O ZÉ TÁ BEM, PODIA TER SIDO PIOR PRO NOSSO "HOMEM ARANHA"Essa história eu tenho que contar. Tudo nessa vida tem uma explicação e fundamento. Tudo acaba se encaixando, mesmo que o mundo dê muitas voltas e, trinta anos depois, tudo se interliga novamente, divinalmente. Todos os personagens desta história são pessoas mais que grandiosas, diria mesmo, espetaculares.
O Zé Roberto Reginato é de Pederneiras, trabalhou uma vida quase inteira na Oficina de Fotografia da FAAC/Unesp e após a aposentadoria pratica a mercenaria na garagem de sua casa. Segue sua vida e vez ou outra bate cartão por aqui, amigos por todos os lados. Duas semanas atrás foi subir num telhado, numa festa com gente amiga e caiu lá de cima, altura de quatro metros. Ficou bonitinho por fora, mas por dentro um estrago. Não conseguiu mais fazer nada sózinho, nem andar. Foi pro hospital, teve todo atendimento lá por sua cidade e depois em casa, não conseguia sair da cama. Muitas dores, banho com panos e fraldas. Situação complicada. Tudo por querer dar uma de "homem aranha", sem a agilidade deste, quando nem idade tem mais pra essas aventuras com escadas.
Quem lhe socorreu prontamente ao saber do ocorrido? O filho, que mora com ele, tem trabalho diário em Bauru e outro mora no Rio Grande do Sul, impossível permanecerem ao seu lado. Quem para Pederneiras se deslocou foi sua ex-esposa, a Rosi Janice Momberger Souza, que deixou seus afazeres lá no sítio rural, onde mora, no paraíso de Iguape, deixando o cão aos cuidados do vizinho e vindo fazer o que tinha que ser feito, cuidar do danado.
Acabou tendo que voltar para Santa Casa de Pederneiras, de lá para o Hospital de Base, aqui de Bauru e na UTI, fez todas as radiografias necessárias, pelo santo e eficiente SUS, o que verdadeiramente salva a vida das pessoas no Brasil. Constatada a fratura de nove pequenos lugares, agora só sairá do hospital quando a Sorri entregar pronto um colete de aço, confeccionado um a um, sob medida, pago pelo SUS, onde deverá permanecer por até uns 10 meses, até tudo voltar ao normal dentro dele.
Por enquanto, ele sai hoje da UTI, vai pro quarto e aguarda o colete ficar pronto, com atendimento de primeira linha, na UTI, mais de oito médicos, todos ali no batente e a todo instante e no quarto, eficiência para fazer tudo o que Rosi vinha fazendo sózinha, dar até banho no grandão, pois além de tudo, ele é pesado pra dedéu. O Zé está bem, cheio de dores, mas vai sair dessa. Vai demorar um bocadinho, vai ter que permanecer no estaleiro por ainda um bom tempo, mas graças a Rosi e também ao Mauricio Dos Passos, que já veio de Pederneiras pra cá um monte de vezes, indo e voltando com a Rosi, cuidando do amigo de longa data, mais de 40 anos, tendo até morado juntos, bem lá atrás, numa república na capital. Inseparáveis em tudo. Isso sim é rara amizade.
Hoje, domingo, parei tudo e fui prosear com os dois, a Rosi e o Maurício, quando me contaram detalhes de como anda de fato meu amigo Zé. Muito bom ter notícias boas e mais, ter notícias de como se dá o tratamento médico no Brasil - viva para o SUS - e de como é isso dessas relações humanas perdurando ad eternum, com gente realmente disposta a se doar para o semelhante. O Zé está lá agora curtindo sua estada no Base em Bauru e nós aqui, podendo até rir de tudo o que aconteceu, mas preocupados com isso de querer envelhecer e achar que ainda podemos fazer coisas como antes. Não podemos e o que aconteceu aqui é um belo exemplo. Abracei muito a Rosi e o Maurício. Só não fui visitar o Zé no hospital por causa de uma forte gripe, que me dana por inteiro, mas irei, ainda mais já ciente de que ele escapou dessa. A história da Rosi é encantadora, que baita mulher e já queria escrevinhar mais e mais dela e de tudo o que possibilitou ao seu ex, não medindo esforços para ajudá-lo neste momento. A vida é mesmo bela quando estamos frente a frente com gente como estes três aqui do meu relato dominical.
COLOMBIANO PETRO RESPONDENDO TRUMP - AULA DE LATINIDADE
Carta aberta do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para Trump - 26/01/2025“Trump, não gosto muito de viajar para os EUA, é meio chato, mas confesso que tem coisas que valem a pena, gosto de ir aos bairros negros de Washington, lá vi toda uma briga na capital dos EUA entre negros e latinos com barricadas, o que me pareceu estúpido, porque deveriam se unir.
Confesso que gosto de Walt Withman e Paul Simon e Noam Chomsky e Miller
Confesso que Sacco e Vanzetti, que têm o meu sangue, na história dos Estados Unidos, são memoráveis e os sigo. Eles foram assassinados por líderes operários com a cadeira elétrica, pelos fascistas que estão dentro dos EUA e também dentro do meu país.
Não gosto do seu petróleo, Trump, vai destruir a espécie humana por causa da ganância. Talvez um dia, tomando um whisky, que aceito, apesar da minha gastrite, possamos conversar francamente sobre isso, mas é difícil porque vocês me consideram uma raça inferior e eu não sou, nem nenhum colombiano é.
Então, se você conhece alguém que é teimoso, sou eu, ponto final. Com a sua força económica e arrogância, pode tentar levar a cabo um golpe de Estado como fizeram com Allende. Mas eu morro na minha lei, resisti à tortura e resisto a você. Não quero traficantes de escravos perto da Colômbia, já tínhamos muitos e nos libertamos. O que quero ao lado da Colômbia são os amantes da liberdade. Se você não puder me acompanhar, irei para outro lugar. A Colômbia é o coração do mundo e vocês não entenderam, esta é a terra das borboletas amarelas, da beleza dos Remedios, mas também dos coronéis Aurelianos Buendía, dos quais sou um deles, talvez o último.
Você vai me matar, mas eu sobreviverei na minha cidade que é anterior à sua, nas Américas. Somos pessoas dos ventos, das montanhas, do Mar do Caribe e da liberdade.
Você não gosta da nossa liberdade, ok. Eu não aperto a mão de traficantes de escravos brancos. Aperto a mão dos herdeiros libertários brancos de Lincoln e dos meninos camponeses negros e brancos dos Estados Unidos, em cujos túmulos chorei e rezei num campo de batalha, ao qual cheguei, depois de caminhar pelas montanhas da Toscana italiana e depois de salvar eu mesmo de cobiça.
Eles são os Estados Unidos e diante deles eu me ajoelho, diante de mais ninguém.
Faça-me presidente e as Américas e a humanidade responderão.
A Colômbia agora deixa de olhar para o norte, olha para o mundo, o nosso sangue vem do sangue do Califado de Córdoba, da civilização daquela época, dos romanos latinos do Mediterrâneo, da civilização daquela época, que fundou a república, democracia em Atenas; Nosso sangue tem os negros resistentes transformados em escravos por você. Na Colômbia é o primeiro território livre da América, antes de Washington, em toda a América, lá me refugio nas suas canções africanas.
A minha terra é da ourivesaria existente na época dos faraós egípcios, e dos primeiros artistas do mundo em Chiribiquete. Você nunca nos dominará. O guerreiro que cavalgou nossas terras, gritando liberdade e cujo nome é Bolívar, se opõe. Nosso povo é um tanto medroso, um tanto tímido, é ingênuo e gentil, amoroso, mas saberá conquistar o Canal do Panamá, que você nos tirou com violência. Duzentos heróis de toda a América Latina jazem em Bocas del Toro, atual Panamá, antiga Colômbia, que você assassinou.
Eu levanto uma bandeira e como disse Gaitán, mesmo que fique sozinho, ela continuará a ser hasteada com a dignidade latino-americana que é a dignidade da América, que o seu bisavô não conhecia, e o meu sim, Senhor Presidente , um imigrante nos Estados Unidos.
Seu bloqueio não me assusta; porque a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo. Eu sei que você ama a beleza como eu, não a desrespeite e ela lhe dará sua doçura.
A COLÔMBIA ESTÁ ABERTA AO MUNDO TODO A PARTIR DE HOJE, DE BRAÇOS ABERTOS, SOMOS CONSTRUTORES DE LIBERDADE, VIDA E HUMANIDADE.
Eles me informaram que vocês colocaram uma tarifa de 50% sobre o fruto do nosso trabalho humano para entrar nos EUA, eu faço o mesmo.
Que nosso povo plante o milho que foi descoberto na Colômbia e alimente o mundo”.
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