segunda-feira, 31 de março de 2025

BEIRA DE ESTRADA (192)


COMO FOI O ATO "ANISTIA NÃO", REALIZADO NO DIA DO GOLPE DE 64 EM BAURU
Éramos poucos, mas não deixamos de estar lá, num local previamente marcado e conhecidos por todos, defronte a Câmara Municipal de Vereadores de Bauru, na tarde de segunda, quando lá dentro ocorria mais uma sessão legislativa e exatamente no dia da passagem deste que foi o efetivo golpe cívico militar brasileiro, cujo início se deu em 31/03/1964 e sua consumação, no dia seguinte, 1º de Abril, o Dia da Mentira. Uma dolorosa e de triste memória para o Brasil.

O ato foi marcado pela CUT Bauru e teve a presença de várias entidades, partidos políticos e contou com a presença de parte significativa dos militantes sociais desta insólita Bauru. Lá no ato sou questionado por uma pessoa, me perguntando se não facilitava as coisas para os agentes da repressão (sic), com a publicação das fotos dos presentes no ato. Como não conheço muito a pessoa, respondi de forma séria, contundente: "Não tenho nenhum receio de causar nenhum tipo de constrangimento para nenhum dos fotografados. Primeiro, se existe ainda algum tipo de fichamento por quem ainda se presta a fazê-lo nos dias de hoje, todos os presentes já são mais do que fichados, pois muito conhecidos, marcando presença desde sempre em atos dessa natureza. Aqui estão alguns dos tais corajosos, que não abandonam o barco. Com minhas fotos, juntada a de outros, todas publicadas, só a confirmação de quem não abandona o barco e segue altaneiro na lida e luta, contra as ditaduras, contra os golpes e neste momento, também contra essa insana Anistia para quem tentou dar um golpe e pretendia matar e aniquilar exatamente os resistentes, como os presentes. Somos todos conhecidos e sem medo nenhum de se expor. Se alguém nos registra, chove no molhado, pois creio eu, já somos fichados e só confirmaria hoje, o quanto batalhamos por um país melhor, bem distante de regimes pérfidos e perversos".

Na fala de todos os que ocuparam o microfone, algo sobre os malefícios da ditadura, mais de 20 anos no poder e de como ela continua ativa nos dias de hoje. A frustrada tentativa de golpe do 8 de janeiro é mais uma dessas. Essa última, propunha explicitamente a morte de quem os tirou do poder e na sequência, com toda a certeza, o fechamento do país, atingindo todos os ali presentes. Escapamos dessa e ali estávamos para deixar registrado, como sempre o fizemos, que essa luta é contínua, ininterrupta e dela participam estes, os tendo como já consolidada a necessidade de que, só com uma mudança radical de rumos o país terá vida plena, soberana e altaneira. Muitos falaram disso tudo e da bestialidade dessa maioria hoje na Câmara dos Deputados, tentando a todo custo minimizar os efeitos do golpe, com essa propositura de anistiar seus idealizadores e quem esteve à frente, destruindo parte significativa do poder naquele fatídico dia.

Eu também fiz uso da palavra e o fiz em nome do Núcleo de Base do PT, DNA Petista Bauru, um dos que não abandona o barco da luta e neste exato momento preferiu deixar de participar como dirigentes locais do partido, abrindo mão de seus cargos, pois enxergaram nas últimas eleições um golpe dentro do partido, quando um grupo, aliado da direção estadual, alijou o Diretório Municipal, entregando a candidatura para interesses outros. Militar é isso, é também não concordar com os rumos e em Bauru, chega de estar aliado com quem faz acordos com a parte contrária.

Daí, destino minha fala para explicitar que, aqui em Bauru, o golpe esteve presente de forma significativa. Um grupo muito representativo de empresários, fazendeiros e gente graúda, da dita elite, financiaram a quartelada diante do destacamento do Exército na rua Bandeirantes. Estes estiveram presentes todos os dias por lá e abasteceram com tudo, desde grana até alimentos. Fomentaram, incentivaram e contribuiram decisivamente para a continuidade da tentativa golpista. E ninguém até agora foi sequer citado. Ou seja, estão escapando todos. São golpistas de primeira linha e continuam insuflando o golpe, agora com essa anistia para quem tentou e por pura incompetência não conseguiram realizar o que tinham embutido dentro de si.

Ou seja, nada mais justo e necessário, estar nas ruas e demonstrar algo contra os golpistas de ontem, os de hoje e os que insistem em apoiar o ideal bolsonarista, este declaradamente golpista e contra a legalidade. Representam o que de pior temos no país e assim sendo, estar nas ruas, buscando que estes sejam punidos, expostos e paguem pelos seus erros. A intenção de estar nas ruas não é fazer nenhum caça as bruxas, mas simplesmente punir quem agiu de forma brutal, inconsequente e criminosa. Não podem passar impunes e lutar por essa punição é, no mínimo, lutar por um país mais digno. Eis o ideal de todos os que lá estiveram, colocaram sua cara à tapa, como já o fazem há décadas, nas constantes lutas empreendidas pelas ruas desta cidade.

homenagem
FALECEU O CAMARADA JOSÉ DE OLIVEIRA, COM MUITA HISTÓRIA DE LUTA E RESISTÊNCIA EM BAURU
A notícia eu recebo na manhã de hoje. Faleceu em Nova Odessa, onde morava, o querido lutador das causas sociais José de Oliveira. Seu velório e enterro será lá mesmo. Por aqui, lembrando dele e de sua luta, encontro texto publicado aqui tempos atrás. Ele é alguém, dentre tantos que não podem ser esquecidos.

Em 19 de abril de 2016 publiquei este texto sobre ele: "1.) O COMUNISTA JOSÉ DE OLIVEIRA FEZ HISTÓRIA NA CIDADE COM MUITO TRABALHO SOCIAL
"JOSÉ DE OLIVEIRA está hoje com 81 anos, ativista sindical e político de renomada tarimba e depois de morar décadas em Bauru, bateu asas e, primeiro foi para Praia Grande, onde por oito anos atuou na colônia de férias do Sindicato de Derivados de Petróleo, a dos frentistas de postos, depois foi para Nova Odessa, onde mora atualmente e atua em várias frentes, dentre elas como voluntário com crianças menores de dez anos. Incansável, rever a história desse comunista nascido em Viçosa, interior de Alagoas e cedo aportando pelo Sudeste do país. Em Bauru, inesquecível suas muitas atuações e dentre elas, os quatro anos no Instituto Municipal de Saúde do Trabalhador, da Prefeitura Municipal e mais de nove como assessor da então vereadora do PC do B Majô Jandreice. Morou por aqui em vários bairros, como o Vista Alegre e por fim, antes de sair da cidade, no jardim Estoril, beirada dos seus trilhos urbanos. É dessas pessoas que não para por nada desse mundo, sempre em atividade, como agora, numa rápida visita à Bauru, revendo amigos, colocando as conversas em dia, mas aproveitando para falar e muito do seu passado. Um histórico militante comunista, desses sem vergonha de ter participado de tantas lutas defendendo a bandeira e um ideal do qual nunca abandonou. Passou como um raio pela cidade e mostrou para os que lhe viram que, bandeiras de luta são para uma vida inteira".

mais um livro na bagagem
MEU SEXTO LIVRO LIDO EM MARÇO É DE HEMINGWAY, “PARIS É UMA FESTA”
Tenho este livro há alguns anos e o li agora – terminei dia 28/3 -, após meu retorno de minha quarta visita à Paris. Sim, Paris é uma festa. Primeiro, festa para os olhos, depois sensitiva, para quem nela está inserida e desfruta de alguns lugares, únicos neste planeta cada vez mais individualizando ações. Gosto muito dos textos do norte-americano Ernest Hemingway. Neste, algo do período quando residiu em Paris, já casado, dando início ao seu período de produção literária. Escrevia para sobreviver. Enviava textos pelo Correio, para inúmeras publicações e recebia de volta, em envelopes pessoas, quantias em dinheiro, que gastava no custeio de sua permanência na Cidade Luz. Seus relatos fazem o viajante deslizar no tempo e querer circular pelos mesmos lugares. Ele lá viveu nos anos 20 do século passado, logo depois da 1ª Guerra Mundial e antes da 2ª. Não viveu de forma abastada. Muito controlada, mas dado a alguns luxos, como o gostar muito de corridas de cavalos. Na época, existiam até jornais específicos para loucos pelo turfe. O saboroso de seus escritos, são os relatos de suas andanças por Paris, muito a pé e depois o relacionamento que passou a ter com quem possibilitou a cidade receber essa denominação festiva. Ele cita em suas lembranças, algo de como seu deu o relacionamento com gente como Pablo Picasso, Gertrude Stein, Scott Fitzgerald, Ezra Pound, James Joyce outros, fazendo dos bares boêmios seu quartel-general. O texto pode parecer banal, porém não é. Trata-se de relatos, vivência ocorrida num período dos mais férteis da cultura parisiense. Li tentando decifrar e desbravar aquele momento único dentro do mundo literário mundial. Reuni poucas frases, compiladas para demonstrar o que senti lendo seu relato:

- Se você teve a sorte de viver em Paris, quando jovem, sua presença continuará a acompanha-lo para o resta da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa móvel.

- Você me pertence, toda Paris me pertence e eu pertenço a este caderno e a este lápis. (...) ...concluí que todas as gerações eram perdidas por alguma coisa, sempre tinham sido e sempre haveriam de ser.

- A única coisa capaz de nos estragar um dia eram as pessoas, mas se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas poucas que eram tão boas quanto à própria primavera.

- Se você não se alimentar bem em Paris, terá sempre uma fome danada, pois todas as padarias exibem coisas maravilhosas em suas vitrines e muitas pessoas comem no ar livre, em mesas nas calçadas, de modo que por toda parte se vê comida ou se sente o seu cheiro. (...) As pessoas de quem eu gostava, mas que não conhecia, iam aos grandes cafés porque podiam-se perder neles; ninguém as notava e, assim, podiam estar sós e ao mesmo tempo acompanhadas. (...) Em Paris, por essa época, ainda era possível viver bem gastando muito pouco; suprimindo-se uma refeição aqui e ali, e jamais comprando roupas novas, até era possível guardar algum dinheirinho para coisas de puro luxo.

- Algumas pessoas tem a maldade na cara, assim como um cavalo de corrida mostra logo sua classe. Têm a dignidade de um cancro venéreo. (...) Quando uma antiga amizade não se refaz por completo, é na cabeça que a gente sente mais. (...) Necessitamos de um pouco mais de mistério em nossas vidas. Mas o problema da subsistência é de uma realidade desgraçada.

- Naquela minha temporada europeia, todo mundo considerava o álcool tão normal e sadio como qualquer bom alimento, além de grande fonte de alegria e bem-estar. (...) Que nunca se deve viajar com uma pessoa a quem não se ame.

- Paris não tem fim, e as recordações das pessoas que lá tenham vivido são próprias. Distintas umas das outras. (...) Paris vale sempre a pena e retribui tudo aquilo que você lhe dê. Mas, neste livro eu quis retratar a Paris dos meus primeiros tempos, quando éramos muito pobres e felizes.

domingo, 30 de março de 2025

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (198)


COMO FOI O PASSEIO PELO CENTRO HISTÓRICO DE BAURU
Este tipo de relato gosto não só de fazer, como de participar. E assim se deu. Na tarde deste sábado, 29/03, instigado pelo anúncio de mais um "Passeio pelo Centro Histórico de Bauru", algo realizado pelos professores de História, Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta, com apoio intitucional da Apeoesp e presença do professor Matheus Versatti, um grupo se reuniu na praça Rui Barbosa e pouco depois das 16h, a circulação do que ainda pode ser vislumbrado numa caminhada, começando ali e terminando na praça Machado de Mello, junto da Estação da NOB.

Tudo tem início com a apresentação dos presentes. Muitos estudantes, principalmente de História, servidores municipais, professores, gente curiosa por conhecer um pouco mais da história da cidade onde vive e dois representantes da vizinha Arealva, em busca de subsídios para lá realizarem algo parecido. E depois, a inflamada fala dos dois professores, quando se percebe, que além de tudo, o interesse preservacionista e de resgate do passado, até para conseguir entender a contento o que se passa hoje.

Reunidos no centro da praça, Edson conta algo da rua Araújo Leite, "a primeira a receber denominação nominal de rua na cidade", uma ligando onde tudo começou, a Baixada do Silvino, vindo até a praça. Tudo começa com fazendeiros doando terreno para a construção sda igreja, 80 alqueires e depois, algo auspicioso com a chegada das ferrovias, 1903 a Sorocabana, 1905 a Noroeste e em 1910 a Paulista. A história de como a igreja passa a fazer uso das terras a ela doadas é algo que se repete pelo país inteiro. Um aluguel foreiro foi cobrado de todos os munícipes, obrigando os que não queriam ou tinham condições de pagar a se estabelecer fora desses domínios. Daí surgem as primeiras vilas de trabalhadores, a Falcão, depois a Antarctica.

Da explanação vai-se para a andança, a circulação e tudo tem início , uma vez na praça com todos sendo levados para o exato local onde foi levantada a primeira capela, que depois gerou a fama de Bauru ter sido excomungada, quando derrubada. Os detalhes de como se deu aquilo tudo, perpaça a história e cai no anedotário popular. Enfim, o que de fato foi história ou lenda?

Saindo da praça, impossível não descrever algo do coreto e dos jequitibás ali ainda resistindo ao tempo. O coreto, infelizmente não teve essa sorte e hoje, em seu lugar, um gramado e a promessa de algo de concreto, como o ocorrido quando a lajotaram quase que por inteiro. Na esquina das ruas Antonio Alves e Primeiro de Agosto, a Casa Savastano, que nos primórdos foi loja de venda de roupas finas. O casario resiste ao tempo, com suas guirlandas e varandas, hoje desocupadas. Ainda na praça, o Automóvel Clube, obra de 1939 e ali, Pallotta não resiste: "Pelo nome já se constata, o modal automóvel estava vencendo o modal ferroviário". Na passagem diante da Casa Luzitana, com sua fachada, parte das janelas já alteradas, a revelaçao de não sendo imóvel tombado, já teria sido substituído por um shopping de rua. Um porta de ferro, detalhes esculturais resiste dentro do contexto.

O grupo desce a primeira quadra da rua Primeiro de Agosto, onde em poucas quadras a concentração da denominda Cinelândia, todos os cinemas da cidade ali vicejaram e num deles, capacidade na época para 1200 pessoas, algo inimaginável nos ainda risistindo cinemas de rua. "Hoje tudo substituido para cinemas de shopping, com 100 a 200 lugares no máximo", conta Pallotta. Uma boa prosa diante do Edifício Abelha, algo que, segundo os historiadores, "talvez em mais alguns anos, nada disso resista mais, mesmo sendo tombados pelo CODEPAC".

Algo interessante se passa quando o grupo cruza a esquina da Batista de Carvalho com Rio Branco e Pallotta é interpelado por um jovem ali no local: "Professor, quem foi Rui Barbosa? Quem foi Batista de Carvalho?". Todos param para ouvir as respostas e por fim, algo pouco conhecido, o de quem dá nome para o hoje Calçadão não ter sido de alguém assim tão imponente, como um coronel da época e sim, quem dali vivenciava suas histórias. Os professores tentam mostrar, observando as fachadas dos prédios, os vários estilos, vicejando dentre todos, o art decó. Na parada das esquinas da Primeiro de Agosto com Agenor Meira, dois hotéis, um de cada lado da rua, o Alvorada e o Cidade de Bauru, com estilos bem definidos no alto de suas paredes.

Tudo é motivo para paradas e explicações. A conversa rende e o tempo urge. O comércio começa a fechar suas portas por volta das 17h30 e poucas lojas permanecem com as suas abertas até mais tarde. Em cada fachada, como a do Palácio Pagani, onde hoje funciona uma farmácia, uma das poucas restauradas. Em cada, tudo encoberto também por uma fiação embaralhada, escondendo em alguns, a beleza do que um dia vicejou no centro da cidade. Evidente, muita coisa se perdeu arquitetonicamente na cidade. Superficialmente, tudo sendo observado numa breve caminhada, gera tristeza, assim como a degradação do centro e também a forma como a tual administração promove a recuperação do piso do Calçadão. Nada levadao muito a sério.

Na praça Machado de Mello, palco de muita história. Seu busto de costas para a estação, sendo ressaltado, que este, o maior matador de índios, por iniciativa do então vereador Roque Ferreira, não poderia ser ali fixado olhando para a estação. Muitos participam com seus relatos, feitos ferroviários, recordações do passado, acontecimentos ali produzidos, como o feito por Versatti, quando integralistas comandados pelo então comandante dos "galinhas verdes" são escorraçados de nossas ruas, numa forma espontânea de como devem ser tratados os fascistas. Ele aponta o local e é citado um fascista falecido na ocasião, cujo túmulo do Cemitério da Saudade foi venerado por estes até bem pouco tempo. Enfim, em Bauru ocorreram confrontos memoráveis e alguns destes recordados. Conto, quando instigado a falar, sobre a história vivenciada por tantos trens diários, indo e vindo, os latinos que por aqui circulavam e o projeto da composição Maria Fumaça, infelizmente não incentivado a ter continuidade.

Na dispersão, quando o dia já começava a escurecer, algo sentido por todos no retorno para o ponto de partida. A cidade esvazia rapidamente e seu centro com encerramento das atividades comerciais, apenas com duas farmácias abertas e a Lojas Americanas, a última a fechar aos sábados. Nem janelas acesas existem mais, pois poucos ainda moram em locais no Calçadão.

Os professores Edson e Fábio produzem algo grandioso, com apoio decisivo da Apeoesp e atraem muitos, pois o que fazem em conjunto é elucidativo, questionador e provocativo. É desta forma, andando, vendo in loco a situação atual, voltando nossos olhos para o passado, assim entendemos melhor o que já fomos, onde estamos e o que queremos para nosso futuro. Caminhar com eles é mais que gratificante. Aprendi muito. Quero mais. Ao final sou inscrito num grupo de discussão do passeio, onde tudo deve ter prosseguimento e gerar boas conversas. Assim caminhamos.

De Carona no Patrimônio Histórico - CENTRO DE BAURU E SUA MAIS REALISTA TRADUÇÃO, pelo jornalista RICARDO SANTANA
Um olhar desatento pelo centro de Bauru faz prevalecer a ideia de que o abandono mata, dia a dia, o patrimônio histórico e cultural da cidade. Um olhar mais atento e se descobre maravilhas da arquitetura, como o Edifício Pagani, na esquina das ruas Batista de Carvalho (Calçadão) com Virgílio Malta.

O Automóvel Clube de Bauru de tantas histórias e pode servir à cultura de Bauru, a depender da vontade política de se tirar um projeto engavetado prevendo a doação para a Prefeitura de Bauru. O que falta?

Da mesma forma a Praça Machado de Mello, endereço do colossal prédio da ferrovia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), necessita de muito investimento em infraestrutura, obras de drenagem, que evite alagamentos na praça, e uma profunda intervenção de recuperação do prédio da Estação Ferroviária.

Vizinho, o Museu Regional Histórico permanece fechado. O complexo abriga um acervo cultural e de pesquisa inestimável, e a Praça Kaingang, lugar que abrigou shows pequenos, num ambiente acolhedor.

Alguns prédios fechados do centro dão impressão de que estão condenados e a demolição é certa, como na quadra 6 da rua Primeiro de Agosto, de frente à sede da Sociedade Italiana Dante Alighieri. Sociedade que é uma das referências históricas e arquitetônicas do centro.

Realidade que se constata no rolê monitorado pelos professores Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta, coordenadores do projeto Passeio Pelo Centro Histórico de Bauru, com apoio da Apeoesp - subsede Bauru.

O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL, POR MARIA CRISTINA SANT'ANNA ZANIN*
* Publico minhas impressões sobre o Passeio pelo Centro Histórico de Bauru e a advogada Zanin comenta em detalhes algo para aprofundar o conhecimento e ampliar discussão sobre o tema.

Patrimônio público refere-se a todos os bens, recursos e valores que pertencem ao Estado e são destinados ao uso e benefício da sociedade. Inclui terrenos, prédios, como escolas e hospitais, equipamentos, veículos, dinheiro sob a gestão do governo, direitos autorais, patentes, e outras formas de propriedade intelectual que geram benefícios para o Estado, recursos naturais como água, minerais e florestas que são administrados pelo governo para garantir seu uso sustentável e beneficiar a população.

Patrimônio histórico cultural. Patrimônio cultural
É interesse de todos os brasileiros e um dos campos de atuação do Ministério Público Federal.

Denomina-se patrimônio cultural o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que traduzem a história, a formação e a cultura de um povo, uma comunidade ou um país. Isso abrange os seguintes temas:
• bens móveis e imóveis, tomados isoladamente;
• conjuntos arquitetônicos, urbanísticos, históricos e paisagísticos;
• paisagens culturais que revelem uma combinação da ação do homem com a natureza;
• paisagens concebidas intencionalmente, como jardins e parques;
• paisagem que apresente provas de sua evolução ao longo do tempo;
• paisagem associada a fenômenos religiosos/simbólicos;
• patrimônio documental ou arquivístico;
• patrimônio cultural imaterial (formas de expressão, modos de criar, fazer e viver);
• patrimônios paleontológico (fósseis) e espeleológico (grutas e cavernas);
• sítios arqueológicos;
• áreas vizinhas a bens culturais; Exemplos da atuação:

Meio ambiente é tudo o que nos cerca, e o patrimônio cultural é um dos seus aspectos.
Por isso, o direito fundamental ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, essencial à qualidade de vida, engloba também a dimensão cultural.
Todo bem cultural deve ter um uso que preserve suas características essenciais. Quando isso não é respeitado, o MPF entra em ação, na esfera judicial ou fora dela. Atua, por exemplo, para:
• coibir projetos de obras e construções que descaracterizem o bem protegido;
• promover a recuperação dos bens em estado de deterioração;
• declarar o valor cultural de um determinado bem.

Muitas vezes, áreas protegidas ou bens culturais se localizam em pólos turísticos, e é preciso compatibilizar o turismo e a proteção do bem cultural. Exercido de forma organizada e sustentável, o turismo pode ser um instrumento importante para a preservação do patrimônio cultural.

Todos podem defender
Os cidadãos têm direitos culturais assegurados pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Alguns deles são os de participar da vida cultural, ter acesso aos bens culturais e às fontes de cultura, ter respeitadas a identidade, a diversidade e a liberdade cultural.

Também têm o direito de conhecer a própria história e a de seu povo, de saber e de participar das decisões que afetem os bens culturais.

A Constituição de 1988 atribui ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, a proteção do patrimônio cultural brasileiro, repartindo a responsabilidade pela gestão dos bens culturais entre o Estado e a sociedade.

Tanto empresas e particulares como entidades públicas podem ser responsabilizadas por violações contra o patrimônio cultural. Se souber de alguma irregularidade, comunique ao
E a responsabilidade de cuidar do patrimônio público?

Os bens patrimoniais são de responsabilidade dos servidores públicos que detêm a sua guarda, a quem cabe o adequado controle e preservação do acervo, conforme parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

sábado, 29 de março de 2025

CARTAS (240)


ACELERANDO DESTRUIÇÃO DE BAURU E DO PLANETA*
* Carta da lavra deste HPA, publicada edição de hoje, Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade, Bauru SP

Estarrecedor como a classe política hoje no poder em Bauru encontra as soluções para resolver os problemas de Bauru. No que possuem relação com a natureza, são todos abomináveis.

Uma semana atrás, Jurandir Posca, secretário do Desenvolvimento Econômico, entrevistado pela 94FM, quando perguntado se tinha problemas pela falta de tratamento de esgoto junto a empresários querendo se instalar em Bauru, foi taxativo. “Quase nenhum neste sentido. Tenho com os impedimentos de instalação nas áreas preservadas do cerrado”, disse.

Disse mais, que empreende luta para vergar essas limitações. Ou seja, não está nem aí para os problemas climáticos causados pela devastação do que ainda resta de natureza preservada. A solução, para ele, é devastar, devastar e sem cerrado, ampliar as chaminés. Nem pensa em outra hipótese. Essa a postura do predador.

Num outro lamentável episódio, a Câmara de Vereadores aprova o empréstimo de 40 milhões ao DAE, atendendo imposição da alcaide Suéllen Rosin, sem nenhum projeto viável e sólido para resolver a questão da fata d’água na cidade. A solução destes é a já ocorrendo, perfurar desmedidamente o solo e buscar água nos aquíferos debaixo do solo bauruense.

Essa descontrolada perfuração já demonstrou estar ocorrendo sem critérios, com muitos destes poços já sem conseguir sugar água. Sem estudo sério, estão atrás de dinheiro fácil, soluções fajutas, enquanto toda água proveniente das chuvas – que são muitas -, continuam sendo desperdiçadas e não armazenadas. Gente despreparada e atuando no desrespeito à legislação vigente.

Isso se deve a degradação da mentalidade preservacionista, uma que ainda sustenta o planeta, mesmo com o nível atual de sua dilapidação. Enquanto persistir ações deste tipo, sem nenhum embasamento técnico, tudo somente para atender interesses econômicos, o mundo seguirá seu caminho de destruição. Em Bauru só mais um capítulo do que se vê em prática mundo afora. Existir uma proposta diferenciada, buscando outra alternativa, nem pensar.

O imediatismo dos que se apresentam como representantes do neoliberalismo e fundamentalismo, são todos perversos e acelerando a destruição da natureza. Daí, quando pipocam catástrofes, pior que tudo, estes mesmos fingem desconhecê-las e não possuir culpa nenhuma. Estamos no “mato e sem cachorro”.
Henrique Perazzi de Aquino, historiador e jornalista, www.mafuadohpa.blogspot.com

IMPERDÍVEL VISITA GUIADA PELO CENTRO HISTÓRICO DE BAURU
Sou mais que um admirador de torurs como essa que, vejo acomntecer em Bauru na tarde de hoje, sábado, 29/03, 16h, com concentração ocorrendo na praça Rui Barbosa, centro de Bauru.
Acabo de voltar de uma longa viagem por um lugar magnífico, o Leste Europeu e só pude conhecer algo mais de algumas dessas cidade por onde pisei e talvez não volte nunca mais na vida, como Praga, Bratislava, Viena, Budapeste, pois eu e Ana Bia, nos utilizamos dos serviços de vários tours nessas cidades. Sem eles, com certeza, teríamos feito mais uma viagem turística, sem grandes aprofundamentos. Em cada uma, um guia bem preparado, embasado em muitos conhecimentos adquiridos e durante aproximadamente duas horas, circulamos a pé, tivemos ampla aulas e saímos de todos, com conhecimentos ampliados.

E agora, vejo o mesmo se repetindo em Bauru. Os professores Edson Fernandes e Fábio Paride Pallotta já fazenm isso há um bom tempo aqui em Bauru. São estudiosos das questões históricas em nossa cidade. Se juntam neste momento ao apoio da Apeoesp e oferecem uma amplicação de conhecimento aos interessados. Algo, confesso, arrebatador. Não tive a oportunidade de estar presente nas caminhadas anteriores, mas nesta, desmarco tudo e quero estar presente, ampliar conhecimentos, caminhar pelo centro bauruesne e ao lado de pessoas queridas, ruar bocadinho mais.
Vamos?

CUTUCARAM A ONÇA COM A VARA CURTA E ELA REAGIU...
Dias atrás um ato de intolerância religiosa ocorre em Bauru. Acontecia um ato de candomblé num residência no Parque Vista Alegre, local conhecido e cadastrado para tanto. Uma vizinha incomodada, fez barulho, agitou contra, peturbou a paz até com gás de pimenta. Ou seja, atentou contra quem promove algo dentro da maior normalidade. Se imaginava que tudo ficaria por isso mesmo, acontece exatamente o contrário e a reação foi a união dos envolvidos, os que presenciaram a triste cena, com muitos outros do segmento religioso perseguido. Daí, marcado para hoje, após às 18h30, defronte o local onde aconteceu o ato de intolerência, algo grandioso. Divulgo e quero participar, pois creio que, intolerancia é combatida dessa forma e jeito, com ampla divulgação do que é feito, mas também com algum enfrentamento, sem medo e receio, enfim, o Brasil é prescrito como um país leigo, onde todas as atividades religiosas são permitidas e toleradas.

"Axé a todos! Esperamos vocês para o nosso toque de Exu e Pombagira, você pai de santo, mãe de santo de candomblé, umbanda, quimbanda, leve o seu terreiro, leve os atabaque e as coisas das entidades de vocês!
Sábado dia 29 às 19:30 início do toque e 18:30 início da nossa concentração na rua alameda das Hortênsias 1-57 Parque Vista Alegre. Vá bem alimentado, leve sua garrafinha de água e vamos vencer essa batalha! Teremos autoridades da nossa fé e que valorizam a nossa fé conosco, juntamente com os meios de comunicação da cidade!
Seremos uma só voz, um só coração! Dispensamos curiosos fracos pq nossa religião é feita de pessoas fortes! Toco é toco a raiz é funda! Laroyè! "
, texto de divulgação feito pelos organizadores da reação ocorrendo hoje, logo mais depois das 18h30.

A RECLAMAÇÃO PÚBLICA DE UM BAURUENSE*
* Resposta para outro bauruense ofendido, este após reclamar do aumento desmedido de seu IPTU, cobrado em 2025.

"Não reclamem, em 2022 eu fiquei sozinho sem o apoio da população. Protocolei na câmara de vereadores a cassação da prefeita de Bauru. Ela foi reeleita, faz o que bem quiser, não tem oposição, é aplaudida em todos os lugares eu fiquei com cara de palhaço. Eu tenho a solução para você que não concorda com esse imposto nojento, absurdo... sou formado em direito e jornalista, meu celular é 14 981379836 agora é hora de nos unirmos para mostrar a nossa revolta contra a família da prefeita atacando a nossa cidade, nos humilhando.Os salaris dos familiares da prefeita nos órgãos públicos é a partir de 16; 17; 25 mil reais por mês, a prefeita está aqui em Bauru pra ganhar dinheiro junto com a sua família, agora que está namorando um velho conhecido da cidade. Que já está com 40 milhões de reais pra perfurar poços artesianos, sem fiscalização, imagina o rumo que a nossa cidade vai chegar, Continuo falando no meu canal das desgraças que a prefeita faz aqui na nossa cidade", Elias Roberto Brandão.

sexta-feira, 28 de março de 2025

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (181)


OS SEM CONDIÇÕES
Tudo neste país acaba se fundindo e até se confundindo. Nesta semana dois acontecimentos similares, um de âmbito nacional e outro municipal acabaram sendo o foco da intervenção mensal do super-herói bauruense, o intrépido Guardião. Ele mesmo nos conta algo de como se fundiram, mesmo com uma enorme distância entre ambos - essa somente de metragem, pois no campo das ideias, algo oriundo do mesmo balaio.

"Bolsonaro, o macabro presidente que quase destruiu o país, instituindo uma ditadira que o perpetuaria no poder, através de um golpe, não ocorrido e neste momento, podendo o levar para o encerramento de sua vida política e pública. Dias atrás, evento acontecido na praia de Copacabana, esperava ter mais de um milhão de pessoas e nem 18 mil ali comparecerem. Na sequência, ele finalmente é indiciado pelos seus muitos crimes. Por mais que ser esforce, não existe como negar ou tentar fingir não ter sido ele o algoz maior desta nação. Mais que um santo do pau oco, na verdade, um nada santo e muito mais oco do que imagina. Impossível anistiar gente dessa laia", começa sua fala Guardião.

Depois junta isso com algo ocorrido em Bauru. "Como o fenômeno bolsonarismo é mesmo uma praga e além de ainda estar dissiminado país afora, possui fortes tentáculos espalhados por todos os lugares. Um destes é a forma como a alcaide local, Suéllen Rosin conduz, com mão de ferro as questões locais. Conseguiu uma maioria dentro da Câmara de Vereadores, com sua votação girando em torno de 17 x 4 e na sessão desta semana, por intermédio do presidente da casa, Marcos Souza, presidindo a Mesa Diretora, não só tergiversa, como aprova algo totalmente contrário ao que reza as regras prescritas pelo seu Regimento interno. Com um malabarismo que arrepiar qualquer ato circense, Marcos coloca em votação e aprova a toque de caixa, sem que ninguém saiba de projeto de como o dinheiro vai ser utilizado, um empréstimo de R$ 40 milhões para que o DAE - Departamento de Água e Esgoto resolva a questão da falta d'água na cidade. Evidente que não irão resolver nada, pois querem só furar mais poços em locais até então proibidos nos aquíferos existentes debaixo de Bauru. A Câmara diz amém e referenda tudo o que vêm da alcaide e depois, passa até por cima de legislação proibitiva de atos dessa natureza. Ou seja, mais irregular impossível. Para tudo se transformar num caso de polícia falta muito pouco", continua sua explanação.

E para concluir junta os dois casos: "Como se sabe, o bolsonarismo é uma praga e está impregando a vida pública nacional. Em Bauru, só mais um exemplo do desregramento em curso. Estes mesmos aprovaram até título de Cidadão para o quase detento e sem que este fizesse nada por Bauru. Agora, votam cegamente seguindo imposição da alcaide, atropelam a lei e como o mito, estarão sujeitos à penas que, certamente, mais dia menos dia, recairá sobre a decisão tomada. Marcos Souza, se diz contra Bolsonaro, tendo até votado contra o título deste em Bauru, mas como segue a alcaide sem pestanejar, está juntinho com todos os que estão deixando bem claro a que vieram. Eu, como Guardião bauruense, repito aqui algo dito pelo mafuento HPA, que não se cansa de repetir: o caso de Bauru, como o de Bolsonaro, vai acabar terminando dentro de um plantão policial. Ele diz e repito aqui, tudo questão de tempo", e assim encerra o que tinha a nos demonstrar dos últimos tristes acontecimentos.
Obs.: Guardião é fruto da verve criativa do artista do traço Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA

NÃO SE ILUDAM

Chego cansado da rua. Fui na festa dos 49 anos da escola de samba Cartola, lá no PVA - Parque Vista Alegre. O corpo estava cansado, mas algo me fervilhava a cabeça. Precisava despejar para o papel. O faço em forma de DESABAFO PESSOAL. Acompanho com muita atenção o desenrolar do processo contra seu Jair, o insano Bolsonaro e também a campanha do "Sem Anistia". Evidente que, gostaria muito de vê-lo pagando pelos seus crimes e que, não exista nenhuma possibilidade de anistia para estes criminosos deixando a democracia sob o fio da navalha. Este meu desejo pessoal. Vamos aos fatos, minha interpretação pessoal do que está em curso.
Não vejo povo e nem a esquerda, onde me encontro, segurando a campanha do Sem Anistia. Quem segura tudo neste momento é o STF - Supremo Tribunal Federal. Quem impediu que o golpe ocorresse depois dos atos daquele fatídico dia, o 8 de janeiro não foi o povo. Para mim, quem impediu o golpe foi a elite brasileira e parte da mídia. Abomino boa parte de tudo o que ela fez - e ainda faz - no processo todo, mas naquele momento, depois do quebra-quebra, pela TV, vi e ouvi esses dizendo em alto e bom som que, "terroristas" promoveram tudo. Aquilo foi decisivo. Se tivesse agido ao contrário, como sabemos, tinha muita gente preparada, com armas e tudo e espalhados país afora, a agitação poderia ter sido outra e o desfecho a consumação do que havai se iniciado. Ajudaram decisivamente a desmontar tudo.

Ali, para mim, ocorre um breque, o estancamento do que estava em curso e seria o caos para o país. A mídia decidiu isso e o fez seguindo o que lhe ditava seus interesses, que o golpe seria altamente prejudicial para tudo, inclusive para seus negócios e própria sobrevivência. Nada acontece por acaso. Como historiador, analiso tudo depois de um certo tempo, com a cabeça mais fria. Hoje sei muito bem que o breque foi dado por estes e não pela esquerda, que nem para as ruas foi. E se foi, o fez de forma inconsistente. Eu não me engano, estes que brecaram o golpe estão direcionando tudo. Continuam a fazê-lo. Quer um exemplo? Dou, pelo que vejo hoje em matérias na TV, Gilberto Kassab comanda parte significativa do Congresso e pode decidir, se assim o quiser, até pela anistia para os tais "terroristas" de 8 de janeiro. Pois bem, ele tinha um processo contra ele, algo grave e que lhe causaria problemas de grande monta. Tudo até então estava engavetado no STF. Este, ciente do poder de Kassab, reabre o processo e com este seguindo para as mãos do ministro Alexandre de Moraes decidir seu destino, a cereja do bolo.

Não me iludo, tudo acontece também - e quase sempre - na base de acordos. No campo político sempre foi assim. Para mim, Kassab foi chamado e a situação apresentada. Ou ele se aquieta e controla os seus, não gerando anistia nenhuma ou quem irá pagar será ele. Eu não tenho dúvidas e pelo que vejo, sentindo o clima dos bastidores, foi trançado, traçado, tramado e está em consolidação o enterro de quem ainda clama pela anistia para Bolsonaro e os seus. Assim não fosse, tudo já estava meio que fora do controle e sem respaldo das ruas, o país seria obrigado a engolir a anistia. Portanto, para mim, mais um acordo foi selado. O STF consegue, mais uma vez barrar o avanço da perversidade. Ou seja, essa minha tese. Não me iludo, sei dos benefícios que ela traz para o lado onde me encontro e apoio: o golpe não ocorreu por causa da ação da mída, depois do STF, no que vemos em curso. Ele não age sózinho. Os interesses da elite estão também por detrás disso. A esquerda pouco faz ou age. E assim, creio não teremos anistia e Bolsonaro continuará encralacrado.
Reflito sobre isso tudo e só depois, consigo ir deitar.

quinta-feira, 27 de março de 2025

AMIGOS DO PEITO (236)


RECONHECIMENTO É ISTO - OBRIGADO
ADEMAR ALEIXO, TRISTAN DIERCKZ E ESTE HPA
"Caro HPA, o seu relato é surpreendente, embora a situação da água em Bauru seja de saber geral. A prefeita Suelen Rosin, quando concorreu ao cargo de prefeito, aqui em Bauru, não tinha projeto e não era a preterida dos eleitores da cidade. No entanto, o ódio contra o PT e Lula, falou mais alto e então, Suelen foi eleita pela primeira vez. Fez um pífio mandato, não preciso nem relatar, pois todos acompanharam a mediocridade da gestão. Agora estamos no segundo mandato e as titicas continuam acontecendo, além das patifarias administrativas. Jurandir Posca, Secretario do Desenvolvimento Econômico, proferiu estúpida ideia de que está se esforçando ao máximo para conseguir junto aos órgãos competentes, mais espaço em áreas preservadas, para que empresas possam se instalar aqui em bauru, se entendi. Posca, creio, ser um homem que pensa e entende toda a problemática do meio ambiente, mesmo não atuando na área. A atuação do homem no meio ambiente, está destruindo florestas, rios, manguezais impactando a vida, promovendo fenômenos naturais, que diretamente e indiretamente, mexem com a vida. As secas dos últimos tempos têm causado sérios problemas à população. Aqui em bauru, os moradores obrigatoriamente, tem que passar pelos indesejáveis racionamentos na distribuição da água. Os endinheirados, donos de grandes empresas multinacionais, andam pelo mundo à procura de empresas públicas rentáveis, para comprarem e explorarem os recursos naturais a preço de banana. É sabido pelos bauruenses, que a nossa prefeita Suelen, vem trabalhando nos bastidores, junto do senhor Kassab, lobista dessas tais multinacionais, que querem comprar o DAE e a prefeita Suelen, quer vender. Porém a excelentíssima prefeita, não conversou com os bauruenses, se querem ou não privatizar o DAE. Claro que não conversou! E nem vai conversar! A prefeita sabe que a maioria dos bauruenses, não querem. Toda privatização traz ônus para os munícipes: tarifas caras, péssima prestação de serviço, esquecimento da periferia e outras coisas. Quando tudo estiver pronto, a prefeita porá a tropa de vereadores para debater com a população, com as mentiras de praxe, dizendo que vai ser bom, que o DAE privatizado funcionará melhor e blablabla... blablabla... blablabla, que já conhecemos.
Para finalizar, tomemos cuidado, pois a prefeita anda travestida de boa menina evangélica, possuidora dos bons princípios da moral cristã. Não se deixem levar pelas aparências, que tem muito cão travestido de anjo Gabriel... Deus me livre desses falsos profetas!...", ADEMAR ALEIXO CAMILO

QUEM PRATICA GOLPES E AINDA ENVOLVEM, O QUE É PIOR, SEUS PAIS OU OUTROS PARENTES PRÓXIMOS
Minha mais que estimada amiga, a nossa pipoqueira sempre alerta e de plantão, posta algo com sua cara, jeito e sempre bom posicionamento. Nele, em poucas linhas, algo do sofrimento de mães, padecendo pelo golpe praticado pelos filhos. Num o de como reagem os filhos nas escolas e mães em suas vidas, depois dos tais que assaltaram e assassinaram outrens lá na APAE. Encerra com o caso em Pirajuí do empresário, que desaparece, esvaziando o barracão onde estava constituída sua firma, deixando tudo para traz, inclusive as responsabilidades, pois a tal firma por ele abandonada estava em nome da mãe. Deixou ela com um pepino sem tamanho nas mãos e se foi tentando fugir das responsabilidades.


"Golpe em Pirajui só quem ficou na cidade foi a mãe do empresário, golpe na Apae quem ficou na cidade foi a mãe da Claudia, do Roberto isso me da tanta dó porque elas não tem nada com isso, são mães e vítimas que agora sofrem com toda essa patifaria, imagina os filhos do Roberto saíram praticamente fugidos da escola e da cidade, será que os trastes não pensam na família??? Que tristeza tudo isso, a senhora de Pirajui ainda é pior porque a empresa do filho esta no nome dela ...", Maria Inês Faneco.

PARA QUEM AINDA NÃO LEU, EIS MAIS UMA OPORTUNIDADE
"Fiquei deveras impressionado com a fala do assaz preparado e sensato ministro Flávio Dino no STF, citando a tragédia de Mersault, protagonista de “O Estrangeiro”, obra-prima de Albert Camus:
“Não importa se o personagem chorou no enterro da mãe. Não importa se ele tem a supostamente boa ou má índole. O que importa é o fato concreto, se ele foi provado ou não.”
Além da erudição, me encanta seu direcionamento antipunitivista, opondo-se à desumana teoria do Direito Penal do Inimigo, formulada por Gunther Jakobs, que parte de uma premissa maniqueísta ao dividir a sociedade em heróis e vilões, de acordo com o histórico de cada indivíduo.
A atuação de juristas brilhantes e humanistas, como Dino, Barroso Zanin e Moraes, reforça o meu otimismo a respeito de um processo civilizatório tardio que já se afigurava como imperativo. Mesmo os genocidas merecem o direito à ampla defesa e à condução transparente de seus processos criminais. Afinal, em uma república universalista, laica e calcada nos princípios do Estado Democrático de Direito, inexiste a possibilidade da abertura de precedentes para arbitrariedades características de épocas de obscurantismo, delírio e fanatismo.
Leiam “O Processo”, obra inacabada de Franz Kafka. Hoje jantei Gazpacho com croutons integrais."
Leandro JUDICIAL
(via Paulo Pinheiro)

JAMAIS ESQUECEREMOS - E TEM GENTE PRONTINHA PRA PROMOVER TUDO ISSO NOVAMENTE
Stuart Edgar Angel foi barbaramente torturado pelo sargento da Aeronáutica Abílio Correa de Souza, o "Pascoal". Após a sessão de tortura, entre espancamentos, eletrochoques e afogamentos, ele foi preso a um carro e arrastado pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA) pelo pátio da base aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, onde estava detido.
Naquele dia, entre risos e piadas, os militares amarraram-no com a boca presa ao cano de escapamento de um automóvel e o arrastaram por todo o pátio de concreto do aeroporto. Stuart foi esfolando vivo enquanto respirava a fumaça de óleo diesel do veículo.
Os militares aceleravam e freavam a viatura enquanto riam da situação, como relatou o também prisioneiro Alex Polari, que assistiu todo o episódio da janela de sua cela. No fim daquele dia os militares abandonaram Stuart naquele pátio, implorando por água, sem a pele e tossindo muito. Stuart Angel morreu, era 11 de junho de 1971.
O Soldado José Bezerra da Silva, que também testemunhou a tortura de Stuart disse, momentos antes do esfolamento do jovem, que aquilo "era uma covardia". Ao ser indagado pelos outros militares, afirmou que "três, quatro caras batendo em um só, um homem já preso e doente", era uma covardia. O soldado Bezerra também foi preso e torturado por questionar a ação dos oficiais.
A mãe de Stuart, a estilista Zuzu Angel, ao ser informada sobre a horrenda tortura e morte do filho, promoveu uma campanha internacional denunciando as hediondas práticas da ditadura militar e requerendo os restos mortais do jovem.
Zuzu também foi morta pela ditadura em 1976, sem ter seu desejo realizado.
Stuart Angel tinha 25 anos.
Seus restos mortais nunca foram encontrados.
Seus algozes nunca foram punidos.
JAMAIS ESQUECEREMOS!

quarta-feira, 26 de março de 2025

ALFINETADA (251)


E O HOMEM AGORA É RÉU - E AQUI EM BAURU, O QUE MUDA?

Sim, chegou o grande dia esperado por metade deste país. Não sei dizer se existe ainda uma outra metade a favor de Bolsonaro, mas sei, pelo que vivencio e percebo advindo das ruas que, o conservadorismo, antes encolhido, hoje pulsa nas ruas e mostra suas garras e tentáculos em cada esquina. Que o cara precisa ser preso, trancafiado e pagar por tudo o que fez de errado, disso não tenho a menor dúvida. O que me causa perplexidade é como a mente humana se transforma para fazer a defesa de algo indefensável. Não me entra na cachola um cara como Bolsonaro, depois de tudo o que já aprontou ainda conseguir um apoio explícito de parte considerável deste país. Quando alguém, liderando um grupo político, esteve predisposto a eliminar seus adversários, como se matar o semelhante fosse algo justificável e assim mesmo, os lunáticos o seguem e veneram. Essa idolatria, sabe-se é  doença, das mais perniciosas, portanto, perigosa. 

É certo que, se o golpe fosse consumado, hoje, com certeza as tais liberdades individuais seriam outras e com quase toda certeza, nem pudesse mais escrevinhar o que faço sem perseguições. Eu sei, elas ocorreriam aqui também em Bauru, onde existe uma turba pronta para executar o serviço sujo pros ideais defendidos pelo monstro bolsonarista. Gente escrota existe por todos os lados e se estão ainda contidos é por existir uma lei ainda vigente e com força para ser respeitada, mesmo contrariando os bestiais. Essa fraquejando, teremos o avanço dos que matariam seus opositores pelo simples fato deles não concordarem com o que pensam. Chegamos muito próximos disso e ainda não nos nos livramos deste mal.

Observo o Brasil de hoje com muita apreensão. Se ainda estamos vivenciando um regime dito como democrático, ele é frágil e fraquejando, a bestialidade estará a postos para, de forma implacável executar o serviço sujo. Bauru não é esse mar de tranquilidade. Aqui se aprova facilmente um título de Cidadão Bauruense para o tal do mito. Aqui temos um desGoverno municipal fundamentalista e implantando um regime familiar de domínio, onde até agora, nem o Judiciário conseguiu reverter muita coisa. As mudanças implantadas por estes dentro da estrutura funcional da Prefeitura, com cargos e mais cargos comissionados, gente de confiança do clã familiar em postos chaves é algo de difícil reversão. Este avanço abusivo, feito às claras, dilapidando tudo à sua frente é o reflexo exato do que o bolsonarismo é possível. Com uma maioria conseguida nas urnas, devastam tudo, se espalham como praga e quando deixarem o poder, existirá um estrago de difícil reparação. São aves de rapina e fazem de tudo para, não só brecar, como eliminar os opositores. 

Essa Bauru hoje sem oposição política à altura para o exercício do necessário combate é o reflexo de um país num todo. Bolsonaro pode estar se complicando, mas os seus, gente atuando da mesma forma e jeito, estão hoje dominando todas as instâncias deste país. Escrevo observando a situação bauruense. Evidente que, Bolsonaro fora do jogo, outro já está sendo preparado para substituí-lo, piorando a situação. Se Bolsonaro é meio bronco, poderemos ter um pior que ele. E não se iludam, Bauru já demonstrou ser conservadora, votou 80% com ele, reelegeu no 1º Turno a atual alcaide e suas lideranças se mostram cooptadas e favoráveis ao avanço da direita. Daí, não comemoro muito isso do Bozo estar ficando num mato e sem cachorro, pois o implantando por ele está incrustrado de forma bem consistente na mente de parcela significativa dos donos do poder atual. Aqui em Bauru, até agora, ninguém foi punido, sequer investigado, pelos atos bárbaros de 8 de janeiro. A impunidade faz com que continuem flamejando suas bandeiras, desfraldadas ao vento. O jogo ainda é muito desfavorável. Tem muita água para passar por debaixo dessa ponte, até vislumbramos algo novo e consistente, renovando possibiliddades. Como ouvi ontem, golpismo mata e eles continuam pela aí, pelo menos aqui, livres, leves e soltos.

SÓ LEMBRANDO
Resumo pra quem ainda não entendeu nada, desde a morte de Teori Zavascki.
- Moro só poderia garantir a prisão de Lula, se Teori saísse de cena.
- Teori, ministro do Supremo, era crítico da Lava Jato. Ele poderia reconhecer a inocência de Lula, mas sofreu o único 'acidente' de avião em 2017.
- O delegado da PF que investigava a morte de Teori foi assassinado por um frequentador do Clube de Tiro .38, o mesmo clube que os Bolsonaro frequentam.
- Adélio, autor da facada, foi a este mesmo clube no mesmo dia que Carlos Bolsonaro foi.
- Adélio estava desempregado, mas teve dinheiro para pagar 600 reais por uma hora no Club, ficar hospedado por vários dias em Florianópolis, viajar para Juiz de Fora e também pagar 400 reais em dinheiro vivo para se hospedar numa pensão.
- Após estar no mesmo local de Adélio, Carlos Bolsonaro também foi para Juiz de Fora acompanhar uma passeata do pai, coisa que ele nunca fazia.
- Uma semana depois da facada, a dona da pensão morreu e também um outro antigo hóspede foi encontrado morto.
- O Assassino de Marielle é vizinho de Bolsonaro, na Barra.
- Os filhos de Bolsonaro já prestaram inúmeras homenagens a policiais milicianos, condenados pela Justiça, acusados de matarem a Juíza Patricia Acioli, em São Gonçalo, que era rigorosa com a milícia.
- A família Bolsonaro contratou vários desses milicianos e seus familiares como assessores.
- Moro prende Lula em segunda instância, em acordo com os desembargadores do TRF4 em tempo recorde e sem provas, inviabilizando a sua candidatura. A prisão é ilegal, mas Moro atropela a Constituição e faz valer o interesse político.
- A seis dias do segundo turno das eleições, Moro divulga o conteúdo de parte da delação de Palocci, que foi desprezada pelo MP por falta de consistência e provas, com acusações contra Lula, interferindo no andamento da eleições.
- Moro torna-se Ministro do governo Bolsonaro.
- Moro recebe promessa de indicação de Bolsonaro à próxima cadeira do STF, ainda no exercício do cargo de juiz.
As informações acima foram amplamente publicadas na mídia e reunidas nesta postagem.
Por Tulio Norte
https://www.google.com/amp/s/amp.cadaminuto.com.br/

REPERCUSSÕES DO CORTE ORÇAMENTÁRIO DE 84% NA LEI ALDIR BLANC EM BAURU
Bauru é um caso à parte, pois o poder público municipal estando sob o comando de um desGoverno fundamentalista, portanto, agindo contra a Cultura, para estes, tudo fica como dantes no quartel de Abrantes. A repercussão negativa se dá entre a classe artística que, sem estes recursos e sem nada de respaldo da Cultura Municipal para repor a diferença, tudo continuará cada vez pior. Em Bauru uma bagunça explícita no ordenamento da utilização dos recursos federais das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Não ficou muito bem esclarecido a utilização dos recursos até agora e neste momento, se aguarda, a contratação de avaliadores para implementar e repassar os ultimos valores destinado a Bauru. Tudo empacado e sem solução à vista, nem data para isso acontecer. Ou seja, nada anda a contento por aqui.

Ouço de uma pessoa ligada à Cultura, que não quer se identificar que, muitos agentes culturais da cidade, beneficiados com alguns projetos do primeiro ano, pararam de questionar os rumos e a condução da pasta, pois estariam com o rabo preso. Por outro lado, essa mesma pessoa, diz que, sem os recursos daqui por diante, talves voltem a correr atrás e cobrar a Secretaria de Cultura para que, promova o retorno de projetos e editais municipais, o que hoje, lento mais que tartaruga, quase estagnado, só mesmo com a colocação do que se denomina de "fogo no rabo".

A discussão se dá neste nível e é evidente, uma perda de incomensável importância a queda dos investimentos nos futuros projetos, tudo causado pela ação do lado fundamentalista da Câmara dos Deputados, que tudo faz para estancar algo onde o Governo Federal, comandando por Lula possa alcançar projeção positiva. Ou seja, os "fdp" agem contra os interesses nacionais e não estão nem aí se isso vai abalar a já combalida situação dos artistas brasileiros em cidades como Bauru. Por aqui, até agora, a Cultura municipal não se manifesta, pois com o sectário, ops, secretário de férias, ninguém ousa dizer nada oficialmente sem sua anuência.

terça-feira, 25 de março de 2025

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (203)


CASA DE JURANDYR BUENO FILHO É VENDIDA E SEU RICO ACERVO, APÓS AMPLA DISCUSSÃO É FINALMENTE ENCONTRADO DESTINAÇÃO E NÃO SE PERDERÁ
Todos em Bauru sabem quem foi JURANDYR BUENO FILHO, o famoso arquiteto, com seu nome em inúmeras construções e realizações na cidade e no entorno, além de ampla participação na vida política, social e também cultural. Jurandyr pode ter, por ter sempre estado ao lado dos poderosos de plantão, atraído para si algum descontentamento, porém, inegável reconhecer sua atuação e participação na vida bauruense. Histórias a seu respeito circulam por todos os lados e na maioria, abonadoras. Conheci pessoalmente Jurandyr, mas precisamente quando presidi o CODEPAC - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Municipal de Bauru e ele, convidado, esteve em muitas de nossas reuniões, sempre muito ativo e depois, quando restaurou um imenso mapa da cidade, feito no início do século passado, sendo o mesmo fixado por um tempo na entrada do prédio da Prefeitura na Praça das Cerejeiras. O mapa foi sacado e escondido tempos depois, hoje em local incerto e não sabido. Isso é outra história e o que conto a seguir, envolve o acervo do Jurandyr, falecido há mais de dez anos.

Tomo conhecimento de uma intensa movimentação na conhecida residência do Jurandyr, duas quadras do parque Vitória Régia. A casa ficou para quem ele a destinou em seu testamento. Sem problemas. O problema é hoje, pelo que sei, o imóvel após permanecer fechado por bom tempo, foi vendido e tudo o que se encontra lá dentro precisa receber outra destinação, ou seja, todo o acervo pertencente ao Jurandyr não mais ali poderá permanecer. Muita coisa de valor já deve ter sido removida e o que resta são as peças de interesse público, como fotos, diplomas, documentos e principalmente plantas de todas suas obras. Jurandyr soube guardar tudo o que fazia e o fez em sua casa, compartimentos cuidados com esmero enquanto viveu. Depois, tudo ali permaneceu, mas o tempo cuidou de dar aquele tom de abandono.

Muitas pessoas foram convidadas a lá comparecer e pensarem juntos o destino de tudo aquilo, enfim, o tempo urge. De todos os que por lá passaram, muitas ideias e nenhuma solução definitiva. Pelo que sei, até para os arquivos da Câmara Municipal e de nossos museus municipais, todos fechados, foi oferecido o acervo, porém, todos declinaram. Fracionar tudo seria algo impensável e se ocorresse seria lamentável, pois ter aquilo em vários locais, difícil pesquisa e localização para futuros estudos e consultas. Por fim, a Unisagrado, que também foi obra idelaizada pelo arquiteto Jurandyr, possuidora de amplo espaço, acabou decidindo ficar com o acervo e na falta de um espaço dentro de nossos museus, creio ter sido a melhor solução.

Vejo as fotos enviadas a mim por um dileto amigo que lá esteve e participou de várias visitas e conversas. Relata a mim, a tristeza pelo estado atual do acervo, porém, diz ter muita coisa, desde fotos de toda trajetória profissional, como também de sua constante participação na vida cultural, inclusive recebendo e hospedando ilustres visitantes, como nas festas realizadas no local, todas registradas. Isso tudo pode parecer pouco, mas faz parte de algo que não pode se perder, nem ser descartado. Tempos atrás, logo após o falecimento de Maurício Lima Verde, homem de peso no staff do mundo do café, tendo participado ativamente de reuniões mundo afora, vi e até comprei alguns livros provenientes de sua biblioteca, expostos na Banca do Carioca, na Feira do Rolo. Sei que, este é o destino de muitas bibliotecas e acervos. Entendo quando acontece, mas também sei do esforço que deve ser feito para algo ser mantido em algum lugar, sendo o acervo importante. Creio que, o de Jurandyr não precise necessariamente ser mantido integralmente, porém, existem peças de inegável valor, principalmente na constituição do que representaram para o dito progresso dessa cidade.

Tomara a Unisagrado realmente assuma este papel e consiga não só catalogar, como disponibilizar, num futuro breve, para consultas e até numa ampla exposição, quando a cidade poderá ver de perto o que foi e representou a passagem de Jurandyr Bueno Filho em Bauru e, quiça, no Brasil. Regionalmente, inegável sua importância. Dele ressalto algo mais, até para finalizar. Jurandyr diziam ser uma pessoa difícil, porém, o tenho como afável e dotado de uma papo dos mais amigáveis. Quem desfrutou de conversas com ele sabe do que falo. Por causa de estar na presidência do CODEPAC, tive o prazer de desfrutar de muitas dessas conversas e até ganhei um mimo dele, um livro guardado até hoje, com registros de nossa história. Guardo dele, um diálogo nunca esquecido, quando terminou meu mandato e o de Tuga Angerami, 2008, ele me envia por e-mail: "Fará muita falta não tê-lo mais na Cultura Municipal. Inesquecíveis nossas conversas". Agora, ao tomar conhecimento da destinação de seu acervo, gostaria imensamente de participar dessa catalogação, pois até o presente momento, ninguém se dignou a produzir um amplo trabalho de resgate de sua vida, talvez num livro de memórias e para tanto, consultar seus guardados é primordial. Quantas histórias embutidas em tudo o que vejo neste momento pelas fotos a mim enviadas.



GOSTO DEMAIS DO POSICIONAMENTO CORAJOSO DO VEREADOR LOKADORA E SÓ NÃO ENTENDO COMO ALGUÉM TÃO SENSÍVEL VOTA FAVORÁVEL AO TÍTULO DE CIDADÃO PRUM CARA COMO O BOLSONARO

Empréstimo de R$ 40 milhões aprovado às pressas! Mais uma vez, normas do Regimento Interno da Câmara foram atropeladas para aprovar um empréstimo milionário em menos de uma semana. E a pergunta que fica: essa é realmente a solução para a falta d’água em Bauru?
Lamento profundamente que decisões tão importantes sejam tomadas sem os devidos debates. Ninguém é contra a perfuração de poços ou soluções reais para a crise hídrica, mas sim contra a forma como tudo é feito, sempre sob a justificativa de que vai melhorar a vida do povo. Mas será mesmo?
A população está cansada de promessas sem resultado! Estamos no quinto ano desse governo lidando com um problema que já era conhecido, e até agora nada foi feito.
Bauru merece mais respeito e transparência!  JUNIOR MARINHO, O LOKADORA.

INSTAMBUL, BUENOS AIRES E A TV GLOBO