APRENDI COM MEU CHEFE – VERSÃO DO HPA
Quem passou essa semana por Bauru foi o jornalista RICARDO GALUPPO, para o lançamento do seu mais novo livro, “Aprendi com meu chefe – O que profissionais notáveis aprenderam com profissionais mais notáveis ainda”. É o negócio do chefe como fonte de bons exemplos, com o qual muitos aprenderam lições essenciais. Galuppo entrevista um grupo de profissionais e relata as experiências de cada um. Ainda não li o livro, mas gostei do tema, pois também tive um chefe a quem me espelhar, ouvir com a devida atenção e respeito. Seus toques me são de muita serventia até hoje.
Primeiro falo de Galuppo, uma pessoa simpática, de bom papo e um jornalista com mais de 20 anos de estrada. Estive com ele dois dias. Foi editor de Veja, Exame e Forbes, revistas que não entram nesse mafuá. Questão de princípios, ainda mais pela aversão atual que criei das publicações da Abril, por tudo o que representam de anti-jornalismo nesses tempos neoliberais. Prefiro publicações onde a verdade factual esteja presente. Isso não me impede de papear com Galuppo, que saiu da Veja em 2000 e como bom mineiro, iniciou um projeto de tentar sobreviver só da escrita de livros. Antes desse, um do Atlético Mineiro, numa coleção famosa sobre nossos times, depois os textos para dois livros de memória, os de Abílio Diniz e o do bauruense Osires Silva e para o futuro, algo intrigante, “Quem marcou Pelé”. Além das versões dos marcadores, no fundo versará sobre o negócio de se enfrentar algo meio que intransponível, um mito, alguém que é considerado o melhor no segmento. Esteve com alguns bauruenses que jogaram com Pelé e dessa forma, também pude conhecê-los. No livro, noto que circulando durante sua vida profissional entre os centros de poder, escolheu gente dessa linhagem como tema. Um ou outro foge disso. Pela palestra presenciada e pelo mundo atual permitir em menor intensidade essa transmissão de experiência chefe/subordinado (talvez pelo ambiente corporativo reinante), a leitura será feita com a devida atenção. Galuppo pende e torce por um Brasil com Serra na presidência, eu fico com Dilma. Isso não é impedimento para nosso cordial entendimento. Eu aprendi a ler as entrelinhas de tudo o que me cai nas mãos e dele extrair sua essência. Mesmo sem ter lido o livro, dele já extrai a boa lembrança de uma pessoa que me foi importante na vida profissional. Recordar isso é ótimo.
Meu chefe a ser lembrado com carinho é WASHINGTON DO PRADO, um no velho estilo “bradesquiano”, onde atuei por mais de 15 anos. Tom, como alguns íntimos o chamavam foi um chefe no estilo paizão, protetor e muito bom de ouvido. Acho que foi com a minha cara logo no primeiro papo, eu aos 17 anos, ele já um sessentão. Do Bradesco algo que não esqueço é o de não contratar ninguém que já tenha trabalhado em outra instituição. Formar o seu profissional à sua maneira, sem os vícios do mercado. Deve fazer isso até hoje. Do seu Washington, já falecido, um comandante duro, sem ser autoritário, que exigia, mas entendia nossas falhas e limitações (éramos todos muito novos). Certa vez, atuando na agência de Bariri, na função de corretor de seguros, morando na cidade a poucos meses, sai numa noite com outro morador da única república da cidade e pichamos um muro: “Abaixo o Prefeito!”. Nem conhecia o dito cujo, mas via sua fanfarronice e não me segurei nas calças (tem momentos que ainda procedo dessa forma). Fomos vistos, delatados, repintamos a parede e lá veio o chefe. Ouviu todas as versões antes de falar comigo. Aprendi isso com ele. Nunca tomo posição sem entender tudo o que me cerca. Saímos a caminhar pela rua, ele com a mão no meu ombro, me passa o devido pito, depois até rimos, mas me fez entender que poderia continuar tendo meu posicionamento contrário a quem quer que fosse, mas não poderia extrapolar, passar dos limites, como me disse. Sentamos os três, eu, ele e o gerente. Fez minha defesa e se querem saber, acho que cheguei a ser um dos seus melhores vendedores durante o restante de minha permanência no banco. Só muito tempo depois fiquei sabendo que até com o prefeito foi falar. Cheguei ao cargo de Supervisor na extinta Bradescor e guardo ótimas recordações dos muitos conhecidos naquele período. Bariri é uma cidade que adoro voltar e o faço sempre que posso (depois passei/morei por Marília, Jaú e só depois Bauru). Do meu sempre chefe, aprendi muito sobre humanidade, mesmo dentro de uma grande empresa, onde não passamos de meros números. Tenho certeza que todos de sua equipe nunca foram números e por causa desse tipo de pocisionamento, o resultado foi sua aposentadoria antes da hora, mesmo contra sua vontade. Tom (nunca o chamei assim) foi um chefe que teria poucos espaços hoje em dia.
Quem passou essa semana por Bauru foi o jornalista RICARDO GALUPPO, para o lançamento do seu mais novo livro, “Aprendi com meu chefe – O que profissionais notáveis aprenderam com profissionais mais notáveis ainda”. É o negócio do chefe como fonte de bons exemplos, com o qual muitos aprenderam lições essenciais. Galuppo entrevista um grupo de profissionais e relata as experiências de cada um. Ainda não li o livro, mas gostei do tema, pois também tive um chefe a quem me espelhar, ouvir com a devida atenção e respeito. Seus toques me são de muita serventia até hoje.
Primeiro falo de Galuppo, uma pessoa simpática, de bom papo e um jornalista com mais de 20 anos de estrada. Estive com ele dois dias. Foi editor de Veja, Exame e Forbes, revistas que não entram nesse mafuá. Questão de princípios, ainda mais pela aversão atual que criei das publicações da Abril, por tudo o que representam de anti-jornalismo nesses tempos neoliberais. Prefiro publicações onde a verdade factual esteja presente. Isso não me impede de papear com Galuppo, que saiu da Veja em 2000 e como bom mineiro, iniciou um projeto de tentar sobreviver só da escrita de livros. Antes desse, um do Atlético Mineiro, numa coleção famosa sobre nossos times, depois os textos para dois livros de memória, os de Abílio Diniz e o do bauruense Osires Silva e para o futuro, algo intrigante, “Quem marcou Pelé”. Além das versões dos marcadores, no fundo versará sobre o negócio de se enfrentar algo meio que intransponível, um mito, alguém que é considerado o melhor no segmento. Esteve com alguns bauruenses que jogaram com Pelé e dessa forma, também pude conhecê-los. No livro, noto que circulando durante sua vida profissional entre os centros de poder, escolheu gente dessa linhagem como tema. Um ou outro foge disso. Pela palestra presenciada e pelo mundo atual permitir em menor intensidade essa transmissão de experiência chefe/subordinado (talvez pelo ambiente corporativo reinante), a leitura será feita com a devida atenção. Galuppo pende e torce por um Brasil com Serra na presidência, eu fico com Dilma. Isso não é impedimento para nosso cordial entendimento. Eu aprendi a ler as entrelinhas de tudo o que me cai nas mãos e dele extrair sua essência. Mesmo sem ter lido o livro, dele já extrai a boa lembrança de uma pessoa que me foi importante na vida profissional. Recordar isso é ótimo.
Meu chefe a ser lembrado com carinho é WASHINGTON DO PRADO, um no velho estilo “bradesquiano”, onde atuei por mais de 15 anos. Tom, como alguns íntimos o chamavam foi um chefe no estilo paizão, protetor e muito bom de ouvido. Acho que foi com a minha cara logo no primeiro papo, eu aos 17 anos, ele já um sessentão. Do Bradesco algo que não esqueço é o de não contratar ninguém que já tenha trabalhado em outra instituição. Formar o seu profissional à sua maneira, sem os vícios do mercado. Deve fazer isso até hoje. Do seu Washington, já falecido, um comandante duro, sem ser autoritário, que exigia, mas entendia nossas falhas e limitações (éramos todos muito novos). Certa vez, atuando na agência de Bariri, na função de corretor de seguros, morando na cidade a poucos meses, sai numa noite com outro morador da única república da cidade e pichamos um muro: “Abaixo o Prefeito!”. Nem conhecia o dito cujo, mas via sua fanfarronice e não me segurei nas calças (tem momentos que ainda procedo dessa forma). Fomos vistos, delatados, repintamos a parede e lá veio o chefe. Ouviu todas as versões antes de falar comigo. Aprendi isso com ele. Nunca tomo posição sem entender tudo o que me cerca. Saímos a caminhar pela rua, ele com a mão no meu ombro, me passa o devido pito, depois até rimos, mas me fez entender que poderia continuar tendo meu posicionamento contrário a quem quer que fosse, mas não poderia extrapolar, passar dos limites, como me disse. Sentamos os três, eu, ele e o gerente. Fez minha defesa e se querem saber, acho que cheguei a ser um dos seus melhores vendedores durante o restante de minha permanência no banco. Só muito tempo depois fiquei sabendo que até com o prefeito foi falar. Cheguei ao cargo de Supervisor na extinta Bradescor e guardo ótimas recordações dos muitos conhecidos naquele período. Bariri é uma cidade que adoro voltar e o faço sempre que posso (depois passei/morei por Marília, Jaú e só depois Bauru). Do meu sempre chefe, aprendi muito sobre humanidade, mesmo dentro de uma grande empresa, onde não passamos de meros números. Tenho certeza que todos de sua equipe nunca foram números e por causa desse tipo de pocisionamento, o resultado foi sua aposentadoria antes da hora, mesmo contra sua vontade. Tom (nunca o chamei assim) foi um chefe que teria poucos espaços hoje em dia.
obs.: As 4 primeiras fotos são do Ricardo Galuppo e foram tiradas no lançamento do seu livro. As 4 últimas são do chefe Washington do Prado e foram tiradas num certo dia dos anos 90, quando da despedida deste, em virtude de sua aposentadoria. HPA, deste mafuá, numa rara foto sem barba.
Um comentário:
Meu amigo Henrique!
Só mesmo você para conseguir em "poucas" palavras, dizer o que muitas vezes "escrevendo" um livro nâo conseguiria!
Que bela homenagem você prestou neste momento, ao nosso queridíssimo sr. Washington!
De fato, ele foi para todos nós, um verdadeiro "Pai", que com sua calma, paciência e muita sabedoria (adjetivos em falta nos dias de hoje), soube como poucos, nos ensinar o "beabá" da vida!
Parabéns pela sua homenagem e como sempre, volto à dizer:
- Só você mesmo Henrique!
Em tempo: ...em que baú você guardou estas "relíquias" (fotos) meu amigo! Ainda tinha cabelo, e preto, e aquele "belo" bigodão! rsrsrs
Abraços!
ACPavanato
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