enquanto isso, em Bauru
TRISTE VER VEREADORES BAURUENSES ATUANDO COMO PUXADINHO DOS INTERESSES DE SUÉLLEN ROSINBauru e a Câmara do Sim, Senhora: o puxadinho que custa caro
Com aval de 13 vereadores, prefeita Suéllen Rosim abre três novas secretarias em plena crise — e o Legislativo sela sua humilhante conversão em apêndice palaciano. Enquanto isso, o regimento da Câmara vira papel de embrulho.A sessão da Câmara de Bauru do dia 14 de julho de 2025 entra para a história como mais um capítulo da série “O Palácio das Cerejeiras e seus vassalos parlamentares”. Por 13 votos a 7, os vereadores aprovaram o remanejamento de R$ 12,9 milhões do Orçamento de 2025 — verba arrancada de mais de 10 departamentos públicos, incluindo salários, investimentos e até recursos do Fundo dos Bombeiros — para garantir o funcionamento imediato das novas secretarias criadas sob medida para a engrenagem política do governo Suéllen Rosim: Governo, Comunicação e Habitação.
Disseram, meses atrás, que as nomeações ficariam para 2026. Mentiram. Como de hábito. Mentiram ao garantir que o novo organograma não teria impacto imediato nas contas públicas. Mentiram ao prometer que só fariam nomeações após análise técnica, com critério. Mentiram como mentem quando falam em “austeridade fiscal” ao mesmo tempo em que remanejam R$ 12,9 milhões, retirando recursos de setores essenciais — incluindo verba de vencimentos, investimentos em estrutura e até do Fundo do Corpo de Bombeiros — para bancar três novas secretarias que surgem, não por necessidade administrativa, mas por conveniência política.
E por que mentem? Porque precisam manter de pé o castelo de cartas que sustenta um projeto de poder ancorado no loteamento da máquina pública, construído para consolidar apoios, neutralizar críticas e garantir o máximo de controle da prefeita sobre a estrutura institucional — inclusive a Câmara, que aprova tudo como extensão de um único gabinete.
É a mesma lógica da farra da maquiagem asfáltica, promovida às pressas no último ano eleitoral, que consumiu milhões em contratos duvidosos, priorizando visibilidade em redes sociais no lugar de planejamento e transparência. Aquilo que se vendia como “recapeamento de ruas” foi, muitas vezes, serviço superficial, de curto prazo e alto custo, financiado com o dinheiro que agora falta nos cofres públicos.
O discurso de crise, portanto, serve apenas para justificar o que interessa à prefeita: não cortar gastos, mas cortar resistências. Enquanto isso, o povo paga — com ruas inseguras, escolas desabastecidas, postos de saúde em ruínas e um governo que, ao invés de conter gastos, cria mais cargos e acomoda aliados.
Votaram a favor:
Arnaldo Ribeiro (Avante), Sandro Bussola (MDB), André Maldonado (PP), Beto Móveis (Republicanos), Dário Dudario (PSD), Edson Miguel (Republicanos), Júlio César (PP), Emerson Construtor (Podemos), Mané Losila (MDB), Marcelo Afonso (PSD), Miltinho Sardin (PSD), Pastor Bira (Podemos) e Júnior Rodrigues (PSD).
Contra:
Natalino da Pousada (PDT), Estela Almagro (PT), Eduardo Borgo (Novo), Márcio Teixeira (PL), José Roberto Segalla (União Brasil), Cabo Helinho.
E aqui entra em cena Marcos de Souza (MDB), presidente da Câmara e, ao que tudo indica, coordenador da coreografia governista no Legislativo. O mesmo que, em abril, jurou com solenidade de plenário que não haveria mais pareceres em plenário. Pois bem: quebrou a própria palavra com a leveza de quem troca de terno — e permitiu que a base aliada atropelasse o Regimento, ignorasse a Interpartidária e empurrasse o projeto goela abaixo do Parlamento.
Não à toa, foi chamado de “moleque” por vereadores da oposição — uma expressão forte, sim, mas que traduz a indignação diante de quem não se comporta como presidente, mas como operador político de plantão da prefeita. Um condutor de sessões que prefere o conforto do servilismo ao peso das prerrogativas institucionais que o cargo exige.
A vereadora Estela Almagro (PT) foi clara:
“O parlamento municipal imprimiu mais um episódio de subserviência. Contrariaram o discurso de contenção de gastos para atender acordos políticos. Esse processo está eivado de ilegalidades e inconstitucionalidades e será judicializado”.
A sessão foi suspensa além da conta, mas não por respeito ao contraditório — e sim para que o roteiro do “Sim, senhora prefeita” fosse ajustado com a precisão de uma peça ensaiada. Um teatro, no qual o presidente age como diretor de cena, e os vereadores da base, como figurantes da vontade alheia.
E o povo de Bauru? Fica com o resto. Ou, neste caso, sem o resto — já que até o Fundo dos Bombeiros, pilar de segurança e serviço público essencial, teve verbas sugadas para que o novo puxadinho da prefeita tenha suas cortinas de veludo, seu tapete vermelho... e talvez, quem sabe, uma harpa tocando ao fundo para os pastores de mandato.
Sim, pastores de mandato. Porque numa cidade onde quase a totalidade da Câmara é ocupada por nomes ligados a igrejas, seria de se esperar que o princípio da justiça e do zelo pelo bem comum guiasse os votos. Mas, ao contrário, viraram currais eleitorais disfarçados de púlpitos — onde o evangelho da conveniência suplanta o compromisso com os humildes, os esquecidos e os que dependem do básico.
E você, eleitor de Bauru, vai continuar rezando e votando nos mesmos? Ou vai entender que fé sem obras, no Legislativo, é só oportunismo travestido de santidade.
Com aval de 13 vereadores, prefeita Suéllen Rosim abre três novas secretarias em plena crise — e o Legislativo sela sua humilhante conversão em apêndice palaciano. Enquanto isso, o regimento da Câmara vira papel de embrulho.A sessão da Câmara de Bauru do dia 14 de julho de 2025 entra para a história como mais um capítulo da série “O Palácio das Cerejeiras e seus vassalos parlamentares”. Por 13 votos a 7, os vereadores aprovaram o remanejamento de R$ 12,9 milhões do Orçamento de 2025 — verba arrancada de mais de 10 departamentos públicos, incluindo salários, investimentos e até recursos do Fundo dos Bombeiros — para garantir o funcionamento imediato das novas secretarias criadas sob medida para a engrenagem política do governo Suéllen Rosim: Governo, Comunicação e Habitação.
Disseram, meses atrás, que as nomeações ficariam para 2026. Mentiram. Como de hábito. Mentiram ao garantir que o novo organograma não teria impacto imediato nas contas públicas. Mentiram ao prometer que só fariam nomeações após análise técnica, com critério. Mentiram como mentem quando falam em “austeridade fiscal” ao mesmo tempo em que remanejam R$ 12,9 milhões, retirando recursos de setores essenciais — incluindo verba de vencimentos, investimentos em estrutura e até do Fundo do Corpo de Bombeiros — para bancar três novas secretarias que surgem, não por necessidade administrativa, mas por conveniência política.
E por que mentem? Porque precisam manter de pé o castelo de cartas que sustenta um projeto de poder ancorado no loteamento da máquina pública, construído para consolidar apoios, neutralizar críticas e garantir o máximo de controle da prefeita sobre a estrutura institucional — inclusive a Câmara, que aprova tudo como extensão de um único gabinete.
É a mesma lógica da farra da maquiagem asfáltica, promovida às pressas no último ano eleitoral, que consumiu milhões em contratos duvidosos, priorizando visibilidade em redes sociais no lugar de planejamento e transparência. Aquilo que se vendia como “recapeamento de ruas” foi, muitas vezes, serviço superficial, de curto prazo e alto custo, financiado com o dinheiro que agora falta nos cofres públicos.
O discurso de crise, portanto, serve apenas para justificar o que interessa à prefeita: não cortar gastos, mas cortar resistências. Enquanto isso, o povo paga — com ruas inseguras, escolas desabastecidas, postos de saúde em ruínas e um governo que, ao invés de conter gastos, cria mais cargos e acomoda aliados.
Votaram a favor:
Arnaldo Ribeiro (Avante), Sandro Bussola (MDB), André Maldonado (PP), Beto Móveis (Republicanos), Dário Dudario (PSD), Edson Miguel (Republicanos), Júlio César (PP), Emerson Construtor (Podemos), Mané Losila (MDB), Marcelo Afonso (PSD), Miltinho Sardin (PSD), Pastor Bira (Podemos) e Júnior Rodrigues (PSD).
Contra:
Natalino da Pousada (PDT), Estela Almagro (PT), Eduardo Borgo (Novo), Márcio Teixeira (PL), José Roberto Segalla (União Brasil), Cabo Helinho.
E aqui entra em cena Marcos de Souza (MDB), presidente da Câmara e, ao que tudo indica, coordenador da coreografia governista no Legislativo. O mesmo que, em abril, jurou com solenidade de plenário que não haveria mais pareceres em plenário. Pois bem: quebrou a própria palavra com a leveza de quem troca de terno — e permitiu que a base aliada atropelasse o Regimento, ignorasse a Interpartidária e empurrasse o projeto goela abaixo do Parlamento.
Não à toa, foi chamado de “moleque” por vereadores da oposição — uma expressão forte, sim, mas que traduz a indignação diante de quem não se comporta como presidente, mas como operador político de plantão da prefeita. Um condutor de sessões que prefere o conforto do servilismo ao peso das prerrogativas institucionais que o cargo exige.
A vereadora Estela Almagro (PT) foi clara:
“O parlamento municipal imprimiu mais um episódio de subserviência. Contrariaram o discurso de contenção de gastos para atender acordos políticos. Esse processo está eivado de ilegalidades e inconstitucionalidades e será judicializado”.
A sessão foi suspensa além da conta, mas não por respeito ao contraditório — e sim para que o roteiro do “Sim, senhora prefeita” fosse ajustado com a precisão de uma peça ensaiada. Um teatro, no qual o presidente age como diretor de cena, e os vereadores da base, como figurantes da vontade alheia.
E o povo de Bauru? Fica com o resto. Ou, neste caso, sem o resto — já que até o Fundo dos Bombeiros, pilar de segurança e serviço público essencial, teve verbas sugadas para que o novo puxadinho da prefeita tenha suas cortinas de veludo, seu tapete vermelho... e talvez, quem sabe, uma harpa tocando ao fundo para os pastores de mandato.
Sim, pastores de mandato. Porque numa cidade onde quase a totalidade da Câmara é ocupada por nomes ligados a igrejas, seria de se esperar que o princípio da justiça e do zelo pelo bem comum guiasse os votos. Mas, ao contrário, viraram currais eleitorais disfarçados de púlpitos — onde o evangelho da conveniência suplanta o compromisso com os humildes, os esquecidos e os que dependem do básico.
E você, eleitor de Bauru, vai continuar rezando e votando nos mesmos? Ou vai entender que fé sem obras, no Legislativo, é só oportunismo travestido de santidade.
por FERNANDO REDONDO.
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