UM PERSONAGEM DAS PROXIMIDADES DA PRAÇA DA SÉNos arredores da praça da Sé o sebo mais famoso é o do Messias. Fica bem nos costados da igreja, conhecido e paparicado por todos. Diria, talvez o mais organizado deles todos e com uma equipe de retaguarda de causar inveja. É um time cuidando dos livros, discos e CDs ali vendidos. Gosto de passar por lá, mas hoje, algo me encafifou. Havia circulado por alguns outros e achei o preço deles pouco mais caro que os demais e sem aquelas bancas de promoção. Ontem comprei alguns por R$ 5 e R$ 10, por lá não achei nenhum com estes preços. Simples assim, vasculhei e nada levei, mas na rua detrás, onde no quarteirão, tem uns três sebos, um deles é famoso e também concorrido - não como o do Messias. Trata-se do Sebo Machado de Assis, rua Álvares Machado 50. Algo já me chamou muito a atenção, uma banca - bem empoeirada, por sinal - com preços variando de R$ 3 a R$ 5 reais a unidade. Me perdi ali e sujei as mãos. Depois adentrei e circulei pelos corredores. Uma perdição a sessão de Política, Biografia e Literatura Brasileira. Tem espalhados no alto de cada pilha, livros de arte, desses grandões de capa dura e com preços convidativos. Fiquei nos baratos e dentre eles destaco um de poesia do Glauco Mattoso, outro da Anais Nin e por fim, coletânea com 34 depoimentos sobre a resistência à ditadura militar. O melhor de tudo veio depois quando do pagamento e das conversações com Fernando, o moço detrás do balcão. Com um ótimo senso de humor, ele é o tipo que todo sebeiro - ou sebento, sei lá - gosta de se deparar pela frente. Antes de tudo, ele é do ramo, ou seja, entende do riscado e está ali sabendo onde pisa, o que faz e está preparado para conversar sobre assuntos variados com qualquer um. Nem todo sebo possui pessoas assim em seus quadros, o que tenho certeza, deveria ser algo primordial, básico e elementar. Ou seja, saio de lá, gastando meros R$ 40 e satisfeito, mesmo com as mãos sujas e debaixo de um garoa, que naquele momento insistia em cair sobre a antiga "terra da garoa". Dentre todos os sebos onde estive, este o quinto visitado, rendo homenagens a um deles, pois o danado foi eleito por mim, rato de sebo, como o que melhor se enquadra pro ofício, que dizem, é algo em extinção.
SIM, PASSAMOS PELO MERCADÃO E O LUGAR QUE MAIS ME IDENTIFIQUEI, O BAR PASQUIMO Mercadão Municipal paulistano é um point de visitação. Já estive por lá inúmeras vezes e dessa, eu, Ana Bia e Juliana Guido, quando depois de circularmos e sentirmos o cheiro inebriante do lugar, subimos para o mezanino e por lá, um lugar que só de bater os olhos, a minha cara, O Pasquim Bar e Prosa. Não tive o prazer, pela correria de conversações com o dono do estabelecimento, talvez alguém como eu, um remanescente do antigo hebdomadário carioca, um dos poucos que fez de minha cabeça de cabo a rabo. É lindo demais, ainda mais depois do passamento do Ziraldo e agora do Jaguar - quem ainda resta vivo dos fundadores? -, ver estampado na parede, cardápio e por tudo quanto é canto, a logo a me causar arrepios. Já deitei muita prosa por aqui sobre a importância para mim, dentro de minha formação e constituição política, ter iniciado aos 13 anos a leitura do jornal. Não tive como conferir, pois havíamos acabado de almoçar, mas se o local tem um nome desses e está localizado num dos locais mais visitados da capital paulista, creio eu, a comida também deve acompanhar a criatividade e a sapiência de ter dado ao seu negócio este nome. Outra coisa que me chamou muito a atenção é o fato do cardápio da casa estar impresso em tamanho grande, algo raro na maioria dos restaurantes ditos da moda, pois agora virou quase praxe você ter que localizá-lo dentro de seu celular - e se sair de casa sem o celular, não como?. N'O Pasquim não só o cardápio é à moda antiga, nos moldes do jornal e pelo que senti, nas abordagens circulando pelo local, o pessoal que ali trabalha é dos mais simpáticos, como este jovem da foto, que mesmo não sendo da geração, sabe pouco do que representou o inusitado jornal, mas puxou conversa, falamos muito só sobre isso e não foi chato, como tantos outros, em variados lugares que, ficam te empurrando o cardápio. Por fim, o Mercadão continua vibrante e um dos lugares gostosos de ser e estar na capital paulista. Logo na chegada, algo de praxe hoje são os comerciantes, já logo de cara, te oferecer graciosamente um morangão - muito mais saboroso do que o Morango do Amor -, junto de uma tâmara. Uma junção divinal e como sugestão para que compremos outros itens. Lugares assim, são encantadores e só mesmo Bauru ainda não possui um Mercadão Municipal. IMagino das infinitas possibilidades de um funcionar ali no barracão junto da Feira do Rolo e ferver de opções para Bauru e toda região. Por enquanto, ficamos na vontade e desejo reprimido.
JOYCE ROLDAN, DIVINAL CANTANTE DA NOITE PAULISTANA NOS PRESENTEANDO NA ESTRÉIA DO TRIO NO TERRAÇO ITÁLIA
Eu, Ana Bia Andrade e Lucas Melara curtindo muito o visual e, é claro, a linda cantante. Com drinks à mão, desfrutamos da noite de terça e estivemos, os três, conhecendo o famoso terraço paulistano.Eis o vídeo da cantante Joyce Roldan no bar do Terraço Itália:
NADA COMO TER UMA "BÚSSOLA" NA CIDADE GRANDE, JULIANA GUIDO
Numa megalópolis, por mais que a gente ache que conhece algo, na verdade, conhecemos quase nada. Conhecemos o trivial, o que a maioria dos que aqui aportam sabem. Fora dos roteiros tradicionais, pouca coisa. Eu ouso e me perco toda vez que aqui me encontro, como agora. Enfim, não se perdendo pelas ruas de umacidade grande, pra que valeria a pena sair por suas ruas? Portanto, tem disso, o fato de querer se perder, mas tem também o de nos orientarmos com uma espécie de "BÚSSOLA", como estou encarando o passeio feito conosco - comigo e com Ana Bia -, pela amiga paulistana, que já morou em Bauru e por lá tem muita gente amiga, a JULIANA GUIDO.
Ela reservou seu horário do almoço na terça, para ficar com a dupla forasteira e como estamos hospedados na boca de entrada do Brás e da 25 de MArço, perambulamos por aí. Era hora do almoço e ela quiz nos mostrar um lugar que, nunca íriamos achar sózinhos. Para estes achados só mesmo com a indicação de alguém local. Foi a ida ao Jacob, um restaurante árabe, que passando pela rua, a entrada é modesta, entrada de um prédio e lá dentro, um amplo saguão, onde as comidinhas são fartas e saborosas.
Depois teve mais, pois nos levou por vielas, becos e encruzilhadas no meio da muvuca, subindo e descendo escadas rolantes, atravessando até outro mercado, bem pertinho do famoso Mercadão, em reforma, querendo ser transformado em point. Neste último, disse para a Juliana, estar em lugares onde nem parece uma magalópolis. Ela, como se vê, nos guiou como uma guia de cego, nos conduzindo para lugares nunca dantes pensandos. Como é bom ter gente assim ao nosso lado. Se perder é ótimo, mas ter alguém assim ao lado é também mais que bom.
Juliana trabalha como datiloscopoista na Polícia Civil e por sorte, apenas três quadras do hotel. Continuaremos nas ruas e ciente de como podemos entrar em alguma errada, deixa o número de seu celular conosco e avisa: "Precisando de qualquer coisa, me acione. Paro tudo para atendê-los". Um luxo isso, né! Luxo demais da conta. Desta forma não estaremos desamparados e nos sentimos mais à vontade para abusar um bocadinho da Grande Sampa. Juliana leva a vida numa boa, ela e seus gatos, seus pincéis, pois pinta como ninguém, reinando no traço e como hobby, lazer, canta numa bande de rock, com especialidade em música dos anos 80, tocando e cantando pelos quatro cantos da cidade mais aos finais de semana. Ainda sobra tempo para cuidar de casa e dela mesmo - e também dos amigos que, vez ou outra aqui aportam. Quiz contar isso dela, segredinhos de alcova, não para que outros venham a abusar dela, mas para reverenciar o que sentimos por quem nos abriga, abrindo suas portas e o coração. Ela abriu seu coração para conosco e além do ótimo papo, progressista como nós, é dessas que a gente se envolve e quer ser levado, guiado, amaparado, conduzido pela entranhas paulistanas. Ah, houvesse tempo íriamos passar a seman toda envolvida em suas indicações. Triste, mas ela tem que trabalhar, Ana tem o Congresso acadêmico pela frente eu, o único ocioso, recém aposentado, quero mais e perambular. Suas dicas me são valiosas quando parto, mochilinha às costas, andando pra lá e pra cá, com o celular preso por um cordão na cida das calças. São Paulo é encantadora aos olhos de quem conhece e nos conduz para lugares indescritíveis.
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