sexta-feira, 11 de junho de 2021

MÚSICA (199)


BAURU NÃO RECEBE MAIS RECURSOS FEDERAIS E EMENDAS DE PARLAMENTARES DESDE FEVEREIRO
De nada adiantou o deputado federal Rodrigo Agostinho fazer um anúncio, publicar foto com cheque com o valor destinado para Bauru, mais de r$ 5 milhões, quando na verdade, Bauru está impedido de receber verba ou qualquer dinheiro público, por problemas com uma tal de CRP - Certidão de Regularidade Previdenciária. A Prefeitura fica quietinha e tenta resolver a pendenga, mas desde FEVEREIRO não entra nada em seus cofres provenientes de dinheiro oriundo de transferência de recursos federais de toda espécie. Nisso se inclui desde emendas parlamentares, convênios com ministérios, repasses e quetais. Tem muita grana em questão e como nada nesta administração é muito transparente, não se sabe dos motivos da situação ter chegado a esse ponto. Sabe-se que, a novíssima (sic) e imperfeita (sic) Suéllen Rosim, no caso alcaide municipal, não está preocupada com nada disso, pois maquiada, continua fazendo suas lives e sempre tratando de outros temas, muito menos espinhosos.

Grana como essa que deputados, políticos, ministérios e tudo o mais estaria encaminhando para Bauru está sendo bloqueado e mantido num lugar reservado e aguardando uma breve solução. Se essa não ocorrer tudo é devolvido para a origem e babau de dinheiro para tudo o mais nesta cidade. O único dinheirinho ainda entrando nos cofres é de convênios feitos antes de fevereiro.

Tem mais, a situação não está nada boa, mas pode piorar e muito. Piorará se nada for resolvido e Bauru perder tudo o que foi a ele destinado. Mas perderá mais em algo quase inevitável e prestes a também ocorrer. Bauru, como se sabe e já foi divulgado foi condenado, quase sem opção de recurso naquela ação bilionária da Cohab, de não sei quantos bilhões de reais. Na efetivação da cobrança e provável inadimplência de Bauru, o que de fato deve ocorrer, pois mal se tem dinheiro para pagar as contas triviais, quanto essa, Bauru novamente estará impedida de receber dinheiro público. A inadimplência bate à porta da cidade e se existe prefeita em atuação, ela deve responder pelo que está em curso. Alguém sabe das providências que a dita cuja anda promovendo para resolver esses probleminhas ou a vibe dela é outra e isso ela deixa a cargo dos subalternos? Vamos orar no mesmo púlpito da imPerfeita, ops, digo, prefeita?

Eis a resposta da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Bauru: "Henrique, tudo bem. Vi sua postagem a respeito do CRP hoje. A Prefeitura de Bauru está tentando resolver a situação. O governo federal considerou que a lei municipal aprovada no ano passado não é válida, pois faz um reajuste escalonado, enquanto o entendimento da Secretaria da Previdência Social é de que isso deve ocorrer de uma vez só. Não é algo exclusivo de Bauru, é para todos os regimes próprios de previdência estaduais e municipais. O município entrou com ação na Justiça Federal, com pedido de liminar, que foi rejeitado, e impetrou recurso, que aguarda julgamento em segunda instância. Contudo, se a decisão seguir desfavorável ou demorar para ocorrer este julgamento, Bauru terá que discutir uma nova lei municipal com a Câmara, aumentando a alíquota de uma vez de imediato. Sobre o repasse de recursos federais, os obrigatórios não são afetados pela ausência de CRP, no caso o Fundeb e verbas da saúde e assistência social. O que fica impedido é o repasse de novos convênios para obras de estrutura ou de emendas parlamentares. Já os convênios e emendas assinados antes do fim do prazo do CRP, em fevereiro deste ano, seguem sendo pagos ao município, inclusive a verba da ETE Vargem Limpa. Abraços!!".

BIBLIOTECA RAMAL DO GEISEL, FECHADA E COM CHAVES NO VIZINHO, SAPATEIRO SEU GERMANO
Publiquei ontem um texto sobre a SMC – Secretaria Municipal de Cultura, aquele predião ali na Nações junto ao Teatro Municipal, tudo fechado, mas com as luzes acesas e num dos comentários a servidora aposentada Rosângela Maria Barrenha escreve sobre a situação de uma das bibliotecas ramais, local onde trabalhou, a do Núcleo Residencial Geisel: “Passei hoje na Biblioteca Ramal do Geisel. Está fechada a 2 meses. Deixaram a chave no vizinho, ninguém aparece por lá nem pra saber se ainda está de pé. Vergonhoso. O comércio abre, serviço público fecha”. Na sequência eu mesmo comentei: “Isso de ‘Deixaram a chave no vizinho, ninguém aparece por lá nem pra saber se ainda está de pé’, é a mais triste realidade que se poderia ter da Cultura de uma cidade. Creio que a emblemática gestora cultural Tatiana Sá poderia dar um jeito de ao menos cuidar das chaves”.

Na sequência num outro post, desta feita pelo whatts sugiro algo de risco, uma saída para constatar se de fato isso ocorre. Duas pessoas se prontificam a ir comigo lá, Cláudio Lago, presidente do PT Bauru e a servidora Rose Barrenha. Cada qual tomando todas as medidas de segurança, uma vez que Bauru hoje, está com falecimentos provenientes da covid, média de dez diários e mais de cinquenta pessoas aguardando na fila para internação nos hospitais. A gravidade do advento Cultura nos mobiliza e lá vamos. Cláudio passa em casa, buscamos Rose e paramos defronte o local, na rua central do Geisel, cem metros da praça principal e também do seu Posto de Saúde, hoje um dos locais mais movimentados do bairro.

Da calçada já pra ver a situação de abandono do lugar. Nenhum servidor tem por ali passado há meses. Rose se espanta ao ver as flores e plantas sem nenhum cuidado e tudo murchando ou já secas. Mato crescendo nos canteiros ao lado das árvores e muitas “quentinhas” vazias espalhadas pelo quintal. “Tem uma vizinha que se preocupa e vem dar comida para os gatos, que sempre nos rodeavam e hoje, não fosse essa senhora, já teriam morrido de fome”, conta Rose. No portão um cadeado e do outro lado da rua a tal sapataria ou loja de pequenos consertos, a do seu Germano, um senhor que trabalhou por alguns anos na Prefeitura, se aposentou e desde então está ali no bairro.
Vamos todos conversar com ele e antes de entrar no assunto, falamos dos tempos quando ele e Rose trabalharam juntos, lá numa unidade junto a torre da Estação do DAE, junto ao Clube dos Servidores. “Aquilo era uma espécie de exílio, mas não nos entregamos, limpamos tudo e reconstruímos o lugar”, contam. Ouço tudo e dali vamos para o que ali nos trouxe nessa tarde de sexta. “Quanto tempo ninguém aparece por aqui para buscar as chaves da porta da biblioteca, seu Germano?, pergunta Rose. “Minha cara, a chave continua no mesmo lugar, nada como aquele tempo com você e a Neli, atuantes e movimentando o bairro, né! A pandemia complicou tudo, mas agora já faz de dois meses que ninguém aparece”, conta e nos aponta as chaves. Tiro fotos dele e das chaves.

Não havia mais o que perguntar ou questionar a ele, hoje o GUARDIÃO das chaves da biblioteca do Geisel. Seu germano é um senhor de fina estampa, papo dos mais agradáveis e cheio de muitas histórias para contar. Reuni algumas e escrevo algo num outro texto. No momento estávamos em busca da confirmação da situação das chaves dessa unidade educacional e tudo foi devidamente confirmado. Daí ficamos nos perguntando um ao outro se isso está ocorrendo somente nessa unidade ou em todas as demais bibliotecas ramais. Disso não sabemos, mas a questão está levantada e nos assombrou: tudo fechado, abandono e chaves no vizinho.

"OS BRASILEIROS SAIRAM DA SELVA, OS MEXICANOS VIERAM DOS ÍNDIOS E NÓS, OS ARGENTINOS, CHEGAMOS DE BARCOS"
Ofendidos... se acalmem!!’ Era só uma bela canção!!
Do Léo Bueno : "EXPLICANDO O 'SAÍMOS DA SELVA'
A frase do presidente Alberto Fernández que causou polêmica não é dele. É da música 'Llegamos de los Barcos', do cantor e compositor argentino Litto Nebbia. Diz um trecho, literalmente:
"Los brasileros salen de la selva/ Los mejicanos vienen de los indios/ Pero nosotros, los argentinos/ Llegamos de los barcos". Mais adiante, compôs Nebbia: "Quería escribir una zamba/ Que hable de nosotros/ Pero que nadie dijera/ Que ahora escribo zambas/ Quería que fuera una zamba/ Que hable de nosotros/ Y de esta tierra que amamos/ Y es mezcla de todos"

A zamba é um ritmo do norte argentino e dos Andes que mistura influência espanhola e indígena. É também um ritmo gaúcho (pronuncia-se 'gáutcho', mas nada mais é, no final, do que a mesma origem étnica dos nossos gaúchos). A origem da palavra refere-se a indivíduos mestiços de indígenas e de africanos.

Ao mencioná-la; ao falar ironicamente 'que ninguém diga que agora escrevo zambas'; e ao dizer, já sem ironia, que 'esta terra que amamos é mescla de todos', Nebbia defende a mestiçagem do povo argentino. E desafia a lógica petulante que perdura em certa elite local sobre descender puramente de europeus. Essa lógica na verdade tem origens históricas e remete ao projeto civilizacional proposto por Domingo Sarmiento, escritor e presidente argentino entre 1868 e 1874.

Então não é uma canção que faz pouco dos brasileiros e mexicanos. Pelo contrário: zomba ironicamente dos que se acham etnicamente superiores aos brasileiros e mexicanos.
Embora talvez tenha faltado sensibilidade a Fernández em mencionar versos de duplo sentido (não sei se ele os contextualizou, mas a verdade é que declarações de políticos são fácil e diariamente tiradas de contexto), é duvidoso que não soubesse estar defendendo a origem mestiça dos povos latinoamericanos. Fernández e Nebbio são amigos pessoais. Eis os dois na foto." Léo Bueno // via João Lopes". 
Está no LP "Litto Nebbia & los musicos del centro - Legamos de los barcos", 1982.


Vale a pena ler isso:

"Poesia e letra de música nunca são tratados de Sociologia, de Antropologia ou ensaios de História. São textos que usam metáforas, as quais podem expressar variáveis graus de verdade, ou mergulhar de ponta cabeça nos preconceitos.
O mesmo pode ser dito dos estereótipos que suamos para conceituar determinados povos ou culturas.
Nas anedotas brasileiras, os portugueses sempre são burros, e Portugal tem em seu histórico José Saramago, Eça de Queiroz, Boaventura de Souza Santos. Burríssimos todos eles, não? E o mesmo se passa com as demais nacionalidades, sem que eu precise me alongar.
Se formos pensar nos estereótipos que polarizam o Brasil e a Argentina, podemos ser tentados a dizer que entre eles predomina o trágico e entre nós, o cômico. Assim, vejamos as dicotomias:
O tango é predominantemente trágico ou nostálgico e o samba, alegre e cômico. Citamos como exemplo de tango cômico o “Chorra” e o “Garufa”, e temos dificuldade para encontrar outros exemplos, enquanto abunda o humorismo nos sambas brasileiros. Mas também há sambas tristes, como os que ilustram dores amorosas.
O teatro moderno argentino começou com uma tragédia, intitulada “Juan Moreira” e de autoria de Eduardo Gutiérrez, enquanto o brasileiro partiu do comediógrafo Martins pena, e seguiu com França Júnior e Arthur Azevedo.
Os livros mais emblemáticos de uma argentinidade já passada são o ensaio “Facundo. Civilización o barbarie”, de Domingo Faustino Sarmiento, os romances “Amalia”, de José Mármol, “El matadero”, de Esteban Echeverría e o poema gauchesco “Martín Fierro, de José Hernández. No Brasil, parece-me ser “Macunaíma”, o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade.
A circunspecção argentina faz com que as citadas obras sejam continuamente reeditadas num país cuja capital tem mais livrarias que todo o Brasil, enquanto em nossa terra a maior livraria, a Cultura, está passando por sérias dificuldades financeiras e já fechou algumas filiais. E “Macunaíma” é muitíssimo menos lido que qualquer das citadas obras argentinas.
A história argentina guarda a menção de muitas tragédias e períodos dos mais difíceis, como uma guerra de independência bastante violenta, era mais a época de Juan Manuel Rosas, a do já citado personagem Juan Facundo Quiroga, os tempos incertos de Mitre e de Urquiza, que abalaram a integridade nacional, a célebre “década infame de 1930”, a sucessão de golpes militares desse período em diante, o singularíssimo Juan Domingo Perón e sua esposa Evita, a instabilidade depois da derrubada desse estadista, sua conturbada volta e reeleição, e mais a medonha ditadura do general Rafael Videla e que tais.
Nós tivemos uma independência das mais estapafúrdias, com um príncipe autoritário que se fez passar por liberal, um conturbado período regencial em que abundaram os atos de bem pouca seriedade, uma proclamação da República efetivada por um golpe militar comandado por um militar monarquista, uma esdrúxula ditadura populista de um marechal que o tempo todo dizia ser vice-presidente, depois uma sucessão de presidentes eleitos que eram dotados de poderes quase majestáticos, uma revolução de 1930 que foi das mais cautelosas.
Entretanto, como não achar cômico o presidente argentino Menem?
E em se tratando de tragédias, no Brasil tivemos a escravidão como base estrutural de economia, de nossa vida e de nossa sociedade, Guerra do Paraguai, a Revolta da Armada, a guerra de Canudos, e como a lição não foi aprendida, mais tarde a Guerra do Contestado e a tragédia do Caldeirão. E ainda o medonho quatriênio Bernardes e a ditadura do Estado Novo e a polícia de Filinto Miller... a medonha situação dos negros, desde sempre, os massacres de índios... E quanto mais não pode ser citado, em ambos os casos?
Estereótipos dizem bem pouco, portanto.
Portanto, não vamos dar muita bola para uma blague feita pelo presidente Fernández, que, aliás, estava citando uma letra de música", Clovis Pacheco Filho.

CHAMADA APERITIVO PARA O 49º LADO B, NESTE DOMINGO COM DANIEL PESTANA MOTA: EDUCAÇÃO, MOVIMENTO SINDICAL, MODOS ALTERNATIVOS DE VIDA E ALGO DE SUA MÃE, MÁRCIA PESTANA, TUDO JUNTO E MISTURADO.
Eis o link da chamada de 7 minutos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/4626032204093419Será domingo, 13/06, 11h aqui pelo facebook deste mafuento HPA.
Até lá, a conversa vai ser pra lá de prazerosa e produtiva.
Nos encontraremos por aqui no domingo pela manhã.
HPA

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