sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FRASES (125)


PRESENCIEI UMA “GOSTOSA” (sic) DISCUSSÃO
Não sei se já perceberam como fugimos de discussão entre pessoas da mesma linhagem de pensamento. Afinal, amigos discutem? Claro que sim, aliás, devemos discutir. A boa e acalorada discussão faz parte de nossas vidas e são feitas até para se “afinar a viola”. O que tenho procurado deixar de fazer é discutir abobrinhas com essa lado mais conservador paulista, uns que confundem bolivarianismo com comunismo, programa social com assistencialismo e alhos com bugalhos. Com esses, sabendo ser pura perda de tempo, entro em algumas divididas, mas quando o aloprismo beira as raias do lunatismo caio fora e vou bebericar umas longe disso tudo.

Outro dia, lá na Feira do Rolo, o Almir Ribeiro disse algo sobre isso dele provocar alguns e somente os do lado à esquerda. ”Com os direitosos já não existe mais nenhuma esperança e não perco mais tempo, nem dirijo mais a palavra. Já com quem sei existir esperança de algo ainsa ser feito, com esses faço minhas provocações e dessa forma, quando instigados, sempre algo de efervescente”. Gostei da explicação e ontem presenciei algo mais do que instigante numa mesa de bar.

Conto a história. Estávamos num animado grupo ligado ao teatro festando sobre as realizações do presente e possibilidades futuras. Num certo momento um agente cultural em plena atividade na cidade se dirige a uma professora de universidade pública num tom mais acintoso, como que cobrando dela uma maior participação da universidade na vida cultural da cidade. A tal da contribuição que uns dizem deve existir mais e mais e na realidade se dando de forma insipiente. O confronto gerou um bate boca, uma troca de desafiadoras provocações, uma mais insuflada e provocativa que a outra.

Num certo momento ouço algo da professora, que de tanto ser questionada sobre essa suposta deficiência de participação saiu-se com essa: “O papel fundamental da universidade não é fazer parcerias nesse sentido, mesmo não se negando a fazê-las e contribuir. Sempre fez e fará isso, mas o verdadeiro papel da universidade pública é formar, preparar o profissional de forma adequada. Precisamos dividir bem as funções de um lado e de outro. As Prefeituras, por exemplo, devem sim contratar profissionais qualificados e pagar o justo por esse trabalho e não cobrar que o façamos sempre de forma espontânea, sem custos para eles. Fica muito fácil isso de tudo vir de graça e nunca se pagar para obter o serviço”. O imbróglio continuou e a partir daí mais e mais acalorado.

A contenda rolou por uma boa parcela da noite e não sofreu apartes, pois quando alguns estavam propensos a fazer isso, uma mão pousa sob esses braços e pede para que deixasse a coisa rolar, pois o confronto seria oxigenante para todos os envolvidos. E foi. Do início alterado, meia hora depois, as pessoas já estavam se conhecendo melhor e o nível da conversação suavizado e com assunto para varar a noite. Tive que ir embora e nem sei como tudo terminou, mas acredito que muito bem. Daí minha modesta conclusão: Estamos necessitados de confronto, de debates duros, embates sério de opiniões. Não vejo mal nenhum nisso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adoro estes embates ricos em argumentações. Eu mesmo, não fujo de um. E fiquei curiosíssimo pelo ''desfecho'' deste caso, hein? rs Merece uma continuação...
Tobias Terceiro