segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (305, 306 e 307)


DÁ UM GOOGLE NELE! – texto publicado no BOM DIA BAURU e ALFINETE de Pirajuí, edição de 06.12.2014 e no portal PARTICIPI de 08.12.2014:

Esse Google hoje em dia é mesmo o pai dos burros. Facilitou em muito a vida de escrevinhadores como eu, pois quando pinta aquela dúvida, não necessito mais ligar para ninguém. Clico lá a coisa e em questão de poucos segundos está tudo esclarecido. Uma belezura, tornando a vida de todos mais tranqüila, porém, essa rapidez se por um lado facilita, por outro nos torna dependentes de algo ainda um tanto estranho.

Cada vez mais estamos entrando de boca nesse sistema internacional de dados e descartando outros meios de consulta. E o que é pior, de um único fornecedor. Sempre me disseram e tento levar isso em consideração. Para tudo o feito, não é bom tocar a vida bebendo água de uma única fonte. Se um dia ela te deixa na mão, estará num mato e sem cachorro. E se o Google sair do ar ou passar a cobrar pelas informações ali prestadas? Estarei tão preguiçoso e tão mal acostumado que, até conseguir sair da letargia levaria certo tempo.

Dia desses dei uma pisada na bola num texto, algo político, um tópico que fiz questão de não mencionar num texto. Mais rápido do que um sopapo de um super-herói qualquer, um considerado já estava postando um link me puxando as orelhas. Fiquei com cara de tacho e isso vindo de “fogo amigo”. Que dirá do “inimigo”. E onde ele foi buscar a informação assim de forma tão rapidamente? No Google. Virou não só mania. Tenho pena das bibliotecas, cada vez mais vazias. Hoje é mais do que corriqueiro, mesmo que nada recomendável, mas até trabalhos universitários estão sendo feitos só com consulta ao dito cujo.

Numa sala de aula semana passada a brincadeira se repetiu quando tentamos lembrar o nome de um figurão que aprontou das suas no passado e hoje tenta passar a imagem de bom mocinho. A sacada veio de alguém lá do fundo: “Dá um Google nele!”. Sim, todo mundo faz isso, estamos googleando tudo e todos. As empresas não contratam mais ninguém sem antes dar um googleada na vida pregressa do interessado na vaga. Tendo algo desabonador lá para eles será descartado na lata. Ruim isso? Bom em alguns aspectos e ruim em outros. Estamos todos muito mais vulneráveis e expostos.

Não dá para mais viver no ostracismo escrevinhando nas redes sociais e inserindo textos via internética. Tudo é sabido. Os plágios são descobertos por causa dessas pesquisas. Caiu na rede é pescado. Agora mesmo, algo encantador. O telefone toca e do outro lado um amigo, sem notícias dele há uns trinta anos. Clicou meu nome e me achou em questão de segundos. Meus credores e desafetos, infelizmente, seguem o mesmo procedimento.

VERMELHO – texto publicado no BOM DIA BAURU e ALFINETE de Pirajuí, edição de 28.11.2014 e no portal PARTICIPI de 30.12.2014:
Ouço muxoxos por causa do uso da cor vermelha e por seguidos dias em minhas vestimentas. “Você não tem outra cor, não? Repete muito essa”. Tento responder com um simples: “E daí, algum problema?”. Puxa, agora, sou obrigado a dar explicar e justificar as cores de minha indumentária. Com a tal pessoa preferi não entrar em detalhes, mas aqui quero explicar. Sim, o vermelho desses dias tem lá seus motivos, todos mais do que justificáveis. Primeiro é por gostar demais dessa cor, representa sangue, luta e resistência. Quer motivo melhor?

Outros existem e estão todos à flor da pele nos dias atuais. Quando uma malta de “gerenciadores” do capital e do deus dinheiro esbraveja e se mostra contra alguma coisa, eu cá do meu canto, como se fosse a coisa mais natural desse mundo, tenho até por necessidade me posicionar contra. E não posso deixar essa rica oportunidade escapar batida. Diante dessa tentativa de estigmatização do vermelho com A corrupção, por exemplo, subo nas tamancas.

Que o mundinho à nossa volta deu uma “endireitada”, disso ninguém mais tem a menor dúvida. Nas pisadas na bola desse pessoal da dita esquerda, onde muitos nem mais podem ser considerados como esquerdistas e onde está cada vez mais difícil separar o joio do trigo, tornou-se imprescindível não permitir que o vermelho pegue essa pecha da corrupção, do atraso e da permissividade. Tudo bem que, quem rotula não tem cacife nenhum para fazê-lo, mas como não negamos terem esses amplo espaço midiático, facilitando a propagação de suas idéias aos quatro ventos, demonstrar o contrário é mais do que urgente.

A resistência se faz necessária, afinal, antes de tudo, quero mais é continuar usando, como sempre fiz, o bom e versátil vermelho. Corrupto (corruptor também, viu!) deve mais é pagar pelos seus bestiais atos, mas todos e não somente os petistas como querem alguns. Isso uma coisa, outra é embicar o país para algo com clara conotação racista, preconceituosa e intolerante. Se isso está colando entre parcela, principalmente dos paulistas, precisa ser desmontado e já, para o bem de todos e felicidade geral da nação. Quer maior idiotice do que chamar a todos no campo da esquerda de bolivarianos, como se isso fosse algo pejorativo e depreciativo. Não o é, tanto que a maioria já incorporou o termo como seu. Mas o irracionalismo persiste, puro reducionismo na linha de pensamento de segmentos que não mais estão conseguindo caminhar sem querer impor a sua condição como única aceitável e para isso pegam até em fio desencapado.

Não dá para aceitar perseguições pelo uso do vermelho em qualquer tipo de momento e receber crítica por causa disso. Inadmissível esse estado de coisas. Imaginem o grau da diverticulite e da prosopopéia desses já preocupados com a vestimenta do Papai Noel. Estão a propor a troca do vermelho pelo azul. Dá para levar a sério algo assim?

A INTOLERÁVEL CORRUPÇÃO E A PERMITIDA – texto publicado no BOM DIA BAURU e ALFINETE de Pirajuí, edição de 22.11.2014 e no portal PARTICIPI de 24.11.2014:
Na sala de espera da fisioterapia puxo conversa com um distinto senhor e logo em seguida somos três no bate papo. Uma senhora, ouvindo nosso diálogo se aproxima e resolve também participar. Foram aproximadamente quinze minutos bem reveladores. De início, a conversa gira em torno dos motivos de cada um estar ali, depois, como não poderia deixar de ser, tudo recaiu no momento atual e o assunto desemboca (e não mais embocou) na tal crise híbrida da Petrobras.

Deixando a coisa correr normalmente, percebo que tudo fluiria para criminalizar somente uma das correntes políticas, a petista. Não deixo. Quando no meio dessas contendas, desvio o foco e tento demonstrar sempre um algo a mais. É simplismo demais querer colocar a culpa somente no PT. O rombo ocorrido naquela estatal não é de hoje e pelo visto não irá encerrar seu ciclo como querem parte da mídia e como estão induzindo a pensar quem deles ainda se utilizam para buscar informações sobre os fatos.

Ouço os dois interlocutores meio que estarrecidos com o montante possibilitado pela atual fraude. Também me mostro consternado e gostaria de ver todos punidos. Até aí, ponto pacífico, sem problemas. O impasse gira em torno desse “achamento” de que tudo gira só em torno de tão somente isso e nada mais. Eu quero punição para algo muito além, abrangência total, o ontem e o hoje. Isso já parece não interessar tanto. E por quê? Empreiteiras sempre agiram dessa forma e jeito, sem tirar nem por e desde que me conheço por gente. Tudo quanto é partido e governo foram beneficiados pelo procedimento.

Foi criado um hábito. Não existe mais obra pública sem a tal porcentagem política. E por que não tentar por um fim nisso? E por que não aproveitar que seus próceres estão mesmo detidos, na defensiva e tentar colocar o país a limpo? Esse o momento. Imaginem esses contando tudo o que sabem, algo até bem anterior ao PT. Parece não haver interesse nisso. Pegando os tais petistas, percebo parcela da população, muitas vezes induzida pelo que a mídia lhes incute ininterruptamente, já plenamente satisfeitos.

Quando coloco na discussão algo sobre a similaridade do que ocorre na Petrobras com o ainda em curso aqui, por exemplo, na nossa aldeia bauruense, com o escândalo da AHB, esse um verdadeiro mensalão caipira, onde indicados pelo nosso deputado estadual lesaram verbas carimbadas para saúde, percebo um não interesse. Sei ser muito mais fácil espezinhar o adversário ou mesmo quem esteja longe dos nossos olhos, pior ainda com aquele pelo qual se nutre alguma simpatia e até cruzamos nos restaurantes da vida. A caolhice, dessa forma, está mais do que estabelecida, diria, sacralizada e institucionalizada. Daí, cada vez eu entendo mais do cenário reinante. O problema não é acabar com a corrupção e sim, somente com o PT. A corrupção, enfim, só pode mesmo ser exercida pelos da minha laia e não por qualquer um. Aí já é querer passar dos limites.

Um comentário:

Anônimo disse...

HENRIQUE

O VERMELHO É MUITO BOM

aurora