ARNALDO GERALDOEle se foi no último domingo. Eu chegando de viagem, 30 dias fora de Bauru e trazido de São Paulo por outro, Sidnei, motorista uma vida inteira e como Arnaldo, nós três casados com três irmãs. Na viagem de São Paulo para Bauru ele me contava das agruras do Arnaldo, sua cirurgia da vesícula com problemas, ele com dreno, muitas dores e passando por mal bocados. O cargo de assessor na Câmara não lhe dava acesso a plano de saúde e teve que reunir esforços de gente próxima para custear sua operação. Padecia, mas não esmorecia. Arnaldo era do time dos que sofriam calado. Sempre foi assim. Grandão como nenhum outro, também grande na forma como tocava sua vida, calado, contido, mas conseguindo reunir dentro de si uma espécie de cofre, onde eram guardados segredos mil. Ouço dizer ter guardado documentos valiosos de tudo onde esteve presente. Se verdade, serão de grande valia na necessária reconstrução de nosso recente passado político, do qual esteve muito próximo, presente pelas rebarbas, sempre observando tudo. Mas isso é outra história.
O fato é que esse meu amigo e ex-cunhado se foi e com ele as muitas histórias passadas juntos. Ele adentrou o mundo da política, sempre como assessor parlamentar no primeiro mandato do ex-vereador Batata e desde então, esteve sempre junto a ele, depois de Estela Almagro. Nos tempos de vacas magras, o vi tentando tocar a vida como Uber, por pouco tempo e logo depois, estava novamente assessorando a agora vereadora. Eu o conheço bem, ele, seus familiares, os muitos irmãos, todos os parentes de sua esposa, pois tivemos estreita convivência. Fomos confidentes em muita coisa. Ouvi muito desabafo dele, essas coisas todas, que parecem pouco, mas na junção de tudo causam um estrago danado dentro do nosso corpo, levando em alguns casos até a morte. Faltava pouco para ele se aposentar, coisa de um ano e pouco. Via sua labuta para ver este dia chegar. Estava cansado, exausto e precisava descansar, proporcionar algo diferente para sua vida. Continuava por causa disso, sonhava quando esse dia chegaria. Infelizmente não deu tempo.
Quantas conversas, quantas histórias, algumas ainda impublicáveis. Arnaldo era generoso demais, nunca foi do staff dos dirigentes partidários do PT em Bauru, mas sempre gravitou junto a estes. Todas as histórias então ocorridas, tiveram como presença viva a sua pessoa. Trinta anos de convivência com isso. Sempre tinha algo para contar, mas preferia continuar na sua e assim tocou sua vida. Hoje, olhando para trás, dói não ter encontrado tempo para ouví-lo mais. No seu velório, a amiga Cidinha da Falcão conta que, ele a havia procurado e dito que segunda queria vê-la pra conversar. Ela quis saber o que, mas ele disse preferia pessoalmente. Não deu tempo. Minha irmã, Helena Aquino, a própria Cidinha e outros (as), me dizem algo dele nestes últimos tempos, dos conselhos dados a elas: "Isso aqui não é para vocês". Ou seja, o velho bardo estava por um fio. Agora, este fio se partiu e ele se foi definitivamente.
O danado tem a minha idade, namoramos juntos duas irmãs. Eu me separei, Wilma veio a falecer anos depois e ele, junto de sua Waldeice e do filho Rafael, constituiram algo bonito de ser visto. O que ele conseguia fazer pelo bem dos seus e de seu filhão são dessas coisas indescritíveis. Isso tudo anda embolado na minha cabeça nessa semana. Eu voltei quebrado dessa viagem, doído por fora, sem forças para voltar ao normal. Enquanto não me recuperar, ficarei no limbo e ao chegar, logo de cara, novamente recado dado pelo Sidnei no domingo na hora do almoço, de seu passamento, tudo desaba. Tenho tanta coisa vivida com ele, compartilhada junto deste danado que até daria um livro. Escrevo bobagens, sei disso, diante de todas as homenagens que poderia lhe fazer. Seu maior mérito é ter sido um observador de boca fechada. Quem conviveu com ele ao seu lado sabe bem disso tudo. Eu quando reencontrei todas minhas ex-cunhadas e cunhados no velório domingo e enterro na segunda, reviramos fatos passados, décadas atrás, o tema principal foi ele, Arnaldo e no frigir dos ovos, todos choramos por ele. Se assim ocorreu, o danado deixou um legado do bem e isso é o que vale muito. Quando choramos por alguém que se foi é sinal deste ter deixado algo de muito positivo em sua passagem entre nós. Arnaldão ainda vai dar muito o que falar.
LEIAM O QUE O JORNALISTA RICARDO SANTANA ESCREVEU DO ARNALDO GERALDO:
BOM DIA ARNALDÃO Eu convivi menos do que gostaria com Arnaldo Geraldo e foi o suficiente para descobrir que Arnaldo era um tipo de gente em extinção. Sua paixão era o filho Rafa (Rafael). Não descuidava da atenção à esposa Waldeice, com troca de ligações várias vezes ao dia.
Impecável na sua atuação como assessor parlamentar na Câmara Municipal de Bauru. Por isso, o gabinete 13 era muito demandado pela portaria quando chegava um munícipe com a senha "será que dá pra falar com um vereador?".
A experiência de Arnaldo era fundamental para desembaraçar as mais diversas demandas no Legislativo e na Prefeitura de Bauru.
Quando passei a integrar o time com Arnaldo e Geraldo, formamos um baita trio. Mesmo após eu ser exonerado do mandato do deputado Carlos Zarattini, o Arnaldão manteve o hábito de saber das minhas coisas. Pra mim, esse cuidado com o outro era a singularidade do Arnaldão.
Fica a lembrança boa das mensagens no WhatsApp logo de manhãzinha encaminhadas pelo Arnaldo Geraldo.
Arnaldo Geraldo, 63 anos, faleceu neste domingo, 19 | 03 | 2023. Será sepultado nesta segunda-feira, no Cemitério da Saudade.
CONSTATAR A JOVEM PAN CADA VEZ MAIS INSIGNIFICANTE NÃO TEM PREÇOOs perversos, maldosos, maiores incentivadores do ódio de classe, propagadores do fracassado golpe de 8/1, quando encostados na parede se fingiram de mortos, não ser com eles e até chegaram a ensaiar uma mudança do discurso, mais ameno, tudo para tentar fugir da inevitável punição. Viajei por 30 dias e hoje, ao voltar, uma só certeza, essa rádio não faz falta nenhuma. Ignorar sua existência é salutar pata a saúde mental de qualquer cidadão. Essa ultra-direita por eles representada só atravanca o convívio dentro de um mínimo de bom senso. Diante deste Brasil, hoje galgando sua recuperação enquanto nação soberana, quem agiu fora da lei precisa ser punido, até para conseguirmos passar uma borracha no nefasto período vivenciado nos quatro anos com Bolsonaro. Não é porque estão comportados, que devemos nos esquecer do que já fizeram. Essa rádio tem culpa no cartório e se faz necessário pagar pelo que fez. Mesmo hoje, quando totalmente desacreditada, cada dia mais caindo no ostracismo, não podem ficar impunes. Foram artífeces do golpe.
Percebam que seus próceres, como o radical de direita, vereador Eduardo Borgo, voz e cara da nefasta rádio, vivencia péssimo momento, pois seus atos são barrrados na Justiça. Nada mais é ganho no grito. Isso dele ter tentado se impor, falando grosso, quando levado para decisão da Justiça, perde. Com a rádio ocorre o mesmo. Falam, mas a cadaa dia só aumenta o descrédito. Cada vez mais isolados, constituem grupelho radical, merecedor não só de rejeiçao, escárnio, mas também de clamor para que paguem por tudo o que fizeram. Cada vez mais a percepçao de serem um dos maiores reprodutores de fake news deste país. Escolheram um caminho sem volta, algo inconcebível num Brasil normalizado.
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