RETRATOS DE BAURU (127)
SEU ANTONIO, O DA AVE MARIA E HOJE COM TERRA E CASA PRÓPRIA
Antonio da Ave Maria é mineiro de Botelho, mas boa parte de sua vida passou dentro de acampamentos rurais Brasil afora. Num certo momento esse senhor, 67 anos, corpo mirrado, porém um touro quando na luta por seus ideais, aportou em Bauru no então Assentamento de Aymorés e de lá não mais saiu. Aos 9 anos ganhou o apelido, quando perdeu o pai e desde então, por rezar diariamente o terço, ninguém o chama por outro nome. A luta sindical faz parte de sua vida e certa vez ao interpelá-lo se fazia parte do Sindicato Rural, sua resposta foi imediata: “Sempre fui é do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, não confunda. Olha como essa palavra soa linda, trabalhador”. No começo sua casa no assentamento era feita em módulos, prontos para serem desmontados, hoje ergueu uma de tijolos, permanentes, pois a terra é sua, legalizada. Criou cabras e vendeu muito leite e queijos, hoje prefere atuar no segmento de verduras sem agrotóxicos, algo a envolver toda sua família. Sua luta não sofreu interrupção por causa da conquista da terra, pois hoje a água é difícil, as melhorias chegam em conta gotas e a organização popular nunca está totalmente efetivada, pois ele bem sabe que a reforma agrária brasileira está ainda pela metade. Sua luta continua e ele prossegue sua saga, com seu jeito mineiro de ser (nunca perdido e esquecido), alegre, irreverente, mas de forma contundente e precisa. Certa feita, anos atrás, Isaías Daibem, numa visita ao então acampamento disse aos presentes: “Seu Toninho é valente. Reza com toda a fé do mundo e depois não perdoa, vai à luta, sem dó e piedade”. Eu já acho que é o contrário, primeiro ele vai à luta, faz tudo o que tem que ser feito e depois, às 6h da tarde, reza e dorme tranquilo.
OBS.: Eu sempre preferi chamá-lo de Toninho da Ave Maria, mas ele mesmo, hoje, com o passar dos anos se intitula Antonio da Ave Maria e assim sendo, quem seria eu para contraiar sua vontade e gosto.
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Antonio da Ave Maria é mineiro de Botelho, mas boa parte de sua vida passou dentro de acampamentos rurais Brasil afora. Num certo momento esse senhor, 67 anos, corpo mirrado, porém um touro quando na luta por seus ideais, aportou em Bauru no então Assentamento de Aymorés e de lá não mais saiu. Aos 9 anos ganhou o apelido, quando perdeu o pai e desde então, por rezar diariamente o terço, ninguém o chama por outro nome. A luta sindical faz parte de sua vida e certa vez ao interpelá-lo se fazia parte do Sindicato Rural, sua resposta foi imediata: “Sempre fui é do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, não confunda. Olha como essa palavra soa linda, trabalhador”. No começo sua casa no assentamento era feita em módulos, prontos para serem desmontados, hoje ergueu uma de tijolos, permanentes, pois a terra é sua, legalizada. Criou cabras e vendeu muito leite e queijos, hoje prefere atuar no segmento de verduras sem agrotóxicos, algo a envolver toda sua família. Sua luta não sofreu interrupção por causa da conquista da terra, pois hoje a água é difícil, as melhorias chegam em conta gotas e a organização popular nunca está totalmente efetivada, pois ele bem sabe que a reforma agrária brasileira está ainda pela metade. Sua luta continua e ele prossegue sua saga, com seu jeito mineiro de ser (nunca perdido e esquecido), alegre, irreverente, mas de forma contundente e precisa. Certa feita, anos atrás, Isaías Daibem, numa visita ao então acampamento disse aos presentes: “Seu Toninho é valente. Reza com toda a fé do mundo e depois não perdoa, vai à luta, sem dó e piedade”. Eu já acho que é o contrário, primeiro ele vai à luta, faz tudo o que tem que ser feito e depois, às 6h da tarde, reza e dorme tranquilo.
OBS.: Eu sempre preferi chamá-lo de Toninho da Ave Maria, mas ele mesmo, hoje, com o passar dos anos se intitula Antonio da Ave Maria e assim sendo, quem seria eu para contraiar sua vontade e gosto.
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4 comentários:
meu caro H.P.A. ,É compreensível que que o Sr. Antonio nao goste de ser chamado de toninho ave maria, diminutivo nao fica bem para um gigante
lazaro carneiro
Lázaro, tu tem se mostrado muito caseiro nos últimos tempos.
Nem sabe a falta que fez por lá na Romaria.
Esse seu Antonio é só pequeno na estatura, pois é mesmo um gigante, disso comprovo.
Eu e o Marcão temos uma história com ele, que qualquer dia ele conta aqui. Eu não tenho coragem, mas toda vez que é lembrada, me fazem rir de montão.
Vê se aparece na próxima.
Tá de pé aquele convite para irmos juntando uns trocos todo mês e no começo do ano que vem irmos todos para Cuba. Ainda topa?
Henrique - direto do mafuá
Meu caro
Gosto demais quando voce retrata tipos eminentemente populares, como o dessa vez. Gostaria imensamente de poder conhecer pessoalmente o seu Antonio. Retrate mais com esse espírito guerreiro.
Daniel Carbone
andar de avião só se for pra fugir de guerra e olhe lá, se for uma revolução dessas de matar burgues prefiro ficar em terra firme.
lazaro carneiro
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