NO 58º LADO B, BAURU, AMÉRICA LATINA E O CONFLITANTE MOMENTO BRASILEIRO NAS PALAVRAS DE GILBERTO MARINGONI, JORNALISTA, CHARGISTA, PROFESSOR E ESCRITORÉ com imenso prazer que trago hoje para a conversa semanal do LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES uma pessoa cheia de bons argumentos para justificar o lado onde atua, defende e se posiciona na luta, GILBERTO MARINGONI, bauruense que desde 1977, nos seus 19 anos, saiu em busca da realização dos seus sonhos fora da cidade. Os realizou a contento, sempre aqui voltado, não só para rever os seus, mas a cidade, mas também estar junto de tantos outros que continuam na luta e lida por essas terras, ditas e vistas como “Sem Limites”. Beto, como muitos ainda o chamam é de família tradicional da cidade e sabe muito bem que, faz parte de um seleto grupo, o dos que residem acima da Duque, assim sendo, em muito melhores condições dos que moram abaixo da Duque. Morar acima da Duque é um privilégio, mas isso não desmerece muitos que ali moram e exercitam a luta em prol de dias melhores para os que moram abaixo da linha do Equador bauruense. Maringoni escolheu um lado desde muito cedo e desde então nunca dele mais se afastou. Digo que foi ser gauche na vida, mas foi muito mais que isso, pois se tornou vitorioso com muito sangue, suor e lágrimas. Venceu pelos seus próprios méritos, dedicação no que faz e sem se afastar de seus objetivos.
Conversar com gente como ele é algo mais que prazeroso, pois traz muitos conhecimentos em cada reencontro. Ele propicia isso a cada retorno para Bauru, procurando sempre não se isolar, mas se reabastecer revendo pessoas, conversando, debatendo e somando conhecimentos. Vamos conhecer um pouco de suas histórias pela cidade, como se deu os seus dezessete anos de vida por aqui, como se deu sua formação, com quem andou, seus amigos, influências e algo mais dos seus gostos e preferências. Na terra do sanduíche e do famoso entroncamento ele praticou voo à vela, outro fato gerador de muita divulgação da cidade e contará algo também de seu bisavô Julio Maringoni, muito mais que um nome de rua. Nome de família tradicional, mas de gente de fibra, contado aqui pelo ilustre filho. Nessas abordagens feitas por mim às avessas, interessa muito exatamente isso, conhecer o algo mais de como alguém talhado para trilhar um caminho, o de filho das elites da cidade, acaba se desviando do caminho e vai fazer exatamente o contrário. Estas desgarradas pessoas são os que possuem algo mais para contar, pois compraram brigas para estarem onde estão. Brinquei com ele e disse na chamada anunciando essa conversa ter Bauru ficado pequena demais para ele e levei puxão de orelha, pois ele me diz que se ficou pequena foi para mim, não para ele, pois sempre aqui volta em busca de uma Bauru que sabe ainda existir. Professa fé que a Bauru que um dia foi propiciada e aconteceu pode voltar a acontecer, basta querer e lutar para isso.
Além das histórias, todas muito saborosas, vivenciadas em Bauru, tem as do pós-Bauru, com algumas décadas no currículo e daí, toda sua trajetória desenhando, publicando, escrevendo muito, estudando, tantos livros, tantos embates, a Universidade, as colunas na imprensa e todo o seu envolvimento com tantas questões e nações. Costumo dizer e não erro quando afirmo ser ele hoje no país o maior entendido de Venezuela, desde o período Chávez até hoje, no de Maduro, isso não só pelas viagens, livros publicados, mas pelo interesse em se debruçar sobre as questões todas envolvendo essa e tantas outras nações latinas. Só para terem ideia do envolvimento, ele esteve recentemente na Argentina em dois momentos, primeiro no dia da eleição do Alberto/Cristina – onde nos encontramos nas ruas de Buenos Aires – e depois voltou quando da posse. Escreve destes temas todos, questões envolvendo a Bolívia, Chile, Paraguai, Equador, Bolívia, Colômbia, Uruguai e um outro muito conhecido e amado por todos, Cuba. E o que dizer das brigas pelas quais se envolveu por causa desse momento brasileiro, onde a ultra-deireita mais conservadora e fundamentalista assume o poder? Hoje mesmo em suas redes sociais uma constatação em forma de jocosa provocação: “Alexandre de Morais é a melhor indicação que o PT fez para o STF”. Ao mesmo tempo que provoca e cutuca, sabe muito bem que hoje a única posição possível é estar com Lula em 2022, para sairmos mais rapidamente dessa situação conflitante e de fundo do poço. Junto tudo isso e com ele conversarei, tentando sintetizar tudo em pouco mais de uma hora.
Eis alguns dos textos que dele já publiquei no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA:
- Em 06/06/2014 publiquei: “Agora discorro sobre o GILBERTO MARINGONI, nosso amigo, carinhosamente chamado por aqui e alhures de BETO MARINGONI. Viveu boa parte de sua juventude por aqui, deu vôos de avião por aqui, depois bateu asas e foi alçar outros mais significativos. Assim como Mauro Rasi, Bauru ficou pequena demais para ele. Foi ser gauche na vida. Deixou inúmeros amigos do lado de cá, tanto pela militância iniciada aqui, como por além de não tê-la abandonado em Sampa, a incrementou e tornou-se conhecido não só pelo inigualável traço, como pela verve da escrita. Foi também ser professor na vida, aliás essa ainda sua fonte de renda. Volta e meia está aqui por Bauru, para rever alguns, ver como andam os negócios e sempre convidado por Paulo Neves, ministra palestras nos Encontros Latino Americanos do colégio D’Incao. Bate um bolão quando o tema é a Venezuela, tendo livros publicados sobre o tema, virou catedrático no quesito “chavismo” e “bolivarismo”. Em alguns momentos o enxergo mais à esquerda do que mim, mas conseguimos caminhar juntos em muitas lutas e agora isso do convite pelo PSOL, seu atual partido (um dia todos estivemos no PT) e tendo que encarar as feras da mídia nativa, que tanto critica e opina. Gosto quando Maringoni ameniza o acirramento de mágoas antigas e não enfia a faca desmedidamente e gratuitamente na trincheira onde já atuou, mesmo vendo nela uma colcha de retalhos do que já foi um dia. “O inimigo é a velha direita e não o PT, diz candidato do PSOL em SP. Gilberto Maringoni minimiza disputa interna no partido e promete não repetir ataques do PSOL ao PT na disputa em São Paulo. “O petismo pode não ser de esquerda, mas o anti-petismo geralmente é de direita”, enfatiza ele”.
- Em 15/08/2014 publiquei: “NUM MOMENTO EM QUE MARINGONI RECEBE CRÍTICAS POR UM POSICIONAMENTO APÓS A MORTE DE EDUARDO CAMPOS, RELEMBRO ALGO ONDE EFUSIVAMENTE O APLAUDI - O inimigo é a velha direita e não o PT, diz candidato do PSOL em SP Gilberto Maringoni minimiza disputa interna no partido e promete não repetir ataques do PSOL ao PT na disputa em São Paulo. “O petismo pode não ser de esquerda, mas o anti-petismo geralmente é de direita”, por Renan Truffi — publicado 29/05/2014. O historiador e cartunista Gilberto Maringoni, candidato a vereador pelo PSOL em São Paulo em 2012, teve de “atender a um chamado” do partido na última semana. O professor de filosofia da USP Vladimir Safatle [colunista de CartaCapital], que postulava a candidatura ao governo pelo PSOL, desistiu da disputa em meio a duras críticas contra o diretório estadual. As reclamações foram de que a legenda não tratou sua candidatura como prioridade e, consequentemente, não se engajou para levantar fundos. Maringoni, então, aceitou o desafio de assumir o posto de pré-candidato do PSOL no lugar do colega, a cinco meses das eleições. Professor na Universidade Federal do ABC, ele defende que não se trata de uma candidatura “tapa-buraco”. “Essa é uma forma menos elegante de falar suprir a demanda. Eu atendi um chamado. Não estou tapando buraco, não”. As condições para realizar a campanha ainda são as mesmas que foram decisivas para a desistência de Safatle. O PSOL não tem dinheiro em caixa e o historiador terá de sair “passando o chapéu” em busca de financiadores de campanha. Maringoni, entretanto, ameniza o conflito interno na sigla. “Essa questão [acusações de Safatle contra o PSOL] esquentou um pouco além da conta, mas nenhum fusível foi queimado. Não me parece que tenha inviabilizado a campanha”, afirma. (...)”.
- Em 25/01/2020 ele escreveu: “Evento do balaco em Bauru - Meus camaradas Antonio Pedroso Junior e Fabricio Genaro criaram o "Cachaça com política", série de conversas ao ar livre sobre temas variados. O teatro da batalha é o Bar do Genaro, simpático estabelecimento de bairro que Fabrício - ex-líder dos trabalhadores ambulantes e ex-assessor parlamentar - pilota há um ano. Nesta sexta (24) fui falar sobre os rumos do país para mais de 50 amigos velhos e novos. Noite agradabilíssima na minha cidade do coração, como diziam os locutores de antigamente. Meu agradecimento aos que lá compareceram é infinito”. Eu a seguir complementei: “Se existe a tal da Frente Ampla contra tudo o que está em curso, ela se materializou na noite de ontem em Bauru diante da vinda de Gilberto Maringoni ao Bar do Genaro. Se ela foi possível, por instantes, como ressaltou o palestrante para destituir o nazista na Cultura, unindo de tudo um pouco, o mesmo ocorreu na noite de sexta em Bauru, quando ali reunidos, representantes de variados segmentos da esquerda bauruense, alguns antagônicos no atacado, mas como se viu não no varejo, enfim, muitas causas se juntam e podem ser o ponto de união a fortalecer um agrupamento começando a fazer frente à bestialidade vigente. Seria o Bar do Genaro o embrião de tão acalentada união? Toc toc toc, na torcida".
- Em 19/04/2020 publiquei: “A PROPOSTA DE GILBERTO MARINGONI É O CAMINHO A SER SEGUIDO - BOLSONARO BOTOU O PÉ NA PORTA. É HORA DE FRENTE AMPLA, AMPLÍSSIMA E RADICAL! "O Boçal tentou hoje seu putsch da cervejaria. Como Adolf Hitler na Munique de 1923, Bolsonaro dá um passo explícito em direção ao caos. Como führer miliciano, despiu-se de toda e qualquer adereço democrático e bradou para suas hienas: "Não queremos negociar nada!" Pergunta-se: nada o quê, cara pálida? Virão para o golpe? O chamado ao Exército e ao fim do confinamento vai pegar? As Forças Armadas, já escanteadas pela medida que libera geral o porte de armas, servirão de capitães do mato de um chefe de quadrilha? A declaração parece ter pego todos de surpresa. Juliano Medeiros (PSOL) e Carlos Luppi (PDT) já soltaram notas vigorosas. Boulos e Ciro deram declarações contundentes, assim como Rodrigo Maia, FHC e Luciano Huck. Dória deplorou o apoio a uma manifestação antidemocrática. Lula, para variar, prima pela ambiguidade genérica. É pouco provável que um golpe prospere agora, em meio ao crescente número de mortes na pandemia. Mas o psicopata envenena o ambiete, cria crises e joga carne sangrenta para a sua malta. Somente com uma amplíssima frente antibarbárie se poderá caminhar para a retirada de Bolsonaro do poder por vias constitucionais. Amplíssima quer dizer amplíssima, algo semelhante à frente formada pelos Aliados na II Guerra Mundial. Diante da hecatombe nazista, Josef Stalin não titubeou um segundo para se juntar ao chefe do imperialismo em ascensão (Roosevelt) e ao mandatário colonial (Churchill). Mais do que nunca, só será amplo agora quem for radical. Esse é o único caminho para os democratas e para a esquerda", professor bauruense Gilberto Maringoni.
Teria muito mais aqui a publicar, mas o tempo urge e logo, estaremos frente a frente falando disso e tudo mais. Vamos juntos?
Eis o link da entrevista com 1h20 de duração: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/204117821730931
COMENTÁRIO FINAL: Foi uma conversa mais que reveladora e só assistindo mesmo para ter uma noção. O que posso afirmar é que vale muito a pena, pelas citações de todos os que o influenciaram no seu período de Bauru, pessoas conhecidas de todos e com grande influência sobre toda uma geração.
ARTISTAS VENDEM INSTRUMENTOS MUSICAIS PARA COMER E A CULTURA MUNICIPAL NADA FAZOntem comecei uma série de pequenos textos sobre a situação atual da Secretaria Municipal de Cultura, hoje motivo de dois atos promovidos pelo recém e já muito atuante Grupo SILÊNCIO, A CULTURA DORME, tentando tirá-la da inércia de um desGoverno fundamentalista da incomPrefeita Suéllen Rosim. neste segundo, volto à carga em algo bem simples e de uma evidência escandalosa, que é a VENDA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS PELOS MÚSICOS, tudo para saciar a fome e as contas que lhes batem às portas. E o que faz a secretária Tatiana Sá e a alcaide? NADA. Somente observa, ou seja, continuam em sono profundo, sem propostas, sem alternativas e sem mover uma palha para tirar a Cultura e os artistas do momento atual, onde TEIA DE ARANHA se espalha com o vento, não só nas instalações culturais, como na mente de quem é regiamente pago para fazer algo pela categoria.
Quase tudo parado na Cultura Municipal. Nada por obra dos funcionários, pois estes se instrumentalizados e municiados para agir, mesmo de suas casas, poderiam continuar atuando, promovendo ações virtuais, estudando possibilidades, juntando ações e pessoas, mas muito pouco, quase ocorreu em todo o período da paradeiro do necessário isolamento social. Faltou orientação, gente com proposta, querendo fazer. Os que hoje ocupam a Prefeitura em Bauru promovem na cidade algo muito parecido com o que bolsonaro (em minúscula mesmo) faz com o país, um desmonte de tudo. Fiquem atentos, pois nada de novo e nenhuma proposta para estes artistas hoje abandonados à própria sorte. Observar pelas redes sociais alguns destes vendendo o que de mais rico possuem, que são seus instrumentos e para pagar contas e comer é mais do que sofrimento. É o caos instalado e se a Cultura Municipal nada faz, sem nenhum plano neste sentido, o melhor é não tê-los, pois geram despesas mensais. Proponho reverter o salário destes que nada fazem em prol da assistência imediata para a classe artística em situação de necessidade. Amanhã e segunda nas ruas a classe artística gritará em alto e bom som contra este estado de coisas. Abalarão as carcomidas estruturas...COMO PODE?
A cada dia o nada nobre vereador Eduardo Borgo assusta mais a cidade com suas publicações totalmente fora da casinha. Nesta última, após suas duas derrotas consecutivas, a de não conseguir nenhum Hospital de Campanha para a cidade, mesmo após decisão judicial e a de não ter conseguido dar Título de Cidadão para seu mentor, o ex-capitão e ainda presidente da República. De vergonha em vergonha, o novato vereador não aprende, ou seja, quiz chegar chegando e vai aprendendo nas bordoadas, nos sábios ensinamentos que os seus lhe proporcionam, até para enxergar que, não é fazendo política com estardalhaço que irá conseguir chegar aos píncaros da glória. Está cada vez mais no descrédito e até Chiara Ranieri DEM, hoje lhe é hostil, pois boquirroto, disse horrores da Câmara anterior, que a maioria dos vereadores tomava cafezinho na Cohab e assim, segundo ele, estavam todos engavetados e comprometidos com tudo o que de ruim ali acontecia. Disse isso abertamente, não comprovou nada e agora se indispõem com todos, pois o apertam para que diga os nomes dos que diz saber terem o tal envolvimento. Apertado, espremido, foge da raia e não declara os nomes. Ou seja, mete os pés pelas mãos em tudo e deve ter vida muito curta politicamente, pois o descrédito bate às suas portas. Do escrito aqui printado e publicado, a demonstração de que, dali não sairá de fato nada de bom para a cidade, só pitadas de algo que verdadeiramente a cidade não precisa. Na CEI onde foi relator na Câmara, versando sobre a vacina, fez o que dele se esperava, encontrou um culpado para tudo, seu hoje algoz, o ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta. Ou seja, deu seu jeito de não culpabilizar a atual administração, mas o faz para quem foi seu último empregador e o despediu sumariamente por fazer o que continua fazendo bem feito, falar indevidamente e desqualificadamente por todos os meios e poros. Em breve vai estar, além de isolado na Câmara, pois todos vão querer manter distância regulamentar, como desacreditado até pelo homem lá da rádio, que ainda lhe abre os microfones, mas já está percebendo a barca furada onde está se metendo em continuar lhe dando trela.
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