quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (73)
A MARCA DE UMA CIDADE – BAURU, A CIDADE DO PORTO E OS LIMITES CRIATIVOS DE CADA LOCALIDADE Assisti hoje a uma palestra, a “Identidade Visual e Corporativa: a marca do PORTO!”. Lá ouvi algo e já imaginando isso tudo sendo também implantando e dando bons frutos na aldeia onde nasci e moro, Bauru, passo a ideia para frente. A fala foi do professor português Francisco Providencia, da Universidade de Aveiro, Portugal e versa sobre a escolha de uma marca a representar e identificar a cidade do Porto. Algo marcante, onde ao bater o olho o pensamento é voltado de imediato para o todo à sua volta. Foi buscado o envolvimento emocional pelo qual o morador olha para a sua cidade. É o tal do poder das marcas em torno do benefício coletivo, uma identidade comum e construída coletivamente. “Todos os homens são designers”, disse certa vez um estudioso nesse quesito e acredito nisso. Veja a cidade de Bauru sem uma estética maior, algo que a identifique num simples piscar de olhos. E por que não pensar em uma marca mitificando o que seja, o que representa essa cidade?
É a tal da necessidade da cidade em se apresentar e enxergo nisso uma possibilidade real, pertinente para o que somos e o que podemos ser no futuro. Bauru possui várias caras, algumas perceptíveis, outras nem tanto, mas todos flutuando e esperando a oportunidade do escancaro. Quando se pensa numa marca representando uma cidade, não se deve imaginar uma administração, algo sazonal, durante o tempo somente do mandato vigente. Isso já existe e muda ao sabor da eleição e do mandatário seguinte. Um marca forte, definitiva, precisa ser algo pela qual a cidade, em primeiro lugar compre a ideia, algo feito superando divergências de percurso. Daí a vital pergunta: como ter uma marca com essas características sendo ela capaz de identificar todos os cidadãos de uma cidade? Impossível isso? Claro que não. Seria ingênuo alguém achar que o design irá resolver o problema, mas quem não tenta, nunca chegará nunca a lugar nenhum.
Vejo isso de uma marca institucional vigora muito em empresas e no caso de administrações públicas, talvez a cidade do Rio de Janeiro continue sendo a que mais dê atenção para isso. E por que não Bauru ter a sua? Tudo deve ser um processo construído a partir de gestos bem humanos e iniciado em algo muito simples e reunindo facilidade, prazer e beleza. Impossível não associar isso com o que Milton Glaser, o artista gráfico que em 1977 criou o “I LOVE NY”, algo perpetuado até nossos dias. A marca surgiu num momento em que a cidade passava por sérios problemas de violência urbana e ajudou em muito na transformação ocorrida na sequência. Glaser ama o fato de sua marca ser a mais copiada do mundo e foi construída pelo amor do artista pela sua cidade, tanto que não cobrou um centavo pela utilização da mesma. Penso em algo assim e essa sacada da marca do Porto vem bem a calhar com o que pode ser sugerido para outras tantas. Assistam ao vídeo sacado do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=WTLs99-yjeU. “O Porto é o Porto. Ponto. E é incomparável. Este "motion" resume a dinâmica da identidade gráfica da marca Porto”, leio num dos comentários. Fiquei caidaço pela ideia e já Bauru toda envolvida na criação e reunião de tudo o que possa representar essa cidade, dita por uns como “sem limites” e por outros como “capital da terra branca”, mas com outro tanto de significados. Essa ideia me surgiu assim e achei por bem assoprá-la aos quatro ventos. O que acham?
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Um comentário:
Bauru, qual a sua cara?
Paulo Lima
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