BAURU CIDADE SITIADA, MAS TEM QUEM TENTE AO MENOS AGIR FUGINDO DO TRIVIALO conservadorismo pulsa e se aproveita do momento para continuar colando o bloco na rua. Nem são tantos assim, mas quando falam, agem, por estarem com os mesmos interesses da classe dominante, a dos tais Donos do Poder, tudo parece ter ampliação. Ele só são donos ou no mínimo estão mancomunados com quem detém os meios nas mãos, principalmente neste caso, também das comunicações. Agora mesmo, se aproveitando do momento onde a classe trabalhadora tenta em primeiro lugar sobreviver, depois se ainda houver disposição e tempo, irão pensar em formas de reagir ao baú de maldades despejado sob suas cabeças. Reagir mesmo é para poucos, mas algo mais do que necessário neste e em todos os dias.
Bauru não é o que tenta nos passar esse pessoal do SinComércio, não é a linha de pensamento fundamentalista expressada pela atual administração, nem a do que se ouve nas rádios locais, principalmente a indefectível Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan e também as duas outras FMs, 94 e 96. Bauru não é também o está expresso na linha editorial do seu hoje único jornal impresso, o Jornal da Cidade. Também não é o que apregoa como ideário a Associação Comercial e Industrial e clubes de representação patronal, muito menos a linha de pensamento de igrejas variadas e múltiplas, desde as neopentecostais até as de maçons. Existe uma outra Bauru, pulsando e numa outra vertente. Essa Bauru precisa explodir, botar a boca no mundo, conseguir sair do sufocamento e gritar, expressar seus sentimentos e demonstrar sua força.
Vivemos numa cidade sitiada, ocupada pelas forças do mal, a que nos fazem crer que agem pelo nosso bem, em nosso nome e assim o fazem como única alternativa. Isso já cansou. Essas forças todas aqui citadas são fortes, possuem meios de continuar nos engambelando, mas precisam ser contidas. Não dá mais para tocar a vida com uma condução indicando um caminho que nos leva para o buraco. Se a Câmara dos Vereadores não tem interesse em propor algo diferente para a cidade, se a administração municipal já comprovou estar a serviço do momento fundamentalista da nação, se as forças vivas continuam cegas e só pensando em seus botões, se nem mesmo as entidades que poderiam se aliar na luta dos trabalhadores e na luta de libertação popular, algo precisa brotar de outro lugar e vicejar, pulsar e ser o fio condutor para uma transformação, mais do que necessária.
Existe uma cidade clamando por isso, louca para se libertar, mas não está encontrando o que seguir, daí, algo neste sentido precisa ser demonstrado, insistido e a partir daí, ir conquistando essa massa ainda inerte, fragilizada, judiada, mas ainda sem se envolver na luta, que é a do seu florescer. O momento é para nas ruas fazer surgir esse momento, de resistência e de renascimento. Longe dos embates isso não ocorrerá. Essa semana é vital para isso, pois em alguns dias a cidade receberá o que mais insano existe neste país, seu atual presidente e com ele o séquito do mal. Que a reação comece já, numa demonstração de força brotando do nada e se apresentando como alternativa para a perversidade do momento.
Não é só o Afeganistão que está sitiado pelos talebans. Nós também estamos e por algo tão ou até mais cruel que eles. Esses nos enganam e nos oprimem há décadas. Incessante trabalho de modelar mentes ao seu modo e jeito. Conduzem Bauru e o país como mero gado a caminho do matadouro. Isso tudo me faz lembrar de um livro de Clarice Lispector, "A Cidade Sitiada". Como escapar deste conceito, dessa amarração, desse laço que nos oprime e não nos deixa respirar? Ou essa contida Bauru, representando a maioria de sua população desfaz esse nó no pescoço e passa a agir por conta própria ou continuaremos atrelados aos interesses de quem nos crava a estaca.
"O livro A cidade sitiada é ambientado no subúrbio de São Geraldo, durante a década de 1920, e é neste lugar pouco atraente que vive Lucrécia Neves, uma jovem simplória que apenas vê a vida passar. (...) Cercada por seu contexto e cheia de angústias que não sabe como expressar, Lucrécia está sitiada dentro de si, sem perspectiva alguma de mudança. A comparação com Macabéa é, mais uma vez, inevitável: ambas encontram um fio de esperança para suas vidas monótonas – a revelação da cartomante à Macabéa e o casamento com Mateus –, mas, assim como Macabéa encontra seu fim trágico, Lucrécia vê seu sonho frustrado e entende que sua vida continuará sem sentido", texto do Instituto Ling, 2020. Num trecho do livro algo da angústia dos que precisam se libertar, mas encontram poucos meios, saídas: “Mas enquanto mantinha o rosto sufocado, e toda a sala que ela não via girava tonta, a moça parecia descobrir que não era de tristeza que gritara. É que não podia suportar aquela muda existência que estava sempre acima dela, a sala, a cidade, o alto grau a que chegavam as coisas sobre a prateleira, o passarinho seco prestes a voar empalhado pela casa, a altura da torre da usina, tanto intolerável equilíbrio – que só um cavalo sabia exprimir em cólera sobre as patas.”. Enfim, a libertação não é nada fácil...
Concentração contra a cavalgada do capiroto será sábado, 28/8, 10h, na Praça Portugal.
Vamos não só marcar presença, mas demonstrar bem claro o REPÚDIO do bauruense ao destruidor do Brasil.
Vamos juntos?
HPA
Um comentário:
Grande Henrique.
Vejo que continuas na luta. Com prazer volto ao teu blog. Me afastei das coisas bauruenses para não morrer de tristeza. Parece que a cidade contunua com a cerca que locaram na década de 70. É dificil se fazer ouvido em meio à algaravia da burguesia local e seu Robertos Rufinos.
Te convido a visitar o blog que mantenho desde março. Falo de tecnologia, computação, ciência e arte, buscando um estilo próprio. Na luta para sobreviver nesta cidade fechada. Espero que você goste e use como fonte de informação na área. Se gostar compartilhe. Aqui o link:
https://voxleone.com
Um abraço saudoso do amigo
Eraldo Bernardo, o cantor de rock e tango que virou suco.
Saúde, paz, sucesso e
FORA BOLSONARO; FORA SUELLEN!
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