DUAS HISTÓRIAS ESPANHOLAS
01.) GARÇONS COM TARIMBA, MAIS DE 40 ANOS NO MESMO RESTAURANTEAqui em Códoba, Espanha, ontem foi um dia de correria, pouco tempo no hotel e a maioria conhecendo a parte histórica da cidade, principalmente a grande mesquita, construção mais do que imensa e abrigando mais de 40 mil pessoas, mil anos atrás. Cansados, pedimos uma sugestão para o guia que nos levou para diferentes lugares por aqui e ele nos indicou um restaurante onde o ponto forte não são os turistas, mas os da cidade. Chegamos tipo 21h, lugar cheio e três grupos de pessoas na nossa frente.
Eu como bom observador, comecei desde a chegada a me identificar com os garçons do lugar. Eram três e em poucos minutos, puxei conversa e quando vagou a mesa, gritou no meio do restaurante, o Los Romerillos, meu nome e assim fomos ocupar o lugar, eu e Ana. A comida é ótima, chega rapidamente e o melhor de tudo é permanecer, como fiz, atento à movimentação do trio. Na maioria dos lugares, jovens servem a mesa e nem uniformizados estão. Atendem bem, são práticos, rápidos, mas nada é igual ao que vi neste lugar.
Eles parecem jogar uma partida de futebol, entrosadissímos e batendo um bolão. Um facilita a vida do outro, conhecem a maioria dos clientes pelo nome, se achegam na mesa e conversam. Parecem bailarinos deslizando por entre as mesas. Como sabia estaria ali somente por uma vez na vida, me aproximei ao máximo, conversando o máximo possível. São do tipo que trabalhariam de olhos fechados, mas o fazem de olhos bem abertos, atentos a tudo, amplo domínio sobre a situação, o quadrilátero onde atuam.
Quando a maioria dos lugares por onde circulo hoje, tanto em Bauru como por aqui, já não privilegiam estes, renovando o quadro, eu fiquei de queixo caído com a eficiência do que vi por aqui. Teria muita coisa para contar deles, do ouvido enuanto circulavam pelas mesas, mas o corre-corre vivenciado por Ana e eu, não permite escrevinhar textos longos. Com as fotos e este curto texto, uma justa homenagem para estes profissionais na acepção da palavra.
02.) ALGO A NOS FAZER CANCELAR ANDANÇAS...VIRGINIA VILLALOBOS é de Madri e está na região de Córdova, após finalizar um trabalho profissional. É curadora de um artista holândes e quando encerrou suas atividades, decide estender a estadia por mais alguns dias naregião. A conhecemos numa tour pela cidade. Ao término do passeio, na famosa Praça Maior, também conhecida como das Corredeiras (por causa das corridas de touros), cada um seguiu seu caminho. Eu e Ana procurávamos um lugar em restaurante indicado pelo guia. O lugar estava lotado e quando íamos procurar por outro, vemos ao fundo alguém nos acenando. Era Virginia, que rápida, havia conseguido lugar e só na mesa, nos oferecia para sentarmos ao seu lado.
Começamos uma conversa um tanto tímida, mas pouco a pouco o gelo foi sendo quebrado e a conversa se ampliou. Falamos de tudo, desde música até política. Tudo regado a vinho e cerveja. A bebida nos fazia rir e assim passamos boa parte da tarde, esquecendo de tudo o mais. Passeios haviam sido agendados, mas a conversa estava tão boa, aliada ao sol do meio da tarde (aqui as manhãs e noites são frias e a tarde, quente, sol forte), mais a bebida, que tudo foi adiado. Parecíamos os três velhos amigos, cada um confessando particularidades nunca antes dita. Isso me fez dizer a ela: "Tem monentos que nos abrimos mais para desconhecidos, do que para parentes e amigos". Rimos muito.
Ela sabe quase nada do Brasil, mas diz que seu sobrenome é de uma famoso compositor brasileiro. Sim, lhe digo do "Trem Caipira" e na hora localizamos a música cantada pelo Miltona Nascimento. Ela também tinha opinião distorcida de Lula, pois sabia ele ter sido condenado e hoje voltou a ser presidente. Fui didático a lhe explicar dos detalhes de uma trama de um juiz e um conluio contra ele, mas tudo já desmascarado pela Justiça. Quando falamos de música, digo gostar muito de um cantor espanhol, Joaquín Sabina, principoalmente num CD junto com o argentino Fito Paez, "Inimigo Íntimo". Achamos algumas músicas e colocamos pra rodar na mesa do bar. A tarde rolou dessa forma e jeito, numa mesa de bar na Praça Maior. Quando nos demos conta já era final da tarde, ela num hotel ali por perto e eu e Ana, em busca de um táxi para nos levar para nosso local de desmaio. Assim foi feito. Dentre os artistas brasileiros conhecidos dela está o baiano Carlinhos Brown.
DEZ ANOS SEM O COMANDANTE HUGO CHÁVEZ
Eram militares com atuação na Amazônia os sujeitos que permitiam, por omissão ou cumplicidade, as atividades de garimpeiros nas terras dos Yanomamis.
Era militar o sujeito usado como mula pelo ministro Bento Albuquerque para trazer, na mochila, as joias de R$ 16,5 milhões da Arábia Saudita.
Era militar o sujeito enviado por Bolsonaro ao aeroporto de Guarulhos e que também seria usado como mula, se conseguisse levar as joias de São Paulo para Brasília.
Bolsonaro transformou os militares em seus serviçais para atividades ilícitas."
Do Moisés Mendes
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