A campanha política em Bauru terminou no domingo passado. Temos ainda uma disputa, na qual já me posicionei, a da capital paulista, onde precisamos estar não só atentos, como participantes, pois ali está em jogo muito do nosso futuro, o dessa disputa entre o lado palatável do mundo e o da aproximação dessa extrema diteita, ocupando espaços e se bober, nos colocando cada vez mais contra a parede. A política nunca termina, ela é feita no dia a dia e neste momento, fingir que tudo se findou e estamos começando um ciclo novo é deixar o bonde passar por cima dos nossos costados. Continuo querendo ir pra Sampa ajudar e dar meu quinhão de participação na campanha do Boulos.
Aqui em Bauru, acompanho sem grande participação de vários debates sendo travados, todos versando sobre o futuro petista. Não me envolvi em nenhum deles, mesmo lendo as discussões. Tive uma semana de reaproximação com meu trabalho, neste momento, todo centrado em alguns projetos regionais, um sendo maravilhosamente concluído em Arealva e outros dois em curso, tomando muito do meu tempo. Isso, logo na segunda, mal terminada a apuração das urnas já me levou para a estrada. E como é bom estar envolvido em algo dessa natureza, onde dou minha contribuição no relato de histórias de vida, contadas uma a uma em gravações que tenho feito e movem minha vida. Quem me acompanha aqui ou pelo meu blog, o Mafuá do HPA, onde reproduzo o que publico pelo Facebook, sabe que, ao longo destes anos todos, desde 2007, escrevo muito de pessoas. Conto histórias e isso é para mim, o grande recarregador de minha vida. Pouco ganho com isto, porém, me fortalece enquanto ser humano, o de possuir um lado e dele extrair o que de melhor consigo.
Estive envolvido numa campanha política de um baita amigo, por quem nutro uma consideração enorme. E se o fiz, o foi em primeiro lugar por acreditar em sua proposta, que na verdade foi a proposta de um grupo, a do Núcleo de Base DNA Petista, que em Bauru está devidamente constituído e atuando. Foi linda a campanha, cheia de militantes, todos atuando de forma espontânea, verdadeira dedicação por uma causa, um propósito. Não chegamos lá, assim como de outras vezes. As vezes somos vitoriosos em algo, noutros perdemos - a maioria - e nem por isso desistimos. Somos como aroeira, vergamos, mas não quebramos. Neste momento, estamos conversando entre nós, nos reunindo e reposicionando onde estaremos daqui por diante. Na sequência iremos nos juntar a outras conversações feitas, outros grupos e continuar lutando, esgrimando dentro e fora do partido escolhido para ser o canal, o possibilitador de estarmos unidos em busca de algo maior lá na frente.
Nada se encerra com uma eleição. Outras se foram, embates também duros e aqui continuamos. Ou seja, continuaremos. Estou numa fase de revisão de táticas, buscando entender melhor o momento vivenciado pelo país o mundo, para juntar tudo o que fiz até então, teoria e prática, buscando um denominador, algo que, sem ferir princípios me faça seguir acreditando que outro mundo é possível e que a luta vale a pena. Mesmo, como hoje, vejo forças contrárias obtendo vitórias mais alvissareiras das alcançadas pelo grupo onde milito, o mínimo que posso fazer - e faço - é revendo tudo, dar a volta por cima. Não consigo fazer e militar politicamente ao lado de quem não acredito. Eu acredito estar do lado certo, sei não ser dono da verdade e estou sempre apto a conversações, sem que essas firam algo primordial. Eu sei, milito no mesmo partido, junto de muitos que aceitam e fazem acordos com a parte contrária, usando de um discurso para fazer negócios e se dar bem na vida. Abomino isso e com estes, sei impossível ter acordos. Quem trai princípios mínimos de convivência política, ainda mais num partido denominado do Trabalhador, impossível manter acordos. O DNA não é puro e límpido como água cristalina, mas nada o é. Porém, ninguém vai poder apregoar nada que nos desabone. É mais do que sabido da retidão de todos os aqui unidos e coesos. Assim continuaremos, acreditando sempre.
Por fim, encerro este diálogo de sábado à noite com algo ouvido de outro baita amigo, Orlando Alves, alguém com quem convivi na única experiência que tive na vida pública municipal, quando da última administração de Tuga Angerami, 2005/2008. Ele funcionário público municipal de carreira e eu comissionado. Ele foi quem conduziu boa aprte dos Museus bauruenses, nos áureos tempos quando funcionavam abertos ao público e sem pedantismo de deter o único conhecimento na área. Foi um tempo em que fazia e aconteciam, a Maria Fumaça funcionava, museus estavam todos abertos e a Cultura municipal ocorria, de fato e de direito. Hoje, Orlando se aposentou e continua aprontando das suas numa oficina própria, na chácara onde mora. É o que encontrou para driblar o ócio total e ir contornando problemas de saúde. Todos nós precisamos disso.
Por fim, encerro este diálogo de sábado à noite com algo ouvido de outro baita amigo, Orlando Alves, alguém com quem convivi na única experiência que tive na vida pública municipal, quando da última administração de Tuga Angerami, 2005/2008. Ele funcionário público municipal de carreira e eu comissionado. Ele foi quem conduziu boa aprte dos Museus bauruenses, nos áureos tempos quando funcionavam abertos ao público e sem pedantismo de deter o único conhecimento na área. Foi um tempo em que fazia e aconteciam, a Maria Fumaça funcionava, museus estavam todos abertos e a Cultura municipal ocorria, de fato e de direito. Hoje, Orlando se aposentou e continua aprontando das suas numa oficina própria, na chácara onde mora. É o que encontrou para driblar o ócio total e ir contornando problemas de saúde. Todos nós precisamos disso.
Pois bem, Orlando me convida para um café na manhã deste sábado. Sentamos e proseamos até perder hora. Num certo momento, ele saca algo e me deixa consternado. Diz me ler, meus escritos, não só os atuais, como me acompanha. Tempos atrás me presentou cum uma linda biografia do Lima Barreto, escrita pela historiadora Lilia Moritz Schwarcz, o "Triste Visiconário" e neste reencontro, digo que o catatau está na cabeceira de mina cama e o leio quase diariamente, pois adoro o escrito. Ele diz também ter muito apreço pela forma como BArreto encarou sua vida e diante de todas suas adversidades, escreveu e retratou tão bem seu tempo. Foi mais longe e daí, em enrubesce. Compara o que escrevo com outro tanto admirado, João do Rio, outro cronista do início do século passado, entrando nas entranhas do Rio de Janeiro, então capital da República. Foi demais da conta. João e Barreto são o supra sumo do que me move. Ser comparado a um destes é muito mais do que ser reconhecido. Eu só quero continuar escrevinhando, ou melhor, tentando ao meu modo e jeito. O faço sem muito aprumo, sem correções. Escrevo do jeito que tudo me aparece na mente. Coloco no papel e só depois, vou corrigindo. Ele diz que, tenho que juntar algo e publicar um livro. Quer até me ajudar na empreitada. Só posso ficar enaltecido com tamanho reconhecimento, ainda mais neste justo momento, quando alguém muito próximo de mim, solta algo no calor da contenda política, o tal do fogo amigo, afirmando ser este HPA "leviano". Ainda não voltei a conversar com essa pessoa, pois muito me magoou, ainda mais por saber não o sê-lo. Vindo do Orlando, algo no sentido oposto, a certeza de não estar trilhando caminhos tão desconexos. Sou um ser político, sujeito a chuvas e trovoadas, fiz minhas escolhas e delas não arredo pé. Erro e acerto, sem medo de me posicionar. Assim quero continuar, escrevinhando e tentando fazer política. Vivencio Bauru na sua essência e ainda acredito, a cidade se reencontará com algo perdido lá atrás. Quero ser um dos tantos elos possibilitadores deste reencontro.
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