domingo, 19 de agosto de 2012

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (75)

ELE ATRAVESSOU A RUA PARA PRESENCIAR UM TRIO DA PESADA
Tudo para mim acaba se transformando numa grande história. Observo tudo à minha volta e o transformo num escrito. Eis o motivo de estar rodeado de infinitos papéis e o nome mafuá para meu local de trabalho e escrevinhação. Ontem, 18/08 aconteceu mais um episódio a comprovar isso. Saímos à noite, eu, Ana e a mana Helena e o local escolhido foi um restaurante na avenida Octávio Pinheiro Brisolla, o LA TERRASSE CAFÉ. Local refinado, um pouco fora do meu padrão de acessibilidade, ou seja, acima de minhas parcas posses. Fomos todos por um único e salutar motivo, quem tocaria por lá era um trio da pesada dentro do cenário musical bauruense, o BOSSA JAZZ, formado por Denise Amaral no vocal, Ralinho na bateria e Roger no teclado. Sábado de poucas opções, ouvir e ver jazz com eles no comando é algo que aprecio muito, como se estivesse a desfrutar de uma fina iguaria. Encaramos. 
Curtimos muito tudo. Denise cantou divinamente, principalmente na nova roupagem de alguns clássicos de Billy Holliday. Ralinho nos mostrou das potencialidades de sua nova bateria, uma norte-americana, que define muito melhor um propício som, principalmente para o jazz. Roger está se consolidando como um dos grandes do teclado bauruense e já ocupa o lugar antes ocupado quase que exclusivamente por Badê. Gosto deles todos e do esmero e dedicação com que trabalham. Uma devoção. Pergunto a eles num certo momento: “Onde ensaiam?”. Dão sonoras risadas e me dizem quase em coro: “Aqui, nos palcos. Estamos todas as semanas juntos. Não dá nem tempo”.
Uma história ontem me fez escrever sobre eles. Num certo momento Ana sai para a calçada, o tal do cigarrinho e lá se depara com um rapaz extasiado com o som. Pede um a ela e travam um diálogo incomum. “Vinha descendo a avenida após um trabalho lá para cima e ouvi esse som do outro lado da rua. Não acreditei, precisava conferir o que era e quem produzia. Não tenho condições de entrar aí e vou ficar aqui na calçada curtindo cada momento. Que coisa linda, não? Quem são?”, diz. Ana me chama e volto lá para conhecer o tal moço, era o ARTHUR ROMIO, estudante da Unesp Bauru, curso de Jornalismo e o que acontecia era uma espécie de hipnose musical. Embalado pelo que ouvia, atravessou a rua e estava estático, absorto pelo som que saia daquele casarão. “Isso tudo é tão mágico, é para poucos, para quem tem a sensibilidade. Não resisti, precisava escutar isso mais de perto. Que rico som, só saio daqui quando acabar", diz.

Fico a papear com ele por certo tempo, ambos curtindo o som de outro ângulo, o da calçada. Antes de voltar para a mesa, lhe digo algo que, também fruto da observação, colhido olhando para os lados, só na observação: “Você atravessou a rua e veio aqui curtir o som e muitos dos que estão lá dentro, estão indiferentes ao que é tocado, não percebem, não curtem, não usufruem e até reclamam. Veja aquela mesa grande, mais de dez pessoas e ninguém nem aí com a música. Sim, isso tudo é questão de pura sensibilidade”.


OBS.: Hoje é domingo, meu post precisa ser curto, pois a feira me espera. Faz três semanas que não compareço na Banca do Carioca e quando isso ocorre, fico trêmulo. Vou lá jogar conversa fora e buscar um LP que ele me arrumou, uma preciosidade, o do trompetista Raul de Souza, “Sweet Lucy” (Capitol, 1977). De lá, tento juntar alguns dos próximos para curtirmos junto um almoço do meio do mato, lá na Festa da Padroeira em Barra Grande, Capela de São Roque, pertinho de Tibiriçá. Vai ter violeiro, almoço coletivo, gente simples a dar com pau e poeira idem. O duro vai ser driblar os candidatos, que certamente lá estarão a distribuir santinhos e promessas. No mais, aquele abraço para o jornalista esportivo do JC, LEONARDO DE BRITO, que na edição de sexta, 17/08, de sua coluna, a Em Confiança escreveu isso: “Aquele abraço Aldo Wellicham e Henrique Perazzi de Aquino, amigos de fé, inteligentes, noroestinos roxos”.
O vídeo é uma pequenina amostra grátis do que esse trio apronta quando reunidos no mesmo palco.

7 comentários:

Unknown disse...

Muito interessante sua postagem sobre o Trio Bossa Jazz, acredito que Bauru tem uma grande carência de apresentação de Jazz, apenas algumas apresentações pontuais.

Mudando de assunto, também estava na Barra Grande, gosto muito de violeiros também, uma coincidência ser grande admirador dos dois estilos musicais tratados no mesmo post.

Conhecia muitas pessoas de lá? Estou a procurar uma pessoa que lá estava.




Mafuá do HPA disse...

Grato Gabriel,
Me fale dessa pessoa. Talvez a conheça ou alguém que nos lê.
Abracitos do Henrique - direto do mafuá

Unknown disse...

Complicado dizer por aqui, vai dar pode passar uma impressão errada.

Tem algum meio de contactar você que não seja público? Email talvez.

Mafuá do HPA disse...

GABRIEL

Contate no:

mafuadohpa@gmail.com

Fico no aguardo

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Henrique

Eu conheço o Athuir. E se gosta de jazz e Bossa subiu no meu conceito.

André Ramos

Unknown disse...


oi...sou eu....a novata aqui...eu sei bem como é....Como seria bom termos somente amigos pra trocarmos figurinhas...trocar no sentido exato da palavra mesmo.Moro em uma cidade que só porque tem praias...não se deselvolveu mais nada...nenhum resgate ou presente cultural...mas tudo bem...moro aqui porq quero...porém ja vivi ocasiões de fazer um jantar em casa...e receber queridos amigos(porem com uma sensibilidade diferente)...e eles me pedirem pra desligar o som....Perguntei porque???...e a resposta veio....para economizar energia!!! pasmem...as pessoas preferem o silencio à cultura...ou a ampliaçao de seus conhecimentos....

Anônimo disse...

Marly

Conheci uma família que ao acordar, a primeira coisa que faziam na casa era colocar música de boa para todos ouvirem. Sabe o saiu disso tudo? Todos são apaixonados por música. Todos hoje devem fazer o mesmo. Lindo, não? é a tal da questão de sensibilidade.

Obrigado por se juntar aos amigos do blog, como seguidores e também lá no facebook.

Um abracito bauruense e veja lá, qualquer dia, eu e a Ana podemos aparecer por aí. O lugar onde mora deve ser lindo...

henrique - direto do mafuá