domingo, 20 de julho de 2025

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (148)

DESPEDIDA DE BUENOS AIRES E RETORNO PARA BAURU

ÚLTIMAS ESCREVINHAÇÕES BUENARISTAS, APÓS RETORNO, NOVE DIAS POR LÁ (01)
Na feira de San Telmo, último domingo, 20/07, compro boinas para utilizar em meu cocorucho despelado e hablo com quem me atende. Nos identificamos como esquerdistas/progressistas e muito penalizados pelo período brasileiro com Jair Bolsonaro e eles com Javier Milei. Deste, faz utilização de algo abominável, se apresenta como "libertário", algo totalmente desproporcional e nem um pouco condizente com o que entendemos da exata definição da palavra. Ele quando fala de Milei, diz que por lá se apresenta como "libertário", pede desculpas e justifica: "Um horror. Até então o termo foi sempre utilizado para quem era de fato libertário. Isso em nossa história, foi designado para contestadora, anarquistas de fato, quem propunha algo libertador para seu país. Este detrator da coisa pública se utiliza do termo de uma forma totalmente inadequada. Muito vergonhoso presenciar sua utilização e isso sendo espalhado, divulgado como um termo se fixando em sua atuação. Milei não possui nada de libertador, pelo contrário, ele está eleiminando as classe médias, a de trabalhadores e nada faz pela classe dos mais necessitados. Trabalha só para uma elite, faz negócios escusos se utilizando do cargo, um predador absoluto".

Ainda lhe pergunto, como acha vai terminar seu período. Sua resposta: "Acho que não termina. Temos um histórico com alguns outros que agiram com uma forma bem parecida e foram enxotados do poder. Creio estar demorando uma resposta à altura do povo argentino, da classe obreira. A miserabilidade cresce e assusta, joga pessoas e famílias para as ruas. E nada faz para alavancar o progresso do país. Se utiliza de recursos de empréstimos e das privatizações. Este dinheiro tem começo, meio e fim. Estamos diante de uma bomba atômica prestes a explodir. O cara de libertador não tem nada. Nos envergonha sua subserviência aos Estados Unidos. Não nos traz benefícios, só a ele e ao seu restrito grupo. A elite se cala, pois se beneficia, mas em breve, vão reconhecer que, ele é até pior de outros governos neoliberais, como o de Maurício Macri, pois avança na destruição de nossas instituições de um forma muito mais acelerada".

ÚLTIMAS ESCREVINHAÇÕES BUENARISTAS, APÓS RETORNO, NOVE DIAS POR LÁ (02)
"Qual vai ser o fim de Javier Milei", pergunto para o revoltado uberista que nos levar para o aeroporto de Ezeiza no final deste último domingo, 20/07. Antes havia sondado sobre o que estava achando da situação de seu país e quando o descobri mais que descontente, aprofundei a conversação. Ele: "Milei é um tresloucado, segue tomando mais dívidas, vendendo tudo o que pode render algum dinheiro e assim, disfarça a situação do país. Se você perguntar para muitos taxistas e uberistas aqui da cidade vai ouvir que, não temos mais inflação. Sim, é verdade, ela está estancada, mas num preço muito alto. Mais do que perceptível que tudo isso é por um curto espaço de tempo. A Argentina está muito endividada junto ao FMI e estes não perdoam, são implacáveis na cobrança e exisgência de procedimentos. Exigem muito e Milei concorda com tudo, diz amém para o Trump e os EUA. Não temos mais reservas e o país sobrevive pelos empréstimos contraídos e as privatização e vendas de empresas até então estatais. Se defez de tudo o que encontrou pela frente. Vai agir assim até ter os cofres vazios e não ter mais de onte tirar dinheiro. É um louco, sem nenhum preparo para o cargo que ocupa".

Na sequência pergunta se conheço a história dos cães dele. "Ele os reverencia mais que qualquer ser humano. Tem um deles, o seu preferido, morto recentemente e o maluco diz ele continuar se relacionando com ele. Não sei de que forma, mas afirma isso e com aquela cara de louco. Como pode alguém no seu estado normal agir assim, ter com o cachorro morto algo que o auxilia na sua forma de governar o povo de um país? Seu fim deve ser trágico, pois ele assim o pede. Seus atos levam a isso. Faz viagens e mais vigens, sem nenhum sentido prático, nada em prol do país e só para favorecer o grupo político de direita, o qual se acha um dos expoentes mais importantes. Gasta nosso dinheiro dessa forma, sem nenhum controle, ele e sua irmã. A Argentina vive um surreal momento, onde loucos o governam. Uma economia em frangalhos, com experimentações massacrando com o povo e o miserabilizando cada vez mais. E, assim como tem loucos no seu país que, depois de tudo, ainda conseguem enxergar algo de bom no tal do Bolsonaro, aqui a mesma coisa. Temos um bando de malucos, que parecem não querer enxergar o óbvio. Estamos caminhando para um buraco cada vez mais fundo e de difícil volta. No passado, um presidente teve que fugir de helicóptero para nã oser linxado pelo povo e este, deve acontecer algo parecido ou até pior". Na despedida ele me fala algo e me toca fundo: "Cuidem de Lula, para não voltarem a ter algo perigoso como já tiveram. Nossos países não merecem Bolsonaro e Milei. Torço muito para que consigamos superar este triste momento. O povo argentino passa fome nas ruas e ele é culpado disso".

ÚLTIMAS ESCREVINHAÇÕES BUENARISTAS, APÓS RETORNO, NOVE DIAS POR LÁ (03)
Ouço diariamente aqui do Brasil uma rádio argentina de Buenos Aires, a 750 AM do grupo Octubre, com uma programação do jeito que gosto, na defesa da causa social. Cynthia Garcia, Victor Hugo Morales e Gustavo Campana seus expoentes. Acordo ouvindo Cynthia, das 7 às 9h, depois sigo com Victor Hugo, com o seu La Mañana, até 13h, tendo junto dele o Campana. Três vozes que, infelizmente não temos numa rádio brasileira. Já estive no programa do Victor Hugo anos atrás, entrevistando-o e também escrevendo matéria publicada na revista Carta Capital. Quando na Argentina continuei ouvindo-os e se aproveitando de muitas dicas ali proferidas, algumas indo conferir in loco, como uma passeata de "jubilados", os aposentados, na quinta à tarde. Uma programação dessa faz uma falta danada nas rádios brasileiras, infestada de direitistas e direitosos, como a bauruense Jovem Auri-Verde, hoje dominada pelo reino das fake news.

Num dos dias anotei da fala de Manuela Herrara, também no La Mañana, quando descreveu numa frase curta a Argentina amalucada sob o domínio do pervertido Milei: "Estamos entre Frankenstein
 e Drácula". Eu confiro e constato a verdade do que me diz caminhando pelas "callles" e ouvindo pessoas. Defronte o prédio onde estivemos acomodados, ver uma família, até bem vestida, seus filhos num colchão na frente de um supermercado Dia e o casal como barata tonta, tentando conseguir algo para eles junto aos transeuntes. Isso é de cortar o coração. Milei está jogando famílias inteiras nas ruas e como aqui, tem um band ode gente defendendo o indefensável. Crueldade elevada à sua máxima potência, com o excremento no poder ainda tendo a audácia de se intitular "libertador". Pela rádio e pelas páginas do jornal que compro e trago três exemplares comigo, o Página 12, a denúncia do que de fato ocorre no país. No Brasil, infelizmente não temos uma rádio como a 750 e nem um jornal como o Página 12. Nem com Lula conseguimos efetivar algo dessa natureza. A direita tem muitas e a esquerda patina e não consegue uma de projeção nacional. O vozeirão de Victor Hugo me contagia, emociona e me faz ligar o rádio diariamente no Brasil, pois ele não fala somente da Argentina, mas de toda a América Latina. É uma programação sem filtro, torcendo para que Cristina consiga, como Lula, sua libertação e, mais que tudo, comprovar sua inocência. O Página 12 tem quase 6 milhões de leitores diários e a rádio 750 é das mais ouvidas no país. Para mim são exemplos de procedimentos que, se adotados no Brasil, poderíamos pensar em reverter essa tendência da direita de querer se apossar de tudo. Para vencê-los precisamos nos apossar dos meio de comunicação. Tenho isso bem claro e venho aqui para, ouvindo-os e sentindo como é propagado essas ideias junto das massas, não entender como algo dessa natureza não emplaca no Brasil. Precisamos de vozes falando a verdade factual dos fatos pelas ondas de rádios e impressas em jornais e revistas.

enquanto isso no Brasil
ESTAMOS MESMO NAS MÃOS DE UM BANDO DE MARGINAIS, BANDIDOS DA PIOR ESPÉCIE. EIS ALGO A DEMONSTRAR ISSO.

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