A CASA ROSA E A DA ENI - publicado dia 24/01/2009
Lançado em novembro o documentário "Pretérito Perfeito" (trailler no Youtube), revê toda uma época ao contar a história de um dos mais famosos bordéis cariocas, a Casa Rosa. Dirigido por Gustavo Pizzi, o filme é uma retrospectiva da vida pública e privada brasileira, pois aproveita para fazer um amplo registro da sexualidade e do prazer (pago ou não).
Os bastidores de tudo o que aconteceu por lá possui uma relação idêntica ao da nossa Casa da Eni, tão famosa quanto. "Ah, se as paredes cor-de-rosa falassem!", diriam os cariocas. O mesmo poderia ser dito pelos bauruenses. O fato é que a casa carioca virou filme bem antes da nossa, ambas com histórias mil.
Aqui por Bauru vigora ainda certa lei do silêncio, com muita gente não querendo tocar no assunto. Pura besteira. Reviver as histórias e seus personagens faria um bem danado para a cidade. Até um provável filme é visto com certo desdém por alguns, que consideram o tema impróprio e pervertido. Chegam a dizer: "Isso traria uma repercussão negativa para a cidade". Faustão, na TV, dia desses, ao se deparar com umas cortinas roxas, pregueadas disse: "Parece coisa lá da Casa da Eni". Isso é demérito? Não vejo nenhum. Comenta-se muito sobre a provável filmagem do livro sobre a Eni, do jornalista Lucius de Mello. Torço muito por isso e agora, ao terminar de assistir a mini-série Maysa, tenho plena certeza de que um sobre a Casa da Eni seria um estouro nacional.
PRECONCEITO? TÔ FORA! - publicado dia 31/01/2009
Um e-mail está sendo repassado para milhares de bauruenses nesse começo de ano com uma mensagem intitulada "Sete Maravilhas de Bauru", com fotos de sete pessoas, todas pobres e algumas com problemas mentais, junto a um texto, com o intuito de fazer rir. Recebi de mais de dez pessoas diferentes, quer dizer, o negócio corre a cidade toda. Junto alguns comentários: "Muito bom... Morri de rir".
Após ler com a devida atenção, não vi motivo nenhum para risos e sim, escárnio. Encontrei junto às fotos um texto de pura discriminação contra algumas pessoas à margem da sociedade. Brincadeira de péssimo gosto. Algo deprimente, de alguém que, mesmo sem a intenção, fez algo a ser repudiado. No que foi exposto, todos receberam tratamento com chacotas, ironias e maledicências. Acho isso muito perigoso, demonstrando irresponsabilidade e completa falta de tato para as questões sociais.
Espalhar algo assim é antes de qualquer coisa perigoso, pois pelos termos utilizados, pode gerar até processo judicial. Não me chamem de retrógrado, conservador, ultrapassado, pois não me considero nada disso. Dou muita risada da vida, afinal, rir continua sendo um grande negócio. A questão é estar sempre atento no que está sendo repassado como pano de fundo. O que foi espalhado do "Andarilho Top, Bola Trombose, Pastor Juvenal, Japonês da Luva, João da Bike, Thueguéder e Cumpadi Washington" não é para rir. Foi uma tremenda pisada na bola.
Os bastidores de tudo o que aconteceu por lá possui uma relação idêntica ao da nossa Casa da Eni, tão famosa quanto. "Ah, se as paredes cor-de-rosa falassem!", diriam os cariocas. O mesmo poderia ser dito pelos bauruenses. O fato é que a casa carioca virou filme bem antes da nossa, ambas com histórias mil.
Aqui por Bauru vigora ainda certa lei do silêncio, com muita gente não querendo tocar no assunto. Pura besteira. Reviver as histórias e seus personagens faria um bem danado para a cidade. Até um provável filme é visto com certo desdém por alguns, que consideram o tema impróprio e pervertido. Chegam a dizer: "Isso traria uma repercussão negativa para a cidade". Faustão, na TV, dia desses, ao se deparar com umas cortinas roxas, pregueadas disse: "Parece coisa lá da Casa da Eni". Isso é demérito? Não vejo nenhum. Comenta-se muito sobre a provável filmagem do livro sobre a Eni, do jornalista Lucius de Mello. Torço muito por isso e agora, ao terminar de assistir a mini-série Maysa, tenho plena certeza de que um sobre a Casa da Eni seria um estouro nacional.
PRECONCEITO? TÔ FORA! - publicado dia 31/01/2009
Um e-mail está sendo repassado para milhares de bauruenses nesse começo de ano com uma mensagem intitulada "Sete Maravilhas de Bauru", com fotos de sete pessoas, todas pobres e algumas com problemas mentais, junto a um texto, com o intuito de fazer rir. Recebi de mais de dez pessoas diferentes, quer dizer, o negócio corre a cidade toda. Junto alguns comentários: "Muito bom... Morri de rir".
Após ler com a devida atenção, não vi motivo nenhum para risos e sim, escárnio. Encontrei junto às fotos um texto de pura discriminação contra algumas pessoas à margem da sociedade. Brincadeira de péssimo gosto. Algo deprimente, de alguém que, mesmo sem a intenção, fez algo a ser repudiado. No que foi exposto, todos receberam tratamento com chacotas, ironias e maledicências. Acho isso muito perigoso, demonstrando irresponsabilidade e completa falta de tato para as questões sociais.
Espalhar algo assim é antes de qualquer coisa perigoso, pois pelos termos utilizados, pode gerar até processo judicial. Não me chamem de retrógrado, conservador, ultrapassado, pois não me considero nada disso. Dou muita risada da vida, afinal, rir continua sendo um grande negócio. A questão é estar sempre atento no que está sendo repassado como pano de fundo. O que foi espalhado do "Andarilho Top, Bola Trombose, Pastor Juvenal, Japonês da Luva, João da Bike, Thueguéder e Cumpadi Washington" não é para rir. Foi uma tremenda pisada na bola.