quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

CHARGES ESCOLHIDAS À DEDO (12)

LATUFF, O CHARGISTA ATIVISTA
Carlos Latuff é talvez hoje o nosso mais conhecido cartunista, pois seu traço, sempre antenado com as grandes questões sociais, circula mundo afora. Sobre a questão do momento, a Guerra em Gaza, ele dá um show. Latuff é carioca, nascido no fatídico ano de 1968, começou como ilustrador e logo a seguir, trabalhando para vários sindicatos, não abandonou mais as charges com temática ativista. Tem trabalhos espalhados por lugares “nunca dantes navegados”. Citem um país aí, onde ocorra violência política e lá está presente seu traço, contundente e sempre marcante. Irã, Arábia, Chiapas mexicano, gueto de Gaza, a Venezuela de Chávez, os sindicatos coreanos, as lutas latinas, os pobres nos EUA e muito da injustiça que ocorre dentro desse imenso país chamado Brasil estão retratados em seu trabalho. Ele está em todas. Sua pena serve aos menos favorecidos. E a usa com audácia e perspicácia, não medindo as conseqüências. Se quer ver alguém tomando posição é com ele mesmo.

Passou por Bauru quando da realização do OLA – Observatório Latino Americano, em março de 2006 e perdemos uma grande oportunidade de conhecê-lo melhor. Baixou um pen-drive para nós com todo seu arquivo, pedindo que fosse usado da forma que achar conveniente, desde que para a defesa popular. Por onde passa assume o engajamento político como essência de sua arte. Uma pessoa impaciente com as injustiças do mundo atual, esbravejando contra os que dizem não ser mais necessário a contestação, pois vivemos numa democracia. “Ledo engano, porque hoje se vive num sistema autoritário, de pensamento único, em que a mídia dita para você o que é ou não verdade. (...) Nem tudo pode ser arte engajada, porque senão fica chato. E nem tudo pode ser entretenimento, porque fica vazio. É preciso ter a combinação das duas coisas”, faz questão de dizer.

A grande sacada de Latuff nesse momento é a multiplicação de sua arte e como ele encara isso. Simplesmente ele incentiva a reprodução, chegando a afirmar tratar-se “de um processo viral. Eu não tenho controle sobre isso. É domínio público. E é isso que me importa, pois minhas imagens apresentam uma visão diferente da grande imprensa burguesa e corporativa. São aquelas verdades inconvenientes que eles não querem que sejam vistas, mas a internet consegue quebrar esses bloqueios midiáticos”. O artista não está presente somente numa frente de batalha. Na internet pesquei DOIS blogs onde distribui sua arte: http://latuff.blogspot.com/ e http://tales-of-iraq-war.blogspot.com/

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique
Participeido OLA em Bauru e só no ano seguinte fui conhecer o trabalhodo Latuff. Fiquei de boca aberta. O cara é muito bom. Eutambém perdi uma excelente oportunidade de conversar pessoalmente com um verdadeiro revolucionário. Nãosei se você sabe,mas o Serviço Secreto Israelense está distribuindo um texto dizendo que ele é uma das pessoas mais pergiosas do planeta, pelas críticas que faz aos ataques em Gaza. Ele corre perigo de vida. Latuff invadiu o planeta e precisa ser mais conhecido. Seu texto veio bem a calhar.Difundir o trabalho dele é um ato de pura humanidade.
Emérson

Anônimo disse...

Latuff esteve em Bauru. Perdi a oportunidade de conhecer uma pessoa que aprendi a admirar muito vendo-o comprando brigas pela internet. O mundo está em falta de gente como ele, com coragem de por a cara para bater.
Paulo Lima