domingo, 19 de janeiro de 2025

BEIRA DE ESTRADA (189)


A MOÇA DO SUCO FOI UMA DAS QUE ACREDITOU NAS MENTIRAS SOBRE O PIX
Gente, a moça que vende suco de laranja nas feiras e em especial na de domingo, com banca na rua Julio Prestes é minha amiga. Batalhadora incomum, sua muito a camisa, rala adoidado e nas eleições passadas tentou uma vaga como vereadora, iniciando a luta dentro das hostes do PSB, depois sendo intigada a mudar de sigla e seguir perfilada com um dos que a prefeita tem sob seu domínio. Se frustrou e passado o pleito, engolida a decepção, realidade diante de si, tem no trabalho o local onde continua pagando suas contas e nele mergulha novamente e segue sua vida.

Hoje me surpreendeu muito, pois mal chego, ela me sabendo petista, diz estar muito decepcionada com o Lula. Não crendo no que ouvia, mas imaginando o que viria disse: "Que foi desta vez?". Ela, de cabeça um tanto baixa, desabafa: "Não viu, ele querendo taxar nós, os pequeninos, taxando os que usam o PIX abaixo de R$ 5 mil mês". Tento argumentar, primeiro perguntando se ela ouviu e viu somente essa notícia, a que algo assim ocorreria, mas não leu nada sobre desmentidos e esclarecimentos. Não e se ouviu ou viu não prestou tanto a atenção. Ainda tentou continuar: "Como ele pode querer fazer algo conosco. Teremos que deixar de usar o PIX". Expliquei com todos os argumentos que possuia e creio, até consegui contornar o estrago maior, algo já consumado na cabeça do povão.

Sim, agora eu percebo o quanto isso tudo ocorrido nesta semana foi devastador na mente destes tantos que se informam pelas redes sociais e o fazem por canais ligados a interesses conservadores, diria mesmo, bolsonaristas. Por tudo isso, toda a luta para explicar de fato o que estava em curso, Lula e o Governo deveria ter vindo fazer estes esclarecimentos todos em cadeia nacional de rádio e TV, usando de um espaço que é de fato do Governo Federal. Talvez, desta forma, algo ainda possa ser feito, pois toda vez que algo desta envergadura, uma escabrosa mentira sendo passada adiante, só mesmo com algo grandioso para o combate. Pelo que vi, mesmo achando que a questão foi encerrada, na cabeça do povão ela não o foi e permanece a dúvida. Falta ainda algo mais vindo do Governo e do próprio Lula para lacrar isso tudo. Ela, minha amiga lá da feira, ainda se deixa levar por mentiras repassadas por gente como esse bandido, que precisa ser punido, espalhador de fake news, mas nem nisso estão acelerando os procedimentos. Se formos deixando passar tudo o que fazem, eles continuarão fazendo a cabeça do povão. Perder esse jogo dessa forma é algo pelo qual não me passa pela cabeça. Não é uma questão só de rebater e mostrar a verdade dos fatos, mas punir e eliminar a fonte dessas mentiras.

RESISTÊNCIA CONTRA VIOLÊNCIA POLICIAL EM BAURU
Bauru é um cadinho de tudo o que acontece neste estado, dito e visto como o maior da Federação brasileira. Aqui, dentro de suas proporções, acontece de tudo, inclusive essas aberrações dos sucessivos assassinatos cometidos pela Polícia Militar paulista. Algo inconcebível, o cidadão pagar para ter segurança e não ter uma pessoa devidamente preparada para prestá-la. Isso está mais do que evidente, diante de tudo o que está em curso com um bruto, um claro brucutu como Secretário da Segurança Pública em São Paulo. Incentivado e insuflado pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas, declarado apoiador, insuflador e colocando em prática ações nitidamente conservadoras, diria mesmo, de ultradireita, aqui o campo de experimentação do que teremos quando um dia estes chegar ao poder no país. Quando se observa parte considerável da população apoiando este tipo de ação destes, a constatação de que, algo está muito errado e distorce o errado pelo certo. Tem que estar ocorrendo uma massificação de informação distorcida, confundindo a mente do cidadão, para permitir que estes continuem fazendo o que fazem quando com a caneta nas mãos.

Estamos perdendo este jogo - e feio. E como se converte isso? Em Bauru uma ação concreta de como agir e resistir. Bauru foi palco de inúmeros assassinatos, ocorrendo de forma seguida, crueldade sem explicações convincentes, sempre na periferia, nas franjas da cidade e uma delas é a violência na abordagem policial. Chegar chegando é algo inadmissível para um servidor pago por todos nós, quando uma certeza, a de que ocorre tipos de abordagens muito distintas entre a periferia e a sua região mais abastada. E, com carta branca, a violência está presente como mola mestra de como agem para conter o problema social vigente. Matam descaradamente e montam depois um cenário propício para tudo dar em nada. Isso foi e está sendo denunciado de forma contundente em Bauru, principalmente pela união dos que tiveram seus filhos assassinados. Dessa união, junto deles, muitas entidades municipais, não os deixando sós nessa luta. Dessa união, nasce um grupo de resistência e ele cresce, se multiplica, provoca uma obrigatória visibilidade, daí sua importância, pois a partir dessa união, algo precisou ser feito. Dessa resistência, a primeira transformação, essa já bem evidente é que os assassinatos tiveram um breque. Não que a violência tivesse se estancado, mas quando contidos, as pessoas envolvidas em abordagens são levadas ao plantão policial e não eliminadas.

Neste domingo mais um destes atos. O movimento está devidamente organizado e com a realização de pelo menos um ato mensal, relembrando cada jovem assassinado, quando num local num dos bairros onde ocorreram e depois de algumas falas, uma passeata pelo bairro e depois, no encerramento uma árvore sendo plantada, com a denominação do jovem assassinado. Neste mês o ato foi no bairro Santa Cândido, defronte uma unidade do CRAS e relembrando o triste fim de um jovem, Thayllãn Henrique Barbosa da Silva, 18 anos. Resistir é preciso e o que se busca é somente algo tãso simples, Justiça. Lutar, enfrentar o algoz, denunciar seus atos e se mostrar presente, unidos na luta para que, o estado trate a todos com a mesma distinção. A luta se dá assim, nas ruas e colocando a cara, mostrando quem somos, o que queremos, como queremos e denunciando erros e excessos. Não esmorecer, jamais!

MAIS UM ATO CONTRA A CONTINUIDADE DA VIOLÊNCIA POLICIAL NA PERIFERIA DE BAURU
Hoje no jardim Santa Cândida e cada mês num dos locais onde ocorreram impunes assassinatos. Essas vozes não podem se calar. Com a ampliação da denúncia, algo já foi conseguido. Se ocorreu uma diminuição da violência, ela se deu por causa deste movimento se manter organizado. A luta continua...
Eis uma curta gravação de uma fala de mãe, cujo filho foi assassinado recentemente:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/9465237560166737

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