e nos dias atuais não existe mais nada seguro, ou seja, um porto seguro onde você possa encaminhar denúncias e ter a garantia de que serão analisadas, apuradas e finalmente o fora da lei ser punido. Foi-se o tempo.
A escravidão contemporânea está ao nosso lado, bem ao nosso redor e só não a enxerga quem não quer mesmo ver. Basta girar o pescoço e olhar para tantos trabalhando de forma precária, sem nenhuma garantia de benefícios ou garantia de manutenção do que fazem. A humilhação é constante e a maioria dos trabalhadores num beco sem saída. Nem todos conseguem se virar e inventar algo novo para garantir ao menos o sustento. A maioria das pessoas fingem não enxergar a condição atual do trabalho. Muitas não querem ver. É o tal do negacionismo. Incomoda você ter que tomar uma atitude, daí é melhor passar batido, fingir não ver nada. Sei que isso é um problema do mundo inteiro e não só do Brasil, mas eu vivo aqui e isso me dói, pois até bem pouco tempo, em governos anteriores, coisa de no mínimo cinco anos atrás, as condições ainda eram bem outras.
Fui conferir e constatei que o domínio hoje é esse mesmo. Outro dia num jogo do Palmeiras fiquei prestando a atenção no goleiro deles e antes e depois do jogo, não é só os gestos que a gente estava acostumado a ver antes. Existe um exagero hoje, algo perigoso. Fui ouvir sua fala pra uma TV e quase cai de quatro, o cara usou a maior parte do tempo para louvar, louvar e louvar. Não é pra menos que, num jogo de Copa do mundo, um técnico de um país europeu disse que o jogador brasileiro está perdendo espaço no mundo, não por suas qualidades, mas pelo excesso de religiosidade, que os tornam desligados de certas atividades e só pensando naquilo, "muito bitolados", foi o que disse.
Eu tenho a mais absoluta certeza de que tudo o que é feito em excesso é mais do que ruim e, infelizmente, hoje mais do que perceptível, infelizmente o fanatismo está se dissimulando de forma a ocupar muito espaço. Sei isso não ocorrer somente no futebol. Semana passada na Câmara de Vereadores de Bauru, quando deram a palavra para um vereador pastor começar sua fala de dez minutos, ele pelo menos fez uso de uns três minutos para louvar, agradecer, enaltecer, propagar e só depois usou seu tempo para dizer de fato do motivo de fazer uso da tribuna. Quando meu amigo me disse do que acontece nos vestiários, penso na reunião antes e depois dos jogos, algo como se ali fosse um templo e não local para a prática do esporte. Na TV, quando das entrevistas de muitos atletas, percebo jornalistas tentando não dar atenção, mas antes mesmo deles começarem a falar, a ladainha é sempre a mesma. Acredito que um mundo dominado por isso, tudo nos costados da religião, gente mais do que dominada por isso, todos perdemos coletivamente. Enfim, fanatismo é uma nhaca e este país, quer queiram ou não, está no fundo do poço já muito por causa dessa desmedida veneração.
A MODERNA ESCRAVIDÃO HUMANAEu ando estudando com mais afinco e dedicação o que se passa em algumas cidades pequenas no entorno de Bauru e numa delas, uma relação empregatícia explícita de “nova escravidão”. De nova não tem nada, o que ocorre hoje é bem simples, com Bolsonaro as relações trabalhistas se deterioraram e o empregador virou um rei, o dono do pedaço, manda prender e soltar. Sendo o único que dá emprego, coitado dos empregados, pois sem fiscalização, o patrão faz o que quer e como a maioria destes só pensa em acumular, se enriquecer mais e mais, pagam o que querem, como querem e até mesmo quando querem. Tem algo velado de perversidade, pura malvadeza, verniz de algo legal, dentro da lei, porém sem que nada ocorra a quem a pratique. Punição zero.
Eu não quero citar o nome da cidade onde ando fazendo a maioria de minhas observações e estudos, até para não prejudicar ainda mais o pobre do trabalhador, pois um dos patrões já declarou em alto e bom som que “se for inquerido, cobrado e me colocarem na Justiça, paro tudo e vou fazer outra coisa, deixando todos vocês sem emprego e sem quem arrume algum lugar para trabalhar”. A perversidade chega neste nível. O que eu vejo pelas pequenas cidades e mesmo na nossa são trabalhadores ludibriados por contratos de boca, pois o registro tornou-se algo facultativo. Faz quem quer e como a maioria quer lucrar mais, o pobre hoje já ganhando bem menos do que o mínimo, nunca irá se aposentar.
O que vejo sendo revelado diante dos meus olhos é a complexidade da escravidão moderna. A própria empregada doméstica, que antes conseguiu o direito de ser registrada, hoje já não mais. Virou diarista, com valor cada vez menor, pois com a demanda cada vez maior, o que antes era garantia, hoje virou pesadelo. Tem muitas trabalhando por comida, se oferecendo por migalhas e para não passar fome. A condição humana está a cada dia se deteriorando mais e mais no Brasil. Eu vou juntando as muitas histórias em cadernos, algo para arrepiar e nos dias atuais não existe mais nada seguro, ou seja, um porto seguro onde você possa encaminhar denúncias e ter a garantia de que serão analisadas, apuradas e finalmente o fora da lei ser punido. Foi-se o tempo.
A escravidão humana é uma das consequências da desigualdade. O Brasil de hoje é mais do que campeão neste quesito. O problema maior reside na má distribuição de renda e nisso somos campeões e isso não é de hoje. A concentração de riqueza está cada vez mais exacerbada e no caso brasileiro, já coloca a frágil democracia que temos em risco. Os patrões de hoje são na sua maioria bolsonaristas, o defendem com unhas e dentes, conspiram contra as leis vigentes e dizem que a modernidade está com eles, ou seja, o legal mesmo é oprimir, judiar, maltratar, espoliar e descumprir as leis, tudo em benefício próprio. E eles possuem a cara de pau de dizer na cara dura pro pobre empregado: “É isso que você tem e dê graças a deus por eu existir, pois estaria numa miséria sem volta sem mim”. Estes dominam o mercado de trabalho atual. Atuam sem dó e piedade. Todos muito fdp.
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