É o que faço neste exato momento, quando o Mafuá, esse território livre incrustrado nas barrancas do rio Bauru, após um ano e meio fechado, juntando pó, lacraias e todos os probleminhas provenientes de uma edificação com a minha idade e com pouquíssima manutenção. Como talvez tudo possa voltar ao normal um dia e tudo por lá empilhado, chegou a hora de olhar para o local com outros olhos, daí chamei para um consulta um entendido do assunto, o amigo Marcelo, mestre de muitos ofícios juntos e ele, após ser convencido por mim, subiu no telhado mafuento e agora, estamos, eu e ele, numa loucura desbravativa, pois após tirar a primeira telha do lugar, demos de cara com algo quase instransponível e sem solução. Marcelo é bravo e está neste momento lá no alto do telhado, tendo dar um jeito nas intermináveis goteiras e gatil ali existente. Creio daremos um jeito, mas o ruim é ter que afastar das escrevinhações mafuentas e da lida e luta empreendida pelos brasileiros para destituir o fundamentalismo que tenta se fixar neste país como praga.
Eu, neste exato momento acompanho o Marcelo num trabalho braçal de grande monta e espero em poucos dias, devolver o espaço mafuento ao uso, mesmo que em condições precárias, pois como se sabe, vivemos hoje de remendos e o que estamos fazendo é mais um, com a cara deste Brasil, mas com probabilidade de perdurar por uns bons dez anos. Se tudo der certo, devo também viver ainda este tempo todo e assim, desfrutar dos reparos com mais sombra e água fresca. Mas nem tudo é bonança no horizonte, pois mal acabarei a trégua a mim concedida para recauchutar o Mafuá e recebo a triste notícia de que no próximo dia 28/8, o capiroto em pessoa está anunciando vinda para Bauru, para algo insólito, uma cavalgada e com toda concentração ocorrendo no Recinto Mello Moraes. Como se sabe, esse local tem a propriedade da Prefeitura Municipal, que não deveria ceder graciosamente para ato tão nefasto, mas como a incomPrefeita é da mesma linhagem do capiroto, tudo já foi devidamente acertado.
O próximo passo é criar problemas e percalços para essa cavalgada do mal e para isso, convoco todos que como eu, estão em outras atividades, para que parem tudo e concentrem esforços para que o negócio capirotista não vingue e se vingar, seja um fracasso. Já estou bolando umas ideias aqui na cachola, umas traquitanas do arco da véia. Enfim, para melar qualquer coisa capirotista a gente faz de tudo e mais um pouco. Vamos juntos? Vou descer do telhado já, pois daqui há míseros dez dias o taleban brasileiro tentará aportar na cidade.
ABORTANDO A TÁTICA DOS MALÉFICOS, A DE DENEGRIR A IMAGEM DA ESTAÇÃO NA NOB PARA FACILITAR SUA DERROCADA – ELA RESISTE ALTANEIRA, SEM SEQUER UM TRINCO EM SUA ESTRUTURA
A Estação da NOB já foi chamada certa feita, pelo escritor Ignácio de Loyolla Brandão, em crônica no Estadão, de “a mais bonita de todo interior brasileiro”. E ela é linda mesma. Idealizada e levantada nos anos 30, tem algo que nenhum decrépito depreciador não consegue desmontar nem com reza braba: ela não possui nenhuma rachadura em toda sua estrutura. Somem vocês aí quantos anos ela tem nos costados e constatem a genialidade de sua construção, feita para suportar trens passando ao seu lado a todo instante. Resistiu a todos os trens que por passaram por décadas, mas hoje, pelo que se vê, sofre algo muito mais perigoso do que a simples passagem e trepidação de tudo à sua volta, ou seja, a língua afiada e desinformada de detratores e vendilhões. Muitos destes já propagandeiam até sua derrubada, ou seja, preferem vê-la literalmente no chão do que restaurada, recuperada e devolvida a uma boa utilização.
Escrevo disso tudo. Não me entra na cachola dos reais motivos da estação ter sido INTERDITADA, sendo que estruturalmente ela continua como dantes, em pé, forte e rija, imponente e majestosa. O que existe de fato e hoje é do conhecimento público, uma campanha em curso para não fazer vingar sua real reutilização. A estação foi comprada, foi pago na época um preço justo, esse valor conseguiu reparar dívida trabalhista para com os ferroviários e isso foi salutar, até para reparar uma eterna dívida desta cidade para com quem lhe trouxe e foi fonte do progresso destas plagas, a ferrovia. Tem quem menosprezes e não consiga vislumbrar reconhecimento nisso. Bestiais, se deixarem recontam a história desta aldeia segundo suas concepções. Hoje, alguns destes, como se viu semana passada até entre vereadores, alardeiam de forma jocosa a compra da estação pela Prefeitura e até, pasmem, sugerem que a mesma seja colocada à venda. Não entendem nada de História, de Patrimônio Histórico e só pensam em ir ressaltando o que de pior temos neste momento da cidade e do país, um movimento fundamentalista, negacionista e se possível, desprezando tudo de bom que já tivemos um dia.
As notícias que chegam de lá são péssimas. A Prefeitura diz estar olvidando esforços para algo pela restauração, mas isso, como tudo o mais nessa administração é conversa pra boi dormir. Hoje, felizmente ainda existe uma vigilância no local, bancada pelo remanescente escritório da Rede Federal, ou seja, bancado pelo Governo Federal – que o Bolsonaro não tome conhecimento disso -, o que ainda não permite a invasão e aí sim sua destruição. Quem comprou a Estação foi a Secretaria Municipal de Educação e hoje, por determinação da prefeita, esses exercem o papel de barrar tudo por lá. Não apresentam projetos para revitalizar o local, mas sim de lacrar, impedir o acesso e se antes existia uma relação, no mínimo de bom relacionamento entre a Educação e a Cultura, hoje uma manda e outra obedece, sem poder dar um pio. Esse o método empregado pela prefeita e seguido pelos seus secretários. Do jeito que a coisa anda, fingindo que algo poderá acontecer, alguns ainda nutrem esperanças de algo saudável em curso, mas quem já percebeu como age todos os técnicos da novíssima (sic) administração, sabem muito bem que até a interdição lhes é favorável, pois facilita o trabalho do descarte, este em curso e apunhalando a cidade sem dó e piedade. Ou a cidade luta pela sua estação ou a campanha pela sua derrocada será vitoriosa. Muitos já usam de microfones e discursos, num vale tudo.
Alguém aí ainda nutre alguma esperança de que neste desGoverno, tanto municipal como federal, possa vir algo dessa natureza, ou seja, grana federal para algum projeto na cidade? Para os ainda desavisados, o desmonte está em curso e o que tentam fazer com a Estação da NOB é só mais um triste capítulo. Cabe denunciar a descalabro e tentar mostrar para a Justiça, promotoria e Ministério Público algo do tabuleiro em curso, pois neste momento, os algozes da cidade se beneficiam com a interdição.
SÓ PARA LEMBRAR
TALEBAN E AFEGANISTÃO É AQUI...
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