VOCÊ REPARA NAS PESSOAS DORMINDO PELAS CALÇADAS? ALGO PUBLICADO NO DIÁRIO PÁGINA 12, DA ARGENTINA ou COMO GOVERNOS DE DIREITA PRODUZEM AUMENTO DESMEDIDO DA MISERABILIDADE HUMANA
A história por trás da foto viral que expôs o crescimento do problema. - A rua, o destino dos caídos do modelo. Como resultado da crise, cada vez mais pessoas estão desabrigadas. A imagem da esquina de Callao com Corrientes, centro de Buenos Aires, expôs uma realidade palpável que os dados oficiais confirmam:
“Saí da livraria para a rua procurar uma coisa, levantei a cabeça e vi uma coisa que não acreditei, então tirei uma foto”, conta Alfredo Suhring à Página/12 : ele está falando do bairro de Corrientes e Callao, onde fica seu local de trabalho, a livraria Zivals. A foto que ele tirou mostra a longa fila de corpos de quem mora na rua. É dia, sexta-feira de manhã, a onda de calor está a todo vapor e os sem-abrigo dormem o melhor que podem, muitos com a cabeça virada para a parede como único gesto possível de proteção do exterior. A foto se tornou viral; Suhring postou nas redes junto com alguns parágrafos. “Este é o lugar onde trabalho há mais de 20 anos, nunca vi nada assim, parecemos zumbis, somos cegos. Esse quadro é muito doloroso e se repete em quase todos os quarteirões da Capital.” “Não gosto dessa liberdade ”, concluiu. É inegável o aumento explosivo do número de pessoas em situação de rua nos últimos meses. é muito claro, muito evidente”, confirma Horacio Avila, da organização Projeto 7, que trabalha no problema há quase 20 anos. “ Antecipávamos que isso aconteceria no início do governo Milei, quando ele. assinou o DNU que desregulamentou o. O aumento de todos os preços, o agravamento da pobreza e da miséria estão a ter essas consequências ”, descreveu.
Ávila diz que a maioria dos que ficam nas ruas são pessoas que vieram de empregos no mercado negro, numa altura em que o Governo promove a eliminação das protecções laborais mais mínimas. “Por exemplo, alguém que trabalha num lava-rápido, assim que a demanda cai, é avisado que acabou”, disse. “As chagas, as respigas independentes, também são afectadas pela queda do consumo”, acrescentou.
Como sempre aconteceu, a Cidade de Buenos Aires acrescenta aos seus moradores de rua aqueles que chegam da Província de Buenos Aires e do interior do país por uma questão de sobrevivência. Eles têm a expectativa de que na Capital consigam o mais básico, um emprego, um banho ou um prato de comida. Suhring diz que “sempre houve pessoas que pararam na calçada da livraria”. “Tento ajudá-los, mas desta vez a situação me oprimiu”, disse ele. Os arredores de Zivals estão cheios de ranchadas e gente solta tentando sobreviver no pior dos mundos. Rubén tem 30 anos e está sem teto há seis meses. Ele chegou de Rosário. “O que Buenos Aires tem é que sempre há algo para comer nas ligas”, diz ao Página12. A poucos quarteirões de distância, Lucas, 36 anos, diz que se mudou de Lugano para o centro para fugir de problemas familiares e vícios. Ele junta papelão e come três vezes por semana no refeitório da UTEP de Constitución. Depois, ele pede sobras aos comerciantes do centro da cidade. “É uma merda conseguir um emprego de novo”, diz ele, que é pedreiro e está deitado sobre a mochila na esquina da Uruguai com a Corrientes.
“Nunca vi tanta gente nova na rua que chega todos os dias como agora”, resume Carlos, que está na rua há vários anos, quase uma década. Ele sabe vasculhar como poucos. Antes morava em Avellaneda, mas não quer mais voltar. Andrés, um dos garçons do La Giralda, confirma: “Nos finais de semana explode com gente na rua, que vem fazer pedido, nunca vi nada parecido, a crise está batendo forte”, afirma.
Eis o relato completo da matéria de um dos locais mais movimentados da famosa Corrientes, esquina com Callao: https://www.pagina12.com.ar/799901-la-calle-el-destino-de....
Amanda Helena é minha amiga, dessas intermitentes batalhadoras, dandso muito murro em ponta de faca, mas sabendo como ir tocando sua vida e extraindo de tudo algum néctar para continuar sobrevivendo. Hoje ela tem propósito na vida, que é o de reformar um quarto onde mora, ali atrás do supermercado Spani, parte baixa do bairro São Geraldo. Ela é minha escritora preferida, pois quando senta e solta o verbo, o faz com "sangue, suor e lágrimas". Escreve com um sentimento periférico inigualável. Para vencer mais essa barreira e ter este cômodo quitadso, precisa terminar de vender essa rifa, começada por meu pontapé inicial e com ajuda da Rose Barrenha, que doou um quadro do Baccan, a premiação. Ela vendeu metade e faltam mais 50 números, vendidos a R$ 10 reais. Volto à carga, compro alguns números e marco meus diletos amigos, pois se é para a Amanda, tudo vale a pena. Ela, além de merecer, precisa ter uma lugar mais confortável para ir produzindo mais e mais escrevinhações, dessas de entornar o caldo. Anotem aí o seu PIX, "poesiabelicamarginal@gmail.com" e vamos depois comemorar lendo mais e mais seus escritos perfuro cortantes. Faltam só 50 números...
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