HOJE POSSE VEREADORES E DA ALCAIDE BAURUENSE, FUI À CÂMARA SÓZINHO E DEIXEI REGISTRADO MEU PROTESTOFui à Câmara neste final do primeiro dia do ano com um propósito muito bem estabelecido. A gente sabe quando está diante de um jogo de cartas marcados e assim mesmo, mais do que importante ir lá e deixar claro, expor o ridículo da situação apresentada. Deixei claro algo mais do que evidente, quando feitas as contas, agora com 21 vereadores, o placar em favor da alcaide deve girar em cada votação, sempre nos tais 17 x 4, talvez com uma variação de um voto para um ou outro lado. Não vai fugir disso. Não tem como fugir disso, pois quem decide está lá no poder da cidade e isso é imposto de cima para baixo. Mais do que evidente, essa atuação de nossa Câmara de Deputados será um HORROR. Não existirá nenhum tipo de fiscalização para os atos do Executivo e tudo será sacramentado, sabido de antemão. De minha parte, algo muito simples, talvez nem seja necessário a perda de tempo com as sessões semanais, pois pelo presenciado hoje, não existe mais nenhuma dúvida, as votações serão todas de lavada.
Numa primeira votação ocorrida antes da decisão, para uma simples decisão de suspensão da sessão por dez minutos, propositura do vereador Eduardo Birgo, opositor da alcaide, o placar foi de 16 x 5. Acertei em cheio. Na sequência, a eleição da presidência da casa, entre o vereador Marcos Souza e Lokadora. O placar foi 15 x 6, votando no Lokadora: Natalino, Márcio Teixeira, Segalla, Estela, Borgo e o próprio Lokadora. Não vai existir jeito e maneira de competir com o bloco de Arrastão montado e colocado em prática daqui por diante. Só tenho a lamentar, pois o espetáculo presenciado por mim e por toda Bauru é deprimente.
No cartaz fixado com adesivo plástico numa cortina plástica, de fácil retirada, a exposição de três pontos, com os dizeres: "VEREADORES - 17 X 4 ASSIM NINGUÉM AGUENTA - VOCÊS LERAM A MANCHETE DO JC DE 24/12? - E ACHAM JUSTAS AS EMENDAS PROPOSITIVAS?". Sobre os 17 x 4, não existe mais dúvidas, todas as sessões nestes próximos quatro anos serão todas sem nenhuma graça, pois o resultado já possui resultado antecipamente conhecido. Do segundo item, sobre uma denúncia de provável irregularidade na escolha de empresa para receber verba pública, tendo pessoa com ligação umbilical com a atual administração, já é do conhecimento antecipado do resultado de votação de investigação. Do terceiro, evidente que, a maioria é mais do que favorável à continuidade dessas emendas e os motivos são mais do que evidentes.
Diante disto, creio eu, qualquer tipo de denúncia ou pedido de fiscalização para atos do Executivo, somente ocorra algo neste sentido quando através do JUDICIÁRIO. E mais, os tais quatro ou cinco opositores que coloquem as suas devidas barbas de molho, pois para uma cassação, pelo motivo mais fútil que surgir, tudo pode ocorrer da forma mais simples possível, num mero sopro.
Dr. Abel Cortez e sua esposa. |
Ele foi um juiz correto, nada que o desabone de seus tempos na ativa. Conversei muito com ele quando tempos atrás estive embuído de escrever uma biografia do empresário e o mais importante presidente noroestino, de toda sua história, Cláudio Amantini. Ele me recebeu em seu escritório, já aposentado, onde adorava ir para escrever e papear com amigos que por ali passavam, na rua Bandeirantes, quadra seguinte da onde está o Colégio São José. Fui ali diversas vezes. Olho para trás e mesmo com o livro não consumado, tenho a mais absoluta certeza, as muitas prosas que tive o prazer de ter com seu Abel foram as melhores e que mais me renderam conhecer um bocadinho mais das entranhas dos donos do poder bauruense. Ele vivenciou com tudo isso em sua atividade, a de juiz, aqui atuando por muitas décadas. Em outra atividade, a de conselheiro do Esporte Clube Noroeste, teve o prazer de, na convivência com Amantini e outros, vivenciar in loco o momento da venda/doação do terreno onde está o estádio e o ginásio de esportes, tudo sendo passado em definitivo para o alvirubro. Essas histórias de bastidores, infelizmente se perdem com o passar do tempo, pois quando artífices que nela estiveram envolvidos se vão, sem deixar quase nenhum registro, pouco vai se saber de fato, além de rumores e fofocas, de como se deu aquela tumultuada transação. Abel tinha em seu escritório as minutas todas, numa minuciosa descrição, onde defendeu de fato o Esporte Clube Noroeste. Este sim merece mais do que uma placa lá no estádio em sua homenagem. Enfim, quantos ainda estão vivos para relembrar e contar dessas histórias, deixando registrado uma versão quase definitiva sobre esses acontecimentos? Poucos, cada vez mais poucos. Conversamos também, enquanto o entrevistava, sobre variados acontecimentos dentro da história bauruense, alguns polêmicos e ele, com sua conhecida fleuma, tinha sempre a me dizer algo mais, totalmente desconhecido por mim. Por um bom tempo, fui e voltei várias vezes, não mais para falar sobre o depoimento para o livro da história do Amantini, mas para prosear. Conheci por lá o seu neto, Gabriel Cortez, formado em jornalismo e naquela época conquistando o seu primeiro emprego no setor, se não me engano no SBT. Outra pessoa muito simpática e em algo puxou muito o avô, um democrata, respeitador de nossa legislação e muito ciente do papel do avô dentro da história bauruense. Encerro este texto, recheado de elogios, com uma conversa aqui reproduzida, em muitos dos meus textos e hoje, com seu falecimento, declino sua autoria. Abel Cortez, entre tantas conversações, falávamos dos grupos de poder local e como foram construídas muito da riqueza de muitas famílias. Numa dessas conversas desabafa e seu registro não me saiu mais da cabeça: "Meu caro, tenha certeza, todas as riquezas construídas na cidade, ocorreram de duas formas. Ou algo de estranho ocorreu no seu desenrolar, propiciando o enriquecimento ou tudo foi gerado de ganhos obtidos através de prêmios de loterias. Porém, existe um agravante, aqui em Bauru, até o presente momento, ninguém ganhou na loteria". Baixa o pano. Isso não o desmerece, mas o eleva para um nível de pessoas das mais diferenciadas na cidade. Só isso, nada mais. Depois dessa, passei a admirá-lo muito mais. Hoje se foi, deixando um vácuo e comigo carrego algo pela rica e rara oportunidade perdida, a de se tivesse estado mais e mais vezes com ele, saberia muito mais de como seu deu de fato algo revelador da época quando esteve na tiva, pois vivenciou muito de nossa história, fazendo também parte dela. Eis o link de como o JC deu a matéria e assim fiquei sabendo de sua morte: https://sampi.net.br/bauru/noticias/2876335/bauru-e-regiao/2025/01/morre-o-juiz-aposentado-abel-cortez-o-1-matriculado-da-ite?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR22JjtN3emAdWussq7PhIi7V2EQuNCxeGxW-ohVedzvJLDWU444hwV4YUM_aem_GmZEaMS-E69qdQSq7M9Hxw
Não fosse a Carta Capital e a Piauí estaria hoje num mato e sem cachorro. Antes era fissurado em vasculhar as bancas de jornais e revistas em busca de novidades. Hoje nem perco mais tempo. Pelo modal impresso é só isto e nada mais. Acaboucetudo.
este meu primeiro texto escrito no novo ano
SAUDADE MESMO EU TENHO DE LER O PASQUIM TODA SEMANANão fosse a Carta Capital e a Piauí estaria hoje num mato e sem cachorro. Antes era fissurado em vasculhar as bancas de jornais e revistas em busca de novidades. Hoje nem perco mais tempo. Pelo modal impresso é só isto e nada mais. Acaboucetudo.
Semanalmente o Pasquim era a tentação ali presente. Toda terça corria pra buscar meu exemplar. Que timaço. Hoje, dizem, o jornal era machista. Podia até ser, mas tudo o mais compensava. Hoje, infelimente, muitos dos que lá escreviam já se foram. Restam poucos pela aí, escrevinhando da mesma forma que antes. Não tinha como se decepcionar.
Outro dia resolvi comprar a Folha SP, que muitas décadas atrás até cheguei a assinar. Tempos do Folhetim, na sua fase áurea. Depois avacalhou com textões acadêmicos. Era tarado pelo JB, o Jornal do Brssil, que chegava de trem em Bauru, lá pelas 15h, vendida na banca ali defronte a praça Machado de Mello. Pra mim, foi o último jornalão brasileiro. O Globo nunca chegou aos seus pés.
O Pasquim feneceu, dizem não existia mais espaço para um jornal de ácido humor no país. Talvez, porém hoje deveria fazer novamente baita sucesso, mesmo diante da queda de leitores no País. Eu gostaria muito de ver um ousado projeto nacional com este formato voltando a circular por aí. Dizem ser saudosista demais. Sei não, na verdade estou é órfão. Quero de volta o Pasquim. Sonho regularmente com isso. Tenho cura?
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