TENTANDO AMENIZAR A PRESSÃO
1. TRÊS LIVROS ASSIM DE SEGUIDINHOEra para ter escrito algo quando terminei a leitura do primeiro, ainda em junho e fui deixando. Acordo hoje sob os costados de uma taxação para cima dos nossos costados de 50%. Coisa do insano Trump, com anuência de parcela significativa de perversos da elite e seus capachos nativos. Enquanto isso, minha fuga é ler. Caio de bruços, de boca diria, em leituras a me consumir boa parte dos meus dias. Intercalo a leitura com atividades mais incisivas, tudo para ir enlouquecendo aos poucos e não de uma só vez.
Com o “Simples Cartum”, do amigo reginopolense, hoje incrustrado em Guarulhos, acordando com o som de aviões ao seu lado no famoso aeroporto, ele consegue ir botando na prancheta suas ideias sonhadas e vivenciadas nas andanças pela aí. Os cartuns do Fausto Bergocce, a maioria sem diálogos, nos fazem parar e pensar muito. Num livro só de desenhos, as vezes, demoro mais tempo para decifrá-lo do que um com infindáveis letrinhas. Tento ir decodificando o que o danado quis dizer ou nos mostrar. Ele continua tentando e eu o consumindo, neste seu 19º filho. Fausto é do time – eu também -, que não consegue guardar para si seus feitos, no caso seus desenhos e os expõe anualmente na forma de livros, uma mais cativante que o outro. No meu caso, escrevo e vou publicando, loteando meu Mafuá de variadas escrevinhações que um dia juntarei em alguns livros. Meu amigo, parceiro já em dois livros, traça histórias em cada cartum. Dalto Trevisan produzia contos curtíssimos, saborosos pelo vislumbrar do ali contido, grandioso desmembramento. Os cartuns do Fausto me fazem divagar no tempo e no espaço. Este aqui, sai pela Samu Cartum Produções SP e tem 64 páginas, que multiplicadas pela quantidade de cartuns, passa fácil de mil. Orgasmo total, como diria Arrigo Barnabé.
Recebo através de uma doação e pego para mim o livro “Reminiscências”, do artista plástico bauruense Walter Mortari, que tive o prazer de conhecer pessoalmente andarilhando aqui na região onde moro, perto da USP. Era muito bom de prosa e agora, vejo, além das belas pinturas, botava muito coisa no papel e guardava. Impressões colhidas aqui e ali, tudo sendo transformado num livro. Ali reunido sua forma de encarar este mundão sem porteira. Sua saída, ele deixa claro foram as pescarias. Delas subtrai pérolas, algo muito leve, porém revelando o grande ser humano por detrás de cada sentimento expressado através da escrita. Isso tudo é muito revelador de como somos, onde estamos e como atuamos. Mortari se revela e deixa a mais nítida impressão de ter sido um cidadão, antenado com seu tempo, sabendo se posicionar e também usufruir de tudo o que a vida lhe proporcionou. Seu livro saiu pela editora Cá Entre Nós, da Carminha Fortuna, minha amiga bauruense, ano de 2007, 117 páginas.
O terceiro finalizei anteontem e já é sobre este país, mas precisamente essa cidade, que consigo rever a cada ano, Buenos Aires. Ganhei de presente da mana Helena no meu aniversário e como queria ler por estes dias só textos sobre a Argentina, comecei por este, “O amor segundo Buenos Aires”, do jornalista brasileiro Fernando Scheller. Este seu primeiro romance e muito bem concatenado. Entrelaça a história com o que conhece da Buenos Aires. O cenário proporcionado por essa cidade sempre rendeu livros, os mais variados possíveis. O autor, que não conhecia, junta suas histórias, entrelaçadas uma com a outra e assim desenha um carinhoso mapa da cidade, que pelo visto, ele tanto amo – eu também. O percebo um tanto direitoso, pois cita muito o Clárin, jornal abominável daquele país e nadica de nada da resistência peronista. Vale pela boa história de Hugo, que deixa o Brasil rumo à capital argentina. E a partir dele, despontam toas suas relações, tendo como pano de fundo os lugares desta indecifrável cidade. O livro é da editora Intrínseca RJ, 1ª edição, 2016, 288 páginas. Duas ou três frases para se enveredar pela escrita do Scheller:
- Desde que me entendo por gente, Buenos Aires é assim. Tem centenas de restaurantes vazios e uns dois ou três onde todo mundo quer ir e está disposto a esperar horas a fio por uma mesa.
- Não importa que a Argentina seja logo ali na esquina, você vai sempre ser um estrangeiro fora do Brasil.
- ...gostar de andar pelos subsolos da rua Florida nos fins de semana para achar preciosidades nos brechós de livros e discos.
- ...precisava levar uns amigos brasileiros para jantar em um daqueles restaurantes para turistas de Puerto Madero, ideia que sempre achei detestável.
- Vinho é a coisa mais barata no supermercado.
- Gosto do Teatro Colón, mas fui criado no interior do Brasil, onde a coisa mais próxima de uma ópera são os circos de leões desdentados e de humanos um tanto cansados, todos palhaços meio trágicos, não importa a função que exerçam no picadeiro.
02. A PADARIA COM CARA E IDENTIDADE PAULISTANA E CARIOCAEm Bauru existe de tudo um pouco e ontem conheci algo pelo qual acabei me surpreendendo. Rose Barrenha convidou o casal para um almoço diferente e lá defronte o residencial Camélias. Retrucamos quando ela nos disse que iríamos almoçcar numa padaria. Aqui em Bauru, padaria não tem tradição de ter junto almoço, petiscos e bebidas. Corto volto de alguns lugares assim na Zona Sul, onde o público e diferente dos das pontas da cidade. Fomos por se tratar do Camélias e ali pelas redondezas sempre pintaram coisas inusitadas.
Na entrada, nenhuma novidade, uma mera padaria, mas seguindo pela direita (sic), logo um corredor e frequentadores ali sentados junto a um balcão. Ali já começa as surpresas e reencontro o primo Eduardo, noroestino de quatro costados e aposentado da White Martins. Ele bebericava com amigos um chopp geladíssimo, algo que me diz, faz com certa regularidade, pois mora no Camélias. A conversação foi longa, pois quem já se encontra num calibre superior ao seu quer te segurar, nem que seja pela barra das calças. Consegui escapulir e fui para o salão ao lado. Quarta é dia de feijoada por lá e ela é servida num prato feito, saborosa demais e pasmem, chega junto de uma bisteca de porco. Daí me entreguei e fiquei curtindo o lugar e, evidentemente, aceitei um chopp.
Toda casa assim só é boa se o pessoal do atendimento corresponde e o de lá, mesmo um palmeirense nos atendendo, tudo esteve a contento. O clima do lugar é mais que agradável. Não havia sentido isso em nenhuma outra padaria bauruense. Em Sampa, mês passado estive numa com essas características lá na Faria Lima e no rio, noutra em maio, no Largo do Machado. Nessas duas cidades, as padarias são muito mais que fabricantes de pães. Juntar padaria com aquele clima aprazível de botequim é para fazer o cidadão se render e tecer rasgados elogios. Tudo na VIA PÃES é merecedor de elogios. O dono é simpático e pega pesado junto dos funcionários, circulando entre as mesas. E assim num vapt-vupt já estávamos íntimos da garçonete, trocamos figurinhas e tudo. Portanto, escrevo assim somente de lugares que gosto. Já penso em arrebanhar amigos (as) e irmos juntos desfrutar de momentos diferenciados lá pelos lados do Camélias. Essa é mais uma dica do andarilho e gastador de sola de sapatos, o mafuento HPA.
Não é só contra os ricos que não querem pagar impostos e não só contra o que Trump quer fazer com o planeta. Unidos estamos aqui contra as injustiças se perpetuando. Resistir e estar pras ruas é preciso
“Histórico!
As ruas deixaram o recado de que o Brasil é uma nação soberana! E eu estive
presente somando à multidão que se formou na Avenida Paulista nesta noite,
exigindo o fim da escala 6x1, taxação das grandes fortunas, isenção de imposto
de renda para quem ganha até 5 mil reais e por respeito ao nosso país que não aceitará
a manobra para libertar os que tentaram perturbar a democracia no 8 de janeiro.
Foi um lindo ato”, Eduardo Suplicy.
“AGORA NA AV.
PAULISTA! - Milhares de trabalhadores brasileiros organizados por movimentos
sociais, centrais sindicais e políticos de esquerda, protestam contra a taxação
anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as exportações
brasileiras e pelo aumento na cobrança de impostos para milionários e a isenção
para os mais pobres”, Jornalistas Livres.
Eis o link de seu vídeo, se utilizando de minhas fotos:
LACRANDO
Fazia muitos anos - bote anos nisso - que não via ninguém em Bauru botando fogo em praça pública nas desgraças que assolam este país, como o representado ontem diante da Câmara Municipal de Bauru, no ato contra uma pá de coisas juntas. Foi uma junção de tudo, exigindo o fim da escala 6x1, isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, a taxação anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as exportações brasileiras, pelo aumento na cobrança de impostos para milionarios e a isenção para os mais pobres, e por respeito ao nosso país que não aceitará a manobra para libertar os que tentaram perturbar a democracia no 8 de janeiro. Lavamos a alma e queimamos nossos males, todos na mesma fogueira. Bauru presente!!!
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