1.) A DIREITA SE PEGA, MAS SE ENTENDE, JÁ A ESQUERDA...Tenho essa triste conclusão do título desta nota, após acompanhar o desenrolar de acontecimentos nos últimos dias na política argentina, pelas leituras do diário Página 12. O presidente Javier Milei não consegue, mesmo entre os que estão dando consistência ao seu desGoverno manter total concordância. Vi que o pau quebrou internamente entre ele e seu mais importante apoiador, o ex-presidente Maurício Macri. Ambos representam juntos a perdição da Argentina. Macri é um sacana em todos os sentidos e só para terem uma idéia, agora revelado um algo mais da partilha dos bens da família, fortuna mal ajambrada e nela, deixaram de lado, com apoio da Justiça, uma irmã. Quem passa a perna na própria irmã, o que fará com o resto? Imaginem o que fez ao país quando presidente e o que fará se um dia voltar. Comanda um segmento político de direita, aliado da mídia massiva, prinpalmente o jornal O Clarín. Milei precisa dele para ter consistência em seu plano de aniquilamento do país. Ora se entendem, ora não e pelo que sei, bateram feio cabeça por estes dias. Porém, quando veio a público e perguntado sobre o que havia ocorrido, Macri não titubeou e disse mais ou menos isso: "Eu estou e estarei com Milei, pois temos um mal maior a derrotar para sempre, o peronismo". Ou seja, se pegam, mas quando vão à público, continuam unidos para derrotar aqueles que lutam pela lado social na Argentina, mantendo latente e pulsante o ódio contra os Kirchners, principalmente Cristina Fernandez de Kirchner.
Leio isso e nada me assusta, pois não esperava nada diferente. A direitona não é boba e como conseguiram eleger essa nhaca denominada Milei, mesmo com todas as cagadas que produz, sabem eles, que não podem bobear e se mantém unidos no enfrentamento ao perigo dos que, buscam fazer algo em prol da diminuição da desigualdade social. Nada diferente do que ocorre aqui, onde a direitona também se pega e também se une contra Lula e tudo o mais que ousar manter algo diferenciado do que pensam. Já no campo onde atuo, a desunião grassa e consome a luta. Tudo incerto daqui por diante, inclusive de como deverá ser a fratícida luta quando da reeleição de Lula, que chegará ao pleito com 81 anos.
Transporto para Bauru, aldeia onde moro e a DIREITONA está toda compondo com a prefeita Suéllen, reeleita no 1º Turno e de 21 vereadores na Câmara, possui maioria de 17 x 4, ou até mais. E a esquerda mais desunida que nunca, batendo cabeça e eu, olhando para os que poderiam estar na lida e luta aliados, olho para a única vereadora eleita pelo meu partido, o PT e pela esquerda, me pergunto: Como me aliar a ela? Seguindo frase e título de um filme, utilizada dias atrás por comentarista político da cidade, "Eu sei o que você fez no verão passado", prefiro manter distância, daí, uma só certeza, a desunião continuará e prosseguirá sem alterações. Enfim, a gente da esquerda escolhe com quem quer seguir lutando por dias melhores, mas a direita, mesmo discordando, na hora do vamos ver se aliam e fazem o que tem que ser feito. São procedimentos diferentes e creio eu, não ocorrerá mudanças neste sentido. Ou seja, a probabilidade de perdermos lá na frente, continua muito grande.
Tem quem não goste deste entendimento, mas tudo está tão claro. Uso quando alguém de mim se aproxima com essa ladainha repetitiva, uma clássica resposta, tipo de cala-boba: Meu caro, tem algo estranho neste teu entendimento. Trump, o presidente que vai assumir o poder no Império lá do Norte, está apregoando aos quatro ventos querer agregar o Canadá aos EUA, fazer o mesmo com a Groelândia, que vai expulsar todo e qualquer imigrante, que vai taxar em mais de 100% quem ousar se aproximar da China, que vai continuar levantando um muro impedindo que latinos ousem adentrar o território de seu País, que vai anistiar todos os que invadiram o Capitólio, acabando também de ser condenado judicialmente, porém, não será nem admoestado, muito menos preso ou tendo que pagar fiança ou algo parecido. Tudo isso e muito mais, sendo repetidas vezes sendo despejado aos cuspes de sua infectada boca e ninguém da nossa mídia massiva o denomina de DITADOR. Daí, qual o diferenciar utilizado por vocês para cravar ser Maduro um ditador e Trump não?
São essas coisas, mundo recheado de meais verdades, muitas espalhadas num formato duvidoso, sem maior aprofundamento e a maioria aceitando sem pestanejar, sem ao menos entender de fato o que venha a ser uma coisa e outra. Primeiro, acredita-se hoje muito mais em sites ligados a linha de pensamento da pessoa e não no confronto de ideias para se chegar na conclusão mais próxima da verdade dos fatos. Maduro pode ter errado, cometido atos falhos, mas nos EUA, em todas suas últimas eleições ocorreram fatos muito mais lamentáveis do que os ocorridos nas últimas eleições da Venezuela. Este país, como Cuba, sofre uma perseguição atroz, simplesmenter por possuirem governos que não dizem amém, muito menos rezam na cartilha norte-americana, ambos de esquerda. A diferença é que Cuba continua pobre e a Venezuela tem ouro negro, petróleo e assim sendo, seu poder de barganha é muito maior, pois até já ouço que, Trump quer conversar com Maduro, o que desapontará em muito parte significativa da mídia nativa. O fato é que cada país deve resolver seus problemas internos entre eles, sem nossos pitacos, estes influenciados pela forma como construímos nosso saber. Na verdade, aqui confesso, assisti do começo ao fim, pela rede de TV venezuelana Telesur a transmissão da posse e vi um país totalmente em paz, ruas em festa, algo bem diferente do que tentavam nos passar, pela nossa maior TV, a Globo. São alarmistas, pois querem forçar uma coisa, mesmo ela não ocorrendo. Passam vergonha no atacado e no varejo. E incautos, comem gato por lebre.
Eu tenho um amigo, muito do gozador e ele me deu a melhor resposta que poderia ter ouvido por estes dias, sobre a solução para tudo isso: "Meu caro Henrique, se a Venezuela é uma ditadura ou não, isso é problema deles. A Arábia Sáudita também o é e os EUA a paparicam. O problema é que, países sem bomba atômica são muito frágeis e estão sob constante ameça. É só o Maduro construir uma bombinha atômica e todos se calarão diante de seu governo, autoritário ou não. Alguém fala muito grosso com a Coréia do Norte? Falam, mas não passam de um certo limite e mesmo o tal do Trump, em seu primeiro governo já foi conversar com eles, ou seja, tendo uma bomba, tudo muda de figura. Imagina Maduro sentado lá em Caracas e os caras o ameaçando, ele com duas bombas, uma direta para destruir Washington e outra para Nova York. Pronto, tudo estaria resolvido. Não existe outro meio de calar estes protestos. Tudo se dá pela força. Entendeu?". Sim, entendi.
O fato é que, nenhuma novidade, cabeças pensam e agem de forma bem diferenciada quando sentam numa mesa para tentar uma negociação, ou mesmo um mero acordo de cavalheiros. Me dizem que, melhor assim, pois viver num mundo onde a concordância é absoluta, isso seria o próprio absolutismo em ação. Na verdade, gostamos de demonstrar conhecimento em tudo e isso, as vezes é bom, noutras nem tanto. O entendimento se faz destes confrontos, um tentando convencer o outro. Porém, o que se vê nestes últimos tempos é algo perigoso. Eu, por exemplo, sei dos males provocados pela chegada de Milei ou mesmo quando Bolsonaro chegou ao poder. Tivemos que esperar o final do mandato do capiroto aqui no Brasil e este, numa demonstração de criminosa irracionalidade, não contesta, mas quer matar seus oponentes. O argentino espera pelo fim do mandato ou até mesmo, pode promover a derrubada do maléfico nas ruas, mas daí já se trata de movimento revolucionário, algo bem diferente de golpes, com uns poucos querendo fazer valer sua vontade sob a da maioria. O certo é que, dialogar hoje, em algumas ocasiões, está se tornando algo perigoso.
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