BATISTA CONTINUA, AOS 76 ANOS, CAIXEIRO VIAJANTE E SE BENEFICIANDO DAS PASSAGENS GRATUITAS PARA IDOSOS EM ÔNIBUS ESTADUAIS
Hoje eu conheci no terminal rodoviário de Bauru, a pessoa que, acredito eu, mais faz uso das tais duas passagens gratuitas para idosos, isso em toda e qualquer viagem de ônibus estadual dentro do estado de São Paulo. Trata-se de um velho conhecido meu, o BATISTA. Ele, hoje aos 76 anos, aposentado, com uma renda próxima de R$ 2 mil mês, não teve outra alternativa que não a de continuar trabalhando para conseguir uma renda mensal, onde feche suas contas ou ao menos tenha uma vida mais estabilizada.
Batista está nas estradas desde que me conheço por gente, bem mais que 50 anos. Décadas atrás foi um daqueles intrépidos vendedores de assinaturas de revistas, viajando o país inteiro, de cidade em cidade, trabalhando sozinho ou em equipes. Ganhou muito e não reclama nem um pouco disso, mas quando o negócio de assinatura de revistas e jornais começou a definhar, descobriu outro e desta forma continuou estradando, local onde se encontra até hoje. Desde então, continua sua peregrinação, cidade em cidade, agora vendendo mapas variados, mundi, do Brasil e rodoviário e pôsteres do corpo humano.
Hoje eu conheci no terminal rodoviário de Bauru, a pessoa que, acredito eu, mais faz uso das tais duas passagens gratuitas para idosos, isso em toda e qualquer viagem de ônibus estadual dentro do estado de São Paulo. Trata-se de um velho conhecido meu, o BATISTA. Ele, hoje aos 76 anos, aposentado, com uma renda próxima de R$ 2 mil mês, não teve outra alternativa que não a de continuar trabalhando para conseguir uma renda mensal, onde feche suas contas ou ao menos tenha uma vida mais estabilizada.
Batista está nas estradas desde que me conheço por gente, bem mais que 50 anos. Décadas atrás foi um daqueles intrépidos vendedores de assinaturas de revistas, viajando o país inteiro, de cidade em cidade, trabalhando sozinho ou em equipes. Ganhou muito e não reclama nem um pouco disso, mas quando o negócio de assinatura de revistas e jornais começou a definhar, descobriu outro e desta forma continuou estradando, local onde se encontra até hoje. Desde então, continua sua peregrinação, cidade em cidade, agora vendendo mapas variados, mundi, do Brasil e rodoviário e pôsteres do corpo humano.
Fez isso a vida inteira e me confessa: “Não sei mais ficar em casa. A estrada é meu local de trabalho, um dia aqui, outro ali e sempre batendo de porta em porta, conhecendo gente nova e sabendo onde adentro para oferecer mapas”. O vejo com uma mochila às costas e com várias passagens às mãos. Pergunto e ele me explica: “Pela minha idade, não pago mais passagem, mas tenho que conseguir uma das duas gratuitas de cada viagem, pegando-as com cinco dias de antecedência da viagem. Assim sendo, me preparei e cada dia estou numa cidade diferente. Tenho que conseguir a passagem cinco dias antes e estar próximo do guichê da empresa onde quero viajar, no horário previsto. O esforço vale a pena e só assim, sem ter que pagar a passagem, consigo equilibrar minhas contas”.
Dentro de sua mochila, me conta, carrega dentre mapas e os pôsteres, 25 exemplares bem dobrados e assim pega estrada. Sai bem cedo e de uns tempos para cá descobriu que, o horário da manhã é o melhor, pois à tarde, depois do almoço tudo já é com outra pegada. Sua cabeça é bem organizada para em cada dia conseguir as tais passagens, onde só paga a taxa de embarque e tendo que pegar não só para a ida, como para a volta, tudo tem que ser anotado, para não se esquecer e se embaralhar. “Os mapas e pôsteres eu compro diretamente do fabricante, que já me conhece. Pago um lote e devo outro, assim sigo pelas estradas. Consigo um desconto muito bom e não fico sem fazer nada”, conta.
“Tempos atrás eu tinha um sonho, o de ganhar na loteria e um dia poder ajudar o Noroeste a se tornar um grande time. Continuo jogando toda semana e espero poder fazer com que o Noroeste ainda me tenha como presidente. Enquanto não ganho, sigo trabalhando estrada a fora. Hoje não viajei e vim organizar as passagens. Amanhã tenho marcada ida e volta para Marília, depois Botucatu, na quinta Jaú e sexta Araraquara. Os próprios atendentes do guichê me ajudam e me indicam qual horário ainda tem vaga de passagem. Me adequo e dificilmente tenho que pagar do meu bolso. Se tivesse que fazê-lo, não sei se daria para continuar, pois elas estão pela hora da morte. Não reclamo nem um pouco e sei também ser um dos últimos vendedores assim de porta em porta, viajando diariamente. Eu fiz história lá atrás e continuo fazendo, pois quero ser, até quando aguentar, um dos que resistiram ao tempo e continuar sendo uma espécie de caixeiro viajante do século XXI”, conclui seu relato.
Eu, admirado fiquei. Sua história é uma dessas tantas que, ao descobri-las não tenho como me aquietar. Alguém como BATISTA é de uma raridade nos tempos atuais, merecedor de todos os elogios e apupos. Tempos atrás, muitos faziam isso, dentre os quais me incluo, com minhas chancelas, mais de 20 anos estradando. Daqueles tempos, conheço duas pessoas ainda na ativa, Batista com seus mapas e uma hoje senhora, ainda tirando leite de pedra, vendendo ampliação de bibliotecas em cidades. Devem ter outros, mas estes dois me trazem enormes recordações do passado. Sou de um tempo onde, antes do advento do CD, muitos saíam com uma mala cheia de CDs, gravações diversas e vendendo de cidade em cidade. Este merecem ter suas histórias contadas e recontadas, pois foram, de certa forma, desbravadores deste interiorzão véio e sem fronteiras. Alguns poucos resistem e como Batista, tentam se aproveitar de algumas benesses, como essa dos idosos terem passagem estaduais gratuitas. Maravilhosas histórias.
DENISE AMARAL LANÇA O CLIPE "OS SONHOS" E CONFIRMA TUDO AQUILO QUE DIZEM DELA
Algo da festa de hoje:
Ficar aqui tecendo loas elogiosas para com a cantante Denise Amaral échover no molhado. A cidade inteira reconhece ser ela uma das nossas melhores cantoras. Ela tem cabedal, currículo, décadas de exposição e repertório dos melhores. Hoje fui vê-la no lançamento de seu novo clipe, o "Os Sonhos", nesta noite de segunda, na arena aos fundos do teatro Muninicipal de Bauru. Ela encanta por onde passe, primeira pela sua enorme simpatia e depois, por cantar muito bem. Hoje foi mais um dia de festa para ela, dentre tantas nos últimos tempos.
Com direção e roteiro de Rene Lopez, direção de fotografia de Conrado Dacax e produção de Paulo Maia, o clipe foi possível através de recursos oriundos da Lei PAulo Gustavo, após custosa liberação desses recursos federais, disponibilizados pelo Governo Federal e quase perdidos pela SMC - Secretaria Municipal de Cultura. Do clipe, lindo ver as cenas gravadas na praça Rui Barbosa, numa noite onde o coreto foi totalmente higienizado e até conseguiram levar um piano para lá.
Na noite de hoje, os dois lá no palco, ela e Paulo Maia, cantaram por quase uma hora, atendendo pedidos do público e para mim, sem que houvesse pedido, cantou uma do Aldir Blanc e a última, essa sim solicitada por mim, Wilson das Neves, com a imortal O Samba é meu Dom. Ouví-la um luxo. Depois o clipe sendo mostrado pela primeira vez. Tudo perfeito. Infelizmente tive que sair mais cedo e não participei do debate final, porém sair mais que satisfeito, pois assim ocorre toda vez que presencio ela cantando e encantando. Hoje mais um destes dias.
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