terça-feira, 9 de dezembro de 2014

UM LUGAR POR AÍ (61)


SALVE! SALVE! SALVE! EXISTE VIDA SEM A COBRANÇA DE PEDÁGIOS!

No dito estado mais rico da federação existe algo repassado diuturnamente dos seus mandatários para os súditos, a de que “temos as melhores estradas do país e para que isso possa continuar existindo se faz necessário a cobrança de pedágios”. Chegam ao extremo de efetuar a cobrança de 30 em 30 km, medidinhos e na maioria das estradas. Salvam-se somente algumas federalizadas e as preferidas por mim para circular, as vicinais. Essa a sina do paulista, aceitar isso como o melhor e sempre calado, pois nos demais estados o existente é o caos rodoviário, com estradas em péssimo estado de conservação. Acredita quem quiser e quem nunca foi conferir se é isso mesmo. O modelo praticado pelos governantes paulistas, há mais de 20 anos no poder é esse, privatizar o máximo possível e deixar a coisa rolar. O modelo privado, onde o que vale mesmo é o lucro ir tomando conta de tudo e o desprestígio do modelo estatal, como se esse fosse decadente, impossível de ser realizado a contento. Será isso mesmo?

Estou circulando por esses dias pela famosa BR 101, toda ela dentro do Nordeste brasileiro. Dias 07 e 08/dezembro circulei em trechos de aproximadamente 200 km dentre as cidades de Natal, no Rio Grande do Norte e João Pessoa, na Paraíba e o que vi relato a seguir. A estrada é um tapete, com trechos todo concretados, pista toda duplicada, bons acostamentos e pasmem, com pouquíssimos caminhões rodando por lá (por onde rodam pelo Nordeste?). Mas não foi nada disso o que mais me impressionou e sim o fato de que em todo o trecho não vi nenhum pedágio funcionando. A estrada é federal e ali a comprovação de que existe sim a possibilidade de tudo ser feito pelo poder público e sem que empresas lucrem absurdamente em cima de nós, os donos de veículos rodantes. A premissa de que o Estado é deficiente, presta péssimo serviço é caduca e serve para quem quer lucrar em cima do serviço privado.

Posto aqui fotos da rodovia por onde circulei no domingo e segunda, sem gastar tostão nenhum em cabines recolhedoras de nossa graninha. Outros exemplos existem dentro do próprio estado de SP, principalmente nas rodovias federalizadas, onde, principalmente o valor cobrado é imensamente menor do que nas estaduais. Mais do que a metade na maioria delas. Daí, para me despedir da escrevinhação diária e cair de boca nos passeios turísticos por onde me encontro, gostaria de encaraminholar e enminhocar a cabeça de todos com esses questionamentos. Será mesmo preciso essa absurda quantidade de pedágios só existente nas estradas paulistas? Não seriam elas também mais uma fonte de desvio de grana para cofres incertos e não sabidos? Essa prática neoliberal é mesmo necessária e única saída plausível? O público é mesmo tudo de ruim e o privado o tudo de bom? Por que não quebrar esses paradigmas? Eis uma boa oportunidade de insubordinação com os mandarins do poder paulista. À luta, paulistas!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique, estive pelas estradas do Paraná mes passado e é pior que as paulistas, os preços absurdos, entre 9 e 15 reais, fora os caminhões que espremem nosso 1000zinho, com excessão da BR 101 que é 1,90...........

Sérgio Piga, bauruense em Tres Lagoas

Anônimo disse...

É bom comentar alguns fatos aqui, porque o artigo acaba induzindo o leitor a uma ilusão tendenciosa de um confronto e diferenças que não existe mais no Brasil. A rixa dos que se merecem, tucanos e petistas. Um só ideal.

Tudo o que foi relatado sobre o estado de SP, se aplica também a todo o Brasil, a canalhice das privatizações que assaltam os cofres públicos e servem de pagamentos para financiadores de campanha, está enraizada já em todo o Brasil, o modelo neoliberal tucano que o PT deu continuidade e de uma forma asquerosa, tornando-se um governo tucano-petista, como são as coisas não??

Durante os primeiros anos do governo Lula, continuaram os processos de privatizações tanto da malha ferroviária como das rodovias, inicialmente o governo abria o edital, a empresa "ganhadora" assumia determinada rodovia e tinha um prazo para entregar tantos KM de pista duplicada, só que começaram a dar problemas esse tipo de contrato, as concessionárias já cobravam pedágios em pista simples o que gerava uma medida impopular e estas reclamavam dos prazos que achavam curtos pelo governo. Teve vários contratos refeitos pós-licitação, um deles o governo aumentava o prazo para 25 anos para duplicar 400km de rodovia, um absurdo.

De uns anos pra cá, o modelo mudou, agora o governo para atender também aos insanos empreiteiros, ele mesmo faz a duplicação com verba pública, obras lentas e superfaturadas e depois de prontas entregam nas mãos das concessionárias, a Ecorodovias é uma das que mais tem assumido praças no nordeste. Basta fiscalização e entrar no diário da união e tb no ministério dos transportes que todo o processo licitatório de privatizações e obras estão lá.

O trecho descrito pelo jornalista entre PB-RN, já tem inclusive edital para a privatização.

Uma beleza isso não?? Duplica-se com valores estratosféricos com verba pública as rodovias e entrega para as concessionárias lucrarem e usam a velha justificativa neoliberal que o estado não tem condições de cuidar de tudo, mas desonerar as concessionárias da duplicação eles podem.

Vejam outro exemplo da BR-116, que o trecho aqui em SP que liga ao RJ, conhecido como Via Dutra, sempre foi o melhor trecho da BR-116, foi o primeiro a ser entregue a privatização, outros trechos da BR_116 estão deploráveis e o governo em ritmo de tartaruga irá aos poucos fazer o recape e obras necessárias e entregar para as privatizações.

Hoje quase todas as rodovias federais estão já nas mãos das concessionárias ou em processo de licitação. Para não falar da ferrovia transnordestina onde superfaturamento já explodiu faz tempo, cifras já chegando em Marte e não se conclui nunca esta obra, vale lembrar que começou a licitação no governo FHC e o PT não caducou o contrato, pelo contrário, abriu mais ainda a torneira.

Ah, e antes que alguém venha com superficialidades em dizer, "mas o preço do pedágio é pequeno", toda rodovia recém privatizada começa com valor baixo e vai subindo e junta-se o fato que neste novo modelo que está duplicando é o país e não as empresas.

A nação neoliberal tucano-petista é isso, falam mal uns dos outros, mas todos comem pela mesma beirada do Brasil.

Camarada Insurgente Marcos Galeano Stalin