terça-feira, 9 de setembro de 2025


REGINA RAMOS, SE FOI A ATRIZ SÍMBOLO DESTA TERRA E A VOZ HOJE PROPAGADA ANUNCIANDO OS EVENTOS NO TEATRO MUNICIPAL DE BAURU

Regina é essa atriz, envolvida com algo cênico desde que me conheço e circulo dentro das atividades teatrais nesta cidade. Num dos raros grandes feitos dessa absurda administração da Cultura Municipal, quando recuperaram o nosso teatro municipal, a convidaram para dar voz aos recados que antecedem qualquer apresentação. Desta forma, iremos continuar ouvindo sua voz por muito tempo. Hoje pela manhã ela se foi e é mais uma dessas inacredtáveis ocorrências dos últimos dias. As pessoas irem nos deixando, algo até normal, enfim, essa a vida, porém, com Regina nenhum sinal e desta forma, ela se vai assim num sopro. Queria poder relembrar das tantas vezes em que estive junto dela ou a assisti pela aí, mas nada me vêm à cabeça neste momento, a não ser a tristeza. Ela era dessas que, em cada reencontro, sempre senti enorme vontade de abraçá-la efusivamente. Representava o "tudo de bom" dentro do segmento artístico bauruense. Vai deixar imenso vazio e saudade eterna em todos nós. Consternado...
OBS.: As fotos aqui reproduzidas foram todas tiradas por mim ao longo de algumas décadas e na última, a primeira pessoa em quem pensei quando tive a triste notícia, a de Luiza Carvalho, uma de suas melhores amigas.

TRISTEZAS E ALEGRIAS
Nossos dias são sempre assim, quase sem a existência de meio termo. Ou pau ou pedra. Amanheço e recebo a triste notícia do falecimento de Regina Ramos, creio eu, a maior dama do teatro bauruense. Regina era por demais boa de conversa. Não gostava de entrar em divididas e nem ficava perdendo tempo com discussões onde o resultado eram as tais eternas divisões. Não ficava em cima do muro, preferindo sempre acreditar no diálogo. Nesse vai e vem, entra e sai de secretários municipais de Cultura, a maioria deles sectários e quase nunca verdadeiramente secretários, ela tentou dialogar com todos. Era irredutível nos propósitos.Tinha uma paciência de Jó com alguns. Ela cumpriu maravilhosamente o seu papel e esteve desde sempre envolvida em boas ações e em prol da luta pela amplitude e bom desempenho da classe artística bauruense. Seu sorriso é para mim mais do que inesquecível.
Dela, só elogios. Mas dando sequência para as coisas da vida, hoje foi um dos dias em que, estivemos todos meio que plugados nos primeiros votos dos cinco ministros do STF decidindo o destino dos bandoleiros que, por pouco não levaram o país de volta aos seus tempos mais sombrios. A thurma do Bolsonaro queria retroceder e com o golpe, eliminar adversários e opositores. Escapamos por pouco e, diante exatamente disso, de termos todos escapado, temos que penalizar da forma adequada, quem tinha a intenção de pegar pesado com a tal da democracia. Por cinco horas o ministro Alexandre de Moraes, desconstrói o bando, diz da culpa de cada um, sem tirar nem por. Não tenha quem dentro do bom senso consiga desconstruir seu voto, pois tudo está baseado e fundamentado na legislação existente, ou seja, nos artigos da Constituição, nossa lei maior.
Já passamos da hora de prender este bando todo e dar um jeito de fazer a parte ainda convulsionada, entender dos malefícios que teríamos com gente inescrupulosa e bandida nos governando. Esse é uma missão árdua para todos os ainda disponíveis a ver este país trilhando caminhos, como Lula os faz seguir, sempre altaneiro e soberano. Nem todos pensam assim e hoje, sentadinho esperando ser atendido pela dentista de minha confiança, no hall de sua clínica, folheio a última edição da revista Atenção, com jabás de todos os meios e num dos anúncios, página dupla, dois deputados, que não são daqui, o capetão Augusto e a Dani Alonso, declaradamente em fotos apoiando Jair Bolsonaro e tudo que fez de mal ao país até então.
Assim como a dupla de deputados, ambos forasteiros, mais a famiglia toda da alcaide, a incomPrefeita Suéllen Rosin, todos fundamentalistas, bolsonaristas e se bobear, junto com o ex-astronauta Marcos Pontes, todos terraplanistas. Estes nossos representantes e com gente assim a defender o nome de Bauru, aqui e lá em Brasília, só bola nas costas. Observo os votos ocorridos hoje, Alexandre e Dino, dois a zero pró condenação do bando, mas se fossemos levar em consideração votos como os dos atuais representantes da Câmara de Vereadores de Bauru, todos os criminosos do colarinho branco, mais o bando golpista, todos teriam suas caras livres.
Diante da lavagem cerebral ocorrida com o país nos últimos tempos, não basta criminalizar Bolsonaro, se a mente de parte significativa de seu povo está irremediavelmente comprometida pelo desvio, ou seja, se deixou levar pelo canto da sereia bolsonarista. Como chegamos a isso? Como estes todos, se mostraram alegres, com uma turba verde-amarela desfilando pela avenida Paulista, no dia da Inpendência do Brasil, com uma enorme bandeira norte-americana. Servilismo maior nunca vi.
No frigir dos ovos, a alegria mesmo é por saber que a thurma do Bolsonaro será condenada, só faltando decidir por quanto tempo. Por outro lado, muito triste pelo passamento da irriqueita Regina Ramos e por olhar pros lados e constatar o quanto vai ser difícil e complicado mudar a mentalidade retrógrada enfurnada na mente destes todos, ainda apoiando quem nos crava a estaca nos costados. Regina acreditava num teatro transformador, deste que, através de uma boa mensagem, algo possa ser incutido e a partir daí, uma semente transformadora. Também acredito, mas desde que o teatro seja verdadeiramente de massa e não leve tanto tempo nessa missão. Eu não sei qual o choque de realidade a ser implantado na mente destes "perdidos no espaço", pois mesmo com a condenação tendo ocorrido dentro de todos os padrões respeitáveis, tem quem ainda consiga enxergar algo de bom na famiglia do capiroto. Tá difícil de contrabalançar isso das tristezas e alegrias. Isso deixa a gente doente e neste caso, pode acelerar o processo que nos levará irremediavelmente para a morte. Queria poder lutar mais algumas décadas, mas confesso, as adversidades encurtam o tempo de permanência lúcido. Luto também contra isso.

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