MEIRA ATACA, MAS NÃO ENXERGA OS PRÓPRIOS ERROS E DEFEITOSO coronel Benedito Meira é vereador reeleito em Bauru e como já é sabido foi comandante da Polícia Militar do Estado de SP durante um dos governos de Geraldo Alckmin. Nada fez diferente do que sempre os comandantes fizeram até então, seguir à risca o prescrito pelos governos neoliberais ligados umbilicalmente ao PSDB. A nossa PM, sempre útil, mas sempre violenta e atendendo interesses da elite e fazendo pouco caso dos populares. Quando age contida por governos mais populares, muito menos violenta, maior o reconhecimento. Na segunda passada, 07/06, sessão da Câmara de Vereadores fez uso da palavra em duas oportunidades e merece comentários nada elogiosos em ambos.
No primeiro, escandalizado pelo aumento da população pobre na cidade, vê com preocupação o aumento do que denomina de INVASÃO, ou quando mais comedido, ocupação irregular de terrenos públicos por parte da grande quantidade de miseráveis, provocados, todos sabemos, pelo aumento da crise, continuação da pandemia e pelo desGoverno do Senhor Inominável desdizer de atender anseios dos mais necessitados. Usou os moradores alocados ao lado do cemitério Cristo Rei, antigo Primavera, agora Cristiana dos Santos como exemplo para sua exagerada verborragia. Enfim, Meira enxerga tudo de forma caolha, só para o que lhe interessa, nada mais. Para ele, com a pobreza o aumento da criminalidade e quando fala disso se exalta, deve até cuspir no microfone. Pode até estar certo no atacado, mas a solução proposta no varejo pelo que representa é um horror.
Na segunda parte foi até pior. Ocupou parte do tempo para citar como parte significativa da mídia desdém da importância da PM. Cita o caso do PM carioca Leandro, trabalhando na capital paulista e que foi identificado quando a paisana na rua como policial, daí sendo morto por marginais. Disse ele que, a ação policial conseguiu deduzir ter sido morto por meliantes provenientes da favela de Heliópolis. Ele cuspiu novamente no microfone ao generalizar que lá é reduto de marginais e encerra com o arrazoado de sempre, o de que “quando morre um PM, ninguém fala nada, mas quando morre um marginal...”.
Meira não é bobo nem nada, sabe muito bem o que de fato se passa, mas escamoteia a verdade dos fatos em sua fala. Eu sei da utilidade da PM, todos precisamos dela, serviço de extrema necessidade, porém inegável ela ser violenta e mal preparada para enfrentar a violência urbana, principalmente o trato com as comunidades carentes. Se existe repercussão negativa em relação à PM, ele sabe muito bem que a corporação faz jus, pois as estatísticas não mentem e algo precisa mudar em vários aspectos, desde abordagem, como procedimentos elementares do trato para com o ser humano, principalmente o pobre e suburbano. Evidente que a marginalidade está por aí, mas também a violência grassa do lado da PM e mistura alhos com bugalhos. A PM mudando a forma como age, certamente seria mais respeitada, assim como quando um vereador se pronuncia na tribuna, poderia não generalizar, afirmando que lugares pobres são o império de marginais. Ele demonstra ser implacável com aplicação da lei do solo urbano, daí, pelo que se vê, fosse administrador, seria insensível para com os mais pobres e ao não tocar dos motivos da rejeição da PM, percebo que não quer resolver de fato o problema, mas só agravá-lo. Ri quando ele, de forma irônica, propôs fazer Audiência Pública com a única vereadora que o contesta, daí, proponho a ampliação dessa discussão: estaria ele predisposto a sentar com representantes do outro lado e escutar, debater sem altercações e perdigotos? Talvez enxergando o que de fato ocorre poderíamos vê-lo com outra postura. Seria alvissareiro.
“Perdi a vontade de abrir o Facebook. Todo dia, cada vez que abro, fico sabendo de mais alguém que partiu neste tempo do genocídio implantado entre nós. O luto contínuo, crescente, se avoluma. Difícil encontrar palavras de consolo, de conforto para pessoas queridas que perderam pessoas queridas. Tristeza sem fim”, Maria Cecília Campos.
A amiga Maria Cecília escreveu do jeitinho que gostaria de começar esse texto. Disse tudo. Semana passada, foi a Márcia Pestana. Anteontem foi o professor João Francisco Tidei de Lima, ontem foram a Lu do Porto e sua companheira Ana Paula Oliveira. Hoje, logo cedo, a triste notícia de mais um amante do samba e das quebradas de Bauru, VAL DA VILA, o popular Lourival Custódio Lima, que aprendi a gostar vendo desfilar pela escola de samba Mocidade Independente e pelo bloco Pé de Varsa, ambos da vila Falcão. O motivo é quase sempre o mesmo e além disso, hoje mesmo mais três pessoas, dentre conhecidos e amigos adentrando o hospital, na fila de espera ou dando positivo para o mesmo mal. Ou seja, tá TUDO DOMINADO, o secretário de Saúde, médico e também vice-prefeito, com sua fala mansa e de forma muito calma anuncia sem prosopopeias que, “sinto em anunciar, mas Bauru já tem muita gente com a nova cepa, o que seria a terceira onda”. E o que faz a prefeita, viaja, faz lives, se maquia e se mostra aos seus toda pimpona. Enquanto muitas cidades da região se mantiveram fechadas, aqui isso nem pode ser ventilado, pois os DONOS DA CIDADE, seu Zeca Diabo do SinComércio não permite e se algo assim for ao menos dito da boca pra fora, aciona seu staff, que vai da rádio Velha Klan, a todos os meios disponíveis de mídia massiva, além de intermitentes anúncios pelas redes sociais, dando um jeito de jogar a culpa no governador e voltar a afirmar, “AQUI NÃO FECHA NADA”.
Relembro algo do amigo, que tive o prazer de conhecer nos bares da vida e a lembrança que levo dele é das conversas ali auferidas, dessas inesquecíveis. Quem fez hoje um perfil dos mais legais do Val foi outro amigo dele, rueiro como toda a turma da arruaça destas plagas, o jornalista Ademir Elias: “ADEUS, VAL DA VILA! - Adeus, para um sambista que se vai, depois de cumprir sua missão na terra de maneira irretocávelLourival Custódio de Lima, o “Val da Vila”. De que Vila? A tradicional Vila Dutra, extremo oeste da cidade. O adolescente que gostava de Rock, se enveredou para o samba a partir dos anos 70, quando atendeu aos apelos dos amigos para fazer um samba para a escola da vila, a Flor da Vila Dutra. Deu tão certo que nunca mais parou de compor sambas. A história do Val da Vila, Sambista/Compositor, começou em 1976 e só parou agora, pelo menos neste plano terrestre, 45 anos depois!. Era muito comum, a cada Carnaval as Escolas de Samba e Blocos de Bauru “disputarem” as composições deste brilhante poeta popular, com perfeita sintonia de letra e melodia, casadas com o enredo. Conversar com Val da Vila era falar com uma verdadeira enciclopédia viva do Carnaval bauruense. O homem desfiava histórias e histórias das principais escolas que marcaram época na cidade, entre elas, Mocidade Independente de Vila Falcão e Acadêmicos da Cartola, que por muitos e muitos anos rivalizaram na conquista de títulos do carnaval bauruense. Mais recentemente era muito próximo da Escola de Samba Mocidade Unida e do “Pé de Varsa”. Na vida se confundem os sentimentos, misturam-se alegria e tristeza, mas a fé e a obstinação nos ajudam a suportar a dor de uma perda. Apagou-se a chama de uma vida, o sambista parece dormir, mas os seus olhos se fecharam em sinal de adeus. Ainda bem que sua história é imortal! Entre os componentes das escolas de samba e blocos carnavalescos de Bauru, esta quarta-feira é de amargura em cada olhar; a voz do poeta emudeceu; um surdo soluça compassadamente, como se estivesse chorando com a gente neste derradeiro ADEUS...”.
Quando idealizei meu blog, o Mafuá do HPA, queria muito escrevinhas a história das pessoas e assim o faço, mas ultimamente, a cada novo dia, sou praticamente obrigado a reproduzir um currículo choroso, cheio de lamentações, retratando o passamento das pessoas e não algo alegre pelo qual esteja envolvido. Não tem como não ficar mais do que triste com isso tudo e o maior culpado todos sabemos que é, este ainda impune e dando continuidade para propagação da morte. Encerro esse LAMENTO da mesma forma que comecei, dando voz para um amigo e seu escrito pelas redes sociais e o faço com o professor Tauan Mateus: “Eu não viajei pra praia. Eu não fui pra balada. Desde que fomos pegos pela pandemia tenho cumprido o isolamento com o maior rigor possível. Os momentos em que eu mais me expus foram nos atos e manifestações e não me arrependo, porque entendo que precisamos combater os governos pró-pandemia para conseguirmos conter a pandemia e todos os ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo. Se seremos derrotados ou teremos algum avanço... "sem luta não há conquista", é o que eu sempre escuto da molecada da escola pública. Essa semana aumentou a pressão para os estudantes e professores estarem na escola. Teremos até as férias - mais ou menos daqui a trinta dias - várias aulas e várias oportunidades de nos contaminarmos. Até agora eu consegui evitar a contaminação (correndo riscos, porque a pandemia está fora de controle) graças ao isolamento. Tivemos hoje a notícia de que os professores serão todos vacinados na sexta-feira. Não fazemos ideia de quando as crianças e jovens serão vacinados. FAZ ALGUM SENTIDO CONTINUARMOS COM AS ESCOLAS ABERTAS NESTE MOMENTO? Será que eu tenho algum problema psiquiátrico por não conseguir pisar num chão de escola neste momento? Ou os insanos são os "gestores da máquina pública" e os burocratas ao seu serviço?”.
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