quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (67)

A REPAGINAÇÃO DE UM PROGRAMA DE RÁDIO E DE UM MUSEU BAURUENSE
1.) caro Franco Jr, apresentador do Bauru Agora (760 klz, rádio Auriverde, segunda à sexta, 10 às 12h, a partir de 13/08): 
Fiquei imensamente contente com o seu retorno para a Jovem Auriverde. Sou ouvinte de rádio quase de forma ininterrupta. Trabalho em casa e mantenho o mesmo ligado. Sentia muita falta de um programa de rádio aos moldes dos existentes em milhares de cidades país afora e aqui ainda não. Algo bem jornalístico, com debate de ideias, muito além de um programa de fofocas, horóscopo e dicas culinárias. Sentia falta disso em Bauru e confesso, sofria cada vez que sintonizava a Auriverde sob a administração do Silvestre, pois credito a ele um pensamento retrógrado, muito parecido com o que o Tea Party pratica hoje em dia nos EUA. Ele, em todos os momento fazia questão de transparecer possuir um lado e usava o microfone para explicitar isso. Era sofrível, pois quase não existiam chances de expor outro ponto de vista, além dos dele nos microfones da rádio. O dele prevalecia sobre todos os demais e o Bauru Agora era um arremedo de programa jornalístico, muito clientelista para o meu gosto. Sofria com o programa das 18h, em algo que poderia ser muito melhor aproveitado, com Silvestre e seu discípulo, o Chico Cardoso e a participação de uma terceira pessoa, o Consultor, mas que era algo feito somente com intuitos definidos, puxar o saco de gente que eram de sua linhagem política e até dos que anunciavam ou no passado anunciaram com a rádio (elogiavam repetidas vezes o ex-prefeito Nilson Costa no ar e cutucavam o que veio depois, o Tuga, por esse, principalmente ter cortado anúncios). Quem ouve rádio diariamente saca isso e tudo caia na chacota popular. A rádio, infelizmente, chegava a ser chamada de "Chapa Branca" tucana, tal era os elogios a esses e as duras críticas ao petismo, como os únicos produtores de todos nossos males. Felizmente isso acabou na rádio e devo a isso a visão objetiva do Alexandre Alves, o novo diretor, que deve ter enfrentando problemas, mas prevaleceram os novos caminhos, muito mais arejados. O ouvinte já deve ter percebido o quanto saiu ganhando.
Com a chegada do Alexandre Alves, a real possibilidade da oxigenação na programação. Ela tem sido alterada aos poucos e percebo isso. Logo na chegada, vi na programação ainda durante o Carnaval algo que gostei muito e comentei com o próprio Alexandre. Acho que um dia antes do desfile, no programa que o Tuba e Léia fizeram sobre Carnaval, naquele dia a rádio transmitiu um jogo do Noroeste e o Jota Augusto ao voltar para a rádio após o jogo, foi direcionado com a viatura para visitar a sede das escolas de samba e produziu um belo trabalho de campo. Inesquecível a entrevista que conseguiu fazer com o Jaime, o ainda mandarim da Mocidade Independente, lá no quase abandonado barracão deles, pertinho do Pé de Varsa. Ele pegou o Jaime no pulo e conseguiu arrancar dele uma belíssima entrevista. Quando encontrei o Alexandre disse a ele que seria ótimo ver a Auriverde fazendo isso, programas jornalísticos, com gente na rua e entrevistando as pessoas. Sua resposta foi essa: “Aguarde mais um pouco”.

Hoje, com a sua reestreia mais um capítulo disso sendo consolidado. Sempre via o Nivaldo José, um baita de um talento jornalístico, meio que muito mal aproveitado na rádio. Sei que ele domina os bastidores, mas precisa ter mais espaços no microfone e acredito que seu programa dará vazão a isso. Eu acredito que um dos últimos Vanguardões que conseguia assistir de cabo a rabo era o comandado por ti. O estilo do Márcio Miranda é mais do que discutível, pois atira para tudo quanto é lado. Acerta muitas vezes, mas erra também muito. E quando de sua saída, a rádio perdeu muito pela forma como foi feita, impedido de entrar no ar se continuasse criticando a Câmara de Vereadores, tudo por causa de um contrato de pagamento mensal de transmissão da sessão da Câmara. Depois dele, o Vanguardão perdeu muito. Tinham profissionais tentando, mas faltava o carisma de uma pessoa de peso (não que seja gordo, longe disso), com opiniões contundentes, bem colocadas e entendedor do metiê. Hoje, confesso, não sei como está, pois o ouço pouco. Adoro a Maria Dalva na hora do almoço e de manhã, faço uma mudança maluca de dials, momentos na 94 e outros na 96. Infelizmente, a Auriverde fica de fora dessa, mesmo sabendo que o Nivaldo faz participações boas no horário.

Quando viajo por aí, vejo programas de debates e conversas com o ouvinte, tratando de política, problemas nos bairros, instigando e provocando reações e não via nada aqui. Quando soube de seu retorno na Auriverde fiquei extremamente contente. Fiz questão de sintonizar a 96 hoje pela manhã e ao ouvi-lo, mais contente ainda, pois vejo que continuará por lá e com essas duas horas matinais aí na Auriverde. Do caminho a ser trilhado e indicações de pauta, sei que não preciso dar meus pitacos, pois é possuidor de tarimba e sabes muito bem como deve ser feita a coisa. A Auriverde ganhará muito em credibilidade com o seu retorno. Quem gosta de rádio AM, como eu, deve estar radiante com a cara novíssima do programa.

Era isso, caro Franco, escrevo tudo isso só para que saiba que, assim como eu, muitos estão atentos e torcendo para que o programa vingue e você permaneça por muito tempo produzindo um jornalismo de qualidade, sem privilégios, buscando sempre o bem estar do ouvinte e da população de Bauru. Tenha certeza que não escreveria isso tudo para qualquer um que ocupasse o espaço da rádio. O faço a ti, pois gosto do jornalismo produzido sobre o seu tacão. Toque o barco e saibas, que sempre que puder estarei te ouvindo nas manhãs de trabalho aqui no escritório/residência. Terei que dividir o espaço com o programa musical, só com MPB de qualidade do Wellington Leite, na Veritas Fm, mas isso ainda nem sei como resolver (talvez dois rádios ligados ao mesmo tempo).

Abracitos cordiais e sinceros desejos de muito sucesso e vida longa para algo a oxigenar a cinquentona Auriverde. Desculpe alguns desabafos, necessários e sinceros, tenha certeza, tudo foi escrito de uma só talagada, vapt-vupt e desconsidere os prováveis errinhos na grafia. Tudo devido à pressa e atropelo na formatação das ideias e pensamentos. HPA

2.) MUSEU FERROVIÁRIO REABERTO: Ontem, 20h, estive na reabertura do museu mais charmoso de Bauru, pois tem o algo mais, aquilo que foi o fermento para o progresso bauruense, a história da FERROVIA e do famoso entroncamento e das três empresas que fizeram história no setor, a Paulista, Noroeste e Sorocabana. Muita gente por lá e ele todo repaginado, espaços mais valorizados, muita luz e imagens bem distribuídas. Trabalho de equipe, citando sua direção hoje a cargo do funcionário de carreira, professor, maquinista e diretor, Alex Sanchez, um espanhol briguento pela causa férrea, como devem ser todos os envolvidos na questão. Gostei do que vi e revi muitas pessoas conhecidas. Dentre elas, destaco um quarteto de cariocas, comandado por Carlos Henrique Trindade (um velho conhecido dos meus tempos de Diretor da área - na foto o quarteto junto do Roque), todos ligados ao DNIT e à Inventariança da RFFSA, que durante toda a semana estão cuidando da transferência ou não dos vagões localizados nos trilhos bauruenses (reunião na quinta à tarde para decidir isso). Primordial essa decisão e a Prefeitura saber trabalhar com esse acervo, reativando o Projeto Ferrovia para Todos, que muito já fez no quesito restauração de carros ferroviários. Perceptível é o fato de que o museu está pequeno e necessitando de mais espaço. Minha sugestão já foi dada aqui e compreende uma ocupação dos espaços hoje ocupados por outras atividades na mesma edificação. Falta um contato direto com a AGU – Advocacia Geral da União e pressão contínua, ininterrupta, pois do contrário, “tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes”. Foi criado um Grupo de Trabalho na Prefeitura para discutir a questão férrea, sob comando da vice-prefeita, mas reuniram-se somente uma vez e tudo caiu no esquecimento. Sabe do que senti a falta no evento: dos ferroviários, principalmente os aposentados. Algo precisa ser feito no sentindo de reaproximar esses do seu espaço. O Elson Reis é um bom secretário, precisa ter tranquilidade para trabalhar, escolher as pessoas certas nos lugares certos e conseguir ir colocando em prática (e funcionamento) muito do que tem em mente. O próprio Conselho do Museu, que é deliberativo, ainda não foi reativado. Tenho mais do que um mero apreço por esse museu e a cada visita esse sentimento se fortalece.
Obs.: As três fotos maiores são da Rádio, tiradas do site da mesma e as restantes, as menores, todas tiradas por mim e são do evento de reabertura do museu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Henrique
O Franco Jr saiu da 96?
É isso.
Valéria