HORINHAS PASSADAS NA FESTA DE REGINÓPOLIS E RELATOS INESQUECÍVEIS
Vivo levando duras. Nesses dias mais uma. Meu considerado lá de Reginópolis, o locutor da rádio FM Rainha dos Anjos, o Zé Rolinha me cobra um escrito aqui sobre o que vi por lá no último final de semana, 11 e 12/08. “Cê vai escrever ou vou ter que te puxar a orelha?”, diz. Ele quer falar de mim e do Fausto nas ondas reginopolenses e busca subsídios no que escrevo. Vou atendê-lo com um breve relato do que foi nossa meteórica aterrissagem por aquelas bandas do sertão paulista. Fausto havia chegado uns dias antes e gastou muita sola de sapato andando de um lugar para outro, bebericando nos bares, visitando e revendo gente que gosta. É quando se recarrega para depois voltar a enfrentar as agruras da cidade grande, no seu caso, Guarulhos, onde mora.
Eu, Ana, meu pai Heleno com 84 anos e a mana Helena chegamos no sábado, final da tarde e nos instalamos no hotel pousada Pôr do Sol, quase todo coberto pela maior mangueira que vi na vida. Deve ter mais de uns 30 metros. De lá fomos andar com o Fausto pelas ruas, esbarrar nas pessoas. Numa esquina, paramos o carro no meio da rua para jogar conversa fora com o irmão do Lázaro Carneiro, noutra outro papo furado, dessa vez com o mecânico, contador de causos e também mestre cuca, o Nenê Donato. Meu pai queria jantar e como em cidade pequena isso é praticamente impossível, o que achamos, na Casa Verde, foi um imenso omelete, saboreado entre cervejas e sucos. De lá caímos na festa e padre Geraldo nos reservou um lugar de destaque, um quiosque entre o de pastel e o de doces. Ficamos entre a cruz e a espada. Quitutes de todos os gostos. E vimos a cidade inteira passar diante de nossos olhos. Vendemos alguns livrinhos, “Reginópolis, sua História”, mas o gostoso mesmo foi ir revendo as pessoas.Conto duas passagens. Numa um senhor bem vestido, folheia o livro e puxa conversa. No papo descobrimos ser do Grajaú, bairro carioca, o mesmo da nascença e morada da família da Ana Bia. Coincidências dessa vida. Falante, cai nas graças de todos e por fim pergunta: “Qual acha ser a minha profissão?”. Um diz ser comunicador, arquiteto, professor e eu vendo uma cruz em sua lapela, desfiro: “É padre”. Pois era o padre Jorge, lá da paróquia do Grajaú e perdido no interiorzão paulista, de férias, na casa de familiares em Pongaí. Veio conhecer a quermesse e encontra alguém de sua aldeia. Em outra, todos papeamos com uma simpática e bonita senhora, quando Fausto me faz lembrar quem era ela. Ela trabalha na Prefeitura, varre a praça todos os dias e tirei uma foto dela varrendo a mesma com uma imensa folha de coqueiro, para que o trabalho renda. O Fausto aquarelou e é um dos desenhos mais bonitos do livro. Ela, idem tanto passeando, como trabalhando. E a menina que canta no coral e se viu desenhada no livro, foi correndo buscar o pai e tanto fez que esse não teve outro jeito, comprou para ela. Toda pimpona mostrou para todos, maravilhada estava por se ver ali retratada.
O domingo era Dia dos Pais. Três filhos do seu Heleno; eu, Helena e o mano Edson (veio de Bauru com a família só para o almoço) no Restaurante do Machado e saboreamos um porquinho a pururuca de fechar o comércio (que já estava fechado, era domingo). Ficamos mais um pouco, vendemos mais uns livrinhos, juntamos mais histórias e volto com minha trupe pouco depois das 16h. O corpo estava cansado, mas o dia, como o da cantora Sueli, estava ganho. Assim como Fausto faz, eu e os meus estávamos todos recarregados, pilha repostas e prontos para o embate que se iniciaria no dia seguinte. Para quando voltaremos para lá mesmo?, é a pergunta que me faço.
UMA DICA – No Templo Bar, por duas semanas, exposição com pinturas do chargista e artista plástico, NICOLIELO, em naif, sua especialidade e com o tema dos esportes olímpicos. Vá lá, depois me conte se não achou tudo "chique no úrtimo". E no vídeo um bocadinho de Rosa Passos no SESC, anteontem.
Um comentário:
Li seu blog e achei sensacional!!! Muito bom, um dos melhores textos que você escreveu sobre essa nossa saga. Valeu, mesmo!
Fausto Bergocce
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