Na muvuca, estádio lotado, do jogo deste sábado, 18/01/2025, Noroeste 1x 1 Palmeiras, muita coisa me sobre na lembrança, enfim, são décadas frequentando o estádio, suas arquibancadas e tudo o mais no seu entorno. Numa lembrança remota, chegava para os jogos muito antes dele começar, sentava na sombra dos eucaliptos e ficava colado no radinho, no programa que antecedia aos jogos, o do Galvão de Moura. Ele nos tocava, incentivo guardado com carinho, com belas entrevistas e chamamento de inesquecível lembrança. Hoje, vim ao jogo sem o antesa inseparável radinho e senti falta, pois não estou familiarizado com a composição do novo elenco. Conheço o centrovante, o Carlão, que já esteve conosco ano passado, brilhou, encantou e voltou. O rádio pela internet fica inviável, por causa do deley, aquele tempo de atraso entre a transmissão e o que está sendo falado aos microfones. Me ensinam como sintonizar uma rádio e assim superar este sofrimento de ouvir um jogo em atraso. Porém, hoje, tem rádios que não merecem mais serem ouvidas, como a pérfida - tornou-se um asco - Jovem Auri-Verde. Felizmente, existem outras e assim, escolho um bem com a cara noroestina, a da Jornada Esportiva. Futebol também é isto, não se deixar envolver por quem quer te demonstrar um lado saudável, mas está vinculado ao que de pior existe.
Aprendi também a torcer pelo time do meu coração, sem ter que ficar dando explicações de como as coisas são tocadas nos bastidores da bola. Se fizesse isso, com certeza, deixaria de amar meu time do coração, pois na história do centenário Noroeste, já presenciei desgraças mil, como também tempos de glória, júbilo e contentamento. Fico com estes, para compensar tudo o mais. Em cada retorno ao estádio, passa um filme em minha cabeça. Foram tantos os momentos, que nem sei se devo comentar alguns pois com certeza, iria me esquecer de tantos outros e assim, talvez deixasse de fazer jus para o que aqui quero expressar.
Nas arquibancadas de ontem, no local onde um dia glorificamos também a existência de uma cortina de sombra, representada pelos eucaliptos ali plantados e por fim, dortados, por diretoria inexpressiva. Por sorte, o jogo ocorre num horário quando o sol já estava se pondo e este não foi marcante durante a partida. O que me carcou mesmo foi algo da mudança de como está se dando hoje a manifestação da torcida durante a partida. Como o incentivo de preços privilegiava nos preços os acima de 60 anos, estes compareceram em massa e sentados juntos de uma nova geração, vivenciei algo surreal, um percentual queria permanecer sentado e outro não conseguia fazê-lo. Presenciei até um início de confronto, entre os que queriam passar a maior parte do tempo do jogo sentadas e outras em pé. De um diálogo até áspero, com o passar da contenda, tudo foi arrefecido e um passou a entender melhor o outro. Nada como o consenso, enfim, sentar para os mais vividos é algo da maior importância e ver os que querem permanecer em pé, outra. Tudo faz parte de uma grande festa e ela aconteceu divinalmente dentro do estádio bauruense.
Eu não deixei de estar no estádio nestes anos todos em vários jogos. Já fui da Sangue Rubro e nutro fortes amizades com muitos deles, frequentando sua sede e bebericando muito do resgate de tempos idos ao lado destes. Em todas as séries e por onde o Norusca esteve, eu com orgulho escrevo isso, estive e marquei presença. Até em jogos quando já havia sacramentado ter caído de divisão, mas sendo o último jogo no ano, lá estive. Enfim, sou noroestino na acepção da palavra. Não torço por modismo. Vibro junto dessa nova geração, aprendendo a gostar também do time de sua aldeia. Muito bom ver isso vicejando e latente em muitas manifestações. Sou corintiano, mas quando estes dois times jogam, evidente que, torcerei para ambos, mas o Noroeste estará acima de tudo. Não tem como. Não controlo minhas emoções internas.
Confesso ser cético com essas SAFs, onde o clube deixa de ter sua identidade própria e passa a ter um dono, este, segundo seua concepção e cabeça, toma os rumos que achar mais interessante para seu negócio. Quando vejo os que hoje administram o clube, vejo que todos são bauruenses e por que não fazerem o mesmo, mas sem este envolvimento empresarial e sim, todos dando o seu quinhão, deixando tudo nos cofres do Noroeste? Sei também que, não se brinca de fazer futebol e ser torcedor é uma coisa, comandar a coisa é bem outra. Sou romântico, mas não bobo. Enxergo as transformações e nem por causa disto deixo de torcer. Tenho um amigo que, hoje não vi no estádio, numa demonstração de amor eterno, dizia jogar na loteria, só com a inetnção de um dia ganhar uma bufunfa e ajudar o Noroeste.
Enfim, os jogos em si representam muito, como o deste retorno para a série A, mais muito mais que isso tudo é estar no estádio, ver o Noroeste entrar em campo, ouvir seu hino entoado pela boca de tantos e curtir as emoções inerentes a um jogo de futebol em nossa casa. Os reencontros possíveis são de indescritível valor. Neste mesmo, vi gente que não via há muito tempo, não só no estádio, como nas ruas. Neste momento, consigo e tento me esquecer o que representam muitos destes e me divirto ao lado de pessoas, que no dia a dia, podem ser algozes de outras aspirações. Todos unidos pelo futebol e tudo o que ele representa. Este tal de jogo da bola é mesmo mais que uma loucura. Este congraçamento é quase que único no país de hoje, onde o acirramento e tensão está quase no seu limite. Com o futebol, uma trégua, algo como o que tentam fazer em Gaza neste momento. Durante o tempo de êxtase de um jogo de bola, as armas são depostas e todos se unem, ou melhor, observando mais atentamente, até outros conflitos podem surgir, como homéricas brigas com a torcida adversária, que passa, naquele momento a representar o oponente do dia a dia. Enfim, reflexões que durariam horas e poderia se estender ad eternum. O fato é que, gosto demais deste treco chamado jogo de futebol, gosto demais da conta deste time aqui de minha aldeia, o Noroeste e sigo, seguirei ao seu lado enquanto tiver forças para ir ao estádio. Uma cena mais que linda ontem, foi a ver muitos velhinhos, seguidos e acompanhados por seus filhos e netos, caminhando lentamente em direção às suas acomodações e de lá poder presenciar mais um jogo do Noroeste. Tudo é encantador e fascinante durante uma partida de futebol como a presenciada neste final de sábado. o ineswuecível ficará retido, gravado para sempre em minha e na memória de todos os presentes. Viva o Noroeste, pois o que seria da gente sem um time para torcer e chamar de seu? No meu caso, com certeza, seria mais triste.OBS.: Que me importa se o Palmeiras veio com time reserva, tudo misturado, titulares em conserva, ou mesmo, descanço. Vale mesmo a euforia proporcionada pelos artífeces da bola e de suas arquibancadas e quando a bola começa a rolar, da festa proporcionada. Valeram e muito os meus R$ 80 reais (idoso, pago meia) pagos no ingresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário