ESCRITO RÁPIDO SOBRE REAÇÃO DO PÁGINA 12 A ATAQUE DESFERIDO POR JAVIER MILEIJavier Milei, o presidente eleito e a destruir a Argentina - até o momento em que o povo se revoltará nas ruas e exigirá sua destituição -, segue aprontando, dia após dia. Naoposição, um jornal de esquerda, o Página 12, lido diariamente por mim aqui de Bauru, pelo modal virtual. Leio e ouço a rádio 750AM, principalmente programa de Vitor Hugo Morales, o La Mañana, das 9 às 13h. O jornal, impecável na oposição escrita, algo de difícil execução aqui no Brasil, onde vejo a revista Carta Capital, navegar quase isoladamente. Pois bem, Milei se doeu com considerações escritas e repetidas dia após dia pelo diário o enfrentando, suas crueldades e mentiras. O denomina de jornal ao estilo do velho Pravda, o russo a defender o regime comunista russo. Uma comparação que, para muitos poderia parecer ruim, depreciativa, mas não para a equipe do jornal que, no dia seguinte, dia 16/10, vem para as bancas com uma capa alterada, com a marca do jornal substituída como se fosse o próprio Pravda e com os caracteres deste. Imprimo a capa e a guardarei como símbolo de uma necessária resistência, assim como vejo isso hoje na Argentina, não só no jornal, o Página/12, o La Mañana, a 750AM, Axel Kicillof e, é claro, Cristina Fernandez de Kirchner. A Argentina superará este momento, mas tem sido doloroso ver o que este criminoso faz com ela no comando do país. Precisa ser contido, o quanto antes, pelo bem de todo o país.
* Publicado no melhor jornal do nosso mundo, o diário argentino Página 12, edição de hoje, sexta, 18/10:
É verdade que em algumas cidades haverá um segundo turno no dia 27 de outubro, quando nenhum candidato obteve mais de 50% dos votos no primeiro. Deles, apenas um tem peso nacional: São Paulo, o mais rico, populoso e importante de todos.
Lá, o atual prefeito Ricardo Nunes, que se apresenta como “discípulo” do desequilibrado e extrema direita ex-presidente Jair Bolsonaro, tem, segundo as pesquisas, ampla vantagem sobre Guilherme Boulos, do PSOL (Partido Solidário), apoiado por Lula da Silva, cujo partido optou por não apresentar nenhum candidato.
Os mais otimistas dizem que nas eleições autárquicas ficou claro que o país se inclina para o liberalismo na economia e o conservadorismo nos costumes. Os que se dizem mais realistas preferem destacar que, mais do que em ocasiões anteriores, as atuais eleições deixaram claro que o Brasil é irremediavelmente um país de direita. Conservadorismo ignorante, amnésico e sem limites.
Dos 5.740 municípios brasileiros, 1.683 optaram por eleger prefeitos que apoiassem veementemente Bolsonaro. Estima-se que o mesmo oscile entre apoiar a extrema-direita e manter-se a uma distância segura, para evitar intervenções diretas. O PT de Lula venceu em 248.
A verdade é que para entender um cenário que desde o golpe dado pelo Congresso e que tirou Dilma Rousseff da presidência, instalando em seu lugar um corrupto chamado Michel Temer, é preciso voltar muito longe, até outro golpe, o golpe militar de 1964. Há uma curiosidade. No Brasil, 1º de abril é o Dia das Mentiras, que em alguns países hispânicos é chamado de Dia dos Santos Inocentes. Foi precisamente no dia 1º de abril de 1964 que ocorreu o golpe, batizado de Revolução Libertadora. Mentiram sobre a data e o batismo do movimento que contou com o apoio dos donos do dinheiro.
A primeira coisa que se fez, antes mesmo de ilegalizar os partidos políticos, foi liquidar a educação. E não apenas o público: o currículo escolar foi brutalmente alterado e assim foram criadas gerações e gerações de ignorantes. Aqueles que foram educados em casa escaparam. A esmagadora maioria sucumbiu. Esta ignorância resultou numa amnésia de dimensões olímpicas. E assim chegamos a um grotesco muito perigoso chamado Jair Bolsonaro. Foi a primeira vez que tal cenário foi imposto.
Sim, sim, é verdade. Fernando Henrique Cardoso foi eleito duas vezes e na segunda presidência se traiu, mas é outro problema. Que Lula foi eleito duas vezes, Dilma duas vezes, depois Lula mais uma vez. Mas o que se vê de forma concreta, palpável e cada vez mais é que se trata de excepções que nada mais fazem – aplica-se aqui o velho ditado – do que confirmar a regra.
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