domingo, 28 de dezembro de 2014

COMENDO PELAS BEIRADAS (02) -


AGORA TEM TAMBÉM SARDINHA ASSADA NA FEIRA DOMINICAL


As comidinhas de rua me atraem assim do nada, passo por elas, sinto aquele cheiro no ar, uma fumacinha subindo, tudo beirando a calçada, pronto, bate aquela irresistível vontade de parar, provar e daí por diante, além do acepipe diferenciado, um papo para lá da descontração. Comidinha popular só desce bem quando aprumada com um bom papo, daí o caldo entorna. Esse tipo de coisa se repete com uma freqüência até maior do que posso suportar, pois nem tudo que vejo posso provar, mas se não provo, vejo, sinto o cheiro e sigo o lema, “vejo com os olhos e lambo com a testa”. Na manhã de hoje, 28/12, vou à dominical feira da Gustavo Maciel, como sempre faço e dessa vez quem me faz companhia é Chu Arroyo, o intrépido jornalista, hoje manager do Pedra de Fogo, na vizinha Pederneiras.

Queria lhe apresentar a banca de livros do Carioca lá na Feira do Rolo, mas o gajo queria fumar e estava sem cigarros. Subimos a feira toda até achar um bar aberto, já na Primeira de Agosto, o de uma coreana e sua família (todos muito simpáticos). Na volta, adentramos novamente a feira e um cheiro de sardinha assada sobe pelas narinas e invade o cerebelo. Não deu outra, paramos. Uma banca de peixes, algo raro na feira bauruense, com freezers ladeados e numa placa uma lista imensa deles, desde pequenos a grandes. A novidade, por si só já me chama a atenção, mas o algo mais é o que me faz parar e assuntar com o dono: a sardinha assada. Conhecemos ali na hora o seu Rogério, pescador de quatro costados, com histórias e aventuras mil com peixes.

O peixeiro, como não podia deixar de ser é de descendência portuguesa e de cara pedimos sardinhas para levar. R$ 5 reais e quatro delas, bem sortidas, cheirosas foram enroladas num papel alumínio. Papeamos tanto que ganhamos outras, assadas só o filé, sem a carcaça. Rogério divinalmente trajando um avental e com duas portentosas churrasqueiras diz tentar dar conta do recado ali ao vivo e a cores. A idéia lhe veio dois meses atrás, após anos vendendo peixe, mas querendo incrementar seu negócio, adicionou o assado na grelha. Deu certo e agora, sente pela aproximação das pessoas como estão gostando do que foi sugerido. Muitos param, perguntam de tudo, desde o tempero, a procedência, se podem levar assada, cru, etc e tal. Ele não só vende, como bate muito papo, joga muita conversa fora e a manhã do domingo voa. Quando percebe o estoque já abaixou e a peixada já foi embora.

Eu e Chu queríamos levar as sardinhas, mas queríamos degustá-las quadras abaixo, ou melhor, bem no coração da feira do Rolo e para lá nos dirigimos. Chegando no ponto do livreiro Carioca, a cerveja já estava rolando e daí não parou mais. Assim de cabeça me lembro de alguns que por lá passaram, o jornalista Benedito Requena, o professor Manuel Rubira e o estudioso de espiritismo e esperanto Rubens Colacino. Foi bom demais, o tempo passou rápido, as conversações giraram em torno de tudo um pouco e as sardinhas foram aprovadas por todos os presentes e alguns outros que sentindo o cheiro, não desfrutaram da iguaria, mas foram devidamente informados de onde poderiam fazer a pajelança. De tudo, antes de terminar o escrito, lembro do Chu quando lá defronte seu Rogério, perguntou ao mesmo se além dos peixes todos ele tinha sereia para vender. O que rendeu de risadas o questionamento é o que vejo como combustível para essas comidinhas de rua, o prolongado papo.
Rogerio vende peixes em várias feiras bauruenses e atende pedidos pelo fone 14.99771.1055. Confiram e façam seus pedidos.

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