sexta-feira, 5 de setembro de 2025

DICAS (261)


E O SAMBÓDROMO, VOLTA A SER O TEMPLO DO SAMBA OU VAI SER MESMO ENTREGUE PARA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA BAURUENSE?
Um dos que colocam o bloco na rua e sempre estão a focar no tema é TOBIAS TERCEIRO, o representante maior da escola de samba Estação Primeiro de Agosto, uma das mais novas no Carnaval bauruense e das mais ativas. Participei tempos atrás de dois eventos agendados por ele no mesmo local e com a mesma finalidade, a de movimentar céu e terra para incutir nos administradores públicos municipais a necessidade de reformar e devolver para sua finalidade maior o Sambódromo de Bauru. Ele não desiste e isso é mais que um ponto positivo.

No próximo domingo, 7/9, das 14 às 18h, Tobias novamente estará no local e desta feita, tentando ampliar o leque de agremiações e outros interessados em fazer acontecer, com o único intuito de exercendo pressão, encontrar meios para a comunidade do samba ter o Sambódromo de volta. Causa mais que justa, pois o Carnaval de rua há alguns anos está ocorrendo em lugar improvisado e inadequado. Tobias, melhor que ninguém, sabe das dificuldades de arregimentar pessoas, quando o tema são questões conflitantes com a linha de pensamento e ação da alcaide Suéllen Rosin. Corajosamente ele insiste e tenta movimentar grande número de pessoas, pois essa causa suplanta o amor pelo próprio Carnaval.

"Domingo agora, a Liga Independente de Agremiações Carnavalescas de Bauru, realizará uma ação de intervenção artística e cultural em defesa do Sambódromo Municipal de Bauru, espaço que é patrimônio imaterial da memória carnavalesca, cultural e popular de nossa cidade.

O ato será realizado no dia 07 de setembro de 2025 (domingo), das 14h às 18h, no próprio Sambódromo Municipal, com o intuito de reafirmar sua importância histórica, simbólica, cultural, econômica e política, além de sensibilizar o poder público e a sociedade civil sobre a necessidade urgente de sua preservação, manutenção e modernização como um espaço cultural único no município, capaz de atender a todo tipo de manifestações e eventos.

Contamos com o apoio da escola de samba Estação Primeiro de Agosto, do bloco Suingue do Icarahy, Allegro, Camjazz na rua, Coletivo Samba, Samba na Cidade, Naumteria, Sociedade Amigos da Cultura (SAC), A.A. Oriente, CODEPAC, Casa Frida e Ibáré Ikósé.
O ato nesta data simbólica será de extrema relevância para fortalecermos, juntos, o coro em defesa deste espaço que acolhe o trabalho de nossas escolas, blocos, baterias e comunidades, representando não apenas o carnaval, mas a resistência e a potência da cultura popular de matriz afro-brasileira e indígena em nossa região.
@tobiasterceiro3 e @liaboficial", este o release distruído por ele.

Tema candente, motivo idem, essa mais uma das tantas atividades sendo propostas para tentar devolver pros bauruenses uma cidade se perdendo com o tempo. Mais do que justo a participação de grande número de pessoas.

E QUANDO ME PERGUNTAM SE IREI NO DESFILE DE SETE DE SETEMBRO EM BAURU, MINHA RESPOSTA É: NÃO, MAS NO DE TIBIRIÇÁ, NA MANHÃ DE SÁBADO, COM TODA CERTEZA IREI
Isso mesmo, lá no distrito rural de Tibiriçá acontecerá um desfile de Sete de Setembro dentro dos padrões onde quero estar e aplaudir a garotada desfilando. Por lá não vai ter pompa e aqueles tantos se dizendo patriótas, quando descardamente estão a aplaudir e defender o interesse do país estrangeiro, em detrimento do nosso. Lá não tem isso de lavagem cerebral e ninguém vai desfilar fazendo proselitismo exótico de ficar pregando defesa de quem lhe crava a estaca. O desfile será, pelo que sei, dos mais simples, com alunos da escola pública minicipal e estes todos ali, ao lado da comunidade local, num congraçamento onde o que vale mesmo é entender de fato o que venha a ser essa data e mais que isso, nas ruas numa demonstração de que, civismo não é servilismo. Ou seja, abri mão de ver o desfile bauruense na Nações Unidas no domingo, mas estarei amanhã, sábado, no de Tibiriçá. Sem decepção.

AZENHA, MINO E O JORNAL DA REPÚBLICA, QUE COMPREI E COLECIONEI, ALGO COMO O PÁGINA 12 PRA ARGENTINA, UM JORNAL BRASILEIRO
Com o Mino Carta eu aprendi desde criança, no tempo em que a gente ia até a banca do centro de Bauru esperar a chegada das revistas.

Cresci lendo Mino Carta e tentei adotar o seu lema da "fidelidade canina à verdade factual", que deve guiar um repórter.

Mino Carta nunca fez nada por fazer. Foi sempre elegante, no texto e nas publicações que dirigiu.

Nos estertores da ditadura militar, quando o governador de São Paulo desafiava o regime e queria ser o candidato à sucessão de João Figueiredo -- como de fato foi, no Colégio Eleitoral -- Mino Carta lançou o Jornal da República, que durou pouco, mas foi de uma elegância ímpar.

Eu era um jovem de apenas 21 anos em Bauru quando o Raul Bastos, que posteriormente foi meu chefe na TV Globo, encomendou um frila sobre a mudança da capital para a região de Bauru, pretendida por Paulo Maluf.

Maluf foi aquele que inventou a Paulipetro e só encontrou água quente interior afora, torrando milhões que azeitavam sua máquina eleitoral. Mudar a capital para a região de Reginópolis ou Avaré deixou muita gente excitada com a possibilidade de fazer especulação imobiliária.

Mino fez um jornal exemplar, com repórteres de altíssimo nível, como Antonio Carlos Fon, Paulo Markun e Ricardo Kotscho.

Imaginem quando eu publiquei meu primeiro texto no Jornal da República, só faltou esmurrar o ar!

Até um honroso empate do Noroeste com o Corinthians de Sócrates eu cobri no Alfredão, em Bauru.

Mino Carta conseguiu emplacar um jornal de esquerda em plena ditadura militar, que cobriu o retorno dos exilados, as greves do ABC e apoiava a abertura do regime, combatida pela linha dura do general Sylvio Frota e do Augusto Heleno, que continua dando golpe por aí.

O Jornal da Republica tinha um estilo muito particular, era lindo de ver na banca e abraçava textos fora do comum, como a denúncia que fiz de uma mulher que dizia ter tido os olhos roubados em um hospital.

O hospital psiquiátrico onde ela foi internada apresentava uma versão estranha, de que uma vizinha de quarto tinha roubado os olhos.

Mais tarde, eu publiquei textos que considero muito bacanas na CartaCapital e fiz amizade com a Manuela Carta.
DARCY, TENDLER E ESTE HPA

Mino é parte de cada um de nós, os milhares de jornalistas que se inspiraram nele. MINO VIVE, VIVA O MINO!
Texto do jornalista LUIZ CARLOS AZENHA

MORREU SILVIO TENDLER
O dia em que, Darcy Rodrigues me levou para Sorocaba, onde foi entrevistado por Silvio Tendler e, desta forma, conheci alguém por quem nutria enorme carinho, o cineasta/documentarista de JANGO, um filme que a professora da USC Bauru, Lidia Possas, onde cursei História, nos fez destrinchá-lo em sala de aula. A partir de então, virei apaixonado admirador de tudo o que Tendler produziu. Tendler era considerado o "cineasta dos sonhos esquecidos", para mim, sempre muito latentes.
https://mafuadohpa.blogspot.com/search...

"Eu quero popularizar o conhecimento", Silvio Tendler.

"Silvio Tendler nos deixou a todos com o coração apertado, com uma dor pela perda. Mas com o recuerdo de seu amor pela vida, de sua alegria. Aqui, o trecho de outra cronica recente de 2023, quando nos encontramos para uma filmagem em frente da pensão da Calle Michimalongo, em Santiago. "Na conversa diante da antiga pensão, o sacana do Sílvio confidenciou para minha filha algo já narrado com detalhes, em 2012, na crônica Na cama com Silvio Tendler:
- Nesta casa, seu pai e eu dormimos na mesma cama. Posso ser sua mãe. Exijo, embora tardiamente, um exame de DNA.
Não foi preciso. Ao se despedir, Maria José retomou costume antigo e pediu:
- Sua bênção, mamãe!", JOSÉ BESSA (São tantas as lembranças lidas no dia de hoje. Escolhi essa, como poderia ter feito com tantas outras. Tendler, além de tudo, foi um ótimo contador e revelador de histórias. Desbravou muitas das mais intigantes histórias brasileiras).

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