“BAURU ESTÁ UM HORROR”
Com essa frase, curta e grossa, o bauruense e hoje professor universitário na Grande São Paulo, cientista político e um dos mais atuantes pensadores da questão social brasileira, Gilberto Maringoni, define sua cidade natal, diante dos últimos acontecimentos. A impressão de Maringoni é corroborada por boa parte de quem acompanha o desenrolar dos últimos acontecimentos em Bauru, que desde a última quinta à noite, 17/10, viu se repetir o brutal assassinato de mais dois jovens, na periferia da cidade, por membros da BAEP, a unidade da Polícia Militar paulista que atua, neste momento, com uma característica muito próxima do que um dia já foi a ROTA, nas incursões nos bairros mais pobres.
“Essas duas mortes não ocorreram de forma isolada e nem aconteceram por acaso. Fazem parte de uma ação, que não é de hoje. Vem se repetindo já há um certo tempo na cidade. Essas mortes já totalizam mais de 15 jovens, todos moradores da periferia da cidade, em sua boa parte, constituída de negros e muito pobres, todos com alguma relação com o consumo de drogas, usuários principalmente de maconha. Percebe-se que, a polícia que não é paga para eliminar ninguém, mas para conseguir ser o condutor para outras instâncias, como uma delegacia, tomar pé do que acontece e levar estes indivíduos em segurança para prestar depoimentos, onde serão averiguados os reais envolvimentos. Quando prefere agir por conta própria e eliminar alguns, tudo precisa ser revisto. Isso é totalmente descabido e despropositado. Foge totalmente das funções de um policial, matar jovens da forma como vem ocorrendo em Bauru”, diz um jornalista de um grande órgão de imprensa nacional, que está acompanhando a situação e preparando matéria sobre a questão.
Muitos jornalistas, ligados a vários organismos sociais e políticos já fizeram contato nestes últimos dias com algumas das mães, cujos filhos foram mortos na mesma situação dos últimos, o Guilherme e o Luis. Todos perceberam que está em curso algo em série, uma continuidade de uma irregularidade que vem se repetindo, sem que tenha ocorrido na cidade uma movimentação contrária de grande porte, impedindo este avanço. O mesmo jornalista, após conseguir o fone das duas mães, afirma: “Será preciso sair publicado matérias em vários órgãos de imprensa nacionais para que em Bauru, ocorra algo e tente brecar este avanço de mortes na periferia?”.
A pergunta dele deverá ser respondida com o tamanho da repercussão que o assunto tomar daqui por diante. Não existe como negar, o atual governo paulista, comandado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas, oriundo do Rio de Janeiro e com passagens controversas quando questionado sobre o papel da segurança pública. Ou seja, se existe algum consentimento por parte do governador, cujo secretário de Segurança Pública é um ex-comandante da ROTA, desses que sempre se vangloriou pela quantidade de execuções que possui em seu currículo, como cobrar destes ações contrárias ao que vem acontecendo na cidade? O mesmo pode ser cobrado da atual alcaide municipal, Suéllen Rosim, recentemente reeleita para governar Bauru por mais quatro anos e perfilada com o discurso do governador e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Assim sendo, como exigir alguma mudança de rumos destes? Uma resposta que, pela boca de quem vem sofrendo ameaças nos bairros periféricos, só aumenta o medo e a tensão. Hoje, pela boca destes, muitos protestando numa manifestação contrária à forma como a BAEP tem abordado a população mais carente da cidade, o sinal de como resistir, segundo foi dito só irá acontecer de duas formas: denunciando cada vez mais e isso extrapolando a cidade, alcançando um nível nacional e quiçá, internacional ou cada vez mais, se ampliando manifestações como a ocorrida hoje, com grande participação popular, numa forma de pressionar e demonstrar que, não mais será permitida uma ação violenta como a que se vê. Um dos que lá estiveram, sem querer identificá-lo propõe algo de difícil concretização: “Alguns jornalistas e políticos da cidade devem tentar marcar uma séria reunião com os superiores dos policiais da BAEP. Precisam ouvir destes se tudo pode ocorrer de forma diferente, para termos alguma esperança, deles reconhecendo seus erros e buscando desempenhar suas funções segundo outra concepção. Será que eles topariam? Precisa ser tentado de tudo para brecar a violência policial”.
A frase de Maringoni precisa ser entendida pelas autoridades policias e estes, entenderem que, tudo chega na situação atual, muito por causa deles. O agravamento da situação social gera uma enormidade de jovens sem rumo, desorientados e perdidos, porém, não podem ser eliminados da forma como se vê em curso. Para tudo não se agravar ainda mais, antes de mais nada, uma conversa já entre as partes, até para saber se, existe da parte da instituição policial, de quem controla o aparato policial, a percepção do excesso e o desejo de mudar. Os próximos dias nos trará uma boa percepção da viabilidade deste diálogo ou o agravamento da relação, hoje praticamente em colapso.
“Essas duas mortes não ocorreram de forma isolada e nem aconteceram por acaso. Fazem parte de uma ação, que não é de hoje. Vem se repetindo já há um certo tempo na cidade. Essas mortes já totalizam mais de 15 jovens, todos moradores da periferia da cidade, em sua boa parte, constituída de negros e muito pobres, todos com alguma relação com o consumo de drogas, usuários principalmente de maconha. Percebe-se que, a polícia que não é paga para eliminar ninguém, mas para conseguir ser o condutor para outras instâncias, como uma delegacia, tomar pé do que acontece e levar estes indivíduos em segurança para prestar depoimentos, onde serão averiguados os reais envolvimentos. Quando prefere agir por conta própria e eliminar alguns, tudo precisa ser revisto. Isso é totalmente descabido e despropositado. Foge totalmente das funções de um policial, matar jovens da forma como vem ocorrendo em Bauru”, diz um jornalista de um grande órgão de imprensa nacional, que está acompanhando a situação e preparando matéria sobre a questão.
Muitos jornalistas, ligados a vários organismos sociais e políticos já fizeram contato nestes últimos dias com algumas das mães, cujos filhos foram mortos na mesma situação dos últimos, o Guilherme e o Luis. Todos perceberam que está em curso algo em série, uma continuidade de uma irregularidade que vem se repetindo, sem que tenha ocorrido na cidade uma movimentação contrária de grande porte, impedindo este avanço. O mesmo jornalista, após conseguir o fone das duas mães, afirma: “Será preciso sair publicado matérias em vários órgãos de imprensa nacionais para que em Bauru, ocorra algo e tente brecar este avanço de mortes na periferia?”.
A pergunta dele deverá ser respondida com o tamanho da repercussão que o assunto tomar daqui por diante. Não existe como negar, o atual governo paulista, comandado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas, oriundo do Rio de Janeiro e com passagens controversas quando questionado sobre o papel da segurança pública. Ou seja, se existe algum consentimento por parte do governador, cujo secretário de Segurança Pública é um ex-comandante da ROTA, desses que sempre se vangloriou pela quantidade de execuções que possui em seu currículo, como cobrar destes ações contrárias ao que vem acontecendo na cidade? O mesmo pode ser cobrado da atual alcaide municipal, Suéllen Rosim, recentemente reeleita para governar Bauru por mais quatro anos e perfilada com o discurso do governador e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Assim sendo, como exigir alguma mudança de rumos destes? Uma resposta que, pela boca de quem vem sofrendo ameaças nos bairros periféricos, só aumenta o medo e a tensão. Hoje, pela boca destes, muitos protestando numa manifestação contrária à forma como a BAEP tem abordado a população mais carente da cidade, o sinal de como resistir, segundo foi dito só irá acontecer de duas formas: denunciando cada vez mais e isso extrapolando a cidade, alcançando um nível nacional e quiçá, internacional ou cada vez mais, se ampliando manifestações como a ocorrida hoje, com grande participação popular, numa forma de pressionar e demonstrar que, não mais será permitida uma ação violenta como a que se vê. Um dos que lá estiveram, sem querer identificá-lo propõe algo de difícil concretização: “Alguns jornalistas e políticos da cidade devem tentar marcar uma séria reunião com os superiores dos policiais da BAEP. Precisam ouvir destes se tudo pode ocorrer de forma diferente, para termos alguma esperança, deles reconhecendo seus erros e buscando desempenhar suas funções segundo outra concepção. Será que eles topariam? Precisa ser tentado de tudo para brecar a violência policial”.
A frase de Maringoni precisa ser entendida pelas autoridades policias e estes, entenderem que, tudo chega na situação atual, muito por causa deles. O agravamento da situação social gera uma enormidade de jovens sem rumo, desorientados e perdidos, porém, não podem ser eliminados da forma como se vê em curso. Para tudo não se agravar ainda mais, antes de mais nada, uma conversa já entre as partes, até para saber se, existe da parte da instituição policial, de quem controla o aparato policial, a percepção do excesso e o desejo de mudar. Os próximos dias nos trará uma boa percepção da viabilidade deste diálogo ou o agravamento da relação, hoje praticamente em colapso.
obs.: As fotos são de autoria de Tauan Matheus, que esteve na marca de protesto dos moradores do Jd. Vitória, com mães dos jovens assassinados, na tarde do último domingo, 20/10/2024.
O CASO REPERCUTE NACIONALMENTE
Uol Notícias:
Folha São Paulo:
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