ALGO DO QUE VIM FAZER EM BUA
Deixa escrever bocadinho de mim (sic). Não sei se faço outra coisa por aqui. Escrever de si mesmo é uma forma de ir tentando se perpetuar diante de um mundo onde somos quase nada. Daí, essa necessidade de deixar algo que nos represente e assim sejamos lembrados. Este blog que mantenho desde 2007 é bocadinho disto. Hoje vivenciei algo dessa natureza. Mais uma apresentação dentro do Congresso de Deseño/Design aqui na UP - Universidade de Palermo e incluem meu tema de pesquisa na Comissão "Estudos Artísticos", onde sete temas diversos são expostos entre 17h30 e 19h30, com 15 minutos cada e depois, muita conversa a respeito, onde cada um fala de seu trabalho e comentamos dos demais.
Na sala onde atuei tinha gente da Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia e eu do Brasil. A mediação foi feita por uma velha conhecida daqui do Congresso, a mexiacana Luz del Carmen, uma maestra quase reitora de uma universidade pública mexicana. Fui o primeiro a apresentar e escolhi um tema instigante. Ano passado, lendo a revista Carta Capital, li depoimento antigo do cartunista Ziraldo: "O modelo de O Cruzeiro eram as revistas argentinaas. Todas as seções dessa revista eram copiadas - a Sete Dias, Faroeste, Fatos e Fotos, As Garotas do Alceu eram as garotas do Divito. Não havia barbearia no Brasil que não tivesse uma página do Amigo da Onça prergado. Era uma coisa espantosa. A seção Inimigo del Hombre, também do Divito, virou o Amigo da Onça, encomendado pelo leão Gondim de Oliveira". Quando li isso, descobri um bom tema para produção der um artigo acadêmico. Bastava fazer a investigação. Vasculhei pela internet e constatei, já haviam belos textos jornalísticos e até um acadêmico sobre o assunto. Nenhum desvendeu a fundo isso da cópia brasileira, se utilizando do trabalho do Devito na argentina. Pretendia ir mais a fundo.
Na apresentação de minha apresentação: "DEVITO, POR DUAS CABEÇAS - Muito antes de Maradona, Messi e do Papa Francisco, um argentino enfeitiçou seu país e por gostar demais do Brasil, conseguiu lá repetir o mesmo feito. José Antonio Guilhermo Devito foi um ilustrador, cartunista, caricaturista e editor. Por meio de ilustrações cômicas e humor teve grande influência nas décadas de 1940 a 1960. Foi fundador e diretor da revista “Rico Tipo”. No Brasil, uma das mais famosas revistas, O Cruzeiro, inspirava nele a maioria de suas seções – a Sete Dias, Faroeste, Fatos e Fotos, as Garotas do Alceu. Sua seção “Inimigo del Hombre” virou o Amigo da Onça. A investigação busca reavivar “o Design antes do Design”. Devito nasceu em 1914 e faleceu em 1969, num acidente de carro no Brasil. Teria produzido mais, não fosse a brusca interrupção. Trata-se de trajetória consolidada na Argentina e do desdobramento, repetindo a mesma fórmula vitoriosa, conquista também a devoção do público leitor brasileiro", HPA, mestre em Comunicação pela Unesp Bauru, formado em História pela USC Bauru, pesquisador em Cotidiano, Comunicação, Design Social e Solidariedade.
Preparei a apresentação baseado em tudo o que pesquisei, primeiro o sucesso na Argentina e depois o no Brasil, onde não tinha certeza de como foi ali introduzido. Na UP demonstrei a importância dos desenhos de Devito, superando em suas publicações o valor da fotografia, tornando-se uma página do jornalismo gráfico argentino e ao mesmo tempo resumindo um momento da história de Buenos Aires. Depois, como jornalista, a investigação que me mobilizou a escrever a respeito é a de decifrar como tudo chegou ao Brasil: foi plágio? Consentido ou não? Como se deu a inspiração? Enfim, suas revistas chegaram ao Brasil, foram vistas pelo pessoal da mídia comunicacional na época e convertidas em seções de revistas e jornais. Como se deu isso? Falo e apresento dez slides com imagens, tanto das publicações argentinas como das brasileiras. E por fim, deixo em aberto, pois vim aqui para finalizar o trabalho investigativo, onde tento constatar como seu essa introdução do que já fazia com sucesso em seu país e aqui obteve o mesmo alcance. Gosto de fazer isso.
Na sala, ouço os demais trabalhos, discutimos à respeito de todos e por fim, todos ganhamos uma bela lembrança de Luz, a querida mestra mexicana, com uma pulseira de seu país, trançada pelas mãos de artesãs populares. o que vim aqui fazer, vai além dos passeios e andanças que adoro fazer. Gostaria de pesquisar mais, escrever mais, me aprofundar mais em tantos temas. Ainda os faço mais superficialmente, mas como agora, devo estar devidamente aposentado, tentarei ter mais tempo para escrevinhações e pesquisas mais aprofundadas. A de Devito me levará ao Rio de Janeiro, quando irei em busca de desvendar isso que Ziraldo disse a revista e sobre esse personagem introdutor do argentino no Brasil, Gondim de Oliveira.
Enfim, sem querer tomar mais tempo sobre este assunto, pois mesmo tendo passado boa parte do meu dia ontem lá na universidade portenha, quero me desvencilhar disso tudo e cair de boca nas ruas. Nessa quarta chove sobre a cidade, mas mesmo esfriando, amanhã gastarei sola de sapatos em andanças variadas. Vim para isso também. Para mim, impossível aqui estar e ficar trancado entre quatro paredes. Quinta é dia de rever as Madres da Praça de Mayo defronte a Casa Rosada. Isso muito me emociona. Deixo de escrever e vou pras "calles". Tchau...
Deixa escrever bocadinho de mim (sic). Não sei se faço outra coisa por aqui. Escrever de si mesmo é uma forma de ir tentando se perpetuar diante de um mundo onde somos quase nada. Daí, essa necessidade de deixar algo que nos represente e assim sejamos lembrados. Este blog que mantenho desde 2007 é bocadinho disto. Hoje vivenciei algo dessa natureza. Mais uma apresentação dentro do Congresso de Deseño/Design aqui na UP - Universidade de Palermo e incluem meu tema de pesquisa na Comissão "Estudos Artísticos", onde sete temas diversos são expostos entre 17h30 e 19h30, com 15 minutos cada e depois, muita conversa a respeito, onde cada um fala de seu trabalho e comentamos dos demais.
Na sala onde atuei tinha gente da Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia e eu do Brasil. A mediação foi feita por uma velha conhecida daqui do Congresso, a mexiacana Luz del Carmen, uma maestra quase reitora de uma universidade pública mexicana. Fui o primeiro a apresentar e escolhi um tema instigante. Ano passado, lendo a revista Carta Capital, li depoimento antigo do cartunista Ziraldo: "O modelo de O Cruzeiro eram as revistas argentinaas. Todas as seções dessa revista eram copiadas - a Sete Dias, Faroeste, Fatos e Fotos, As Garotas do Alceu eram as garotas do Divito. Não havia barbearia no Brasil que não tivesse uma página do Amigo da Onça prergado. Era uma coisa espantosa. A seção Inimigo del Hombre, também do Divito, virou o Amigo da Onça, encomendado pelo leão Gondim de Oliveira". Quando li isso, descobri um bom tema para produção der um artigo acadêmico. Bastava fazer a investigação. Vasculhei pela internet e constatei, já haviam belos textos jornalísticos e até um acadêmico sobre o assunto. Nenhum desvendeu a fundo isso da cópia brasileira, se utilizando do trabalho do Devito na argentina. Pretendia ir mais a fundo.
Na apresentação de minha apresentação: "DEVITO, POR DUAS CABEÇAS - Muito antes de Maradona, Messi e do Papa Francisco, um argentino enfeitiçou seu país e por gostar demais do Brasil, conseguiu lá repetir o mesmo feito. José Antonio Guilhermo Devito foi um ilustrador, cartunista, caricaturista e editor. Por meio de ilustrações cômicas e humor teve grande influência nas décadas de 1940 a 1960. Foi fundador e diretor da revista “Rico Tipo”. No Brasil, uma das mais famosas revistas, O Cruzeiro, inspirava nele a maioria de suas seções – a Sete Dias, Faroeste, Fatos e Fotos, as Garotas do Alceu. Sua seção “Inimigo del Hombre” virou o Amigo da Onça. A investigação busca reavivar “o Design antes do Design”. Devito nasceu em 1914 e faleceu em 1969, num acidente de carro no Brasil. Teria produzido mais, não fosse a brusca interrupção. Trata-se de trajetória consolidada na Argentina e do desdobramento, repetindo a mesma fórmula vitoriosa, conquista também a devoção do público leitor brasileiro", HPA, mestre em Comunicação pela Unesp Bauru, formado em História pela USC Bauru, pesquisador em Cotidiano, Comunicação, Design Social e Solidariedade.
Preparei a apresentação baseado em tudo o que pesquisei, primeiro o sucesso na Argentina e depois o no Brasil, onde não tinha certeza de como foi ali introduzido. Na UP demonstrei a importância dos desenhos de Devito, superando em suas publicações o valor da fotografia, tornando-se uma página do jornalismo gráfico argentino e ao mesmo tempo resumindo um momento da história de Buenos Aires. Depois, como jornalista, a investigação que me mobilizou a escrever a respeito é a de decifrar como tudo chegou ao Brasil: foi plágio? Consentido ou não? Como se deu a inspiração? Enfim, suas revistas chegaram ao Brasil, foram vistas pelo pessoal da mídia comunicacional na época e convertidas em seções de revistas e jornais. Como se deu isso? Falo e apresento dez slides com imagens, tanto das publicações argentinas como das brasileiras. E por fim, deixo em aberto, pois vim aqui para finalizar o trabalho investigativo, onde tento constatar como seu essa introdução do que já fazia com sucesso em seu país e aqui obteve o mesmo alcance. Gosto de fazer isso.
Na sala, ouço os demais trabalhos, discutimos à respeito de todos e por fim, todos ganhamos uma bela lembrança de Luz, a querida mestra mexicana, com uma pulseira de seu país, trançada pelas mãos de artesãs populares. o que vim aqui fazer, vai além dos passeios e andanças que adoro fazer. Gostaria de pesquisar mais, escrever mais, me aprofundar mais em tantos temas. Ainda os faço mais superficialmente, mas como agora, devo estar devidamente aposentado, tentarei ter mais tempo para escrevinhações e pesquisas mais aprofundadas. A de Devito me levará ao Rio de Janeiro, quando irei em busca de desvendar isso que Ziraldo disse a revista e sobre esse personagem introdutor do argentino no Brasil, Gondim de Oliveira.
Enfim, sem querer tomar mais tempo sobre este assunto, pois mesmo tendo passado boa parte do meu dia ontem lá na universidade portenha, quero me desvencilhar disso tudo e cair de boca nas ruas. Nessa quarta chove sobre a cidade, mas mesmo esfriando, amanhã gastarei sola de sapatos em andanças variadas. Vim para isso também. Para mim, impossível aqui estar e ficar trancado entre quatro paredes. Quinta é dia de rever as Madres da Praça de Mayo defronte a Casa Rosada. Isso muito me emociona. Deixo de escrever e vou pras "calles". Tchau...
Uma cave no bairro de Recoleta, lugar onde eu e Ana Bia já estivemos por dois anos seguidos. Nos indicam bons vinhos e a preços módicos, além da aula recebida ano após ano. Flávia Bianchini é enóloga e representa ótimamente a La Cava - Wine Store, local denominado no cartão de visitas como para encontrar "Viños de Autor & Bodegas Boutique". Fomos em bando, grupo de cinco brasileiros, uma polonesa e um argentino, recepcionados na loja e depois descemos para um porão, onde em volta de uma mesa grande, teve início a degustação de três vinhos diferentes com as devidas explicações. Tudo aliado a um bom queijo, tostados e a sempre presente, empanada, aqui servido só com o sabor carne, segundo eles, o mais tradicional e com o melhor sabor a descer com um bom vinho.
Das explicações recebidas, não tenho nada a acrescentar ou mesmo comentar. Tento assimilar a quantidade de informações, ditas de forma bem didática por flávia, numa verdadeira aula sobre tudo o que envolve o danado do vinho, principalmente o portenho. Ouvimos algo de sua rica história, dos tipos de uvas, os locais de plantio, tempo de maturação, condições de armazenamento e até do posicionamento correto de pegar os copos e sentir o aroma de cada bebida. Tudo ainda muito misturado dentro da cabeça, pois tudo me foi colocado de forma rápida. Já não possuo o mesmo poder de assimilação de antes. Podem até me dizer, mas diante de tanta iniquidade, qual a importância disso tudo. Eu, cá já tendo visto de tudo, não desprezo estes detalhes do bom viver. São inerentes à condição humana. E se os faço, nunca deixo de lado de ser e estar presente, mesmo que seja observando e denunciando mazelas. E tomar um vinho é algo, pelo menos por aqui, como vi ontem aqui num pequeno mercadinho chinês aqui ao lado do apartamento onde estamos instalados. Um operário adentra o estabelecimento, todo sujo após um dia de trabalho e escolhe dois vinhos, levando-os ao caixa. Uns bebem cerveja, outros pinga e por aqui, o vinho é apreciado por todos as camadas. Mesmo os que hoje não o podem ais comprar, sei do apreço. Ana Bia é a entendida de vinhos e desfruto também muito dela algo de como desfrutar melhor de seus inebriantes prazeres. Assim tocamos a vida, hoje com um bom vinho e uma aula a respeito, amanhã saindo para as "calles" e vendo as Madres da Praça de Mayo e como se dá a resistência deste povo aos desmandos de um desGoverno que os aniquila enquanto representatividade social e política.
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